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Hidroxi-minerais: nova abordagem para uso em todas as espécies

Hidroxi-minerais têm biodisponibilidade superior à dos sulfatos e custo mais ajustado quando comparados a outras fontes, como os minerais orgânicos

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Artigo escrito por Guilherme Agapito, gerente da Trouw Nutrition no Brasil, e Leonardo Seyboth, gerente da Selko Feed Additives no Brasil

Após a descoberta nas décadas de 1920 e 1930 de que o cobre e o zinco eram nutrientes essenciais à nutrição animal, fontes desses metais, como subprodutos e resíduos industriais, foram adicionadas às dietas animais. Estudos científicos pós Segunda Guerra Mundial trouxeram a comprovação de que apenas os sais de metal solúveis em água poderiam ser facilmente absorvidos no intestino dos animais. Isto levou a uma mudança progressiva na indústria de nutrição animal, substituindo óxidos por sulfatos, altamente solúveis, aos quais foi atribuído arbitrariamente um valor de 100% de biodisponibilidade.

Na década de 1970, houve uma nova tendência para o uso de complexos minerais organometálicos na nutrição animal, os minerais orgânicos. Inicialmente, esta tendência baseou-se na noção que complexos seriam absorvidos de forma mais eficiente. Mais tarde, vários estudos revelaram que a suplementação animal com formas de minerais protegidos pode ter uma biodisponibilidade maior que os 100% inicialmente atribuídos aos sulfatos. Isso ocorre porque a liberação controlada aumenta a probabilidade do metal chegar ao sítio de absorção nos enterócitos.

Na década de 1990 surgem os hidroxi-minerais, tendência mais recente na nutrição mineral, produzindo complexos de metal inorgânico hidrolisado. Essa estrutura é única, porque utiliza o mesmo tipo de ligações químicas covalentes presentes nos minerais orgânicos, o que confere a superioridade de ambos em relação aos sulfatos, os quais têm ligações iônicas fracas. Estas ligações covalentes características dos hidroxi-minerais são suficientemente fortes para limitar as reações antagonistas evitando a rápida dissociação no trato superior, mas suficientemente fracas para facilitar a absorção do metal no sítio desejado do trato digestório dos animais, com liberação lenta e gradual no local desejado. Assim sendo, os hidroxi-minerais têm biodisponibilidade superior à dos sulfatos e custo mais ajustado quando comparados a outras fontes, como os minerais orgânicos. 

Suplementar e avaliar as possíveis interações

Nos últimos 30 anos, fontes nutricionais de minerais essenciais como ferro, zinco, cobre e manganês têm sido descritas como sendo minerais orgânicos ou inorgânicos. No entanto, estudos recentes mostraram que esta distinção não é eficaz em demonstrar como uma determinada fonte de mineral se comporta em um sistema biológico. As comparações de biodisponibilidade relativa têm sido o foco avaliando as diferentes fontes de minerais.

Hoje em dia, com as novas linhagens genéticas cada vez mais exigentes e a nutrição de precisão, uma visão mais ampla tem sido usada na avaliação dos minerais, combinando a avaliação da absorção na corrente sanguínea, tecidos e ossos a:

1 – destruição de nutrientes, incluindo vitaminas, na preparação da mistura dos alimentos para animais (ração completa, premixes, núcleos);

2 – interações com outros nutrientes durante a formação do bolo alimentar e seu trânsito dentro do animal;

3 – influência da ecologia microbiana do intestino;

4 – efeitos sobre as funções imunológicas naturais do animal.

Estabilidade de dietas – Degradação da fitase

A formulação de um premix mineral vitamínico ou de uma dieta completa depende do balanço das exigências nutricionais, disponibilidade de nutrientes e fontes específicas, custos dos ingredientes e da estabilidade do produto final. Quando minerais reativos, exemplo dos sulfatos, são incorporados a uma pré-mistura ou dieta completa, esses têm o potencial de reduzir ou inibir a eficácia de outros nutrientes. No caso de minerais sulfatados como o sulfato de cobre, essa premissa é particularmente válida dada sua ligação iônica altamente reativa e sua dissociação rápida quando exposta à água, indiferente do pH do meio. Usando-se uma fonte menos reativa de mineral, como, por exemplo, os hidroxi-minerais, tem-se como resultado que o mineral essencial tenha eficácia no local apropriado (trato GI e sistemicamente no animal), ao invés de estar envolvido em interações antagônicas na ração. Tal forma de suplementaçao mineral, com os hidroxi-minerais, oferece maior estabilidade na ração em comparação com os sulfatos, além dos benefícios comprovados sobre o desempenho de aves, suínos, peixes e ruminantes proporcionado pelos minerais orgânicos. Isso permite que o nutricionista possa ter total confiança de que os níveis formulados estão atendendo ao animal, mesmo se as condições de armazenagem não forem as ideais.

O fitato, principal forma de reserva de fósforo (P) em grãos, pode ligar-se a minerais como o cobre e o zinco, podendo assim reduzir a eficácia da fitase na dieta.

Pesquisas realizadas em premix e dietas completas têm mostrado o impacto negativo de minerais reativos (sulfato de cobre) sobre a retenção de fitase.

Ademais, trabalhos in vitro têm demonstrado o impacto negativo da reatividade do sulfato de cobre sobre a fitase na hidrólise do fitato em resposta a diferentes níveis de cobre (pH nível intestino delgado).

Conclusões

Fica evidente que o fornecimento de fontes minerais reativas como o sulfato de cobre pode causar perdas significativas na ação da fitase, podendo comprometer a hidrólise do fitato no trato gastrointestinal. A utilização de fontes hidroxi-microminerais em formulações de rações preserva as ações das enzimas comerciais exógenas, mantendo, assim, a rentabilidade do produtor. A tecnologia proporciona desempenho animal superior ao sulfato de cobre, e de equivalência aos minerais orgânicos, permitindo que a composição das dietas reflitam os níveis formulados, melhorando assim a eficiência do momento da fabricação até a utilização do produto final.

Os hidroxi-minerais são sais neutros, inertes e insolúveis em água, com possibilidade de serem utilizados em doses mais altas como promotor de crescimento, como o cobre. Não promovem oxidação em premixes ou rações, além de conferirem menor reatividade de maneira equivalente aos minerais orgânicos.

O resultado é mais biodisponibilidade mineral para o animal com um melhor custo benefício aos produtores.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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