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Hidratação em casos de diarreia é mais do que oferecer água

É evidente que casos de diarreia tem repercussões econômicas ao longo da vida do animal

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Artigo escrito por Petterson Souza Sima, mestre em Zootecnia e supervisor Técnico e Marketing do Grupo Kersia

Que a diarreia neonatal é o principal problema na criação de bezerros leiteiros já sabemos há anos. É estimado que entre 20 e 52% dos animais leiteiros em todo mundo sofrem com seus prejuízos, com mortalidade variando de 10,3% a 34% Com custos de 30 a 40 euros por caso de diarreia, as perdas financeiras envolvidas além de episódios de diarreia também têm efeitos sobre o animal.

As perdas financeiras envolvidas além de episódios de diarreia também têm efeitos sobre o animal adulto. Estima-se que uma vaca que teve diarreia quando bezerra pode perder até 17% do seu potencial de produção leiteira, devido as lesões ocorridas no intestino que reduzem sua capacidade de absorver nutrientes. Além disso, segundo estudo canadense, bezerras que sofrem de diarreia antes do desmame apresentam risco quase 3 vezes maior de parir apenas após 30 meses de idade, e risco 2,5 vezes maior de serem abatidas devida à baixa produção.

Portanto, é evidente que casos de diarreia tem repercussões econômicas ao longo da vida do animal e é importante que o criador limite o desenvolvimento dos casos com tratamento adequado, reduzindo os impactos imediatos e futuros ao máximo.

Devemos continuar fornecendo leite?

Recomendou-se por muito tempo a substituição parcial ou completa do leite por uma solução de reidratação oral, por acreditar que a redução da capacidade digestiva durante os casos piorasse o quadro de diarreia e proliferação das bactérias.

Porém, pesquisas das últimas décadas constatam que mesmo em quadros de diarreia os bezerros ainda têm capacidade digestiva suficiente para utilizar o leite e que a presença do mesmo não piora ou prolonga a doença. Observou-se que bezerros recebendo apenas soluções de reidratação oral podem continuar desidratados e perder peso rapidamente. Em contraste, bezerros recebendo sua cota diária de leite (10% de peso corporal) suplementada com uma solução de reidratação não apresentam sinais de piora e geralmente ganham peso durante o período de tratamento e recuperação da doença.

Reidratação oral: principal meio de combate à diarreia

O grau de desidratação pode variar, podendo o bezerro perder o equivalente a 10% do seu peso vivo em água a cada dia, de modo que se caracteriza como o efeito mais severo da diarreia no animal. Mas isso não significa que apenas a reposição de água no organismo é necessária. Distúrbios eletrolíticos, ácido-base e metabólicos também podem ocorrer. Tudo isso podemos controlar por meio da terapia de reidratação oral.

E não tem segredo. Quanto mais rápido intervirmos, menores os impactos. O ideal é que 50% das deficiências sejam corrigidas dentro de 6 horas, 75% dentro de 24 horas e o resto no dia seguinte. Por isso produtos reidratantes dissolvíveis em água e com alta palatabilidade são grandes aliados. Assim evitamos que os animais cheguem a quadros severos, exigindo intervenção intravenosa. Além do balanço hídrico, pelo menos 3 outros pontos merecem atenção.

Eletrólitos. Estão envolvidos na manutenção das constantes físico-químicas, restaurando o equilíbrio osmótico, hidratação intracelular e funções fisiológicas dependentes de tais elementos (transporte de gases no sangue, impulsos nervosos, funções hepáticas, etc.).

Primeiramente são os íons de sódio que asseguram a reidratação dos compartimentos extracelulares e intracelulares do corpo. Os íons de potássio são cruciais para a manutenção do equilíbrio osmótico intracelular e evitar distúrbios como fraqueza muscular, hipo e hipercalcemia. Íons de cloro estão envolvidos na manutenção do pH do sangue e metabolismo, como regulagem do cloreto e sódio no sangue através dos rins.

Bicarbonato de sódio e outras substâncias alcalinizantes. Bezerros fracos, com diarreia e ataxia ou com falta de apetite sofrem de acidose metabólica. Isto é caracterizado por um pH arterial reduzido, provindo de uma acidose a nível digestivo. O tratamento mais eficaz para combater a acidose metabólica é a administração de substâncias alcalinizantes, também conhecido como substâncias tamponantes.

O bicarbonato de sódio é a substância tamponante mais utilizada, eficaz e imediata. Já substâncias como acetato de sódio e citrato trissódico agem apenas a nível sanguíneo, após metabolismo no fígado (evitando a coagulação do leite). Alguns produtos utilizam as duas formas para maior eficiência.

Energia rapidamente absorvível. Existem diferentes tipos de soluções de reidratação para bezerros: soluções convencionais de reidratação isotônica, soluções de reidratação com lactose concentrada, soluções de reidratação que contêm pectinas e/ou hidrocolóides, e soluções de reidratação hiperosmótica/hipertônico. É extremamente importante que a solução ofereça uma fonte de energia altamente digestível para revigorar o bezerro e garantir que seu metabolismo seja reativado, já que comumente os bezerros perdem apetite e reduzem o consumo de alimento.

Destacamos aqueles com lactose concentrada, afinal, é o principal carboidrato do leite, aquele que o bezerro é preparado para metabolizar. Esta categoria de solução tem a vantagem de reiniciar a drenagem do abomaso, é altamente digestível e limita o risco de recaída na diarreia crônica. Mas a vantagem mais significativa deste tipo de solução sem dúvida é a manutenção da atividade da lactase, graças à presença de lactose no produto. Isso facilita a manutenção de uma dieta láctea durante e após a desordem digestiva ter sido resolvida.

Além disso, a lactose é convertida em glicose e galactose, que são então absorvidas separadamente. Isso traz certas vantagens significativas em comparação ao uso de apenas glicose. Com os dois sacarídeos, teremos uma fonte de energia imediata, a glicose, e outra retardada, já que a galactose precisa primeiro sofrer um rearranjo estrutural antes de ser capaz de ser usada na via da glicose. Por fim, a hidrólise de lactose também aumenta a quantidade de sódio e água que a mucosa intestinal absorve.

É válido ressaltar que essas soluções hidratantes são também indicadas para serem usadas em momentos de transporte, remanejamento, adaptação e, principalmente, recuperação de doenças, o chamado período de convalescença. “Beba bastante água” é o que ouvimos dos médicos quando estamos nos recuperando da maioria das doenças, e pode apostar que com os bezerros não é diferente.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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