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Notícias Reflexos econômicos

Guerra entre Rússia e Ucrânia deixa agro paranaense em alerta

Impactos vão além das perdas humanas e respigam na economia mundial, incluindo as exportações e importações da agropecuária estadual.

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Arquivo/OP Rural

O mundo tem acompanhado com aflição as atualizações constantes vindas do conflito entre Rússia e Ucrânia, que começou oficialmente no dia 24 de fevereiro, quando as tropas de Vladimir Putin entraram em território ucraniano. Desde então, além das perdas humanas com milhares de mortos e feridos e uma legião de refugiados, a crise tem desencadeado reflexos econômicos ao redor do planeta. E mesmo a mais de 11 mil quilômetros de distância do território ucraniano, o Paraná também começa a sentir impactos econômicos.

O Sistema FAEP/SENAR-PR elaborou um levantamento de dados para auxiliar na compreensão dos possíveis reflexos da guerra ao agronegócio estadual. Primeiramente, nas exportações, em que produtos como carne, café e do complexo sucroalcooleiro são os mais afetados. Já nas importações, a preocupação maior diz respeito aos fertilizantes da Rússia, país responsável, em 2021, por suprir 20% do adubo comprado por produtores rurais do Paraná.

“Para a Ucrânia, exportamos principalmente açúcar e café. Os valores chegam a US$ 27 milhões, o que coloca o país na 58ª posição no ranking de principais parceiros comerciais. Já no caso da Rússia, a conversa muda de figura. O país é o 16º em termos gerais de exportações do agro, mas está na 8ª posição no ranking dos maiores compradores da pecuária paranaense”, aponta Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Já pelo lado das importações, o Paraná sofre com a dependência da Rússia para a compra de fertilizantes. “Vivemos em uma sociedade globalizada na qual há uma interdependência enorme entre os países. E isso não é ruim, afinal ninguém consegue ser autossuficiente. Isso promove uma circulação de mercadorias e de recursos financeiros. O outro lado da moeda é que, em casos como esse, os reflexos são inevitáveis e vão respingar no agro paranaense”, analisa Ferreira.

O técnico do Sistema FAEP/SENAR-PR aponta que, mesmo o Brasil não impondo embargos à Rússia e à Ucrânia, uma guerra como a que está em curso promove desafios para a circulação de bens e até mesmo de recursos financeiros. “Os embargos impostos pela União Europeia e pelos Estados Unidos aos russos dificultam a transferência de dinheiro para a Rússia. Em condições normais, o envio e recebimento de dinheiro, muitas vezes, é feito via bancos europeus”, explica.

Há ainda o aspecto de movimentação das cargas em si. Com um conflito armado em andamento, os navios ficam vulneráveis e podem ser alvos de ataques militares e/ ou de piratas que se aproveitam da situação para saquear carregamentos. “Os navios não estão podendo acessar o mar que cerca a Rússia, principalmente o Mar Negro, em função das seguradoras internacionais, que não estão assegurando as cargas por conta de uma cláusula de guerra. Há também o aspecto da segurança pelo risco do conflito em si”, enumera.

Crise dos fertilizantes

Não é de hoje que os fertilizantes têm sido uma pedra no sapato dos produtores rurais. O insumo fundamental para a produção agrícola passa, desde o ano passado, por uma “tempestade perfeita”. A pandemia e problemas logísticos, políticos, climáticos e energéticos influenciam uma combinação que joga contra quem precisa comprar o composto NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). Para se ter ideia da variação desses insumos, em setembro de 2020, o gasto com fertilizantes em uma lavoura de soja na região de Londrina era de R$ 620 por hectare. No mesmo mês deste ano, esse custo mais do que dobrou, passando para R$ 1.323.

Cada elemento químico da fórmula passou por um problema específico nos últimos meses. O preço do potássio teve a pressão de uma crise diplomática entre União Europeia e a ditadura de Bielorrússia (responsável por 20% do fornecimento mundial do produto). Já os nitrogenados passaram a outro patamar de preço por aumentos nos custos de geração de energia elétrica na China (maior fornecedor desse insumo).

Os fosfatados, no entanto, tiveram pressão direta da Rússia, que reduziu a exportação do chamado MAP (fosfato monoamônico). Situação agravada com a guerra e que deixa o campo paranaense em alerta e no aguardo de medidas de mitigação por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Fonte: Assessoria FAEP

Colunistas

Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.

O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.

Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.

Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.

Fonte: Por Bruno Sampaio, gestor do Bmg Agro e do Guima Café
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Notícias

A importância da pesquisa agropecuária

A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

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Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Vanir Zanatta - Foto: Divulgação/MB Comunicação

O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.

Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.

Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.

A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.

A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.

Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade  Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).

As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de  pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.

Fonte: Por Vanir Zanatta, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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Notícias Atenção produtor rural

Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc

Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.

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Foto: José Fernando Ogura

O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.

A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.

O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.

A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).

O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).

No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.

A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.

O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.

Fonte: Assessoria Faesc
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ABMRA 2024

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