Avicultura
GTF inaugura unidade de produção de ovos no Paraná e fortalece estratégia de crescimento no setor avícola
Nova estrutura, localizada em Bom Sucesso (PR), conta com dois núcleos, dez galpões e capacidade para 110 mil aves.

A GTF, uma das seis maiores indústrias de frango do país, avança em sua estratégia de integração e controle da cadeia produtiva, com a implantação de uma unidade de ovos férteis no estado do Paraná. Localizada no município de Bom Sucesso, a unidade representa um passo importante na consolidação da presença da companhia no setor avícola e no fortalecimento da sua operação.
Composta por dois núcleos, dez galpões e capacidade de alojamento para 110 mil aves, a nova unidade foi projetada para operar com altos padrões de bem-estar animal e eficiência operacional. A estrutura conta com uma equipe de 25 colaboradores, treinados para atuar em conformidade com as melhores práticas.
A unidade de Bom Sucesso foi adquirida para otimizar o fornecimento de ovos férteis para as unidades de produção, garantindo mais estabilidade e qualidade ao processo. A iniciativa está alinhada à estratégia da GTF de aumentar o controle de qualidade em todas as etapas do ciclo avícola.
“Com esse novo passo rumo a Bom Sucesso, damos continuidade à nossa estratégia de fortalecer e integrar cada vez mais a cadeia produtiva da GTF. A inserção da unidade de produção de ovos representa um avanço importante no controle operacional, no fornecimento e na consistência da produção. Além disso, é uma movimentação que reforça nossa posição no setor de proteína avícola”, disse Rafael Tortola, CEO da GTF.

Avicultura
Brasil moderniza inspeção de abate de frango
Avanços em inspeção baseada em risco, digitalização de processos e novos sistemas de autocontrole buscam aumentar a eficiência sanitária e a competitividade das exportações.

O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está passando por uma ampla transformação para modernizar e tornar mais eficiente o sistema de inspeção de abate de aves e outros produtos de origem animal.
De acordo com a diretora do Dipoa/Mapa, a médica-veterinária Juliana Satie o objetivo é construir um modelo de inspeção preparado para os próximos 10 anos, que seja ágil, transparente e com base em risco, conectando a tradição da inspeção e fiscalização sanitária com a inovação e a governança de dados. “Buscamos constantemente aprimorar os nossos processos para dar respostas mais rápidas e eficientes aos mercado, tanto interno quanto externo”, enfatizou Juliana, durante sua participação no 11º Encontro Avícola Empresarial Unifrango, realizado em meados de julho em Maringá (PR).
Nos últimos 10 anos, o Dipoa passou por grandes mudanças estruturais, focadas na regionalização, padronização de procedimentos e implementação de princípios de inspeção baseada em risco, como a transição de um modelo centrado por espécie para um modelo orientado por processos, além da verticalização do departamento. A diretora ressalta que essas mudanças permitiram maior eficiência e confiança junto a autoridades sanitárias internacionais.

Médica-veterinária e diretora do Dipoa/Mapa, Juliana Satie: “Nosso objetivo é ter processos cada vez mais integrados e automatizados, pensando 10 anos à frente” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
A transformação digital é outro pilar do departamento. Sistemas robustos estão sendo desenvolvidos para coletar e tratar dados de autocontrole das empresas, agilizar a emissão de certificações e habilitações, e até reduzir custos com papel, especialmente em exportações para mercados como a China. “Estamos criando uma base de dados moderna, rápida e integrada, que poderá ser um hub para futuros módulos de autocontrole e estatísticas, garantindo mais previsibilidade para o setor”, explicou Juliana.
Entre as iniciativas está a implementação do Programa de Incentivo à Conformidade (PIC), regulamentado pelo Decreto 12.126, que fortalece modelos de inspeção baseados em risco e estabelece programas voluntários de autocontrole para estabelecimentos com padrões diferenciados. “A proposta busca agilizar processos, garantir prioridade em certificações e criar regras claras para a adesão de entes privados”, antecipou.
Outro exemplo prático é a modernização do sistema de inspeção de aves. De acordo com Juliana, a implementação do sistema de lavagem de carcaças pré-inspeção já foi adotada por 55% das 135 plantas de abate de aves habilitadas em menos de um ano. “Esse sistema permite reduzir riscos de contaminação gastrointestinal, garantindo mais segurança alimentar e credibilidade para os exportadores”, expôs Juliana.
O Dipoa/Mapa também avançou na centralização de habilitações, criação de sistemas informatizados de certificação e credenciamento de médicos-veterinários para otimizar a força de trabalho e a fiscalização. A expectativa é que essas mudanças reduzam prazos de resposta e aumentem a previsibilidade para empresas e autoridades. “Todos esses resultados refletem o compromisso da nossa equipe, que trabalha com agilidade, técnica e foco em melhoria contínua. Nosso objetivo é ter processos cada vez mais integrados e automatizados, pensando 10 anos à frente”, ressaltou a médica-veterinária.
Com essas ações, o Brasil busca consolidar um sistema de inspeção moderno, confiável e capaz de atender às demandas de um país produtor e exportador de alimentos, alinhando tradição, ciência e inovação.
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Avicultura
Redução de alojamentos, retomada das exportações e equilíbrio na oferta sustentam valorização da carne de frango
Impulsionado pela sazonalidade do consumo e pela competitividade frente às carnes bovinas, o setor entra no último trimestre com expectativa de manutenção das cotações e maior previsibilidade para o planejamento dos produtores.

Depois de meses de instabilidade e margens apertadas, a carne de frango voltou a ganhar fôlego no mercado brasileiro. A combinação de ajuste na oferta, recuperação das exportações e demanda firme no mercado interno provocou uma virada de cenário em setembro, com preços em alta e melhora na rentabilidade dos produtores. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, que aponta um ambiente mais equilibrado e favorável à avicultura no segundo semestre.
Em São Paulo, principal referência nacional, o frango inteiro congelado registrou alta de 16% entre o início de setembro e 10 de outubro, alcançando R$ 8,20 por quilo. Antes do episódio de Influenza aviária no Rio Grande do Sul, o produto era negociado a R$ 8,80/kg. Segundo o Itaú BBA, a recuperação reflete a redução no ritmo de alojamentos de pintos em agosto, a melhora no fluxo das exportações e a diminuição dos excedentes de produto não exportado, que haviam pressionado os preços nos meses anteriores.
O movimento de ajuste na oferta foi decisivo para sustentar as cotações. Os alojamentos de agosto registraram a primeira queda em 14 meses na comparação anual, reduzindo a disponibilidade interna e ajudando a equilibrar o mercado. Ao mesmo tempo, as exportações voltaram a crescer, com embarques que atingiram o melhor desempenho do ano.

Em setembro, as vendas externas de carne de frango in natura somaram 414,9 mil toneladas, volume praticamente igual ao de setembro de 2024. “Os embarques reagiram bem, superando as dificuldades logísticas e sanitárias enfrentadas em meados do ano, especialmente após o bloqueio temporário de alguns mercados”, observa a consultoria.
O contraste é evidente em relação a junho, quando os embarques haviam caído para 291 mil toneladas em meio aos bloqueios sanitários provocados por focos de gripe aviária. Em setembro, México, Arábia Saudita, Filipinas, Coreia do Sul, Chile e Singapura lideraram as compras brasileiras.
Apesar da reação, o acumulado de 2025 ainda mostra retração de 9,3% frente ao mesmo período do ano anterior. Isso se deve, sobretudo, à manutenção dos embargos da China e da União Europeia, que representam mercados de alto valor agregado. A UE, no entanto, reabriu suas compras em 18 de setembro para todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, cuja retomada deve ocorrer nas próximas semanas. “Já a China realizou missão técnica para inspecionar o sistema de defesa sanitária brasileiro, passo considerado decisivo para o desbloqueio, mas ainda sem data definida”, destaca a consultoria.
A expectativa do Itaú BBA é de que as exportações se mantenham firmes no último trimestre, com possibilidade de melhora adicional a partir da reabertura europeia. “O fluxo de exportação está praticamente restabelecido e tende a se fortalecer, reduzindo excedentes internos e sustentando preços”, avalia.
Mercado interno
No mercado interno, o cenário também é favorável. O consumo de carne de frango costuma aumentar no fim do ano, impulsionado pelas festas e pelo 13º salário. Mesmo com a recente valorização, a carne de frango segue competitiva frente a carne bovina, o que ajuda a manter o produto como uma das principais opções nas gôndolas e nos cardápios das famílias brasileiras.
Custos de produção
Do lado dos custos, o ambiente também é de alívio. A Consultoria Agro do Itaú BBA estima que os custos de produção da avicultura tenham subido apenas 1% em setembro, enquanto o preço médio do frango abatido avançou 5% no mesmo período. Com isso, o spread (diferença entre preço de venda e custo) subiu para 38%, um dos níveis mais confortáveis do ano.
A estabilidade nas matérias-primas reforça o quadro de margens positivas. Milho e soja, principais componentes da ração, não indicam pressões relevantes neste momento. “A demanda segue firme, mas os estoques de passagem de milho devem superar as expectativas, refletindo a baixa competitividade das exportações e ajudando a conter custos”, explica o Itaú BBA.
Com o clima favorecendo o desenvolvimento da safra de verão e a oferta de carne bovina em ritmo estável, sem excesso de carcaças no mercado, o setor de frango entra no último trimestre com bases sólidas para sustentar o desempenho positivo. “O ambiente de negócios da avicultura é hoje um dos mais equilibrados do complexo de proteínas”, ressalta a Consultoria Agro do Itaú BBA. “A combinação entre menor oferta, boa competitividade no mercado doméstico e retomada gradual das exportações deve garantir preços firmes e margens favoráveis até o final do ano.”
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Avicultura
Avicultura gaúcha divulga dados preliminares com aves natalinas e reafirma força do setor em 2025
Mesmo diante de adversidades climáticas e sanitárias, Rio Grande do Sul mantém produção robusta, estabilidade de mercado e posição estratégica no cenário nacional.

A avicultura gaúcha volta a demonstrar sua capacidade de superação, organização e protagonismo econômico. Em 2025, o comércio de aves natalinas no Rio Grande do Sul deve movimentar R$ 1,438 bilhão, resultado que representa um crescimento de 2% em relação a 2024, mesmo em um cenário marcado por desafios climáticos e sanitários que exigiram cautela e planejamento do setor.
Levantamento preliminar da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) aponta uma produção estimada de 56,4 mil toneladas de perus e aves natalinas, volume que, embora apresente uma leve retração de 2,4% frente ao ano anterior, confirma a robustez da cadeia produtiva, que adequou estrategicamente sua oferta sem comprometer o desempenho econômico.
Os dados refletem um mercado equilibrado e maduro. O preço do quilo do peru registrou reajuste médio de 4%, oscilando entre R$ 29,00 e R$ 31,00, enquanto as demais aves natalinas apresentaram estabilidade, com variação média de apenas 0,5%. As aves mais tradicionais seguem com preços entre R$ 13 e R$ 14,5 por quilo, mantendo competitividade e acesso ao consumidor.
Para o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, os números evidenciam a capacidade de resposta do setor frente às adversidades. “A avicultura gaúcha mostrou, mais uma vez, maturidade e responsabilidade produtiva. Adequamos volumes, preservamos mercado e mantivemos estabilidade comercial. Isso demonstra eficiência, planejamento e uma cadeia altamente profissionalizada, capaz de enfrentar crises e lutar por competitividade”, afirma.
Rio Grande do Sul é o segundo exportador nacional de carne de peru
A força do Rio Grande do Sul também se destaca no cenário nacional e internacional. O Estado é o segundo maior exportador de carne de peru do Brasil, com embarques anuais de aproximadamente 22,8 mil toneladas, reforçando sua relevância estratégica para a balança comercial e para o abastecimento global.
No mercado interno, o consumo de carne de peru permanece estável, com 0,297 quilo por habitante ao ano, consolidando o caráter sazonal, porém estratégico, do produto no período natalino.
Segundo a Asgav, o desempenho positivo ocorre apesar do elevado nível de exigência produtiva das aves natalinas, que demandam manejo diferenciado, maior consumo de ração, embalagens especiais, ampliação da capacidade de armazenagem, resfriamento, congelamento, logística dedicada e processos adicionais, como tempero e padronização — fatores que elevam os custos e exigem alto grau de gestão.
Ainda assim, a cadeia avícola gaúcha segue avançando, gerando renda, emprego e desenvolvimento regional. Para José Eduardo dos Santos, o setor reafirma sua relevância estrutural para o Estado. “A avicultura é um pilar da economia gaúcha. Mesmo em anos difíceis, seguimos entregando resultados, garantindo segurança alimentar, empregos e competitividade. Isso é fruto de investimento, tecnologia e, sobretudo, da capacidade do produtor e da indústria gaúcha de se reinventar”, conclui.
Com números consistentes, planejamento e visão de longo prazo, a avicultura do Rio Grande do Sul reafirma em 2025 sua pujança econômica, seu papel estratégico no agronegócio brasileiro e sua capacidade de transformar desafios em resultados.



