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Suínos / Peixes

Granjas de suínos brasileiras são superiores às europeias, defende Sérgio De Zen

Professor da USP garante que a produção brasileira está à frente da europeia em vários aspectos e defende uma nova postura da indústria suinícola nacional, desgarrada de um complexo de vira-lata que não deveria existir

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O suinocultor brasileiro está cansado de ouvir o quanto a produção de suínos é desenvolvida na Europa. Rigorosos padrões de bem estar, nutrição e genética avançadas, cuidados ambientais metódicos são algumas das práticas comuns em granjas da Dinamarca, Alemanha, Holanda, Espanha, entre outros países desenvolvidos. Tendo tais exemplos como base, o produtor brasileiro corre atrás da Europa na busca por uma suinocultura mais moderna e sustentável. Para o professor Sérgio De Zen, da Universidade de São Paulo, isso não passa de propaganda. Ele garante que a produção brasileira está à frente da europeia em vários aspectos e defende uma nova postura da indústria suinícola nacional, desgarrada de um complexo de vira-lata que não deveria existir.

Sergio De Zen é graduado em Engenharia Agronômica, mestre e doutor em Economia Aplicada pela Universidade de São Paulo/Esalq. É professor desta mesma universidade e responsável pelas pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, sobre os mercados de proteína animal, que incluem as carnes suína, bovina e de frango, leite e ovos. Como parte dessas atividades, responde pelos Indicadores Esalq/BM&F Bovespa do boi gordo e do bezerro. O doutor De Zen participa de entidades internacionais, como o Agri Benchmark, sediado na Alemanha, que realiza comparações de custos de produção entre países.

Apesar de especialista da área econômica, sua vasta experiência internacional o gradua para defender a produção nacional em relação à europeia. Ele fez uma palestra sobre as perspectivas para o mercado de carnes durante a PorkExpo 2016, que aconteceu em outubro, na cidade de Foz do Iguaçu, PR, mas usou parte de seu tempo para tentar quebrar esse paradigma.

“Vocês já visitaram uma fazenda produtora de suínos na Dinamarca, na Alemanha, na França, na Espanha, na Itália?”, questionou os congressistas. “É lamentável”, cravou. “Os cuidados ambientais que nós temos aqui no Brasil, essas fazendas da Europa não têm”, exemplificou De Zen. “Tanto que eles têm problemas de contaminação de lençol freático na Dinamarca, na Holanda, na Itália, na Espanha”, ampliou o professor. Além disso, De Zen citou o status sanitário brasileiro com o melhor entre os principais países produtores, livres de diversas zoonoses que afetam a produção de suínos europeia, asiática e norte-americana. “Não temos doenças que tailandeses, europeus e americanos tiveram”, disse.

Para ele, os europeus cobram muito dos brasileiros uma suinocultura sustentável, mas quando o assunto é grãos a conversa tem outro tom, já que são dependentes do milho e da soja do Brasil. “Nos eventos internacionais que participo, ninguém fala em bloquear exportação (brasileira) de farelo de soja, exportação de milho, mas todo mundo (países importadores) acha pelo em ovo quando o assunto é proteína animal do Brasil. Acham problemas na nossa carne, mudam-se as quantidades aceitas de medicamentos, mudam-se as normas ambientais”, cita.

Para o professor, a indústria suinícola brasileira não pode mais sofrer o que ele entende ser uma injustiça. “É preciso mudar essa pauta, não aceitar essas coisas”, garante.

Segundo De Zen, o reflexo desse cenário se reflete na forma como os europeus enxergam o produtor brasileiro e no modo da indústria nacional de se posicionar no mercado internacional de carnes. “Hoje nós não vendemos carne para outros países. Eles é que compram de nós. Há uma grande diferença”, entende. “Tudo isso acontece porque o Brasil não tem uma política agressiva para as carnes”, sugere.

O doutor De Zen sugere investimento para mudar a imagem passada ao mercado. Na palestra, citou a carne bovina da raça Angus para exemplificar o que o Brasil deveria fazer com suas três principais proteínas. “Um exemplo interessante é o Angus. Era uma raça que estava esquecida no Norte da Escócia. Uma raça que ninguém dava nada. Os escoceses apostaram em marketing, investiram US$ 18,5 milhões e transformaram num ótimo negócio. Hoje eles vendem genética e carne, inclusive vendem assustadoramente no Brasil”, pontuou. “Porque não fazer em todas as carnes do Brasil?”, questionou.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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