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Granja no Paraná produz mais de 130 mil ovos por dia

O Presente Rural visita o município na região Norte, polo de produção da proteína no Paraná

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O brasileiro tem incorporado cada vez mais o ovo em seu cardápio. A proteína que um dia chegou a ser questionada sob suspeitas médicas se tornou uma unanimidade nacional. Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de 2010 a 2016 o consumo aumentou de 148 para 190 ovos por ano por brasileiro. Nesse mesmo período, a produção nas granjas saltou de 28,8 bilhões para 39,2 bilhões de unidades. Para dar conta de tamanho apetite, produtores de todo o país trabalham com números exponenciais.

Um deles é o jovem José das Neves, gerente da Granja Harada, localizada em Cruzeiro do Sul, polo produtivo de ovos no Paraná, na região Norte. Ele administra 200 mil galinhas em 40 galpões, mais de 130 mil ovos por dia e 600 toneladas de ração por mês. A produção sustenta os mercados do Norte e Noroeste paranaense e de Minas Gerais. O Paraná é o sexto maior produtor de ovos, com 5,27% do mercado, de acordo com a ABPA. O líder é São Paulo, responsável pela produção de um a cada três ovos no país.

“O setor de ovos tem ido muito bem nos últimos anos. Os anos de 2016 e 2017 foram muito positivos, com bons preços de venda e da matéria-prima. Aqui nós produzimos uma média de 370 caixas por dia, distribuídas para as regiões Noroeste e Norte do Paraná, para atacadistas, restaurantes, mercearias. Outra parte vai para o Estado de Minas Gerais. Antes vendíamos também para Rio de Janeiro e São Paulo, mas tivemos muitos problemas de golpes nesses mercados. Por isso, decidimos concentrar nossas vendas no Paraná e em Minas”, revela o gerente. Cada caixa contém 30 dúzias, ou 360 ovos. São cerca de 133 mil ovos produzidos todos os dias, de domingo a domingo. “Estamos conseguindo bons preços no atacado, mas conseguimos um pouco mais no varejo”, amplia.

José das Neves explica que a granja, que começou as atividades no início dos anos 1980, trabalha com o sistema californiano, em galpões de laterais abertas, com coleta manual, mas arraçoamento automático. “Temos aqui algumas estruturas antigas, do início dos anos 80, quando a granja começou na atividade, mas que ainda funcionam muito bem. São cerca de 40 galpões que abrigam 200 mil aves. Para melhorar o manejo, a distribuição de ração é automática”, explica o gerente. De acordo com ele, as poedeiras têm um rendimento entre 92 e 97%. O rendimento é o resultado do número de poedeiras em atividade versus o número de ovos produzidos por dia. “(O rendimento) varia um pouco, dependendo do manejo, mas a média é de 95%”, explica.

Manejo

A cada 60 dias, um novo lote de 22 mil pintinhos chega a granja. Nesse momento, as galinhas mais velhas, no fim do seu ciclo produtivo, com aproximadamente 600 dias, são descartadas para o abate. Ao longo da vida, as galinhas recebem quatro doses de vacinas para evitar enfermidades e duas debicagens para melhorar a ingestão da dieta. Esse processo é feito por empresa terceirizada.

Depois do pinteiro, onde as aves ficam nos primeiros 42 dias, conta o gerente, elas são destinadas para galpões maiores, já que ganharam peso e tamanho nesse tempo. Lá, permanecem até os 105 dias, quando são alojadas nos galpões californianos para iniciar a postura, explica José das Neves. “Aos 105 dias a galinha vai para a postura. Aos 170 dias começa o seu pico de produção”, conta.

Para garantir uma produção perene, o avicultor aposta em manejo e bom status sanitário. “Nos galpões temos como controlar a temperatura da água oferecida às aves, por exemplo. Além disso, é preciso ter uma boa higiene dos locais e uma boa ração”, argumenta.

Nutrição

De acordo com o paranaense, oferecer rações diferentes para aves em diferentes fases garante que as aves mantenham a produção por mais tempo. A Granja Harada tem sua própria fábrica de ração, onde são industrializados e oferecidos às aves 20 toneladas de ração por dia. “Aqui a gente oferece três tipos de rações: para pintinhos, frangas e aves em postura. “Isso porque as necessidades delas são diferentes. Uma ave mais nova, por exemplo, precisa mais energia e menos cálcio, ao contrário da ave mais velha, que precisa mais cálcio para formar ovos com qualidade de casca e menos energia”, aponta o produtor. Para aves em meia idade, amplia, “a gente faz ração intermediária”.

A nutrição, além de milho de qualidade, inclui farelo de soja e de trigo, farinha de carne e ossos, sal e calcário, entre outros ingredientes. Da fábrica, a ração é levada de caminhão até os silos, que automaticamente distribuem a ração para os galpões. O contato restrito entre os trabalhadores e a ração garante um alimento mais inócuo.

Sanidade

Todos os galpões estão cercados com tela, de acordo com o gerente, para atender a uma recente determinação da Agência de Defesa agropecuária do Paraná (Adapar). Os barracões, no entanto, são abertos, o que pode possibilitar o contato com outros animais ou aves da natureza. Ele explica que as exigências sanitárias estão trazendo desafios maiores para o setor. “Agora a Adapar quer que a gente feche os galpões com telas, mas isso não vai dar muito certo. Não é que nem uma ave de corte, que a cada 42 dias você tira do galpão e faz a lavagem e desinfecção. Nossas aves ficam nos galpões por 85 semanas. Nesse tempo vai voar pena e se prender às telas, entre outros problemas que vão tornar o ambiente pior e a desinfecção mais difícil”, aponta.

Entre os procedimentos de segurança sanitária adotados na Harada, há funcionários específicos para cada área. “Quem trabalha na granja, não entra no pinteiro ou na classificação de ovos e vice-versa. É para garantir a questão sanitária”, aponta. O intervalo entre lotes, de ao menos dez dias, também é respeitado. “No intervalo, além de fazer a limpeza, a gente faz manutenção dos galpões”, explica.

Ovos

A cada cinco ovos produzidos na Granja Harada, quatro são brancos e um é vermelho. De acordo com o gerente, há uma preferência do consumidor por ovos brancos, mas o vermelho é mais valorizado pelo mercado. “A cada quatro galpões de aves brancas temos um de galinha vermelha. O vermelho é mais valorizado, mas a galinha custa 20 centavos a mais (custa R$ 2,90), é mais suscetível a doenças e morre mais. Além disso, temos problemas com roubo de galinhas vermelhas”, ressalta o trabalhador rural.

Depois que são recolhidos manualmente, os ovos seguem para a classificação. Lá, são divididos entre pequenos, médios e grandes. Os ovos são higienizados, passam por rigoroso controle de qualidade de casca para retirar aqueles com pequenas trincas ou manchas internas, e são embalados e destinados à comercialização. Ao todo, a Granja Harada emprega 70 trabalhadores.

Expectativa para 2018

O gerente do empreendimento está confiante no ano que inicia. “Temos bastantes desafios, especialmente sobre as questões sanitárias, mas com relação a mercado acreditamos que continue do jeito que está em 2018, com bons preços e custo controlado da matéria-prima”, destaca José das Neves.

Mais informações você encontra na edição do Anuário do Agronegócio Paranaense de janeiro/fevereiro de 2018.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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