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Granja do Futuro: a comunidade de soluções em suínos
Empresas compartilham tecnologias diferenciadas e avançadas, além de estratégias específicas, tudo para facilitar a concretização de negócios com maior viabilidade ao suinocultor e à agroindústria.

“Representamos inúmeros CNPJS”, informou o CEO da Granja do Futuro, Tangleder Lambrecht. “No grupo não há concorrentes, pois ofertamos um único orçamento global; é um pacote fechado ao investidor”. De forma consorciada, empresas compartilham tecnologias diferenciadas e avançadas, além de estratégias específicas, tudo para facilitar a concretização de negócios com maior viabilidade ao suinocultor e à agroindústria.
Para montar uma granja de suínos, o produtor ou agroindústrias, recebem dezenas, centenas de vendedores e infinitas propostas, das mais variadas marcas e tecnologias que vão do piso das baias, passando pelos equipamentos, ao teto da pocilga. Isso, mais confunde do que ajuda. Com a consultoria e prestadora de serviços, Granja do Futuro, acaba essa pressão e perda de tempo, além de ficarem garantidas a sustentabilidade do projeto, a preservação da saúde humana, os resultados zootécnicos e o meio ambiente perenemente cuidado. Em síntese, a suinocultura e a agricultura passam a ser regenerativas.

Não por acaso, o 160 Simpósio Sul-Brasileiro de Suinocultura de Chapecó, criou um espaço no Centro de Eventos – conforme Tiago Mores, presidente do Nucleovet -, propositalmente ‘batizado’ de z. É ali que está um consórcio de várias empresas de propósito uníssono: o bem-estar humano.
Tangleder Lambrecht, CEO da Consultoria Granja do Futuro, lembra que, nem a agroindústria e nem o produtor são mestres de obras, ou especialistas em robôs alimentícios, ou então, nem sempre são experts em gestão de padrões e processos. “Queremos que o produtor sinta o prazer de gerar alimentos, de administrar melhor seu negócio e ter sua vida social mais ativa”, sinaliza “TANG”, como prefere ser chamado.
Conforme o consultor, a Granja do Futuro está preparada para ofertar o planejamento completo: antes, durante e depois da execução. “Somente após o segundo lote, consideraremos finalizada nossa etapa”, garantiu Lambrecht.
Integrantes do Cluster
Do Grupo, a JL Bio de Chapecó, é a única sócia via contrato tácito com a LK Eco, empresa que detém a marca Granja do Futuro. O principal produto é a bactéria RBR, que melhora a ambiência, diminui a amônia nas baias, reduz medicamentos e mortalidade de leitões, tira o cheiro e economiza 2/3 do tempo de fermentação dos desejos. “É nosso cartão de visitas”, garante TANG. Gessica Wildlin, de Seara – SC, integrada em suínos da Copérdia, acrescenta que o RBR ‘casa’ muito bem com todas as empresas e objetivos das demais componentes. “Além da ambiência, temos tecnologias naturais para o solo”.

De Santa Helena-PR, abraçou o consórcio a Perct, que produz cochos, divisórias (frentes e laterais de baias) grelhas (piso vazado), tudo em concreto para evitar corrosão. O ferro usado é de 8mm, revestido com TF7(emborrachador).
Há sete anos no mercado, a Roboagro de Caxias do Sul, integra o Grupo C3 Equipamentos, o qual constrói proas e elevadores. O Robô que alimenta suínos é programado para o ajuste fino de baia e curva de arraçoamento. Às vezes, se o corredor é antigo, são necessários algumas reformas mínimas como o recorte de portas e pilares de baia. “Se o projeto é novo, tudo é montado conforme a necessidade da máquina”, confirma Algar Dall Agnol, representante da Roboagro para SC e MG;
Com fábrica em Marechal Cândido Rondon – PR, a Greenfeel atua no controle total de ambiência como no aquecimento/resfriamento (cortinas, exaustores/ventiladores) que fazem a pressão positiva ou negativa. Adirlei Cesar Hunhoff sócio-gerente, disse que o produtor melhora os resultados zootécnicos decorrentes do conforto térmico. “O suíno não transpira; a troca de calor se dá pela respiração. Assim, a amplitude térmica não pode variar mais que 7º C”, explica. São monitorados o vento, a temperatura, CO2 e umidade.
Já a Pecsmart, de Florianópolis, apostou na inteligência artificial e sensores inteligentes visando monitorar a produção em tempo real. São sensores de silos (estoques, consumo diário), através do Smartfeed; câmeras de pesagem por imagem dos suínos. “Monitoramos a sanidade respiratória através de microfones digitais que captam especificamente a tosse do suíno”, afirmou, Diego Jacob Kurtz.
Aceitou de imediato o convite, a Aquasolo, de São José do Cedro – SC, que fabrica sistemas de irrigação, pivôs, carretel, aspersão e gotejamento. “A ideia da fertirrigação é trocar um problema por uma solução, visando incrementar lavouras e pastagens, sobretudo quando há necessidade de complemento com nitrogenados”, disse Claudemir Bosing.
Economia circular
De Chapecó, a Bioter atua na área ambiental do agro, promovendo economia circular para propriedades rurais, que inicia no tratamento do dejeto em biodigestores para produção de energia elétrica renovável, dando correto destino aos efluentes produzidos no setor. Rodrigo Silva, coordenador de engenharia da Bioter, acrescenta as soluções para destino de carcaças para animais mortos não-abatidos, via triturador específico. “E, toda a linha de tratamento e armazenamento de água para garantia de fornecimento -, potável e em qualidade e quantidade o ano todo – , por meio de cisternas e estações de tratamento.

De Giruá-RS, associou-se ao grupo a GD Brasil, que é fabricante de piso térmico, sistema elétrico com cabos calefatores instalados no isolante EPS onde a temperatura varia de acordo com a idade da leitegada. A inovação reduz a mortalidade por esmagamento em até 50%; gera maior ganho de peso (200 a 300 granas por leitão, no desmame); economiza energia por ser automático, o ambiente fica limpo e confortável pois onde está aquecido o suíno não defeca. A empresa ainda dispõe de iluminação de escamoteadores e quadros digital e analógico.
A Sistemilk, de Bom Retiro do Sul – RS, produz ferragens e equipamentos para gado leiteiro e suinocultura. Em suínos, sublinha a gerente comercial Gabriela Albano, são instalações de maternidade, gestação e alimentação automática. “A Sistemilk foi a primeira do ramo a conquistar o selo Empresa Amiga do Bem-Estar Animal (Fairfood)”.
A Concórdia Tec atua em três segmentos, sendo um deles o da suinocultura com os bebedouros ecológicos que reduzem o desperdício de água a quase zero; carrinhos para transportes de suínos mortos; ‘mãe de leite’ (máquina que usa leite em pó próprio, auxiliando a porca); equipamento que faz papinha para leitões, termo-nebulizadores e trituradores de carcaça. As informações são de Juliano Agnolin.
‘Madeira’ biossintética
A empresa SER Brasil, de Nova Prata-RS, atua como fabricante de chapas de massa biossintética, popularmente conhecida como madeira ecológica sustentável e super-resistente, durável e impermeável, tudo sob medida. Gilmar Cappellari, diretor da SER, afirma que a indústria gaúcha utiliza plásticos que nenhuma recicladora consegue reaproveitar. “Somos a solução para problemas da própria agroindústria, que têm altos índices de rejeitos plásticos; queremos ajudar esse setor transformador de proteínas animais a reduzir custos e dilemas ambientais”.
“Está nascendo uma mudança de cultura sem volta, com tudo automatizado, além da assistência continuada, acompanhando os resultados no longo prazo: trata-se de um dossiê produtivo chamado Granja do Futuro”(Tangleder Lambrecht – CEO)

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Plantio de milho em Santa Catarina entra na fase final com boas perspectivas
Controle fitossanitário segue ativo e produtores monitoram impacto das chuvas na germinação.

A semeadura do milho de verão em Santa Catarina entra na fase final, com 92% da área estimada já plantada, segundo os dados mais recentes do Boletim Agropecuário de Santa Catarina. Até o momento, 93% das lavouras apresentam condição considerada boa, reforçando a expectativa de um início de ciclo favorável no estado.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O ritmo da safra é descrito como adequado, com bom estabelecimento das plantas e condições climáticas favoráveis, o que tem permitido avanço dentro do calendário previsto pelo zoneamento agroclimático.
O controle fitossanitário segue ativo, especialmente no monitoramento da cigarrinha-do-milho, praga que preocupa produtores nos últimos anos. Até agora, porém, a incidência registrada é baixa. No litoral catarinense, técnicos observaram falhas de germinação em algumas áreas, atribuídas ao excesso de chuvas no período de emergência das plantas.
O boletim também alerta para as chuvas intensas na região Sul, que podem exigir maior atenção no manejo de doenças e na aplicação de adubação de cobertura, etapas cruciais para o desenvolvimento das lavouras.
Apesar dos pontos de atenção, o cenário até o momento é favorável. A Epagri/Cepa mantém perspectiva positiva de produtividade, condicionada à continuidade de clima e sanidade adequados nas próximas semanas.
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Caminho Verde recebe R$ 30 bilhões e inicia recuperação de 1,3 milhão de hectares no país
Primeiro aporte do Mapa viabiliza crédito com juros reduzidos para converter áreas degradadas em produção sustentável, com meta de restaurar 40 milhões de hectares em dez anos.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na segunda-feira (17), o primeiro aporte de recursos da ordem de R$ 30 bilhões para o Programa Caminho Verde, com foco nos investimentos voltados para a conversão de áreas degradas para a produção de alimentos. O programa será financiado por bancos, com juros abaixo do mercado, entre eles o Banco do Brasil, o BNDES, o BTG, o Itaú, Caixa Econômica, entre outros. Os recursos começarão a ser acessados a partir de 2026 e conta com a parceria do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Fazenda para o financiamento. A meta inicial é recuperar, com este montante, cerca de 1,3 milhão de hectares nesta primeira rodada.
A meta geral do programa é recuperar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos. Este foi o debate do painel “Programa Caminho Verde Brasil: avanços, desafios e oportunidades”, realizado nesta segunda-feira em um dos auditórios da AgriZone, espaço da Embrapa e parceiros, também conhecido como “Casa da Agricultura Sustentável” na COP30. O evento técnico foi organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a Embrapa e o Banco do Brasil.
Para o assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Carlos Augustin, o Caminho Verde reforça a posição estratégica do País na agenda global e destaca as práticas regenerativas como solução para garantir segurança alimentar e estabilidade climática.
“O programa cria condições para um expressivo aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis, sem desmatamento de novas áreas, preservando matas nativas”, explica. “Dessa forma, promove simultaneamente a segurança alimentar, apoia a transição energética e conserva o meio ambiente”.
Dados do Mapa indicam que, atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de degradação. A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento.
O recurso que será aportado no valor de R$ 30 bilhões representa o início do programa, mas o Mapa está em busca de novas parcerias. O programa Caminho Verde faz parte da carteira de financiamento do Ministério da Fazenda – O Eco Invest Brasil, parte do Novo Brasil, criado para impulsionar investimentos privados sustentáveis e atrair capital externo para projetos de longo prazo, oferecendo instrumentos de proteção contra a volatilidade do câmbio. Com mecanismos financeiros inovadores, o programa viabiliza projetos estratégicos para a indústria verde, recuperação de biomas, infraestrutura para lidar com os efeitos das mudanças do clima e de inovação tecnológica para a Transformação Ecológica. Serão R$16,5 bilhões do Tesouro e os outros R$ 16 bilhões das instituições financeiras.
Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, destacou que as áreas degradadas oferecem um potencial forte de recuperação para a produção de grãos, fibras e biocombustíveis, aumentando a capacidade brasileira de fornecimento de alimentos em um cenário global, de forma sustentável.
Na perspectiva da sustentabilidade, o Programa Caminho Verde inclui o uso de boas práticas recomendadas pela Embrapa. No caso de produção de alimentos, plantio conforme recomendação do ZARC, plantio direto, uso de bioinsumos e inoculantes, uso de sementes certificadas ou salvas legalmente, plantio de cobertura, gestão de embalagens de agroquímicos. No caso de pecuária o uso de sementes de forrageiras, divisão das pastagens e manejo do pastejo, proteção aos corpos d´água, taxa de lotação de acordo com a capacidade de suporte das pastagens e rastreabilidade. Para florestas plantadas a Embrapa sugere as seguintes recomendações: uso de bioinsumos, manejo de solos, manejo integrado de pragas, plano de combate a incêndios e proteção dos corpos d´água.
A Embrapa também elaborou um conjunto de indicadores métricas para aplicação no programa. Entre elas: metodologia de Bioanálise dos Solos (BioAs), metodologia de determinação de estoques de carbono no solo, metodologia de balanço de emissão de gáses, dentre outras. Além de calculadoras como o RenovaCalc, ABC+Calc, Zarc, Plataforma de Saúde do Solo, Carne Baixo Carbono, entre outras.
Para o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, o tema da sustentabilidade é uma das suas prioridades. Ele explicou que o primeiro estímulo para que o produtor entre no programa é a expectativa efetiva de rentabilidade com a recuperação de suas áreas degradadas. “Este convencimento é o primeiro argumento para a tomada de decisão de recuperar a pastagem”, explicou. Ele acrescentou que o incentivo, via crédito e tecnologias, deve vir junto com o controle do estado brasileiro contra o desmatamento ilegal. Por fim, o acesso ao crédito será fundamental com pagamento a longo prazo. “As três ações serão determinantes para o acesso ao crédito para o Caminho Verde”.
Para ele, o Caminho Verde é uma das soluções que traz vários elementos positivos, mas para o agricultor familiar, o ideal ainda é o Pronaf. O Caminho Verde se aplicará melhor aos médios e grandes produtores rurais. Mas a grande vantagem deste financiamento é sua veiculação à uma área que usará boas práticas para a sua recuperação. “Um programa de governo com um compromisso mensurável do ponto de vista de área recuperada e o compromisso de não desmatar e um monitoramento que soma qualitativo e quantitativo”.
Saiba mais sobre o Programa Caminho Verde acessando aqui
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Brasil lidera integração inédita entre clima, natureza e uso da terra na COP30
No principal painel das três Convenções da ONU, o Mapa apresentou políticas públicas que recuperam áreas degradadas, reduzem emissões e fortalecem a produção sustentável, alinhando agendas globais.

Pela primeira vez, as três Convenções da ONU reuniram suas agendas de clima, natureza e uso da terra em um mesmo debate, e o Brasil foi protagonista. No painel realizado nesta terça-feira (18), na COP30, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou como políticas públicas já implementadas pela pasta integram essas frentes e transformam áreas degradadas em solos produtivos, resilientes e de baixa emissão.
O encontro destacou a necessidade de alinhar agendas globais de clima, natureza e uso do solo, reforçando soluções que reduzam emissões, restaurem ecossistemas e ampliem a segurança alimentar. O representante do Mapa no painel, Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Rural, afirmou que há caminhos concretos capazes de entregar resultados simultaneamente para as três convenções — e o Brasil já demonstra isso com políticas públicas consolidadas.
“Eles estão falando das sinergias e das complementaridades entre os objetivos das três convenções e que existem investimentos custo-eficientes do ponto de vista do clima, da natureza, da segurança alimentar e do desenvolvimento socioeconômico. Um bom exemplo é a recuperação de áreas agrícolas degradadas com boas práticas, como vemos no Plano ABC, no ABC+ e no Caminho Verde Brasil”, afirmou.
Durante sua intervenção, Bruno reforçou que o país chega ao debate com programas robustos, ampla experiência técnica e capacidade de escalar iniciativas alinhadas ao desenvolvimento sustentável. “O Brasil já possui políticas públicas de destaque nesse sentido, como as que mencionei. E esperamos continuar trabalhando em parceria com os países anfitriões das COPs de biodiversidade, combate à desertificação e do clima no próximo ano, de forma a atrair novos investimentos”, destacou o diretor.
O painel também marcou a preparação para o lançamento da Belém Joint Statement on Action Agendas on Land, Climate and Nature, iniciativa que orientará esforços conjuntos das três convenções para restaurar terras degradadas, proteger ecossistemas, fortalecer meios de vida sustentáveis e integrar agendas globais de adaptação, biodiversidade e produção agrícola.
A sessão reuniu representantes de governos, organismos internacionais, comunidade científica, setor privado e lideranças indígenas, reforçando que o avanço na restauração de paisagens depende de cooperação, ciência, financiamento adequado e do protagonismo de produtores, comunidades rurais e povos tradicionais.



