Conectado com

Notícias

Grandes safras de milho refletem em quedas de preços

No Brasil, a desvalorização para os preços do milho foi ainda mais intensa que a observada no mercado internacional.

Publicado em

em

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Durante o primeiro semestre deste ano, o preço do milho em Chicago registrou queda de 11% frente ao mesmo período de 2022. Essa desvalorização veio a reboque do acordo do Mar Negro, intermediado pela ONU, que permite a exportação segura de grãos da Ucrânia e grãos e fertilizantes da Rússia e, mais recentemente, diante da sinalização de uma grande produção dos Estados Unidos e aumento dos estoques americanos do cereal para a safra 2023/24.

No Brasil, a desvalorização para os preços do milho foi ainda mais intensa que a observada no mercado internacional. Tomando por referência a praça de Cascavel, as cotações no primeiro semestre apresentaram redução de 22,8% sobre o mesmo período do ano anterior e a justificativa está no recorde de produção de milho a ser registrado para a safra 2022/23. Após uma 1ª safra maior que a do ano passado, a projeção para os números finais da safra total de milho é de aproximadamente 128 milhões de toneladas, sendo mais de 98 milhões de toneladas para a 2ª safra.

É fato que algumas áreas, principalmente nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo, foram plantadas fora da janela ideal, porém o clima foi extremamente benéfico durante o desenvolvimento das lavouras e não faltou chuva na maior parte das áreas produtoras, o que resultou em safra cheia.

Olhando para frente, a safra 2023/24 projeta uma retomada da produção global do cereal, baseada num cenário climático favorável para as Américas, onde estão três dos cinco maiores produtores globais. A projeção para a safra global de milho 2023/24, traz aumento da produção mundial em 6%, elevação do consumo em 3% e aumento também do estoque final do cereal, de 6%. O aumento da produção em dois dos três principais exportadores globais (Brasil, Estados Unidos e Argentina), sugere maior disponibilidade para exportação do cereal.

Levando em conta o cenário sob efeito do El Niño no segundo semestre favorecendo a safra americana, o USDA projeta a produção de milho dos Estados Unidos em 389,1 milhões de toneladas, 11,6% maior que a safra 2022/23. A forte elevação da produção americana vem diante de uma expectativa de aumento de 9% da área colhida, para 34,9 milhões de hectares e de elevação de 2,4% para a produtividade, projetada em 11,1 t/ha. Apesar dos aumentos projetados para o consumo doméstico e para a exportação, o estoque inicial maior e o incremento da produção resultam em um estoque final estimado em 57,4 milhões de toneladas, 61,4% maior que o da safra 2022/23. Com isso, a relação estoque/uso americana de milho passa de 10,2% (2022/23) para 15,6% (2023/24), o que seguirá pressionando os preços do milho em Chicago. Em relação à China, grande importador global do cereal, apesar do aumento de 1% esperado para a produção local, o USDA projeta importante aumento de 27,8% para as importações de milho em comparação a safra 2022/23, atingindo 23 milhões de toneladas.

Para o Brasil, o que temos observado atualmente é um mercado interno com preços abaixo da paridade de exportação, algo que é incomum para o cereal. Isso acontece diante da maior disponibilidade de milho da 1ª safra, junto com a excelente oferta da 2ª safra, cuja colheita segue ganhando ritmo. Os preços internos durante o segundo semestre tendem a apresentar um desconto sobre a paridade de exportação, dado o cenário de grande produção e a necessidade do milho brasileiro ficar competitivo no mercado internacional, para ser exportado.
O cenário atual de preços mais pressionados e margens comprimidas, deve influenciar a decisão do produtor brasileiro para a safra 2023/24. Diante disso, projetamos leve queda para a área plantada de milho no Brasil na próxima safra. Para a safra 2023/24, os preços atuais do milho praticamente empatam com os custos operacionais e a perspectiva é de que o produtor reduza o pacote tecnológico e deixe de cultivar áreas marginais. A produção tende a apresentar alguma redução em relação à safra 2022/23, diante da excelente produtividade apresentada na 2ª safra.

O panorama de redução da área plantada, com uma produção que pode ser um pouco menor que a observada na safra 2022/23, deve trazer algum impacto negativo para os estoques finais nacionais da safra 2023/24, a depender das exportações. Na nossa visão, as exportações do cereal devem seguir firmes, diante de uma demanda global aquecida e com a China sendo um importante destino do milho brasileiro. Em outras palavras, no nosso cenário, diferentemente do observado em 2022 e no primeiro semestre de 2023, as cotações deverão atravessar 2024 oscilando ao redor dos níveis de paridade de exportação, ou seja, em patamares menores do que os observados no primeiro semestre deste ano.

Entretanto, fatores conjunturais, como o câmbio, podem exercer influência nas cotações. O movimento recente de valorização do real frente ao dólar impacta negativamente na formação do preço interno. Porém, o cenário base do Itaú BBA aponta para valorização do dólar frente ao real nos próximos meses, o que poderia favorecer a formação dos preços.
Por outro lado, os casos de gripe aviária em aves silvestres seguem aumentando no Brasil. Hoje, existem casos da doença entre aves de todos os continentes. Para o
controle, em caso de confirmação de casos em plantas comerciais, o abate sanitário é o principal manejo. Abates sanitários em larga escala reduziriam o consumo de milho dos rebanhos comerciais, podendo trazer impacto negativo aos preços internos do cereal.

Fonte: Consultoria Agro/Itaú BBA

Notícias Em setembro

Custos de produção de frangos de corte e de suínos sobem nos principais estados produtores

É importante que avicultores e suinocultores monitorem a evolução dos seus próprios custos de produção, utilizando esses índices como referência para a tomada de decisões estratégicas.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os custos de produção de frangos de corte e de suínos nos principais estados produtores e exportadores do país subiram no mês de setembro conforme estudos da Embrapa Suínos e Aves divulgados em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos.

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 5,91 em setembro, um aumento de 0,06% em comparação a agosto, mas ainda com uma queda acumulada no ano (-4,79%), enquanto registra alta nos últimos 12 meses (3,13%), com o ICPSuíno atingindo 337,92 pontos. Os custos com o Funrural e a genética foram determinantes, com aumentos de +5,87% e +4,43%, respectivamente. Enquanto isso, os custos com a ração tiveram uma leve baixa (-0,23%), embora os gastos com a ração dos animais representem a maior parte dos custos (72,34%)

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte atingiu R$ 4,61, representando uma alta de 1,91% em relação ao mês de agosto. No ano, o ICPFrango registra um aumento acumulado de 4,58%, enquanto nos últimos 12 meses houve uma variação de +9,23%, com o índice da Embrapa alcançando 357,01 pontos em setembro. A ração se destacou como o principal componente de custo, com um aumento de 0,78% e uma participação de 65,87% no custo total de produção, além dos pintinhos de 1 dia (+8,15%) e o transporte de frangos com 4,93%.

Também estão disponíveis os custos de produção para os estados de Goiás (suínos), Minas Gerais (suínos), Paraná (suínos), Rio Grande do Sul (suínos e frangos de corte) e de Santa Catarina (frangos de corte).

Os estados de Santa Catarina e Paraná são referências nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS devido à sua posição como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. Essas informações são fundamentais para indicar a evolução dos custos nesses setores produtivos.

É importante que avicultores e suinocultores monitorem a evolução dos seus próprios custos de produção, utilizando esses índices como referência para a tomada de decisões estratégicas.

Aplicativo Custo Fácil

O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das granjas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de graça para aparelhos Android, na Play Store do Google.

Planilha de custos do produtor

Produtores de suínos e de frango de corte integrados podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. A planilha pode ser baixada de graça no site da CIAS.

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
Continue Lendo

Notícias

Colheita do trigo no Rio Grande do Sul deve superar 4 milhões de toneladas

Com esse clima de otimismo, a Colheita do Trigo foi aberta oficialmente no último sábado (12) no município de Cruz Alta.

Publicado em

em

Fotos: Cassiane Osório/Ascom Seapi

A expectativa para a safra 2023/2024 de trigo é de 4,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, em uma área plantada de 1,3 milhão de hectares. Com esse clima de otimismo, a Colheita do Trigo foi aberta oficialmente no último sábado (12) no município de Cruz Alta. O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, esteve presente no ato, representando o governador Eduardo Leite.

O trigo é tradicionalmente a cultura de inverno mais semeada no Rio Grande do Sul. Em 2022, o Estado foi o maior produtor do Brasil, com uma produção histórica de 5,7 milhões de toneladas. Em 2023, o estado do Paraná, com 3,6 milhões de toneladas, superou a produção gaúcha de apenas 2,9 milhões de toneladas, devido ao clima adverso enfrentado no solo gaúcho.

O secretário da Agricultura destacou que Cruz Alta é um grande cenário da triticultura do Estado, com a Fenatrigo sendo realizada no município, e se destaca na produção do cereal. “Ano passado o plantio do trigo apresentou algumas dificuldades, depois de uma grande safra em 2022, e agora espera-se novamente uma boa safra com mais de 4 milhões de toneladas. O trigo é, numa rotação de cultura e plantio de inverno, o cereal mais plantado no Rio Grande do Sul”, afirmou.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), a moagem no Rio Grande do Sul chegou a 2,17 milhões de toneladas no ano de 2023 em 38 moinhos ativos (17% da moagem nacional).

A prefeita de Cruz Alta, Paula Librelotto, destacou o compromisso da gestão municipal com os produtores rurais. “Nosso papel é não atrapalhar quem produz e buscando melhorar as estradas rurais e a segurança rural. Seguiremos na defesa do que é mais precioso, que são as pessoas. Afinal, a comida que está na mesa da cidade vem das mãos de uma família do campo, que é forte e resiliente”, ressaltou.

Fonte: Assessoria
Continue Lendo

Notícias Na cidade de São Roque

Fiscalização do Ministério da Agricultura fecha fábrica clandestina de fertilizantes em São Paulo

Empresa atuava sem registro junto ao Ministério, podendo causar prejuízo aos agricultores. 52,5 toneladas foram apreendidas.

Publicado em

em

Foto: Divulgação Mapa

Fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) fecharam uma fábrica clandestina de fertilizantes em São Roque, no interior de São Paulo. A operação ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro, com a participação de fiscais da regional de Araraquara. A denúncia foi recebida pela equipe por meio da Ouvidoria do Ministério.

A fábrica não possuía registro de estabelecimento nem de produtos junto ao Mapa, não tinha licença ambiental para operar e não possuía equipamentos adequados para a produção de fertilizantes minerais mistos.

Diante dessas irregularidades, a fiscalização apreendeu 40 toneladas de fertilizantes a granel, usados como matéria-prima, 500 sacas de 25 quilos de produtos já embalados e prontos para comercialização, além de todo o estoque de embalagens e rótulos. A empresa foi interditada e tem um prazo de 30 dias para regularizar sua situação junto aos órgãos competentes.

De acordo com os fiscais do Mapa, além de embalar fertilizantes sem a devida habilitação, havia indícios de fraude, pois as embalagens indicavam se tratar de fertilizantes minerais mistos, quando, na realidade, o produto apreendido era fertilizante mineral simples.

Fertilizantes produzidos sem registro junto ao Mapa não são confiáveis e podem causar prejuízos aos agricultores por apresentarem formulações desequilibradas. Seu uso, como consequência, provoca desequilíbrio fisiológico das plantas. O fato de não ter licença ambiental também indica que a produção pode causar danos ao meio ambiente.

Os fiscais envolvidos com a ação se basearam na lei n. 14.515/22, no decreto federal 4.954/2004, alterado pelo decreto federal 8.384/2014, que regulamenta a lei 6.894 de 15 de dezembro de 1980, além da respectiva legislação complementar.

A Ouvidoria do Mapa funciona por meio da plataforma Fala BR, encontrada no site do Ministério. É um instrumento criado pela Controladoria Geral da União que serve para os clientes do Mapa fazerem denúncias, elogios, solicitações ou enviar sugestões – de forma anônima ou não. Essa ferramenta auxilia muito as ações de fiscalização.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.