Pet
Governo incentiva ações educativas nos municípios que recebem o CastraPet Paraná
As cidades que recebem o programa de esterilização cirúrgica gratuita de cães e gatos devem promover ações educativas com temas voltados à tutela responsável, prevenção ao abandono e denúncias de maus-tratos.
Programa Permanente de Esterilização de Cães e Gatos (CastraPetParaná) chegou a 219 municípios no último ciclo da iniciativa e alcançou mais de 73 mil animais. O Governo do Estado acompanha as ações educativas promovidas pelas cidades parceiras, uma das condições para aquelas que são contempladas com o programa.
As ações das prefeituras incluem orientações sobre tutela responsável, que envolvem a impressão e a distribuição da cartilha “Mila e os animais de companhia”, disponibilizada pela Sedest e o Instituto Água e Terra (IAT). A publicação pode ser acessada no site Conexão Ambiental. Os municípios precisaram imprimi-la a um valor equivalente a 5% do custo para o serviço da esterilização cirúrgica.
Até o momento já foram distribuídos cerca de 61 mil exemplares. A Sedest segue comunicando os municípios sobre a importância de ações educativas frequentes, a fim de complementar os resultados do programa.
“As ações educativas, além de estarem firmadas em convênio, são parte integrante do CastraPet Paraná. Se quisermos realmente solucionar o problema do abandono e dos maus-tratos de animais precisamos primeiro conscientizar as pessoas”, ressalta o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge.
Outras ideias
Dos municípios que já enviaram seus relatórios referentes ao cumprimento desta contrapartida, alguns aproveitaram a oportunidade para criar outras formas de envolver as crianças nas atividades de educação para a tutela responsável.
Foi o caso de Rio Azul, que distribuiu a cartilha nas escolas da rede municipal e também lançou um concurso de redação para o 5º ano do ensino fundamental com o tema “Abandonar o seu animal não é nada legal”.
As escolas selecionaram a melhor redação de cada turma, que foram depois avaliadas por um comitê. Este definiu os três primeiros lugares, premiados com camiseta e certificado de protetor-mirim. O primeiro lugar teve também sua redação lida no Plenário na Câmara dos Vereadores no dia da entrega do resultado.
Os vencedores foram as estudantes Eloiza de Andrade Lima Escola, da Municipal Professora Vanda Hessel, em 1º lugar; Klarissa Emanuelly Colaço, aluna da Escola Municipal Professora Vanda Hessel, em 2º; e Gleisiana Porfírio de Souza, da Escola Rural Municipal Joaquim Vieira, em 3º.
Segundo Rafael Iarema, médico veterinário da Prefeitura de Rio Azul, a ideia da redação foi uma forma de propagar a conscientização sobre adoção, abandono e maus-tratos. “A redação foi muito bem aceita pelos professores, pois incentiva as crianças a pensarem, e elas também fazem perguntas aos pais, o que vai multiplicando as ações. É uma forma de passar para frente o aprendizado e conscientizar as crianças e os adultos”, afirma.
Já no município de Bandeirantes, as coordenadoras das escolas da rede municipal receberam do médico veterinário do município, Marcos Antônio Galera da Silva Junior, uma capacitação para que pudessem aproveitar todo o potencial da cartilha.
O material traz um calendário de vacinação para cães e gatos, dicas de como escolher um pet e até informações sobre a importância de se denunciar maus-tratos aos animais. “Há muitos cães que padecem e sofrem com maus-tratos. A leitura da cartilha Mila e os animais de companhia vai indicar caminhos para que todos tenham um olhar diferenciado sobre os pets”, observa Junior.
A secretária de Meio Ambiente de Bandeirantes, Simone Beatriz Fuck Von Der Osten, reitera a importância de investir na educação das crianças e adolescentes para que os objetivos do programa CastraPet Paraná possam ser alcançados.
“A cartilha ‘Mila e os animais de companhia’ é um material bastante completo que consegue instruir de forma interativa, educativa e rica em informações. A parte educacional nas escolas é um trabalho que vai concluir o que foi realizado com as castrações, e fará grande diferença para o sucesso desse programa”, pontua.
Pet No CFMV
CRMV-RJ protocola pedido de isenção total à anuidade do ano em que ocorra parto, adoção ou gestação não levada a termo
Medida representa um importante passo em direção à valorização das profissionais médicas-veterinárias e zootecnistas, reconhecendo e apoiando momentos significativos de suas vidas pessoais.
Como parte do compromisso do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) em promover uma prática profissional cada vez mais humanizada e inclusiva, o presidente Diogo Alves protocolou no dia 07 de março, junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), um pedido para a concessão de isenção total correspondente à anuidade de mulheres inscritas no sistema CFMV/CRMVs no ano em que ocorra o parto, adoção ou gestação não levada a termo.
Essa medida, prometida durante a campanha da chapa eleita para o período de 2023-2026, representa um importante passo em direção à valorização das profissionais médicas-veterinárias e zootecnistas, reconhecendo e apoiando momentos significativos de suas vidas pessoais.
Ao promover essa isenção, o CRMV-RJ demonstra sua sensibilidade às necessidades individuais dos profissionais, bem como seu compromisso em criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e justo para todos.
Esta iniciativa também é apresentada durante o Mês Internacional da Mulher, reafirmando o compromisso desta autarquia com a igualdade de gênero e com a promoção de condições mais favoráveis para a atuação das mulheres na Medicina Veterinária e na Zootecnia.
Pet
Pets também podem desenvolver transtornos mentais e emocionais
É preciso entender as particularidades dos animais, as causas e os sinais comportamentais de que algo não está bem
Inúmeras pesquisas apontam para o quadro de saúde mental da população humana, conscientizando sobre a necessidade de cuidados para garantir o bem-estar emocional dos indivíduos e da sociedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclusive publicou o Informe Mundial de Saúde Mental (2022) e alertou que, em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental, a principal causa de incapacidades.
Porém, transtornos mentais e emocionais não são exclusividade dos humanos. Os pets também podem desenvolvê-los, principalmente ansiedade, reatividade, agressividade, medo/fobia, comportamento compulsivo e dermatites. “Os animais de estimação têm emoções e elas devem ser compreendidas e respeitadas. É preciso atender às necessidades emocionais do pet e ficar atento caso haja mudança de comportamento do animal, procurando assistência especializada quando algo fora do comum acontecer”, comenta a médica-veterinária comportamental, Dani Graziani.
As situações que mais geram desconforto para eles estão relacionadas a mudanças, como de casa ou de rotina, à perda de um ente da família ou até mesmo à senilidade, processo de envelhecimento que vem acompanhado de desafios físicos e emocionais, como diminuição da visão, da audição e do olfato, dificuldade de locomoção, irritabilidade, desorientação, perda de memória, entre outros fatores que os deixam mais vulneráveis. “São muitos os sinais que podem identificar que o animal de estimação não está bem, como um cão tranquilo apresentar agressividade ou um pet que fazia seu xixi no lugar certo começar a fazê-lo em outro lugar. É importante acolher em vez de ficar bravo, pois ele está demonstrando que precisa de ajuda e o apoio é essencial para o processo de cura”, aconselha a veterinária.
De olho na prevenção
A atividade física impacta diretamente na saúde física e mental dos animais. “Os cães precisam correr, caminhar e explorar ambientes. Um passeio diário de vinte minutos já acalma e ajuda no gasto de energia, na socialização, na perda de peso e na manutenção da massa muscular”, indica a médica-veterinária Farah de Andrade.
A falta de brinquedos e de interação também pode trazer prejuízos, assim como um ambiente muito agitado ou monótono demais. “O ideal é manter uma rotina equilibrada entre atividades, brincadeiras e descanso, para se evitar o estresse e a ansiedade. Dar mais atenção ao pet é fundamental para o bem-estar dele”, conta Farah.
Colocar em prática o enriquecimento ambiental, ou seja, adaptar o lar para proporcionar uma rotina mais saudável e prazerosa ao pet, com estímulos mentais, físicos e sensoriais, auxilia a prevenir o tédio, reduzir o estresse e promover um comportamento equilibrado.
Para dar certo, é preciso conhecer o animal de estimação, seus gostos e preferências. Para os gatos, é possível instalar prateleiras nas paredes, nichos, redes, arranhadores e deixar brinquedos em locais estratégicos. Já para os cachorros, além dos brinquedos, incluir atividades que estimulam o olfato, treinamento cognitivo e socialização são algumas formas de deixar o ambiente mais interativo.
Tratamento em forma de petisco
Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil, sendo, muitas vezes, um fator de grande estresse, especialmente para os felinos. Para isso existem soluções como os medicamentos manipulados em formas farmacêuticas que facilitam a administração, como biscoitos, caldas ou molhos, pastas orais e géis transdérmicos. As apresentações orais podem ainda ser flavorizadas com sabores como bacon, caramelo, leite condensado, frango entre diversos outros que atraem os pets. “O gel transdérmico é aplicado na pele do animal e sua aplicação mais parece um carinho. Já um biscoito com sabor é como um petisco, um mimo. Muitos pacientes chegam a ‘pedir’ mais”, comenta Farah.
Os medicamentos manipulados também costumam ser a principal alternativa para a prevenção ou o tratamento de transtornos mentais devido à possibilidade de combinação de ativos num mesmo medicamento, manipulado na dose exata para o peso do animal, além dos diferenciais de flavorização e apresentação.
“Florais de Bach e fitoterápicos como valeriana, kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções que podem ser prescritas em casos como insônia, estresse ou ansiedade. Medicamentos controlados, geralmente indicados para casos mais complexos, também podem ser manipulados, como fluoxetina, sertralina e clomipramina”, comenta Farah, ressaltando que somente um médico-veterinário está apto a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso.
Notícias
Instituto da UEL completa um ano com 84 cientistas em busca de vacina contra toxoplasmose
No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Toxoplasmose (INCT), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), comemora um ano de atividades com 70 pesquisadores brasileiros e 14 estrangeiros provenientes de 32 instituições conectados. As atividades do grupo começaram em março de 2023, logo após a UEL ser contemplada na Chamada 58/2022 do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), do CNPq, que financia pesquisas de alto impacto, com investimento de R$ 5 milhões.
No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.
A toxoplasmose é uma zoonose que afeta a saúde pública brasileira. Recentemente, em 2018, houve um surto da doença em Santa Maria (RS), com um óbito. Outra manifestação intensa do parasita ocorreu em Santa Isabel do Ivaí, no Noroeste do Paraná. O protozoário pode ser encontrado em fezes de gato e alimentos contaminados e pode causar graves complicações em gestantes e pessoas com o sistema imunológico debilitado.
As pesquisas do INCT têm foco na prevenção, daí a importância da criação de um kit rápido. Além desse esforço, os pesquisadores têm projeto para o desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra toxoplasmose. O imunizante é utilizado em ovinos e caprinos apenas no Reino Unido, Irlanda, França e Nova Zelândia. A vacina nacional se encontra em estágio de ensaio pré-clínico. O imunizante deverá ser aplicado em gatos (que contaminam o meio ambiente por meio das fezes) e em suínos (que podem transmitir a doença pelo consumo da carne mal passada).
O coordenador do Instituto, João Luis Garcia, do Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva (DMVP), afirma que o projeto foca na chamada Saúde Única, focando em ferramentas que possam fortalecer medidas preventivas, de forma conciliada com a sustentabilidade. O público-alvo das medidas preventivas envolve crianças e gestantes. “Outra preocupação é quanto aos animais de produção, já que a doença não pode ser constatada na inspeção sanitária”, afirma.
Por meio do INCT Toxoplasmose, a estudante Ana Clésia da Silva viajou em agosto do ano passado para os Estados Unidos, onde aprofunda pesquisas sobre a doença na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU), considerado um importante centro de pesquisa da doença.
Pesquisadores interessados ainda podem submeter seus projetos para avaliação. As propostas podem ser enviadas para o portal do Instituto.