Notícias
Governo Federal prepara medidas de apoio para produtores rurais diante de queda na produção, estiagem e achatamento de preços
Ações de apoio aos produtores para todo do Brasil devem ser anunciadas nos próximos dias, antes do fim da colheita da safra de grãos, para minimizar impactos do clima e do mercado na produção agropecuária neste ano.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, conversou por videoconferência, na quarta-feira (06), com o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, sobre as ações que o Governo Federal tem preparado para auxiliar os produtores rurais que estão passando por queda de produção, estiagem e achatamento de preços.

Fotos: Divulgação/Mapa
Também participaram da reunião virtual o diretor de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário do Mapa, Wilson Vaz; o presidente da Câmara Setorial da Soja, André Dobashi; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni; o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS); o deputado estadual Pedrossian Neto; além do secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Rogério Beretta da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.
O ministro destacou que a expectativa é anunciar as ações de apoio aos produtores para todo do Brasil nos próximos dias, antes do fim da colheita da safra de grãos, para minimizar impactos do clima e do mercado na produção agropecuária neste ano. “Dentre todas as ações para auxiliar o produtor rural, precisamos do setor e do governo do estado para avançar com as medidas. Vamos atender os produtores com mais investimentos, soluções e alternativas e queremos viabilizar o quanto antes”, completou Fávaro.
Segundo o Governo do estado, nesta safra foram cultivados em Mato Grosso do Sul cerca de 4,2 milhões de hectares de soja e a estimativa de produção é de 12 milhões de toneladas, 20% menor do que a inicialmente prevista. No entanto com a alta nos custos de produção e a estiagem, muitos agricultores estão colhendo ainda menos.
“Nós queremos somar junto ao Governo nestas iniciativas e apoiar nas movimentações, nos colocando sempre à disposição. Esta não é a
primeira vez que o setor produtivo passa por intempéries, tivemos em outros anos. A iniciativa privada, as entidades, os parlamentares, todos estamos juntos, sabendo da importância dessa atividade do ponto de vista econômico”, disse o governador Riedel.
Com relação a produção de soja, André Dobashi salientou durante a reunião que foi levada ao setor produtivo a metodologia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), reconhecendo e reforçando a importância e responsabilidade dos órgãos que realizando os levantamentos e as estatísticas da safra de grãos.

Notícias
Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.
Notícias
Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro
Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.
Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock
Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.
Notícias
Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26
Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.
Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura
No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.
No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.
O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.



