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Governo federal e do Paraná vão criar grupo de trabalho para qualificar setor leiteiro

Desde a acentuação da crise no setor leiteiro, particularmente em razão das importações, o Estado tomou algumas medidas como a implantação de tributação de 7% na chegada do produto importado no Paraná e a aprovação de legislação que possibilita elevar a alíquota a 19,5%.

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Fotos: Evandro Fadel/Seab

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) vão criar um grupo de trabalho para discutir alternativas de curto, médio e longo prazo para fortificar e qualificar ainda mais a cadeia leiteira do Estado, particularmente a vinculada à agricultura familiar.

A decisão foi tomada na segunda-feira (03) durante reunião na Seab. “O ambiente rural do Estado está esperando isso de nós, e tem de ser urgente, o governo está disposto a ajudar”, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza. “Diante das dificuldades que o setor vive, se nada for feito vamos perder mais produtores, e a tendência é que as pessoas não fiquem mais no meio rural”.

Ele acentuou a crença de que é preciso continuar o processo de transformação do leite e agregação de valor ao produto. “Podemos ter os melhores produtores de leite e de queijo do País”, ressaltou. “Mas os custos de produção estão em alta e a renda tem diminuído, é preciso ajudar o produtor e rever o sistema de produção”.

Também presente à reunião, o secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, destacou que desde a acentuação da crise no setor leiteiro, particularmente em razão das importações, o Estado tomou algumas medidas como a implantação de tributação de 7% na chegada do produto importado no Paraná e a aprovação de legislação que possibilita elevar a alíquota a 19,5%.

No entanto, outra das preocupações para que o produtor se mantenha na atividade é a busca de redução no custo de produção. “Precisamos fazer alguma coisa, encontrar o caminho para baixar esse custo”, disse. Ortigara reforçou que esse é um trabalho que precisa ser feito de forma integrada entre os estados do Sul, que são responsáveis por produzir 40% do leite brasileiro, mas que consomem apenas 15%. “A minha vinda ao Paraná tem a ver com a tentativa de estabelecer uma parceria com o Estado e é importante ter a ideia da Aliança Láctea, que pega os três estados do Sul, e podemos estender a outros”, disse o secretário de Agricultura Familiar do MDA, Vanderlei Ziger.

Ele ponderou a necessidade de estudar a questão não apenas sob a ótica do aumento da importação de leite em pó de países do Mercosul. “A crise do leite não está em um fator só, e entender essas variáveis é extremamente necessário, precisamos ter um conhecimento mais aprofundado delas”, acentuou.

Além disso, propôs análise de alternativas que possibilitem manter o custo de produção em patamar aceitável, capitalizar o produtor, fortalecer a assistência técnica e promover discussão sobre o modelo de produção mais viável. “Precisamos fazer alguma coisa para salvar o produtor”, afirmou.

Em 2023, o Paraná se aproximou mais de Minas Gerais na disputa pela liderança do mercado de leite. O Estado ficou com a segunda maior evolução na produção entregue a laticínios, com 3.626.378 bilhões de litros nessa modalidade. Minas Gerais segue liderando o ranking, com 23,8% da captação nacional, mas perdeu 0,8 ponto percentual, já que tinha 24,6% do mercado em 2022. O Paraná, que detém a cidade que mais produz, em Castro, saltou de 14,4% para 14,8%.

Presenças

Também participaram da reunião a superintendente do MDA no Paraná, Leila Klenk; o diretor técnico da Seab, Benno Doetzer; o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido; a chefe de Gabinete da Seab, Vera da Rocha Zardo; o oficial de projetos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Valter Bianchini; e o gerente de Cadeias Produtivas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), Hernani Alves da Silva.

Fonte: AEN-PR

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Aplicativo para exame andrológico de bovinos é o novo aliado da pecuária de corte no Brasil

Primeiro aplicativo criado para essa finalidade no País permite padronizar a qualidade de exames clínicos, físicos e morfológicos de machos bovinos reprodutores. A nova ferramenta digital já está à disposição de parceiros para ampla adoção em programas de melhoramento genético e por empresas de equipamentos veterinários.

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Aplicativo é capaz de gerar um banco de dados com informações relevantes para o setor - Fotos: Raquel Brunelli

A Embrapa apresenta ao mercado o primeiro aplicativo de exame andrológico do País. Em desenvolvimento desde 2022, a nova ferramenta tem potencial para incrementar a pecuária de corte no Brasil, uma vez que auxilia médicos-veterinários na seleção de reprodutores bovinos com melhor desempenho genético. Construída por equipes da Embrapa Pantanal (MS) e Embrapa Gado de Corte (MS), a plataforma é gratuita e pode ser usada em dispositivos móveis e computadores, em todo o território nacional. O app já está à disposição de parceiros para ampla adoção, em programas de melhoramento genético e por empresas de equipamentos veterinários.

Entre as vantagens está a capacidade de gerar um banco de dados com informações técnicas para futuras demandas de pesquisa

“O aplicativo contém um conjunto de informações, organizadas e padronizadas, que auxiliam o médico-veterinário na realização de exames clínicos, físicos e morfológicos. Além disso, esses dados agilizam a emissão de laudos e o diagnóstico final para os proprietários, com base nos seguintes critérios: apto, apto para monta natural, inapto temporário ou inapto”, detalha a médica-veterinária Juliana Correa, coordenadora da iniciativa.

Um dos maiores ganhos de inovação, propiciado pelo app, é a padronização da qualidade. Aliado a isso, é capaz de gerar um banco de dados com informações relevantes para o setor, como quantidade de exames andrológicos realizados por ano, idade dos touros, quantidade de patologias, regiões que apresentam mais problemas relacionados a enfermidades espermáticas, entre outras. Os dados técnicos do animal serão disponibilizados pela Embrapa, a fim de contribuir com futuras demandas de pesquisa.

Segundo Correa, para garantir a acurácia dos dados de entrada na plataforma, é fundamental que a coleta a campo seja feita por um médico-veterinário capacitado. Por isso, logo na tela de entrada, é preciso que o profissional insira o seu registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

Vale destacar que o aplicativo foi elaborado para a espécie bovina, mas pode ser adequado às demais espécies, o que o torna uma contribuição singular para a pecuária nacional.

Importância da andrologia
O exame andrológico é tão importante para os bovinos quanto os cuidados com a alimentação e a saúde. Um animal com problemas reprodutivos pode acarretar perdas de produção, além de transmitir essas características aos seus descendentes, comprometendo todo o rebanho.

Para se ter uma ideia, “um touro infértil pode representar a perda de 25 a 50 bezerros, enquanto uma vaca infértil representa a perda de apenas um bezerro”, enfatiza a  pesquisadora e especialista em reprodução animal Alessandra Nicacio. Ela lembra ainda que cerca de 5% dos touros em serviço são inférteis e, aproximadamente, 20% a 40% são subférteis, ou seja, produzem menos filhos do que deveriam.

O exame é realizado nos bovinos machos que estão iniciando ou nos que já estão em idade reprodutiva. Ele consiste na avaliação clínica geral e da qualidade do sêmen para certificar o potencial reprodutivo do animal.

Os exames clínicos devem ser efetuados uma vez ao ano ou 60 dias antes da estação de monta – outubro a fevereiro. Um check-up completo pode detectar a causa da diminuição do potencial reprodutivo. Se confirmado o problema, o animal pode ser descartado a tempo.

Exame andrológico é crucial para a qualidade do rebanho, uma vez que um touro infértil pode representar a perda de 25 a 50 bezerros

As pesquisadoras reforçam que o exame é altamente específico e capaz de identificar o nível de fertilidade dos animais, mas também as demais condições clínicas. Para o alcance dos resultados esperados, o produtor deve ter em mente que a seleção e a qualidade do reprodutor são essenciais para a tomada de decisão.

Por dentro do aplicativo
A ferramenta contou também com a participação do supervisor de Desenvolvimento de Ativos Digitais, Camilo Carromeu, do analista da Diretoria de Negócios (DENE) Luiz Leal, e dos pesquisadores da Embrapa Gado de Corte Ériklis Nogueira e Alessandra Nicacio, além de especialistas em andrologia que contribuíram na etapa de teste do instrumento.

Carromeu pontua que o app “foi desenvolvido utilizando o arcabouço tecnológico já adotado para a construção de outros aplicativos, como o Pasto Certo e o Cria Certo”. Todo elaborado em Progressive Web Application (PWA), ele possui os recursos de dispositivos móveis: responsividade (funciona perfeitamente em variados tamanhos de tela, de celulares, tablets e computadores), atuação off-line e usabilidade de gestos.

“A grande vantagem do PWA é que, com um único código-fonte, é possível desenvolver um software compatível com todo tipo de dispositivo móvel, navegadores web convencionais e até mesmo software desktop”, destaca o cientista da computação.

Ele recorda que, antes da aplicação web PWA, era desenvolvido um software para cada sistema operacional, “uma linguagem de programação para cada e, na prática, eram softwares totalmente distintos. O ônus para desenvolvimento e manutenção era imensamente maior”, complementa.

O uso da tecnologia não exige conexão com a internet no momento de manuseio. Os dados cadastrados são salvos nos dispositivos e sobem para a nuvem quando houver conexão.

Passo a passo no app

Primeiramente, o usuário cadastra as informações da propriedade rural onde o animal está. O app permite a inserção de mais de uma fazenda por login, com exame feito unitariamente. O animal tem seu nome, raça, data de nascimento e número de registros inseridos, antes de começar a avaliação.

Com base nos registros de aspectos clínicos, físicos e morfológicos, a próxima etapa avalia o escore de condição corporal (escala de 1 a 6), perímetro escrotal, consistência testicular, epidídimos, vesículas, pênis, comportamento sexual, aprumos, método de coleta do sêmen (eletroejaculador, massagem ou vagina artificial) e características físicas (volume, turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração espermática e aspecto do material).

A seguir, parte-se para a morfologia, com contagem de células do material e detalhes sobre defeitos maiores e menores. De acordo com o Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA), defeitos maiores devem representar 10% do total, e menores, 20%, não podendo ultrapassar 30% na contagem final.

 

Há ainda espaço para informações complementares como contagem de hemácias, leucócitos e espermocultura, por exemplo.

Apresentação da tecnologia
A ferramenta foi apresentada durant o Pantanal Tech MS, no dia 29 de junho, em Aquidauana, dentro do painel “Melhoramento genético e reprodução animal para o Pantanal”. O evento contou com as participações do governador do estado de Mato Grosso do Sul (MS), Eduardo Riedel; do diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon; do chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Antonio Rosa; da chefe-geral da Embrapa Pantanal, Suzana Salis; e do chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato.

A inovação é um dos resultados do projeto Otimização do fluxo genético em rebanhos sob seleção, de características econômicas relacionadas à eficiência alimentar, carcaça e reprodução, compondo índices de seleção e ferramental, visando ao melhoramento e uso da raça Nelore, conhecido como BRBIFE, sob a liderança do melhorista Gilberto Menezes.

Fonte: Assessoria Embrapa Gado de Corte
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Concentração, tecnologia e sustentabilidade redefinem produção de leite no Brasil

A tecnologia está redesenhando o panorama da produção de leite no Brasil, trazendo consigo desafios e oportunidades. A evolução tecnológica, aliada a uma gestão eficiente e a uma estrutura adequada, tem o potencial de transformar o setor, garantindo sua competitividade e sustentabilidade a longo prazo.

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Foto: Ari Dias

As transformações na cadeia do leite no Brasil ao longo das últimas décadas refletem uma mudança estrutural expressiva, com uma concentração da produção, um aumento do leite confinado e a formação de clusters produtivos. Esses fatores mostram que, apesar da estagnação na produção total, o setor está evoluindo de maneiras que podem aumentar a eficiência e a sustentabilidade da produção leiteira no país.

Mesmo com a produção total estagnada, nos últimos dez anos o crescimento anual médio tem sido de apenas 0,3%, contrastando com os anos anteriores, quando, de 1998 a 2013, o setor crescia a uma taxa robusta de 4,3% ao ano. Essa desaceleração, contudo, esconde profundas mudanças estruturais na produção e na dinâmica dos produtores.

Engenheiro agrônomo, com mestrado em Ciência Animal e Pastagens e MBA Executivo Internacional, Marcelo Pereira de Carvalho: “Os 100 maiores produtores têm crescido a uma taxa anual de 7,6%, impulsionados por investimentos em infraestrutura, tecnologia e mão de obra qualificada” – Foto: Arquivo pessoal

Um dos aspectos mais relevantes é o processo de concentração da produção. Apesar da falta de dados atualizados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo o último sido realizado em 2017, levantamentos de entidades estaduais e do Milk Point indicam um aumento significativo no módulo de produção e uma saída massiva de produtores. “Estima-se que existam entre 220 e 260 mil produtores no mercado formal de leite, uma queda acentuada em comparação aos cerca de 600 mil produtores registrados em 2017”, aponta o engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens e MBA Executivo Internacional, Marcelo Pereira de Carvalho, que palestrou sobre as transformações, a evolução e desafios futuros na cadeia do leite no Brasil durante o 2º Fórum Nacional do Leite, realizado em meados de abril na cidade de Brasília.

No entanto, essa transformação é ilustrada pelo aumento do número de produtores de grande escala. No Brasil, produtores que produzem mais de dois mil litros por dia são responsáveis por aproximadamente 45% da produção total de leite. “Os 100 maiores produtores têm crescido a uma taxa anual de 7,6%, impulsionados por investimentos em infraestrutura, tecnologia e mão de obra qualificada”, exalta Carvalho, enfatizando: “Esse crescimento é beneficiado pela economia de escala, que permite a esses produtores obterem melhores preços por litro de leite e maior acesso a insumos e tecnologias avançadas”.

Aumento do leite confinado

Outra mudança significativa nos últimos 10 anos é o aumento da produção de leite em sistemas confinados, especialmente em modelos como o compost barn. De acordo com dados do Milk Point, em 2019, 16% do leite produzido no Brasil vinha de sistemas confinados; em 2023, esse número saltou para 44%. “A adoção desse modelo representa um investimento substancial por parte dos produtores, que buscam aumentar a produtividade e a eficiência da sua operação”, avalia Carvalho.

De acordo com o engenheiro agrônomo, a produção em confinamento exige maior controle sobre os fatores produtivos, reduzindo riscos técnicos comparados à produção em pastagens. Além disso, permite uma maior escala de produção, com maior produtividade por área, embora aumente a dependência de insumos como grãos.

Clusters de produção

Uma terceira transformação importante é a concentração da produção em clusters regionais. Áreas como o Oeste de Santa Catarina, Noroeste do Rio Grande do Sul, Sudoeste e Oeste do Paraná, com destaque para a região de Castro, no Centro-Sul, se destacam como polos de produção leiteira. “Esses clusters oferecem diversas vantagens, incluindo mais opções de venda, maior disponibilidade de mão de obra qualificada, técnicos capacitados, robustez de revendas e distribuidores, e, em alguns casos, pesquisa local”, evidencia Carvalho.

A região de Castro é um exemplo admirável, cresceu a uma taxa média de 5,4% ao ano nos últimos 22 anos, com um aumento de 7% ao ano nos últimos sete anos, mesmo com a produção nacional estagnada. “Esses clusters se beneficiam de uma sinergia produtiva, onde o sucesso de alguns produtores serve de modelo e incentivo para outros, criando um ambiente de inovação e crescimento contínuo”, aponta o especialista.

O leite é tec!

Fotos: Shutterstock

A transformação na produção de leite no Brasil tem sido impulsionada pela incorporação de tecnologias inovadoras, principalmente nos últimos 10 anos. Desde avanços genéticos até a digitalização da gestão das propriedades, a tecnologia tem sido um catalisador para a modernização do setor, promovendo ganhos de eficiência e produtividade. “Os avanços na genética animal e nas variedades de milho e pastagens têm sido fundamentais para melhorar a qualidade e a quantidade de leite produzido”, afirma Carvalho, complementando: “A seleção genética permite criar rebanhos mais resistentes a doenças e com maior capacidade de produção, enquanto novas variedades de pastagens e milho garantem uma alimentação mais nutritiva e adequada aos animais”.

A automação e a digitalização são outras frentes onde a tecnologia tem impactado profundamente a produção de leite. A introdução de sistemas automatizados de ordenha e alimentação permite um manejo mais preciso e eficiente dos rebanhos. Softwares de gestão agrícola oferecem ferramentas para monitorar diversos aspectos da produção, desde a saúde do rebanho até o controle financeiro da fazenda.

Um exemplo da adoção desta tecnologia é o uso de sensores para o monitoramento de rebanhos. Estes dispositivos avaliam a respiração, a movimentação e o comportamento dos animais, fornecendo dados sobre possíveis doenças, ciclos de cio e tempos de alimentação e descanso. “Essas informações, antes inacessíveis, são agora vitais para a gestão eficiente da saúde e produtividade dos rebanhos”, ressalta Carvalho, frisando que, apesar de ainda serem utilizados por um número relativamente pequeno de produtores, a adoção dessa tecnologia está crescendo e promete revolucionar o setor.

Contudo, a tecnologia por si só não resolve todos os problemas do setor. Carvalho salienta que é necessário que os produtores tenham uma estrutura adequada e uma gestão eficiente para que essas inovações se traduzam em resultados reais. “A implementação de novas tecnologias exige planejamento e conhecimento, destacando a importância de capacitação e suporte técnico para os produtores”, enfatiza.

Disputa com os grãos

O aumento da eficiência é essencial em um cenário onde as terras agrícolas estão cada vez mais valorizadas. Para competir de maneira favorável, especialmente em regiões onde há alternativas lucrativas como a soja e o milho, os produtores de leite precisam maximizar a produtividade por animal e por área. “Nesse contexto, a tecnologia se torna uma aliada indispensável, permitindo que os produtores alcancem níveis de produtividade que viabilizem a atividade leiteira mesmo em terras de alto valor”, enaltece Carvalho.

Perspectivas

Conforme o profissional, o futuro da produção de leite no Brasil é promissor, com a expectativa de que a adoção de tecnologias continue a crescer. “A tendência é que a inovação tecnológica não apenas melhore a eficiência e a produtividade, mas também contribua para a sustentabilidade do setor, reduzindo o impacto ambiental e promovendo práticas mais responsáveis”, salienta o engenheiro agrônomo.

A tecnologia está redesenhando o panorama da produção de leite no Brasil, trazendo consigo desafios e oportunidades. A evolução tecnológica, aliada a uma gestão eficiente e a uma estrutura adequada, tem o potencial de transformar o setor, garantindo sua competitividade e sustentabilidade a longo prazo. “Para os produtores, a chave será se adaptar a essas inovações, aproveitando ao máximo as ferramentas disponíveis para alcançar uma produção de leite mais eficiente e lucrativa”, pontua Carvalho.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Software de avaliação genética de bovinos tem nova versão

A atualização conta com dois novos módulos, IntergenIOD e IntergenACC, que expandem a base de dados e garantem maior flexibilidade na estimação do mérito genético dos animais. As novas funcionalidades incorporam informações genômicas, além da capacidade computacional ao estimar o mérito genético para um número ilimitado de animais.

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Foto: Leonardo Hostin

Os novos módulos – IntergenIOD e IntergenACC – introduzem três novas funcionalidades, fundamentais para os programas de melhoramento genético na atualidade: a possibilidade de inserção de informação genômica, a capacidade de estimar o mérito genético para um número ilimitado de animais e a estimativa aproximada da acurácia desse mérito genético.

Vinícius Junqueira, pesquisador que realizou seus estudos de mestrado e doutorado no Laboratório de Bioinformática e Estatística Genômica (Labegen) da Embrapa Pecuária Sul (RS), conta que os programas de avaliação genética já utilizam informações genômicas para estimar o mérito dos animais, o que tem proporcionado avanços na taxa de ganho genético das populações avaliadas, mas também desafios computacionais no processamento dessas informações. “Os módulos IntergenIOD e IntergenACC foram projetados especificamente para superar esses desafios computacionais. O IntergenIOD foca na estimação do mérito genético dos animais com uso mínimo de memória RAM, enquanto o IntergenACC proporciona uma estimativa aproximada da acurácia do mérito genético estimado pelo IntergenIOD”, explica Junqueira.

Atualização do Intergen introduz três novas funcionalidades, fundamentais para os programas de melhoramento genético na atualidade – Foto: Felipe Rosa

Segundo Henry Carvalho, analista do Labegen, a atualização otimiza o trabalho de avaliação genética, a partir da possibilidade de processamento de diversas análises de dados ao mesmo tempo. “O IntergenIOD ocupa muito menos memória. O mesmo ocorre com o IntergenACC, que também ocupa pouca memória e chega aos resultados de acurácia aproximada em poucos minutos, podendo inclusive rodar em paralelo com o IntergenIOD, pois não depende dos resultados do IntergenIOD para calcular as acurácias aproximadas”, relata.

O objetivo é trazer mais precisão, rapidez e eficiência ao processo de resolução das equações de valor genético dos animais e melhorar a acurácia dos valores genéticos calculados, que é a diferença esperada na progênie (DEP). Essas informações processadas são cruciais para o avanço do melhoramento de características de interesse através das gerações. “Estamos migrando todos os nossos sistemas de avaliação para essa nova versão do Intergen, de forma a fornecer informações cada vez mais acuradas, usando todos os dados que temos disponíveis, auxiliando o produtor na tomada de decisão. Apesar da mudança no processo, estamos realizando essa transição com muita confiança de que os programas de melhoramento genético irão continuar rodando com a mesma qualidade de sempre”, destaca o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso.

Novo Intergen: evolução para a avaliação genética nacional
O lançamento do novo Intergen representa uma evolução para a avaliação genética nacional e o equipara ao que existe de mais atual nos principais programas de melhoramento genético do mundo, trazendo inúmeros benefícios, como maior autonomia sobre os métodos estatísticos utilizados nas avaliações genéticas, custo mais acessível para uso comercial e potencial de desenvolvimento acadêmico e profissional.

Para os pesquisadores que atuam na área, os novos módulos irão proporcionar maior eficiência e produtividade do trabalho de pesquisa em melhoramento genético. De acordo com Marcos Yokoo, pesquisador de melhoramento genético animal da Embrapa, a atualização vai ajudar a calcular a acurácia do Brangus +, PampaPlus e Promebo, programas de melhoramento genético que a Embrapa gere com os parceiros Associação Brasileira de Brangus, ABHB e ANC, respectivamente. “Com esses módulos, vamos poder incluir um número maior de animais genotipados na avaliação genética e calcular a acurácia, porque fazer a avaliação genética de um grande número de animais é algo demorado e, por vezes, os softwares disponíveis não conseguem realizar essa operação. Com os novos módulos, poderemos fazer essas avaliações de um grande número de animais e de maneira rápida”, destaca.

Benefícios do Intergen
O Intergen é um software projetado para o estudo genético de populações animais e vegetais em diversos sistemas produtivos. Nos programas de melhoramento genético de bovinos, o Intergen avalia o mérito genético dos indivíduos participantes, permitindo que os produtores aprimorem suas estratégias de seleção e acasalamento.

Criado para apoiar a pesquisa científica, o Intergen tem sido oferecido gratuitamente por vários anos. “Essa nova versão é aplicada tanto nas avaliações genéticas que incorporam informações genômicas quanto nas avaliações convencionais. Qualquer alteração nas práticas de avaliação genética deve seguir uma série de etapas cuidadosamente planejadas para assegurar a qualidade e a confiabilidade das informações fornecidas aos produtores. A introdução de um novo software exige o mesmo rigor. Portanto, além de todas as validações científicas necessárias durante o desenvolvimento do programa, é essencial também validar os resultados gerados pelo novo sistema em comparação aos obtidos com o anterior. Com essa atualização, o Intergen será usado para a avaliação genética de diversas raças e características importantes nos sistemas produtivos”, expõe Junqueira.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sul
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