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Governo e setor empresarial se unem para impedir entrada da gripe aviária no Pará

O Brasil possui o terceiro maior plantel avícola do mundo, e é o maior exportador de carne de frango, exportando para mais de 150 países.

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Foto: Divulgação/Adepará

Diante da possibilidade de entrada da gripe aviária em território paraense, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e o Sistema Faepa/Senar/Fundepec/Sindicatos uniram esforços para deixar o Estado preparado para enfrentar possíveis casos da doença. O Fundepec (Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Pará) doou para a Agência material necessário para um atendimento eficaz e de proteção durante ações de fiscalização, em atendimento à solicitação da Adepará, que pretende reduzir o risco de ingresso e disseminação do vírus causador da doença.

Os materiais foram entregues no dia 16 de janeiro, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na presença do diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo; do presidente do Sistema Faepa/Senar/Fundepec/Sindicatos, Carlos Xavier, e do secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, João Carlos Leão Ramos.

“Trata-se do Fundepec cumprindo o seu papel, contribuindo e auxiliando para o desenvolvimento da defesa agropecuária, através dessa parceria público-privada, a qual nos possibilita avançar em muitas demandas e atuar de maneira mais forte, tornando o serviço de defesa seguro e eficaz, que é o objetivo de todos. Queremos que o nosso setor produtivo se desenvolva e cresça, para gerar mais emprego e renda”, destacou Jamir Macedo.

O Brasil possui o terceiro maior plantel avícola do mundo, e é o maior exportador de carne de frango, exportando para mais de 150 países. A vigilância desse plantel tem caráter preventivo, para manter o território livre de doenças, evitando restrições comerciais e impactos negativos na cadeia produtiva.

Sem ocorrência – Não há registro no Brasil de casos de gripe aviária. Entretanto, os órgãos competentes prosseguem investindo na manutenção das barreiras sanitárias para impedir a entrada do vírus. Desde o ano passado são registrados focos da doença em várias nações. A gripe aviária chegou à América do Sul, a países que fazem fronteira com o Brasil, como Peru, Colômbia, Chile, Venezuela e Equador, o que acendeu o alerta. Em alguns casos, são aves silvestres e outros animais que atingem aves de subsistência ou de produção.

O material doado é importante para ações do Serviço de Vigilância Oficial do Pará, que incluem vigilância sanitária, inquérito soro-epidemiológico e preparação das equipes para a avaliação de um eventual foco.

Segundo Carlos Xavier, a parceria entre o governo e as entidades existe há muito tempo, e destacou a importância do trabalho em parceria. “O Fundepec é privado. Quem paga é o produtor rural, por isso resolvemos dar o apoio na aquisição do material para atender essa demanda. Não tenho dúvida de que com essa parceria iremos alcançar posições melhores para o nosso desenvolvimento. Quero destacar que hoje estamos em um laboratório federal. Temos aqui a iniciativa privada, o governo do Estado e o governo federal juntos nessa caminhada, que não é de agora. Dentro dessa visão, que também é da Federação (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará – Faepa), não temos dúvida que faremos desse Estado, em pouco tempo, o primeiro em desenvolvimento da nação brasileira”, disse Carlos Xavier.

Doença exótica

Também conhecida como gripe aviária, a Influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa, que acomete aves domésticas e silvestres, gerando graves consequências à saúde animal, à economia e ao meio ambiente. O Brasil nunca registrou casos de animais contaminados pelo vírus, por isso a doença é considerada exótica no País. Mas hoje a doença está se aproximando da região.

De acordo com o Ministério da Agricultura, essa é a maior epidemia de IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) ocorrida no mundo, e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais. O reforço das medidas de biosseguridade pelos produtores tem o objetivo de mitigar os riscos de ingresso e disseminação no país.

O secretário João Carlos Leão Ramos ressaltou a importância da iniciativa de apoio do Sistema Faepa/Senar/Fundepec/Sindicatos. “Entendo que nas parcerias todos ganham. Quando há um investimento em material de laboratório e de equipamentos para o desenvolvimento de pesquisa e o controle de pragas há um trabalho preventivo. Portanto, apoiar se torna fundamental, e o Fundepec está sempre apoiando, por meio desse fundo garantidor que atua no desenvolvimento do Estado”, disse o gestor.

Equipe em campo

A Adepará prossegue com as ações do Plano de Vigilância Epidemiológica de Influenza Aviária e Doença de NewCastle no Pará desde dezembro de 2022. A Agência dispõe de equipe formada por 22 profissionais, entre fiscais estaduais agropecuários e agentes fiscais agropecuários, que está em campo coletando material biológico das aves para estudo. O plano pretende demonstrar a ausência das doenças na avicultura industrial, em virtude do aumento dos casos de IAAP (vírus H5N1) na América do Sul.

A intensificação das ações de vigilância inclui testagem de amostras coletadas de aves de subsistência, criadas em locais próximos a sítios de aves migratórias, para monitorar a circulação viral e permitir a demonstração de ausência de infecção, apoiando a certificação do Brasil como país livre da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade.

Vigilância ativa e passiva – Criado pelo Mapa, o Plano de Vigilância é um estudo epidemiológico contínuo, realizado por meio de vigilância ativa e passiva para detecção precoce de casos de Influenza aviária (IA) e Doença de NewCastle (DNC) em aves domésticas e silvestres, para demonstração de ausência dessas doenças na avicultura industrial, de acordo com as diretrizes internacionais de vigilância para fins de comércio.

No Pará, a investigação epidemiológica ocorre em 98 granjas, localizadas em 21 municípios. São 59 granjas de corte (risco muito baixo), um matrizeiro (risco baixo), 35 estabelecimentos criadores de galinhas de postura (risco moderado), um estabelecimento criador de patos (risco alto) e dois estabelecimentos criadores de codornas (risco alto). Serão investigadas 1.122 aves, e coletadas 16.930 amostras biológicas, que serão enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, em Campinas (SP).

Também participaram da entrega dos materiais o diretor de Inspeção e Defesa Animal da Adepará, Jeferson Oliveira; a diretora Técnica do Fundepec, Rosirayna Remor, e o coordenador do Laboratório Federal de Defesa Agropecuário (Lanagro), Ricardo Belizário.

Fonte: Ascom Adepará

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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