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Governo do Paraná participa do Show Rural 2023 com tecnologia, inovações e apoio ao agronegócio

Evento acontece entre os dias 6 e 10 de fevereiro em Cascavel. Participação do Estado envolve lançamento de novas cultivares, liberação de R$ 240 milhões do BRDE em financiamentos para o agronegócio e para o município Cascavel e a exposição de soluções e tecnologias para o campo em áreas como energia renovável, agroecologia, agricultura e pecuária.

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Foto: Divulgação/Show Rural Coopavel

O Governo do Estado marca presença em mais uma edição do Show Rural Coopavel, que acontece entre os dias 6 e 10 de fevereiro em Cascavel, na região Oeste. Além de contar com uma equipe de cerca 100 pessoas do Sistema Estadual de Agricultura, a participação do governo no evento também prevê a liberação de R$ 240 milhões do Banco Regional do Extremo Sul (BRDE) em financiamentos para o agronegócio e municípios do Oeste, além da exposição de soluções e tecnologias para o campo em áreas como energia renovável, agroecologia, agricultura e pecuária.

O evento contará com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior, do vice-governador Darci Piana, do secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, além de outras autoridades estaduais. Entre os órgão presentes estão Copel, Sanepar, IDR-Paraná, Celepar, Detran, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre outros.

Promovido pela Coopavel desde 1989, o evento que abre o calendário das feiras agropecuárias brasileiras chega à sua 35ª edição como um dos mais importantes do setor no País, com uma agenda voltada para a transferência de tecnologias e inovações para o campo. Em um espaço de 720 mil metros quadrados, o Show Rural apresenta o que há de mais moderno em tecnologias de cultivares, técnicas de cultivo, defensivos, máquinas, implementos e softwares para a solução de desafios comuns ao campo.

A organização prevê que 300 mil pessoas passem pelo espaço nos cinco dias de evento, superando o público de 285 mil visitantes que estiveram no Show Rural no ano passado. A expectativa é movimentar R$ 3,5 bilhões em vendas. Em 2022, o evento reuniu 585 expositores e formalizou R$ 3,2 bilhões em volume de negócios.

Agricultura

Presente no Show Rural desde o seu lançamento, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) mantém uma área de 2,5 hectares no Parque Tecnológico da Coopavel e preparou mais de dez unidades demonstrativas para divulgar diversas tecnologias que podem ser aplicadas nas propriedades rurais.

No espaço, o IDR-Paraná apresenta a Vitrine Tecnológica de Agroecologia, que mostra diversos sistemas de produção de alimentos orgânicos. Também serão apresentadas, neste ano, novas cultivares de soja, milho, mandioca, feijão e plantas de cobertura que foram desenvolvidos e lançados pelo instituto, além de duas variedades de feijão e uma de milho.

Outro espaço do IDR-Paraná no Show Rural é a Feira da Agroindústria Familiar Rural, voltado para a divulgação e comercialização de produtos regularizados de produtores assistidos pelo instituto. Trinta empreendedores, entre cooperativas e associações, vão participar dos cinco dias do evento. Roteiros de turismo rural e artesanatos produzidos mulheres agricultoras, clubes de mães e associações de artesãos da região Oeste também serão apresentados e comercializadas no local.

Os técnicos do IDR-Paraná levarão orientações sobre o Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), para esclarecer dúvidas sobre financiamentos e subvenção de juros por meio do Banco do Agricultor Paranaense para a produção de energia sustentável como os sistemas fotovoltaicos e a produção de biogás, a partir de biomassa.

A área também terá destaque no estande da Copel no Show Rural. As equipes da companhia vão orientar os produtores rurais sobre a geração distribuída, além do uso seguro e eficiente de energia elétrica.

Também são destaques o enfezamento do milho, doença que vem preocupando produtores e técnicos em todo o Brasil, o manejo de água no solo e a raça Purunã, desenvolvida por técnicos do IDR.

Caminho das Águas

No Caminho das Águas, uma grande maquete, de aproximadamente 20 metros x 20 metros, os visitantes poderão caminhar e conhecer o percurso do rio, desde a sua nascente, passando pelos diversos usos até a disposição final, para mostrar a importância da preservação das nascentes e matas ciliares nas áreas dos cursos de água.

Fruto de uma parceria do IDR-Paraná com a Sanepar, no local também será possível conferir práticas de proteção de fontes com a técnica de solo cimento, modelos de sistemas de destino de dejetos humanos e de águas usadas, proteção de fontes naturais, captação e armazenamento de água da chuva.

O estande da Sanepar também vai demonstrar o programa de reúso do efluente tratado do esgoto. O piloto dessa prática está sendo implantado na Estação de Tratamento de Esgoto de Matelândia, a ETE Ocoizinho. Essa unidade possui eficiência de 99% no tratamento, por meio de sistema modular de lodos ativados.

Por ser rico em fósforo e nitrogênio, o efluente tratado pode ser usado em irrigação e fertilização de culturas agrícolas, na limpeza de calçadas e vias públicas, na rega de jardins e praças e na lavagem de veículos, além de uso industrial para resfriamento de equipamentos (caldeiras) e em instalações sanitárias.

Inovação

Alternativas tecnológicas agricultura e da pecuária, imersão em metodologias de negociação e uma maratona para buscar sistemas e ideias inovadoras para o setor estão entre as novidades que serão levadas pela Celepar ao Show Rural.

Na quarta-feira (08), das 14 às 17 horas, acontece o Like a Farmer, uma competição de startups, com batalhas de pitches (apresentações rápidas de uma proposta) e, ao final, a premiação das três melhores colocadas.

Na quinta-feira (09), das 15h30 às 20 horas, será a vez do Bootcamp, um treinamento imersivo com metodologia exclusiva que apresenta técnicas de oratória, negociação com investidores e pitch deck. Os participantes serão orientados a vender a ideia de negócio para potenciais investidores, criando um cenário favorável à interação e capitalização no modelo de negócios de startups.

Por fim, o Hackathon Show Rural Coopavel, uma maratona de desenvolvimento de soluções para problemas da agroindústria, será realizado na quinta e na sexta-feira (10). A competição é patrocinada pela Coopavel e organizada em conjunto com o ecosistema local de inovação.

O evento tem por objetivo incentivar os novos talentos criativos e empreendedores da cultura digital, estimulando o desenvolvimento de soluções para problemas e desafios que permitem a colaboração para a captação de ideias que possam se transformar em novos negócios para integrar o sistema agroindustrial da região oeste do Paraná.

Ciência e tecnologia

Com o objetivo de contribuir para o aumento da produtividade de pequenas, médias e grandes propriedades agropecuárias, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), apresenta soluções tecnológicas para o agronegócio durante o evento.

A pasta selecionou programas estratégicos e startups que integram o Vale do Genoma e outros ecossistemas de inovação para apresentar serviços específicos para o público da feira. Localizado em Guarapuava, na região Centro-Sul do estado, o Vale do Genoma consiste em um ecossistema de inovação com ampla expertise em agropecuária, meio ambiente e saúde.

BRDE

Ainda na área de inovação, na quinta-feira às 10h será lançada a quarta edição do BRDE Labs, que terá como tema “Inovação verde e de equidade”, com desafios voltados para a área. As inscrições para as grandes empresas, que procuram ser âncoras no programa, serão abertas após a divulgação.

A agenda do banco envolve ainda a assinatura de cerca de R$ 240 milhões em contratos de financiamento com cooperativas, produtores rurais e empresas, além da Prefeitura de Cascavel, que firmou um novo convênio com o BRDE no valor de R$ 30 milhões, adicionados ao valor já liberado de R$ 66 milhões, para aquisição de 15 ônibus elétricos, 13 do modelo convencional e dois articulados.

Fonte: AEN

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Nova rede de Hidrogênio impulsiona pesquisas sobre energias renováveis no Paraná

Governo do Estado formalizou na segunda-feira (06) o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Hidrogênio. Serão investidos cerca de R$ 3,7 milhões para viabilizar as ações de quatro universidades estaduais e duas federais. Cerca de cem convidados participaram da apresentação do projeto.

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O Governo do Paraná, por meio da Fundação Araucária e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), formalizou nesta segunda-feira (06) o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Hidrogênio. Serão investidos cerca de R$ 3,7 milhões para viabilizar as ações do novo arranjo, que já conta com vinte pesquisadores com atuação e destaque no tema do H2 de quatro universidades estaduais e duas federais.

Cerca de cem convidados entre pesquisadores da área, representantes das universidades, do setor produtivo e do governo estadual participaram da apresentação.

Fotos: Divulgação/Fundação Araucária

O Napi Hidrogênio tem como objetivo criar uma rede de pesquisa e inovação no Paraná, buscando articular ações que envolvam instituições públicas e privadas, de forma a impulsionar, principalmente, o desenvolvimento de tecnologias, a oferta de serviços, e a formação de recursos humanos especializados na área do hidrogênio renovável de baixo carbono, tendo como ação inicial prioritária o desenvolvimento da rota que utiliza a biomassa residual.

A configuração inicial dele reúne doze laboratórios e oito programas de pós-graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Centro Oestes (Unicentro), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Conta ainda com parcerias com diversas instituições do Estado do Paraná que atuam na área de CT&I, setor produtivo e demais colaboradores.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, disse que o novo arranjo tem a vocação de fazer pesquisa colaborativa. “Temos quase 23 mil doutores nas instituições de ciência, tecnologia e ensino superior do Paraná e na sociedade do conhecimento os doutores fazem muita diferença. Por isso precisam estar envolvidos nas ações em prol da comunidade”, afirmou.

Segundo o articulador do Napi H2 e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Helton José Alves, há muitas iniciativas que envolvem a produção do hidrogênio usando fontes de energias renováveis, mas o arranjo tem como foco principal foco o desenvolvimento da rota tecnológica que envolve a biomassa como uma fonte de hidrogênio. “Nesse contexto nós estamos falando de descarbonização da nossa economia, uma vez que nós substituímos o hidrogênio de origem fóssil por fontes que são renováveis, principalmente a biomassa”, explicou.

O pesquisador ressaltou que há um cenário favorável no Paraná, que já possui a Lei 11.410/23, que instituiu a Política Estadual do Hidrogênio Renovável. “O Napi vem somar esforços a todas as iniciativas já existentes no Paraná de forma a promover o desenvolvimento da economia do hidrogênio, valorizar as cadeias produtivas que têm interface com este tema seja no quesito de matéria-prima, de serviço, logística, transporte ou uso final a partir de produtos derivados do H2”, destacou Alves.

Pesquisa e sociedade

Os recentes estragos ocorridos em decorrência das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul foram citados pelo presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio, Paulo Emílio Valadão de Miranda, como consequências da emergência climática ambiental, o que reforça a necessidade de investir em pesquisas de fontes alternativas.

“O Brasil já é considerado um dos países em que há maior ocorrência de eventos climáticos extremos. Em função disso precisamos descarbonizar as atividades da nossa sociedade e, uma forma de fazer isso, é utilizando o hidrogênio, que é um combustível que não carrega carbono, então o seu uso não contribui com gazes do efeito estufa na atmosfera”, explicou.

Para o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, é preciso ter os ativos tecnológicos cada vez mais comprometidos com gerar soluções aos problemas reais da sociedade. “Nós precisamos investir muito em ciência e tecnologia para que possamos construir uma realidade mais sustentável ao nosso planeta”, destacou, lembrando que o orçamento para a área neste ano saltou para mais de R$ 700 milhões.

O coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rafael Silva Menezes, elogiou a iniciativa paranaense. “O MCTI fez um grande esforço de se trabalhar em redes de pesquisa como acontece no Paraná com os novos arranjos buscando a otimização do uso de recursos públicos. Esta iniciativa, sem dúvida nenhuma, irá fortalecer o eixo de desenvolvimento tecnológico do Programa Nacional do Hidrogênio”, enfatizou.

Entre as instituições que serão parceiras do Napi está o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). “O Tecpar gostaria de colaborar nesta linha de certificação do hidrogênio, sempre no contexto de valorizar o produto paranaense e as pesquisas locais”, salientou o diretor-presidente da entidade, Celso Kloss.

NAPIs

Os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) têm como objetivo conduzir a produção de conhecimento de forma colaborativa pelos pesquisadores paranaenses, incitados por demandas reais de desenvolvimento de setores estratégicos para o Estado, mediante o aporte de recursos financeiros. Atualmente já são 62 os NAPIs em operação.

Fonte: AEN-PR
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“Tragédia sem precedentes no campo”, dizem pequenos agricultores gaúchos

Isolamento, perdas de casas e de plantações estão entre os prejuízos de milhares de produtores.

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Foto: Divulgação/MPA

Casas, galpões e currais destruídos. Plantações inundadas e colheitas perdidas. Galinhas, suínos e vacas levados pela força das águas. Uma realidade “triste e desoladora”, afirmam pequenos agricultores, assentados e quilombolas que lidam com as diferentes perdas provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O estado vem sofrendo com enchentes e inundações há uma semana.

Entre as regiões mais atingidas estão o Vale do Rio Pardo e o Vale do Taquari, no Centro do estado. Miqueli Sturbelle Schiavon mora no município de Santa Cruz do Sul e está na direção estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Ele relata que trabalhadores e famílias vivem uma tragédia sem precedentes no campo. “Os agricultores que estavam nas margens dos rios Pardo, Taquari, Jacuí perderam casas, animais e máquinas. Outros ainda nem conseguem calcular as perdas, porque não conseguiram voltar para ver as propriedades. A chuva também prejudicou tanto as produções de subsistência, como aquelas voltadas para o mercado e a manutenção das famílias”, diz Miqueli, complementando: “Os agricultores das regiões mais altas sofrem com deslizamentos de terra e soterramentos de casas. Ainda não existem informações muito concretas sobre mortes na área rural. E boa parte das produções também foi levada pelas enxurradas”.

Miqueli Sturbelle, da direção estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores: “Ainda não existem informações muito concretas sobre mortes na área rural. E boa parte das produções também foi levada pelas enxurradas” –  Foto: Arquivo pessoal

Enquanto lida com os estragos atuais, Miqueli também se preocupa com o futuro da região depois que as chuvas passarem. “Essas famílias necessariamente vão precisar de um apoio muito grande dos governos federal, estadual e municipais para reestruturar as propriedades. Para compra animais e equipamentos. E também de apoio para manutenção das famílias com alimentação, água e luz por um período, porque perderam praticamente tudo”, frisa.

Enquanto essa ajuda não chega, a solidariedade entre vizinhos e outras formas de organização comunitária são fundamentais para minimizar os problemas. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) é uma das instituições que tem tido atuação decisiva em Santa Cruz do Sul. Maurício Queiroz trabalha na diocese local e é uma das lideranças da CPT. As dificuldades de locomoção e de comunicação têm dificultado que o trabalho seja ampliado para áreas próximas.

“Ainda não conseguimos visitar os agricultores que foram atingidos. Eu quase fiquei sem gasolina, porque os postos não têm combustível. Previsão era que chegasse hoje, mas não aconteceu. Estamos com dificuldades de locomoção e os acessos estão muito difíceis, com barro e outras obstruções nas estradas”, conta Maurício. “É algo que a gente nunca tinha visto antes. A água chegou a lugares que nem imaginava que pudesse chegar. Os prejuízos são de todo tipo. Há impactos econômicos nos empreendimentos e no comércio em geral. Agricultores perderam casas, galpões, maquinário. E há a dor das famílias e das vítimas, que a gente vai entender melhor quando puder visita-las e ter uma dimensão melhor do que aconteceu”, conta Maurício.

Na região metropolitana de Porto Alegre, a realidade também é de isolamento e de destruição. Luiz Antônio Pasinato é membro da CPT local e tem tido muita dificuldade para se comunicar com agricultores e assentados.

“Tentei fazer contato com vários agricultores e eles não dão resposta. Certamente, estão enfrentando essa enchente e tentando salvar suas vidas. Porque roças e lavouras de hortifrutigranjeiros foram totalmente destruídas. Toda essa região aqui foi afetada. Muitas famílias e pequenos agricultores plantam verduras para comercializar nas feiras de Porto Alegre. A maioria que tinha plantações de inverno acabou perdendo tudo e está isolada por causa das estradas bloqueadas”, relata Luiz Antônio.

O que já se estima é que serão necessários milhões de reais para reconstruir a infraestrutura dos municípios atingidos. Mas Luiz Antônio entende que é preciso ir além e investir no planejamento para que desastres como esse não se repitam.

“Primeiro, precisamos trabalhar a conscientização das pessoas. Porque há muito negacionismo climático. A gente vai ter que enfrentar com sabedoria e inteligência os problemas. Proteger nosso meio ambiente é uma questão-chave. E precisamos discutir que modelo de agricultura queremos implantar, que não deprede os mananciais. Discutir uma política habitacional, principalmente para as cidades que estão nas beiras dos rios e para as famílias que vivem em áreas de risco. E a sociedade civil tem que ser incluída nos comitês de gerenciamento das bacias hidrográficas e nos debates ambientais”.

Tanto o Movimento dos Pequenos Agricultores quanto a Comissão Pastoral da Terra participam da campanha “Missão Sementes de Solidariedade: Emergência”, lançada em setembro de 2023, e reforçada com os temporais de maio. Elas pedem doações para ajudar aqueles que foram mais atingidos pelo desastre. Os valores podem ser destinados para a conta da Cáritas Brasileira, por meio do PIX: 33654419/0010-07 (CNPJ) ou depósito bancário. Conta corrente 55.450-2, agência 1248-3 (Banco do Brasil).

Maurício Roman, da direção estadual do MST: “Lamentavelmente, sabemos que houve um prejuízo em grande parte da estrutura da Cootap, mas ainda vamos dimensionar a gravidade” – Foto: Arquivo pessoal

Impactos nos assentamentos
A direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também calcula um impacto grande para os que vivem nos assentamentos da região metropolitana. Cinco deles ficaram submersos em decorrência das chuvas. Em Eldorado do Sul, estão nessa situação os assentamentos Integração Gaúcha (IRGA), Apolônio de Carvalho e Conquista Nonoaiense (IPZ). Em Nova Santa Rita, os assentamentos Santa Rita de Cássia e do Sino. Pelo menos 420 famílias foram afetadas pelos alagamentos.

Mauricio Roman, da direção estadual do MST, acredita que ainda vai demorar mais de uma semana para que os trabalhadores possam voltar para os assentamentos e avaliar com precisão o tamanho dos prejuízos. “Assim que as águas baixarem e permitirem a nossa entrada, que acreditamos ser daqui a dez dias, decidimos priorizar a região de Eldorado. Para tentar salvar a Cootap [Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre], que foi alagada. Não temos ainda conhecimento do que tinha lá dentro e foi molhado, nem quanto do estoque foi perdido”, explica Mauricio Roman.

Sobre colheita e maquinário, é possível estimar que o impacto também foi grande. “Nós ainda tínhamos uma projeção de colher arroz. Porque como sofremos a primeira enchente em novembro, plantamos fora da janela agrícola, e estávamos em fase de colher esses grãos. Já sabemos que mais de 50% dessa produção foi prejudicada. Perdemos algumas máquinas, alguns caminhões, que eram muito importantes para o movimento na construção dos vales, no levantamento de água, na produção do arroz. Lamentavelmente, sabemos que houve um prejuízo em grande parte da estrutura, mas ainda vamos dimensionar a gravidade”, diz o dirigente do MST.

O movimento está organizando uma campanha de apoio à população do campo e de solidariedade às famílias atingidas nos assentamentos. Para contribuir financeiramente, as doações podem ser feitas pelo pix: sos_mst@apoia.se.

Comunidades quilombolas
Quem vive nos quilombos, sofre frequentemente com os desequilíbrios climáticos e convive historicamente com diferentes impactos negativos causados pelas chuvas. Essa é a avaliação de Roberto Potácio Rosa, membro fundador da Federação das Comunidades Tradicionais Quilombolas do Rio Grande do Sul.

Roberto Potácio, líder quilombola do Rio Grande do Sul: “Temos impactos na parte alimentícia, de saúde e educação” – Foto Arquivo pessoal

Ele vive na comunidade de São Miguel, no município de Restinga Seca, na região central do estado. Apesar do isolamento e das dificuldades de comunicação, diz que os impactos não foram tão grandes como nos quilombos de outras partes do estado. “Sabemos que as comunidades quilombolas urbanas, na região metropolitana de Porto Alegre, em Canoas, Chácara das Rosas e outras ali perto estão em situação grave. Há moradias submersas e pessoas em abrigos. No interior, temos poucas informações, porque estamos sem contato. Não temos uma qualidade de sinal lá para poder fazer a devida comunicação. Mas é uma situação muito preocupante”, diz Potácio.

Para o líder comunitário, realidades extremas como as de agora deixam ainda mais em evidência a situação de vulnerabilidade dos povos quilombolas. Além da preocupação com os desaparecidos, há um impacto econômico imediato nas famílias. “A maioria da economia de subsistência das comunidades vem das aposentadorias. São poucos os que têm carteira de trabalho assinada. Então, há um impacto orçamentário em toda a comunidade com esse isolamento, porque essas pessoas não conseguem se locomover, trabalhar, ficam sem receber um tostão, não têm pagamento para dar conta das necessidades”, avalia Potácio, acrescentando: “Também temos impactos na parte alimentícia, de saúde e educação. E o desespero daqueles que não estão conseguindo falar com os familiares. Esperamos que estejam todos bem, que essa tempestade não tenha ceifado muitas vidas”.

O Ministério da Igualdade Racial informou que está monitorando a situação, especialmente em comunidades quilombolas, ciganas e povos tradicionais de matriz africana e de terreiros atingidos pelas enchentes. Garantiu que tem articulado com outros ministérios e movimentos sociais o envio de cestas básicas e itens de primeira necessidade.

Segundo a pasta, o Rio Grande do Sul tem mais de 7 mil famílias quilombolas e aproximadamente 1-300 famílias de comunidades tradicionais de matriz africana e terreiros. E muitas delas estão ilhadas, sem acesso à água, energia e alimento.

Fonte: Agência Brasil
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Notícias Chuvas no Sul

Semana começa com tempo quente seco na metade Norte e temporais no Sul do Rio Grande do Sul

Na quarta-feira (08), os temporais se espalham pelo estado devido ao avanço de uma frente fria.

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Foto: Divulgação/Mapa

Áreas do Centro e toda a metade Norte do Rio Grande do Sul passam por um breve período de tempo quente e seco neste início de semana, com ventos soprando do quadrante norte. Nestes dias, são previstas rajadas de vento acima dos 60 km/h especialmente na região de Santa Maria e encostas, além proximidades do Planalto gaúcho.

Entretanto, nas áreas mais ao sul do estado gaúcho e toda a área de fronteira com o Uruguai, fortes áreas de instabilidade devem causar chuvas volumosas e temporais. No extremo sul do Rio Grande do Sul, os volumes de chuva devem exceder os 100 milímetros (mm) em 24 horas podendo superar os 150 mm até o início da quarta-feira (08). Nas cercanias da região de Pelotas, Rio Grande, em direção à Campanha e Oeste do estado, até a área de Alegrete e São Borja, também são previstos temporais, ventos com rajadas acima dos 70 km/h e queda de granizo.

Entre o final da terça (07) e o decorrer da quarta (08), o deslocamento de um amplo sistema de baixa pressão atmosférica, no Norte Argentina em direção ao Sul do Uruguai, e a formação de um ciclone extratropical que, de forma rápida, se deslocará para o oceano, vai estender uma frente fria, que cruza o Rio Grande do Sul e traz a instabilidade às demais áreas do estado. Neste período, a previsão indica queda acentuada de temperaturas máximas, com prováveis rajadas de vento acima dos 80 km/h e chuva entre 20 a 50 mm em diversas partes do estado.

Tempo frio e seco no meio da semana
No fim da quarta-feira (08), no Sul e no Oeste do Rio Grande do Sul, o tempo fica frio e seco devido ao ingresso de um sistema de alta pressão atmosférica. Nas demais áreas, a instabilidade cessa no fim do dia.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a quinta-feira (09) será de tempo frio e seco na maior parte do estado gaúcho. No fim do dia, pode chover no norte do estado. A temperaturas mínimas devem variar de 4°C a 8°C nas áreas mais frias do sudoeste, Planalto e Serra. Na capital, Porto Alegre, as temperaturas mínimas ficam ao redor dos 12°C (figura 3a, 3b e 3c).

Ao longo da sexta-feira (10), a instabilidade retorna devido às áreas de instabilidade. No fim de semana, a formação de uma frente fria, com amplo ingresso de reforço de ar frio de origem polar provocam a chuva.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Para o fim de semana, a expectativa é de tempo úmido e gradativamente mais frio. A chuva com mais intensidade deve ocorrer no norte e leste do estado. No sul e oeste, por sua vez, o tempo fica mais seco a partir da segunda-feira (13).

Mais de 78% dos municípios gaúchos foram impactados pelas chuvas

O número de municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas fortes chuvas chega a 388, o que representa 78,13% dos 497 do estado. Os dados constam no boletim da Defesa Civil estadual atualizado às 09 horas desta terça-feira (07).

O balanço aponta ainda 90 mortes confirmadas decorrentes dos temporais e outros quatro óbitos em investigação para confirmar se há relação com os eventos meteorológicos recentes.

No momento, o número de desaparecidos chega a 132. No levantamento oficial, em todo o estado há 361 feridos.

Com 10,88 milhões de habitantes, de acordo com o Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já são 1,36 milhão de pessoas afetadas pelas chuvas que ocorrem desde 29 de abril, o que representa 12,55% dos habitantes do estado.

O governo contabiliza ainda 155.741 pessoas desalojadas, e 48.147 pessoas estão temporariamente em abrigos.

Fonte: Com assessoria Mapa e Agência Brasil
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