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Governo do Paraná entrega R$ 2,7 milhões em equipamentos para colégios agrícolas durante o Show Rural
Entrega feita pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta quarta-feira (12) vai para 26 colégios. Com o repasse, foram adquiridos 26 microtratores, 26 perfuradores de solo, quatro ônibus escolares, 300 colchões, quatro drones, uma semeadora/plantadeira e uma plantadeira de mandioca.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou, nesta quarta-feira (12), durante o Show Rural Coopavel, em Cascavel, R$ 2.714.070,75 em equipamentos e infraestrutura para os 26 colégios agrícolas do Estado. A iniciativa visa fortalecer a formação técnica dos alunos e ampliar as condições de ensino nas unidades. O evento contou com a presença de cerca de 300 estudantes dos colégios beneficiados.
Com o repasse, foram adquiridos 26 microtratores, 26 perfuradores de solo, quatro ônibus escolares, 300 colchões, quatro drones, uma semeadora/plantadeira e uma plantadeira de mandioca. Os equipamentos modernizam a infraestrutura das escolas e garantem que os alunos tenham acesso a ferramentas utilizadas no mercado agropecuário, preparando-os para os desafios da profissão.
“Nós queremos que estes alunos não saiam apenas formados para serem agricultores, o que já é muito importante, mas que eles estejam capacitados para lidar com o que existe de mais tecnológico e inovador no agronegócio hoje, preparados para empreender ou liderar empresas e cooperativas do setor”, disse Ratinho Junior.
O governador também lembrou que, nos últimos anos, foram criadas cinco novas escolas agrícolas e que o Governo do Estado instituiu um programa para que todas as instituições possam atuar também como pequenas cooperativas locais. Das 26 escolas, 23 já estão com cooperativas em funcionamento e outras três estão em fase de implantação.
“A ideia é que tudo que seja produzido nas escolas possa ser comercializado e revertido para o colégio, que tem a capacidade de comprar mais equipamentos e ferramentas. Isso prepara o aluno para o mercado do trabalho, como bons profissionais aptos para trabalhar nas maiores cooperativas da América Latina”, afirmou o governador.
Investimentos
De acordo com o secretário estadual de Educação, Roni Miranda, os materiais qualificam o ensino dos colégios agrícolas, unindo o programa pedagógico escolar à realidade agrícola. “São equipamentos, como sensores, drones e microtratores, de primeira qualidade para que os alunos possam aprender na prática. Tudo faz parte da formação pedagógica proposta nos Colégios Agrícolas que forma tecnicamente alunos que já são muito buscados pelo mercado de trabalho”, ressalta.
Além dos equipamentos entregues pelo Governo do Estado, os colégios agrícolas também receberam outdoors que serão instalados nas unidades, para destacar a parceria com a Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Por meio do Programa Agropecuária 2030, uma iniciativa do Senar-PR e da Secretaria da Educação, são ofertados, dentro dos colégios agrícolas, cursos em áreas como drones agrícolas, mecanização, manejo de gado e apicultura, além de capacitação para professores e incentivo à inovação no campo.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso, a parceria vai ser importante para formar profissionais ainda mais completos no futuro. “Nós estamos pensando em um estado produtivo para o amanhã, colocando estes jovens em contato com estes equipamentos e com estas tecnologias de ponta. O investimento em boa capacitação é fundamental para termos um Estado cada vez mais forte no agronegócio”, disse.
As iniciativas impressionaram o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que elogiou os investimentos do Governo do Estado do Paraná nas escolas agrícolas. “A educação é o grande vetor de combate à pobreza e à falta de oportunidades. E vemos que o Paraná tem feito os investimentos necessários nesta área”, afirmou.
Colégios no Show Rural
Desde a última segunda-feira (10), quando teve início o Show Rural, os colégios agrícolas do Paraná participam do evento com apresentações especiais. Quatro grupos de alunos estão demonstrando soluções de robótica e um grupo apresenta um projeto de sustentabilidade, que já são desenvolvidos nas instituições. Os trabalhos foram vencedores da categoria Agro Robótica do Concurso Agrinho, promovido pelo Sistema Faep/Senar, em novembro do ano passado.
Com participação recorde de mais de 500 mil estudantes vindos de 2.091 escolas estaduais, o concurso incentiva a pesquisa e a inovação no ambiente escolar.
Entre as iniciativas, a do aluno João Augusto Kossler, de 16 anos, do Colégio Agrícola de Assis Chateaubriand, que criou um projeto automatizado para abrir e fechar as cortinas de aviários. “É uma inovação que primeiramente traz o bem-estar animal, já que proporciona menos estresse térmico. É muito gratificante estar aqui no Show Rural, que é um grande evento, o pessoal está bem interessado e nos procurando”, entusiasma-se.
Ganhando o Mundo
Os alunos dos colégios agrícolas também terão uma oportunidade histórica em 2025. O programa de intercâmbio estudantil “Ganhando o Mundo”, promovido pelo Governo do Paraná, levará pela primeira vez 100 estudantes dos colégios agrícolas para um programa especial no estado de Iowa, nos Estados Unidos, voltado ao setor agropecuário. O embarque está marcado para o segundo semestre.
Ao todo, serão 1.200 alunos da rede estadual embarcando para experiências educacionais nos Estados Unidos, Irlanda, Reino Unido, Nova Zelândia e Canadá. Esta será a maior edição do programa desde sua criação em 2019, que já levou 1.240 estudantes para intercâmbios internacionais.

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



