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Governo de Santa Catarina atende demanda das agroindústrias cooperativistas
Em reunião na Aurora Coop, governador Carlos Moisés se reúne com presidentes de cooperativas agropecuárias e discute pauta de interesse do agronegócio.

Reivindicações de interesse das cooperativas agropecuárias do oeste catarinense foram apresentadas ao governador Carlos Moisés da Silva, nesta semana, em visita do mandatário à sede da Cooperativa Central Aurora Alimentos (Aurora Coop) acompanhado de secretários de Estado e de presidentes de autarquias.
O governador foi recebido pelo presidente Neivor Canton, pelo vice-presidente Marcos Antonio Zordan e pelos presidentes das cooperativas filiadas Romeo Bet (Cooperalfa), Élio Casarin (Cooper A1), Cláudio Post (Auriverde), Vanduir Martini (Coperdia), Arno Pandolfo (Cooperitaipu) e Luiz Vicente Suzin (Coopervil).
Acompanharam Carlos Moisés o prefeito João Rodrigues, o deputado Marcos Vieira, os secretário da Agricultura (Altair Silva), da Fazenda (Paulo Eli) e da Casa Civil (Eron Giordani), além dos presidentes da Epagri (Edilene Steinwandter) e da Cidasc (Plínio de Castro).

A primeira pauta da reunião foi a necessidade de construção de uma via lateral e um trevo na rodovia SC-283
A primeira matéria na pauta foi a necessidade de construção de uma via lateral e um trevo na rodovia SC-283, na divisa entre os municípios de Chapecó e Guatambu, em razão dos projetos industriais que estão sendo desenvolvidos nessa região com previsão de elevadíssimo aumento do tráfego de caminhões.
A Aurora Coop está construindo em território chapecoense uma grande unidade de industrialização de carne junto ao já existente frigorífico FACH 1, maior planta de processamento de suínos da América Latina, com capacidade para 10.000 cabeças/dia. Na mesma rodovia, porém em território de Guatambu, a Aurora Coop realiza simultaneamente outro grande investimento no frigorífico de aves FAG, cuja capacidade de processamento passará de 115 mil para 400 mil cabeças/dia.
Na mesma área e no mesmo entorno da SC-283 a Cooperalfa constrói em estado adiantado uma agroindústria esmagadora de soja. A operação dessas três indústrias – que estarão concluídas em 2022 – exigirá a movimentação diária de mais 1.000 caminhões.
Para dar fluidez e segurança ao trânsito será necessário melhorar as condições da rodovia estadual com a construção de um trevo e de uma via marginal. Essa obra beneficiará também outras organizações ali localizadas, como a UFFS, a Randon, o futuro hospital da Unimed e outras empresas e bairros residenciais.
O governador Carlos Moisés manifestou-se em favor da construção das obras reivindicadas. Pediu que o projeto executivo – elaborado às expensas da Aurora Coop e já aprovado pelo Deinfra – seja doado ao Estado que se compromete a realizar o processo licitatório para a efetiva construção em 2022.
Outro assunto da pauta foi infraestrutura. O presidente Neivor Canton expôs a necessidade de suprimento de grãos (milho e soja) para o parque agroindustrial do oeste catarinense em face da produção insuficiente em solo catarinense. Todos os anos torna-se necessário importar – geralmente do centro oeste brasileiro – cerca de 4 milhões de toneladas de milho. A construção de uma ferrovia ligando o oeste catarinense e o Mato Grosso do Sul é condição básica para equacionar esse problema.
Canton expôs que o Governo Federal irá leiloar nos próximos meses o trecho Cascavel-Chapecó da ferrovia Norte-Sul que, no futuro, interligará os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com isso, cria-se condições para trazer o milho das regiões produtoras até a região consumidora, com forte redução de custos humanos, ambientais e econômicos.
Entidades do agronegócio, como a Faesc, Fecoagro, Ocesc, Fiesc, Sindicarne, ACAV entre outras, estão empenadas na viabilização desse projeto. Após enfatizar que a retenção do parque agroindustrial no oeste barriga-verde dependerá de um sistema ferroviário de transporte, Canton pediu o apoio e o empenho do governo estadual nesse propósito.
“O governo catarinense irá abraçar esse projeto de ferrovias”, assegurou o governador, informando que o Tesouro do Estado tem R$ 40 milhões reservados para projetos ferroviários. O último item da reunião esteve relacionado com o porto marítimo de São Francisco do Sul que, sazonalmente, sofre com o congestionamento de navios.
A tributação de fertilizantes e outros insumos agrícolas também foi examinada na reunião. Os cooperativistas reivindicaram a não tributação para evitar a elevação dos custos de produção e, por consequência, o encarecimento dos alimentos consumidos pela população. O governador e o secretário Paulo Eli, da Fazenda, expuseram que o Estado manterá a desoneração daqueles produtos.
Ao final, o presidente da Aurora Coop agradeceu a aprovação de todos os pedidos e o apoio do governo ao setor agroindustrial. O governador Carlos Moisés aproveitou para discorrer sobre ações de sua administração e destacar que criou, no âmbito da Polícia Civil, três delegacias especializadas no combate aos crimes contra o agronegócio.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



