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Governador do Paraná apresenta novidades do Banco de Alimentos em agenda na ONU
O objetivo é ter desperdício zero. Para isso, parte dos alimentos que ainda sobram nas Ceasas serão encaminhados aos criadouros conservacionais do Estado, que recebem animais resgatados. O restante será utilizado em compostagem na fabricação de novas mudas.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta sexta-feira (21) a representantes do Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (SCDB), instituição da Organização das Nações Unidas (ONU), novidades do programa Banco de Alimentos Comida Boa, das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR).
A iniciativa coleta alimentos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais, mas em boas condições de consumo, os transforma em molhos, sopas, sucos e processados e, depois, repassa esses alimentos já devidamente embalados e prontos para consumo para creches, orfanatos, hospitais públicos, entre outras instituições. Em 2022, o Banco de Alimentos Comida Boa distribuiu 5,85 mil toneladas de hortigranjeiros para entidades assistenciais, média mensal de 487 toneladas. Foram 331 entidades atendidas, com cerca de 130 mil pessoas impactadas mensalmente em todo o Estado.
O programa é voltado à segurança alimentar e nutricional e quer se tornar ainda mais sustentável. Ainda há uma sobra identificada de 35 toneladas/dia de alimentos nas cinco centrais (Curitiba, Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu e Maringá). O objetivo é ter desperdício zero. Para isso, parte destes alimentos serão encaminhados aos criadouros conservacionais do Estado, que recebem animais resgatados e também fazem reprodução de espécies ameaçadas de extinção. Os produtos serão utilizados para a alimentação destes animais.
O restante será utilizado em compostagem, para criar substrato a ser utilizado no programa Paraná Mais Verde, que promove o plantio de mudas em todo o Paraná.
“Esse é um programa fantástico e que já alcançou projeção nacional. Agora estamos apresentando ele para outros países. Nós criamos um ciclo que envolve o fim do desperdício de alimentos, transformação da comida através da mão de obra de detentos, promovendo ressocialização, e distribuição para entidades que fazem um trabalho muito digno com quem mais precisa”, disse Ratinho Junior. “Agora vamos ainda mais longe, utilizando o que ainda sobra para recuperar a fauna e incentivar a nossa flora”.
Segundo o governador, o Banco de Alimentos Comida Boa já atende praticamente todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU, em consonância com as metas para elevar a qualidade de vida da população em situação de vulnerabilidade social. Agora, a ideia é complementar o escopo também com apoio ao meio-ambiente. A ideia começará a ser implantada neste segundo semestre.
“Para nós da Ceasa Paraná é uma felicidade muito grande expandir esse programa. O Governo do Estado tem investido nesse projeto inovador e que evita o desperdício, leva alimento para quem mais precisa, gera segurança alimentar e, além de tudo, salva vidas. Vamos continuar nessa mesma pegada, agora contribuindo em novas frentes, para que os resultados sejam ainda melhores”, destacou o diretor-presidente da Ceasa Paraná, Éder Bublitz, que está na comitiva oficial.
Atendimento a animais
O Governo do Paraná garante atendimento a animais vitimados por meio de convênios com universidades paranaenses com clínica-escola veterinária. Os Centros de Apoio à Fauna Silvestre (CAFS) funcionam em parceria com o Centro Universitário Filadélfia (Unifil), de Londrina; Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), de Guarapuava; Centro Universitário de Cascavel (Univel); e Unicesumar, de Maringá.
O CAFS é um local preparado para receber, identificar, marcar, triar, avaliar, e estabelecer tratamento veterinário para animais acolhidos por órgão ambiental em ações de fiscalização, resgates ou entrega voluntária por particulares. A permanência dos animais depende do tempo necessário para sua recuperação. O destino pode ser a soltura no habitat natural ou, quando é um risco devolvê-lo para a natureza, são encaminhados a criadouros habilitados pelo IAT, ou mantenedores individuais, igualmente habilitados.
Paraná Mais Verde
O Paraná Mais Verde foi criado em 2019 e tem como objetivo despertar a consciência ambiental e aliar o desenvolvimento ambiental, econômico e social, por meio da produção e plantio de árvores nativas nas áreas urbanas e rurais. As mudas são plantadas em áreas que precisam ser recuperadas ou melhor arborizadas, seja em área urbana ou rural, para colaborar no equilíbrio do clima.
Através do programa, o Instituto Água e Terra (IAT) possui a produção de mudas nativas nos viveiros florestais, uma das seis linhas de atuação para a preservação da biodiversidade estadual, com a finalidade de produzir e distribuir mudas nativas por todo o Paraná para a recuperação das áreas degradadas e alteradas – há poucas semanas o Paraná chegou na marca de 8 milhões de mudas nativas distribuídas.
Os interessados em receber mudas podem entrar em contato com o IAT por meio da página www.sga.pr.gov.br ou solicitar por meio do aplicativo Paraná Mais Verde, disponível na Play Store (Android).

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



