Avicultura
Gestão integrada do Programa de Autocontrole na avicultura garante maior eficiência da produção ao abate
A integração de boas práticas, tecnologias avançadas e uma abordagem proativa ao autocontrole ajudam a promover a sustentabilidade e o sucesso da indústria avícola.

A gestão eficaz do Programa de Autocontrole (PAC) na avicultura de corte assegura a qualidade e a segurança dos produtos avícolas. Desde o campo até o abatedouro, cada etapa do processo deve ser cuidadosamente controlada e monitorada para garantir que os padrões mais exigentes sejam atendidos. “A integração de boas práticas, tecnologias avançadas e uma abordagem proativa ao autocontrole ajudam a promover a sustentabilidade e o sucesso da indústria avícola, mas, para garantir uma operação bem-sucedida no abate, é essencial que a cadeia produtiva conheça detalhadamente seus processos e tenha acesso a informações precisas vindas do campo”, frisou a médica-veterinária, pesquisadora e doutora em Ciência Animal e Pastagens, Liris Kindlein, durante o 15º Encontro Mercolab de Avicultura, realizado no dia 10 de setembro, em Cascavel (PR).
O evento, que reuniu especialistas e profissionais do setor avícola, reforçou a relevância de aprimorar a comunicação e o fluxo de informações desde a produção no campo até o processo final no abatedouro, para otimizar recursos e aumentar a eficiência produtiva. “Trabalhamos para sermos cada vez mais assertivos. Não é uma tarefa fácil, mas quanto mais precisos formos, melhor será o aproveitamento no abate”, frisou Liris, reforçando a necessidade de uma gestão integrada e inteligente para alcançar melhores resultados.
A implementação do PAC na avicultura de corte apresenta entre seus benefícios a garantia de produtos seguros e de alta qualidade, o aumento da confiança do consumidor e a melhoria da eficiência operacional. No entanto, também enfrenta desafios, como a necessidade de investimento em tecnologias e infraestrutura, e a necessidade de treinamento contínuo para os colaboradores do campo e das plantas frigoríficas.
Etapas do autocontrole
O processo de autocontrole na avicultura de corte começa na granja com a escolha de aves com boa genética e um manejo adequado, alimentação balanceada, ventilação e higiene dos galpões para evitar entrada de possíveis doenças. A vacinação preventiva e exames regulares garantem a detecção precoce de problemas, enquanto o controle ambiental, como temperatura, umidade e ventilação adequadas, assegura a saúde das aves e a qualidade da carne, associados com a gestão de resíduos e a limpeza das instalações.
A transição das aves para o abatedouro é uma etapa crítica e exige cuidados para minimizar o estresse e o risco de contaminação. As aves devem ser transportadas em veículos apropriados, com ventilação e proteção contra o clima, e o tempo de transporte deve ser minimizado. O monitoramento das condições de transporte e o registro dos indicadores de bem-estar animal asseguram a conformidade com as normas.
No abatedouro, o autocontrole segue com procedimentos rigorosos de higiene e segurança, incluindo limpeza e desinfecção das instalações e equipamentos, além de monitoramento das práticas de higiene dos funcionários para evitar contaminação. As aves são inspecionadas antes e depois do abate para detecção de doenças, e o controle de temperatura no processamento e armazenamento é fundamental para a segurança da carne. A rastreabilidade é mantida com documentação detalhada de cada lote, desde a granja até o produto final, assegurando conformidade com as regulamentações.
Requisitos e desafios para frigoríficos no controle de lotes

Médica-veterinária, pesquisadora e doutora em Ciência Animal e Pastagens, Liris Kindlein: “É importante que os frigoríficos compreendam os problemas específicos de cada lote para mitigar impactos negativos durante o processo de abate e assegurar que o produto final atenda aos padrões exigidos” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
A Portaria 736 marca um avanço na regulamentação do setor de frigoríficos, impondo exigências mais rigorosas para o controle e a gestão de lotes. Com a necessidade de documentação detalhada e a implementação de sistemas de monitoramento eficazes, os frigoríficos terão a oportunidade de melhorar a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos. “A adesão a estas novas normas não só assegura a conformidade com a legislação, mas também fortalece a confiança do consumidor e a sustentabilidade do setor”, frisa Liris.
A Portaria 736 estabelece novos critérios para o controle e a gestão de lotes em frigoríficos, trazendo importantes mudanças para o setor. O objetivo central da normativa é garantir a segurança e a qualidade dos produtos, exigindo uma abordagem mais detalhada e estruturada no acompanhamento dos lotes de carne.
A especialista diz que uma das principais determinações da Portaria 736 é que as empresas devem ter um controle minucioso sobre os lotes a serem abatidos. As informações necessárias incluem desde o percentual de lesões presentes, as condições sanitárias das aves e a uniformidade do lote. “É importante que os frigoríficos compreendam os problemas específicos de cada lote para mitigar impactos negativos durante o processo de abate e assegurar que o produto final atenda aos padrões exigidos”, salienta Liris.
Para garantir a eficácia deste controle, os frigoríficos vão precisar implementar sistemas ainda mais robustos de monitoramento e documentação. “A análise detalhada das condições dos lotes vai permitir uma melhor gestão dos processos internos e ajudar a evitar problemas de qualidade que possam afetar a segurança alimentar”, pontua.
Exigências para adesão ao PAC
A Portaria 736 também estabelece que, para solicitar a adesão ao Programa de Autocontrole os frigoríficos devem apresentar um estudo detalhado do histórico das alterações detectadas pela inspeção tradicional. Além disso, é necessário fornecer o histórico de análises relacionadas ao controle higiênico-sanitário do processo. “Este requisito visa garantir que as empresas estejam comprometidas com práticas de controle rigorosas e transparentes”, enfatiza Liris, ressaltando que a documentação e a análise histórica vão ajudar a demonstrar a conformidade com as normas e a eficácia das medidas implementadas para assegurar a qualidade e a segurança dos produtos.
Também está previsto na Portaria 736 a criação de uma lista de estabelecimentos sujeitos a inspeção com base em risco. A partir de 31 de dezembro de 2028 essa inspeção será compulsória, o que significa que os frigoríficos vão precisar estar preparados para atender aos critérios estabelecidos para evitar penalidades e garantir a continuidade das suas operações. “A inclusão na lista de inspeção baseada em risco objetiva priorizar os estabelecimentos que apresentam maior potencial para não conformidades ou problemas sanitários, garantindo que recursos sejam alocados de forma eficiente e que os riscos sejam geridos de maneira adequada”, reforça a médica-veterinária.
Importância do levantamento de dados
Um levantamento realizado entre 2016 e 2019 em 144 frigoríficos, envolvendo o abate de mais de 19 bilhões de aves do gênero Gallus, revelou que as principais causas de condenação de carcaças foram contaminação gastrointestinal e biliar, lesões de pele, artrite e aerossaculite, entre outros problemas. Esses dados destacam a importância de uma gestão eficiente para reduzir perdas e garantir a qualidade final do produto.
Liris explica que a gestão do Programa de Autocontrole da planta de abate será estruturada a partir do levantamento de dados históricos da empresa, incluindo principais diagnósticos de campo, causas de condenações e eficiência dos processos. “O foco será o aprimoramento das monitorias preventivas, com avaliações de aves vivas, além do controle rigoroso da qualidade da matéria-prima durante todo o processo produtivo”, ressalta.
Conforme a profissional, a avaliação das aves vivas já é exigida no boletim sanitário, conforme estabelece a Circular 100, que trata da inspeção ante mortem. “A avaliação das aves no campo é uma medida fundamental para garantir a qualidade desde o início da cadeia”, frisa Liris, salientando a importância dessa prática para a saúde e o bem-estar animal, bem como para a segurança alimentar.
Avaliação sanitária
A avaliação sanitária das aves, realizada no campo antes do abate, é uma etapa fundamental para garantir a qualidade no processo de abate. Esse monitoramento envolve o exame clínico dos animais, observação de comportamento, resultados de necropsias a campo (pré-abate) e análises laboratoriais, fatores que ajudarão a formar um diagnóstico sobre o estado do lote e seu impacto no frigorífico. “As informações coletadas no campo são fundamentais para a decisão sobre o processo de abate, considerando o histórico do produtor. Problemas como lesões de aerossaculite e articulares, sejam unilaterais ou bilaterais, influenciam diretamente o fluxo de abate e as condições higiênico-sanitárias. Conhecendo esses dados são possíveis mitigar problemas durante o abate”, menciona a especialista.
Essa comunicação entre campo e frigorífico deve ser uma via de mão dupla, permitindo que as melhorias sejam implementadas no manejo das aves e a retroalimentação seja eficiente. “A padronização dos monitoramentos sanitários é essencial para garantir que as informações repassadas ao frigorífico sejam precisas e úteis. Isso exige treinamento adequado de médicos-veterinários e extensionistas no campo”, afirma Liris.
A padronização do olhar técnico, tanto no campo quanto no abatedouro, é indispensável para correlacionar as condições sanitárias do lote visando maior assertividade das informações repassadas ao frigorífico. “Campo e indústria funcionam de forma interdependente e inter-relacionada”, frisa a especialista, destacando a importância da coleta de informações sobre manejo, sanidade, nutrição e genética para mitigar possíveis problemas ao longo da cadeia produtiva.
Embora avanços ao longo da cadeia já tenham sido feitos, é preciso integrar as informações do campo ao frigorífico. “Apesar de sermos muito bons no que fazemos, temos ineficiências dentro do campo e da indústria que fazem com que tenhamos perdas tanto sanitárias quanto qualitativas”, reitera Liris. “A gestão do Programa de Autocontrole vai conectar as operações no campo com as do frigorífico melhorando esses processos, unindo esforços para aumentar a eficiência e reduzir as falhas ao longo da cadeia produtiva”, complementa a médica-veterinária.
Aplicabilidade da retroalimentação
O novo modelo de inspeção com base em risco traz mudanças significativas na execução e autonomia de gestão pelas empresas. A avaliação post mortem das carcaças, por exemplo, passará a ser 100% responsabilidade das empresas, enquanto a inspeção oficial do governo será feita por amostragem, verificando se os procedimentos foram realizados conforme descritos nos documentos do Programa de Autocontrole. “Esses programas precisam ser detalhados e documentados, incluindo as ações corretivas a serem tomadas em casos de problemas no lote, garantindo o máximo aproveitamento possível da carne. As empresas já estão desenvolvendo esses documentos, que serão avaliados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio de auditorias documentais e amostrais”, salienta Liris.
Além disso, há maior flexibilidade na gestão do processo de abate, permitindo otimizações em termos de recursos humanos, velocidade de abate e gestão de lotes. Isso facilita a tomada de decisões rápidas para manter as condições higiênico-sanitárias sem comprometer a eficiência da operação.
Em países com sistemas de autocontrole baseados em risco, é comum a exigência de indicadores zootécnicos. No Brasil, o indicador mais relevante é a prevalência de Salmonella, um patógeno de grande preocupação. Atualmente, a Instrução Normativa 20 (IN20) determina que a prevalência de Salmonella não ultrapasse 20%. “Se houver alterações nas condições higiênico-sanitárias, a legislação exige que a indústria faça um mapeamento das etapas do processo de abate para identificar onde pode haver aumento da carga microbiana. Isso é fundamental para compreender os patógenos envolvidos, as etapas críticas e os pontos de controle necessários para evitar problemas”, menciona.
Liris reforça que o PAC é uma ferramenta de gestão essencial para identificar, avaliar e controlar riscos ao longo do processo. “Temos domínio sobre os programas de gestão de autocontrole, mas precisamos nos apropriar completamente do abate, compartilhando informações para implementar ações corretivas eficazes e garantir o melhor aproveitamento da carne vendável”, destaca um especialista.
Autocontrole na cadeia produtiva
O Autocontrole no Processo de Abate agora foi atualizado para Autocontrole na Cadeia Produtiva, reforçando a integração entre campo e abatedouro. Esse modelo traz maior autonomia às empresas, permitindo uma gestão mais eficiente e ágil em todas as etapas, desde a criação das aves até o abate. “A implementação desse autocontrole vai aumentar a eficiência, otimizando o aproveitamento de carcaças e reduzindo custos fixos, bem como, a padronização dos critérios de condenação e o monitoramento contínuo garantem não apenas a segurança dos alimentos, mas também a responsabilidade das empresas no cumprimento das normas sanitárias”, exalta Liris.
Além disso, a profissional salienta que o acompanhamento constante permite a implementação de ações mitigatórias para prevenir problemas ao longo da cadeia, reforçando a qualidade final do produto.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




