Suínos
Gestão da informação como aliada da produtividade norteia palestras no 14º SBSS
Eficiência e lucratividade na suinocultura passam por um processo eficiente de gestão através da informação. Por isso, o controle e análise de dados devem ocupar papel central na tomada de decisões.

A eficiência e lucratividade na suinocultura passam por um processo eficiente de gestão através da informação. Por isso, o controle e análise de dados devem ocupar papel central na tomada de decisões. O assunto integrou a programação do segundo dia do 14º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), nesta quarta-feira (17). O evento acontece em formato híbrido, tanto virtual, como presencial, no Parque Tancredo de Almeida Neves, em Chapecó (SC).
De acordo com o médico-veterinário Iuri Pinheiro Machado a suinocultura passou por uma das crises mais prolongadas e profundas, mas que trouxe aprendizados em relação à gestão. Em sua palestra, ele divulgou dados estatísticos da crise no setor e falou sobre o que é possível fazer nas granjas em termos de otimização de custos, manutenção e produtividade. Apresentou aos congressistas como trabalhar esses índices em diferentes cenários, trazendo simulações, principalmente na questão da alimentação dos animais, que hoje representa em torno de 80% dos custos.
Ele alertou para o uso inteligente dos insumos e os riscos da redução de custos com nutrição na creche, destacando que os prejuízos podem ser maiores se decisões erradas forem tomadas. “Excetuando-se situações onde há desperdício de recursos e insumos, dificilmente se corta custos sem comprometer os índices zootécnicos. É preciso ter muita atenção ao mexer arbitrariamente para reduzir custos na reprodução ou na creche, por exemplo, pois qualquer redução ali pode comprometer índices de desempenho e saúde no rebanho”.

Na palestra que integrou o Painel Gestão da Informação, Iuri destacou que é preciso fazer um controle rigoroso de custos e simular cenários
Iuri ainda destacou os processos que levam a uma maior produtividade na granja e que são importantíssimos para reduzir os prejuízos num momento de crise. “As crises na suinocultura são cíclicas e inevitáveis, mas é possível mitigar seu impacto. Gestão é a palavra-chave. Antes da crise temos que reservar parte das sobras, ser assertivos na compra de insumos e buscar maior eficiência sempre. Durante a crise, é preciso fazer um controle rigoroso de custos, simular cenários, considerar a possibilidade de reduzir peso e combater o desperdício”.
Para concluir, afirmou que é necessário conhecer bem os índices zootécnicos, fazendo simulações sobre o cenário presente e futuro. As decisões têm que ser tomadas de forma multidisciplinar, envolvendo todo mundo, desde o produtor ao nutricionista. “São questões essenciais para que num momento de crise, e até para prevenir outras crises, o produtor possa trabalhar com uma gestão estratégica, especialmente na compra de insumos, mantendo a produtividade e a excelência nos processos”.
Na segunda palestra do painel gestão de informação, o médico-veterinário Daniel Linhares destacou a tomada de decisão baseada em dados, abordando experiências norte-americanas na análise de informações em banco de dados de diagnósticos na suinocultura.

Daniel Linhares apresentou dois projetos de coleta de dados realizados nos Estados Unidos, que agora são reportados para que a cadeia de suinocultura use essas informações com inteligência
“Trouxemos o panorama geral de dois projetos realizados nos Estados Unidos que, basicamente, coletam informações disponíveis em laboratórios de diagnósticos e em empresas de produção veterinária que têm várias informações já coletadas e disponíveis, mas raramente fazem uso desses dados. E o objetivo é usar essas informações para detectar como as enfermidades chegam aos animais e se espalham.”
A metodologia apresentada por Daniel consiste em agregar dados de diagnósticos de diferentes laboratórios, para revelar aspectos da macro epidemiologia da atividade de patógenos que permitirão identificar com precisão as doenças ao longo do tempo, regiões acometidas e fases de produção.
A intenção é descobrir o que está fora de padrão e quanto mais dados forem obtidos, mais cedo será possível detectar e responder aos desafios de sanidade. “A gente não somente captura essas informações, mas sentamos com conselheiros, todos especialistas no setor, para dar contexto a esses dados, e reportamos isso de volta para que a suinocultura use essas informações com inteligência na busca por soluções para as doenças já existentes e adote medidas de prevenção”, finalizou.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.




