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Genética da eficiência alimentar ganha força na pecuária brasileira

O conceito é simples: animais com consumo alimentar residual (CAR) negativo consomem menos alimento do que a média para atingir determinado ganho de peso, enquanto os com CAR positivo consomem mais.

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A pecuária enfrenta desafios crescentes para atender à demanda global por proteína animal, ao mesmo tempo em que busca reduzir seu impacto ambiental. Nesse cenário, a eficiência alimentar emerge como uma característica fundamental impulsionada pelo melhoramento genético, oferecendo uma solução promissora para pecuaristas e para a sociedade como um todo.

O papel da eficiência alimentar se destaca na otimização do consumo alimentar residual (CAR), ou seja, a quantidade de alimento que um animal precisa ingerir para ganhar peso. O conceito é simples: animais com CAR negativo consomem menos alimento do que a média para atingir determinado ganho de peso, enquanto os com CAR positivo consomem mais. A busca por animais com alta eficiência alimentar promete aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir a pegada ambiental da pecuária, uma vez que animais mais eficientes consomem menos recursos para produzir a mesma quantidade de carne.

Médico-veterinário e diretor técnico da ANPC, Argeu Silveira – Foto: Divulgação/ANPC

A eficiência alimentar como característica do melhoramento genético vem se tornando uma grande aliada do pecuarista. De acordo com o médico veterinário e diretor técnico da ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores), Argeu Silveira, ela pode ajudar a aumentar a lotação das fazendas em até 20% com a mesma oferta de alimentos. “Isso já vem ocorrendo em fazendas de seleção genética: aumento no número de animais com a mesma alimentação. Nos rebanhos comerciais ela vai chegar via sêmen ou genética e vai impactar de forma significativa a pecuária”, crava Silveira.

O especialista explica que entre os critérios analisados quando se fala em eficiência alimentar está o CAR: consumo alimentar residual. “Se espera que um animal coma 10 quilos de matéria seca para ganhar um quilo de peso. Se ele come menos que isso ele é CAR negativo, ou seja, ele precisa de menos alimento que a média para ganhar aquele peso. Porém, se ele come mais é CAR positivo”, explica.

De acordo com Silveira, os impactos da eficiência nos rebanhos brasileiros são muito grandes. “Hoje, por exemplo, com o apelo da redução de metano, um boi mais eficiente que come menos para produzir a mesma quantidade é um animal ambientalmente mais correto. Outro ponto que devemos destacar é quanto ao aumento na lucratividade, na ordem de 10 a 20%, tanto no confinamento quanto nos rebanhos de cria. Então é uma animal que vai nos auxiliar na redução de metano, mas também no aumento da produtividade baixando os custos”, menciona o diretor técnico da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores.

O médico-veterinário explica que no Brasil o melhoramento genético vem avançando rapidamente, cuidando de todas as características importantes, como peso, precocidade sexual, habilidade materna e rendimento de frigorífico. O melhoramento genético conta com o apoio de um banco de dados da ANCP, que está permitindo encontrar os melhores animais em eficiência alimentar. “Quanto a eficiência alimentar, mesmo sendo iniciada há pouco tempo, temos mais de 150 mil animais com dados. Todos os anos chegam na faixa de 20 a 25 mil novas informações. Sinal de que estamos progredindo muito rápido na busca por animais bons na eficiência alimentar”, comenta.

Silveira reforça que esse banco de dados de animais sendo avaliados em relação à eficiência alimentar está mais robusto e isso pode gerar resultados incríveis a campo. “Temos fazendas com algumas gerações medidas e com grandes impactos na redução na ingestão de consumo e, por consequência, alimentos. Se pegarmos um confinador com 10 mil cabeças que conseguisse reduzir a quantidade de alimentos em 5%, significa que com o custo atual ele conseguiria engordar 500 bois a mais. Ele teria um lucro como se tivesse 10.500 bois com a mesma alimentação. Esses 500 animais a mais seriam somente lucro”, exemplifica.

Ele reforça que, apesar de ser uma área com pouco tempo de desenvolvimento, gera benefícios em cadeia, para o produtor, para a sociedade e para o meio ambiente. “Essa genética está sendo identificada, o produtor comercial hoje já tem como acessar ela e isso vai trazer um grande benefício para toda a sociedade”, cita o diretor técnico da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores.

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Fonte: O Presente Rural

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Regeneração de pastagens e sistemas integrados ganham protagonismo na pecuária brasileira

Especialistas destacam que eficiência produtiva, solo saudável e adoção de ILPF são caminhos centrais para uma pecuária sustentável e de baixo carbono.

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Foto; Gabriel Faria

A regeneração de pastagens degradadas e a adoção de sistemas integrados de produção devem ocupar o centro da estratégia da pecuária brasileira para os próximos anos. Essa visão foi defendida por Fábio Dias, líder de Pecuária Sustentável da JBS, durante sua participação no VEJA Fórum de Agronegócio, realizado nesta segunda-feira (24), em São Paulo.

Ao participar do painel “Agricultura Sustentável: como produzir sem desmatar”, o executivo ressaltou que a eficiência produtiva e a sustentabilidade caminham juntas para garantir a perenidade do negócio. Com atuação em 20 países e relacionamento diário com centenas de milhares de produtores, a JBS enxerga a saúde da cadeia de fornecimento como prioridade. “A produção pecuária e agrícola precisa prosperar por muitos anos, não apenas por alguns. Se os produtores não forem bem, toda a cadeia não irá bem”, explicou.

Dias também analisou a mudança de paradigma no setor: se antes o foco estava exclusivamente no volume de produção, hoje a degradação e a queda de produtividade, especialmente em áreas de abertura mais antigas, impulsionaram uma nova mentalidade voltada à longevidade e à qualidade do solo.

Segundo Dias, essa agenda regenerativa é um imperativo de gestão, focada na melhoria contínua do ativo ambiental. “É fundamental garantir que a fazenda seja mantida em condições de produtividade superior a cada ano, demonstrando que a exploração pecuária de longo prazo é totalmente sustentável”, afirmou.

O executivo reforçou a singularidade do modelo brasileiro, capaz de acomodar duas ou três safras na mesma área. Nesse contexto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) surge como ferramenta vital. A presença animal no sistema não apenas diversifica a renda, mas eleva a biologia do solo e sua capacidade de estocagem de carbono. “Colocar animais numa área aumenta a vida do local, eleva a qualidade da terra e mantém o solo coberto durante todo o ano”, explicou Dias. De acordo com o executivo, a eficiência gerada pela ILPF, somada à redução da idade de abate dos animais, resulta em menor pressão por desmatamento e queda nas emissões entéricas, pavimentando o caminho para uma pecuária brasileira de baixo carbono.

Para acelerar a adoção dessas tecnologias e fortalecer a formalização da cadeia, a JBS estruturou um ecossistema robusto de difusão de conhecimento, assistência técnica e gerencial. O objetivo é empoderar o produtor para a tomada de decisões embasadas. “Construímos um ecossistema que difunde conhecimento e apoio aos produtores”, reforçou Dias.

Essa estratégia, operacionalizada por meio do programa Escritórios Verdes, criado em 2021, e que que oferecem assistência técnica, ambiental e gerencial gratuita, tem gerado impacto mensurável: desde então, já foram mais de 20.000 produtores apoiados, reinseridos na cadeia produtiva legal e sustentável.

O líder de Pecuária Sustentável da JBS concluiu que o potencial do Brasil em ter uma pecuária baixa em carbono é evidente, dada a capacidade de armazenagem do solo tropical e a redução da idade de abate dos animais. “Ao aumentar a produção por área, a JBS enxerga um futuro brilhante para a pecuária brasileira, onde a sustentabilidade se torna o novo padrão de eficiência e inclusão produtiva”, pontuou.

Fonte: Assessoria JBS
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Mercado do leite volta a cair em novembro e mantém pressão sobre o produtor

Demanda mais fraca e custos elevados sustentam pressão negativa sobre o preço ao produtor.

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O preço médio nacional do leite ao produtor fechou novembro de 2025 em R$ 2,44 por litro, conforme o boletim Indicadores Leite e Derivados, elaborado pelo Cileite/Embrapa. O valor representa queda de 3,8% na comparação mensal e recuo de 14,8% em 12 meses, consolidando um ano de forte retração para o setor.

A análise regional mostra que todos os estados acompanhados registraram variações negativas, como em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As barras do gráfico destacam uma tendência comum de queda, com redução próxima a 4%.

Derivados também caem

Foto: Sistema Faep

Os preços dos lácteos seguiram o mesmo movimento. O boletim indica retração de 1,0% no conjunto de “Leite e Derivados” e queda de 0,2% em outro agrupamento de produtos monitorados. Entre os itens acompanhados individualmente, o leite UHT apresentou variação negativa mais intensa, acompanhado por baixas em queijos, manteiga, creme de leite e leite condensado — todos com índices de redução destacados na coluna “Em 12 meses”.

Consumo interno não reage

O relatório também traz a evolução do ticket de compra de lácteos no varejo, mostrando oscilações ao longo de 2023, 2024 e 2025. A curva referente a 2025 revela leve recuperação no segundo semestre, mas ainda distante dos patamares observados em anos anteriores. Segundo o boletim, o consumo interno não tem acompanhado a oferta, o que contribui para a continuidade da pressão sobre os preços ao produtor.

Cenário segue desfavorável ao produtor

Com custos ainda elevados em várias regiões e baixa capacidade de repasse pela indústria, o momento permanece desafiador para a cadeia produtiva. A retração em praticamente todos os indicadores reforça o ambiente de margens apertadas e de incerteza para o início da temporada 2026.

Fonte: O Presente Rural com Cileite/Embrapa
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Mato Grosso institui Passaporte Verde e eleva padrão socioambiental da pecuária

Nova lei, que entra em vigor em 2026, estabelece critérios socioambientais e rastreabilidade completa do rebanho para atender às exigências dos mercados internacionais.

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Foto: Divulgação/Imac

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, em duas votações, na última quarta-feira (19), o projeto de lei que institui o Programa Passaporte Verde, iniciativa que coloca o Estado na vanguarda da pecuária sustentável no Brasil. A nova legislação entra em vigor em janeiro de 2026 e estabelece critérios socioambientais para todo o monitoramento de rebanho bovino e bubalino mato-grossense, com o objetivo de atender às exigências dos mercados internacionais mais competitivos.

O Passaporte Verde, desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) em parceria com o Governo do Estado e o setor produtivo, propõe o monitoramento socioambiental completo da cadeia da carne, desde o nascimento do animal até o abate. O programa prevê etapas de implantação para incluir propriedades de todos os portes, oferecendo suporte técnico e orientação aos produtores.

Entre os objetivos dessa política de sustentabilidade estão o desenvolvimento sustentável, a inclusão e consciência produtiva, o acesso ao mercado global, qualidade e monitoramento, incentivo de parcerias do setor privado com entidades públicas, a valorização de serviços ambientais, além do estímulo do ambiente de concorrência equitativa na cadeia produtiva.

A iniciativa reforça o compromisso de Mato Grosso com a produção responsável, rastreabilidade, transparência e conservação ambiental, critérios cada vez mais valorizados pelos importadores e consumidores globais. Países da Europa e da Ásia, por exemplo, têm adotado políticas que priorizam produtos com comprovação de origem sustentável e desmatamento zero. “Mato Grosso se consolida como pioneiro em sustentabilidade com o Passaporte Verde. Estamos mostrando ao mundo que é possível produzir mais, com responsabilidade ambiental e inclusão social. Esse programa será uma vitrine da pecuária moderna, transparente e comprometida com o futuro do planeta”, comemorou o presidente do Imac, Caio Penido.

Fonte: Assessoria Imac
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