Notícias Safra de inverno
Geadas no final de agosto provocam corte da safra brasileira de trigo
Cenário positivo para safra foi abalado, entre 20 e 22 de agosto, por geadas que atingiram o sul do Brasil e o Paraguai
Com o plantio do trigo já encerrado desde o mês passado no Rio Grande do Sul e no Paraná, o mercado brasileiro, em agosto, acompanhou a situação do clima sobre as lavouras. Os trabalhos de campo avançavam tranquilamente, com boas condições para o desenvolvimento da cultura. O cenário positivo para a safra foi abalado, entre 20 e 22 de agosto, por geadas que atingiram o sul do Brasil e o Paraguai com intensidades variadas. A ocorrência provocou reajustes nas projeções para as safras em 2020.
No Paraná, as regiões oeste e sudoeste foram atingidas moderadamente, enquanto o norte do estado não sofreu com a intempérie. Conforme o Deral/PR, aproximadamente um terço da área estadual sofreu de alguma maneira com a intempérie. Ainda assim, a nova estimativa de SAFRAS & Mercado para a produção paranaense nesta temporada representa uma queda de 6% na comparação com a anterior, passando de 3,6 para 3,4 milhões de toneladas. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, o norte do Paraná sofre com o excesso de chuvas, mantendo o solo úmido no momento em que deve ser iniciada a colheita do grão.
O Rio Grande do Sul teve todas suas lavouras de trigo afetadas pelas geadas, sendo 85% intensamente e 15% de forma moderada. O reajuste na projeção de SAFRAS & Mercado foi negativo em 10%, passando de 2,4 para 2,15 milhões de toneladas. Os núcleos regionais da Emater/RS realizam pesquisas de campo para dimensionar as perdas. Os números podem ser atualizados nos próximos dias à medida que ficarem mais claras as reais condições das lavouras. Estima-se que os efeitos da geada sejam notados de dez a quinze dias após a ocorrência.
Os preços do trigo seguem firmes no mercado brasileiro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, os agentes esperam por uma visão consolidada dos efeitos das geadas sobre as lavouras do Brasil e do Paraguai, o que deve acontecer nos próximos dias. “Assim, os números tendem a continuar sendo reajustados”, Pinheiro destaca que o clima segue no radar uma vez que começa a colheita no Paraná e a meteorologia indica chuvas, o que pode dificultar os trabalhos e comprometer a qualidade do grão.
Safras dos vizinhos
Na Argentina, cresceu o percentual de lavouras em situação ruim e com déficit hídrico. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 38% das lavouras tem condição de regular a ruim. Na semana passada, eram 36%. Quando à condição hídrica, 62% estão em situação de regular a seca, contra 59% na semana passada. A maior parte das áreas em situação seca estão no centro e no norte do país, onde o desenvolvimento das lavouras está nas fases reprodutivas, as mais suscetíveis a perdas.
As lavouras do Paraguai também sofreram com as geadas, tendo sua previsão de safra rebaixada em 12,5% segundo o analista Jonathan Pinheiro. A produção paraguaia é, agora, estimada em 1,05 milhão de toneladas.
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.