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Suínos / Peixes

Gaiolas, baias ou sistema misto: qual a melhor escolha?

Atender as exigências do mercado e do consumidor por bem-estar animal sem perder em produtividade é desafio na hora de escolher um sistema de produção

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Atender a todas as normas de bem-estar, garantindo não somente mais conforto aos animais, como também melhores resultados produtivos na granja é uma prioridade do suinocultor brasileiro. Mas, com diversas opções e diferentes opiniões sobre cada modelo de criação, surgem dúvidas dos produtores sobre qual sistema utilizar. Para sanar algumas destas dúvidas, o médico veterinário e consultor Técnico Comercial de Suínos na Agroceres Multimix, Evandro Cunha, fala sobre “Alojamento de leitoas gestantes em gaiolas, baias ou sistema misto: efeito na performance reprodutiva, lesões e peso da leitegada” durante o Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu em maio, em Porto Alegre, RS.

Cada um dos sistemas tem seus prós e contras. Cunha esclarece que no sistema de gaiolas as fêmeas suínas ficam alojadas em espaços individuais de 0,6 metro de largura por 2 metros de comprimento, aproximadamente, espaço bastante restrito. “Nesse sistema as matrizes permanecem protegidas, principalmente, das brigas com outras matrizes, detalhe importante para a reprodução, pois se têm eventos fisiológicos, até os 28 dias de gestação, muito sensíveis a qualquer estresse da matriz”, comenta. Ele explica que as brigas fazem parte do comportamento natural dos suínos para delimitar hierarquia, sendo crítico, principalmente, até o terceiro dia após agrupamento de suínos de diferentes origens. “Por isso consideramos, mesmo que no sistema coletivo, o uso estratégico das gaiolas”, afirma.

Cunha explana que no sistema misto, com o objetivo de não prejudicar a reprodução, é utilizado gaiolas por período de até 28 dias – sendo este o limite permitido pela legislação da União Europeia. No Brasil os prazos em gaiolas do sistema misto, explica, podem ser maiores. “No Brasil podemos observar períodos maiores em gaiolas, de acordo com o espaço das granjas, já que não há legislação vigente sobre esse tema”, conta. Já no sistema de baias não são utilizadas gaiolas, ou, se são, somente para a inseminação, transferindo para as baias as fêmeas com até sete dias após a inseminação, esclarece. “Essas baias podem ter diferentes formatos, mas recomenda-se pelo menos 2,2 m² por matriz”, sugere.

Cada um com as suas peculiaridades, escolher qual seria o melhor sistema ainda gera dúvidas entre produtores. O médico veterinário revela que o sistema de gaiolas possibilita um controle individual quanto à alimentação e a observação das matrizes, com ótimo desempenho reprodutivo desses animais. “Porém, sabemos que esse sistema é restritivo quanto ao bem-estar gerado às matrizes suínas”, considera.

Cunha observa que já o alojamento em baias coletivas se torna a principal solução para se trabalhar em um sistema intensivo de produção, com melhora em alguns pontos do bem-estar dos suínos e. Ele explica que se o manejo for feito com perícia é possível alcançar níveis produtivos semelhantes ao sistema de gaiolas. “É importante considerarmos que o alojamento coletivo sofre influência de muitas variáveis, como por exemplo, quanto ao período para alojar as fêmeas (sistema de baias ou sistema misto), tipo de alimentação, tamanho das baias, número de animais nas baias, densidade animal, ambiência, entre outros”, comenta.

O profissional diz que é necessário um maior entendimento dessas variáveis e suas interações, para manter os resultados produtivos alcançados no sistema de gaiolas. “Acredito que temos que nos adaptar às demandas do mercado consumidor e o uso de alojamentos coletivos faz parte dessa adaptação”, afirma.

Na performance reprodutiva…

Nos sistemas coletivos, baias ou misto, as fêmeas podem se movimentar e manifestar alguns de seus comportamentos naturais, explica Cunha. Porém, ao alojar em grupos em um espaço restrito, é intensificado o comportamento de disputa por hierarquia, espaço e alimento. “Os três primeiros dias após o alojamento das matrizes são críticos, pois as fêmeas brigam para estabelecer hierarquia dentro da baia. Pensando nisso, o período gestacional em que vamos agrupar essas fêmeas nas baias é muito importante”, diz.

O médico veterinário afirma que é sabido que há eventos fisiológicos, dos 7 aos 28 dias de gestão, muito sensíveis a qualquer estresse de matriz. Portanto, fica claro que se deve evitar estresse no período gestacional. “No sistema de gaiolas e no sistema misto mantemos as fêmeas protegidas a esses efeitos estressantes das brigas e disputas. Os sistemas de gaiolas e misto têm apresentado melhores resultados reprodutivos, com menores perdas reprodutivas”, conta.

Cunha acrescenta que o sistema de baias tem o benefício de reduzir ao máximo a utilização das gaiolas, porém as matrizes sofrem estresse em um período crítico da gestação. “Sabemos que essas disputas diminuem, porém permanecem por toda gestação, o que pode levar a perdas reprodutivas e a maiores lesões das fêmeas”, diz o profissional. Ele afirma que quando se fala dos sistemas de gestação coletiva é possível observar um aumento expressivo das lesões de casco. “E sabemos que os descartes de matrizes por problemas locomotores se tornam a principal causa de remoções. Além disso, nos sistemas de baias, temos maiores perdas reprodutivas quando comparado ao sistema misto e ao sistema de gaiolas”, completa.

Lesões frequentes

Outro problema que preocupa produtores devido ao sistema escolhido são as lesões que podem acontecer. Cunha esclarece que sem dúvida, os sistemas coletivos, baias ou misto geram mais lesões. “São intensas as brigas logo após o agrupamento dos animais de diferentes origens buscando estabelecer a hierarquia, independente do momento da gestação em que são manejadas na baia”, informa. Ele acrescenta que também ocorrem as disputas por alimento durante a gestação, mesmo quando há sistema eletrônico de alimentação EFS (Eletronic Sow Feeding). “Isso porque nesse sistema as fêmeas acabam dominando o espaço de entrada de alimento e as brigas ocorrem em torno do equipamento. As lesões permanecem em várias regiões do corpo, principalmente cascos, o que impacta bastante a produção”, afirma.

O médico veterinário diz ainda que o sistema de gaiolas evita lesões geradas por brigas, porém é preciso entender que ao restringir o espaço, os movimentos e manifestações de comportamento, o produtor está privando as matrizes. “Temos, portanto, que buscar soluções nos alojamentos coletivos. Para reduzir as brigas e lesões, devemos dar a devida atenção à densidade animal dentro das baias, ao dimensionamento correto do sistema de alimentação por fêmea, seja eletrônico ou manual, ao desenho das baias, qualidade de piso, etc.”, instrui.

Para ele, por isso é importante que a implementação desses novos sistemas seja planejada, para que os resultados do alojamento coletivo possam ser semelhantes aos alcançados em gaiolas.

Interferência no peso da leitegada

De acordo com Cunha, alguns pesquisadores acreditavam que com maior bem-estar das matrizes e maior possibilidade de se exercitar, seria possível uma influência positiva no peso dos leitões ao nascer. “Além disso, as disputas e falhas de manejo poderiam comprometer o peso ao nascimento”, diz. Mesmo com estas afirmações, o médico veterinário conclui que não existem diferenças visíveis entre cada uma das formas de alojamento no peso da leitegada. “Se bem manejadas no alojamento coletivo, essa diferença de peso não é observada”, afirma.

Ele informa que os sistemas coletivos com ESF necessitam de uma etapa de manejo bem delicada, que é o treinamento das fêmeas para entrar no sistema de alimentação, uma espécie de casinha onde só entra um animal por vez. “Dimensionar bem as baias de treinamento e manejar as leitoas pelo período adequado pode ser decisivo para que não ocorram falhas de alimentação em alguns animais e, consequentemente, problemas de baixa condição corporal, remoção de fêmeas do sistema e, eventualmente, comprometimento do peso ao nascer”, esclarece.

O profissional destaca que é necessário o produtor se adequar aos sistemas com melhor bem-estar animal. “Para que isso ocorra da melhor forma, temos que diminuir o risco das adaptações sem muito planejamento”, afirma. Cunha diz que já existem muitas informações fora do país, onde se utilizam os sistemas coletivos há mais tempo, que podem servir como referência para as adequações, porém sem ignorar as condições brasileiras de infraestrutura e mão de obra. “Pensando na facilidade de manejo e em manter bons resultados, acredito que o sistema misto, já praticado em uma boa parcela de produtores, seja uma alternativa viável para nossa realidade”, aponta.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Peixes têm quantidade limitada para captura em 2024

Cotas foram limitadas por dois ministérios

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Foto: Adriano Gambarini/OPAN/Agência Brasil

Quatro espécies de peixes muito consumidos na culinária brasileira tiveram cotas de pesca estabelecidas para este ano de 2024. Os limites de captura valem para as espécies albacora-branca (Thunnus alalunga), albacora-bandolim (Thunnus obesus), espadarte (Xiphias gladius) e tubarão-azul (Prionace glauca), tanto em águas nacionais, quanto internacionais, inclusive na Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que é a região de responsabilidade ambiental do Brasil e que vai até 200 milhas além da costa, onde embarcações brasileiras têm direito prioritário para pesca.

Para a espécie albacora-branca, também conhecida como atum branco ou voador, o limite é de 3.040 toneladas e para o albacora-bandolim, também conhecido por atum-cachorro ou patudo, é permitida a captura de até 5.639 toneladas.

Espadarte

A cota para pesca do espadarte foi limitada em 2.839 toneladas no Atlântico Sul (abaixo do paralelo 5ºN) e em 45 toneladas no Atlântico Norte (acima do paralelo 5ºN). Já o tubarão-azul, conhecido popularmente como cação, teve a captura autorizada este ano em até 3.481 toneladas.

As cotas foram determinadas por portaria conjunta dos Ministérios da Pesca e Aquicultura e Meio Ambiente e Mudança Climática, publicada nesta quarta-feira (27), no Diário Oficial da União. A medida tem como objetivo a sustentabilidade no uso dos recursos pesqueiros e atende à Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.

Fonte: Agência Brasil
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Suínos / Peixes

Semana Nacional da Carne Suína 2024 na era da personalização: tem para todo mundo, tem para você!

De 4 a 19 de junho a 12ª edição da SNCS levará a diversidade da carne suína para as maiores e melhores redes de varejo do Brasil

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Foto: Divulgação/Assessoria ABCS

De 4 a 19 de junho, prepare-se para mais uma edição da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), a maior vitrine e case de sucesso da proteína no varejo brasileiro. Em um mundo onde a diversidade crescente apresenta um mar de escolhas individuais cada dia maior, a décima segunda edição da SNCS emerge nas maiores e melhores redes de varejo do país não apenas como uma data comercial, mas como uma celebração da diversidade e da personalização. Reconhecendo cada preferência, cada necessidade e cada desejo dos consumidores, sem esquecer que as diferenças não mais afastam, mas sim agregam.

A SNCS é a maior estratégia de incentivo às vendas e ao consumo de carne suína no Brasil, uma iniciativa premiada com resultados comprovados que agrega valor à proteína suína e traz ganhos financeiros para toda a suinocultura brasileira, com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). Desde sua primeira edição, a campanha vem arrecadando crescimento e foi essencial para a conquista dos 20,68 kg per capita de 2023, totalizando um crescimento de mais de 50% no período de 12 anos.

É por isso que a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) se inspira em um insight verdadeiro para o tema deste ano: existe diversidade no prato, mas também união na mesa. “Reconhecemos que cada um de nós tem suas próprias preferências e restrições. E seja você um mestre do churrasco buscando a peça perfeita, alguém procurando opções saudáveis e econômicas, ou um chef de cozinha inovador à procura de ingredientes para aquela receita especial, a carne suína tem uma opção para você”, explica o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Saudabilidade, Sabor e Economia: esses são os pilares que sustentam a paixão pela carne suína. Mais do que uma escolha econômica, ela é uma fonte de nutrição saborosa adaptável a um estilo de vida saudável, a um cotidiano prático e a momentos inesquecíveis. A carne suína incorpora tecnologia e consciência ambiental, refletindo o compromisso da suinocultura brasileira em promover melhorias contínuas para garantir mais saúde, menos desperdício e práticas sustentáveis.

Este ano, é hora de redescobrir a carne suína. Porque sabemos que, independentemente da preferência, ela tem algo para todos. Para Maria e João. Para o churrasqueiro e para o chef premiado. Para todas as receitas e necessidades. Para cada geração, à sua maneira. Afinal, a carne suína é para todos. Há opções para quem tem pouco tempo, para o forno e para a airfryer, para todas as necessidades. Para quem busca economia, para quem procura uma opção mais saudável, para aquela receita especial. Para o churrasco, para os conectados e, é claro, para você! Por isso, nada mais claro do que dizer este ano: Semana Nacional da Carne Suína. Tem para todo mundo. Tem para você.

A diretora de marketing da ABCS, Lívia Machado, e também especialista em comportamento do consumidor aponta que a SNCS deste ano está ainda mais conectada com o conceito do consumidor ao centro e da necessidade de propor, a cada interação, uma experiência única que retrate os benefícios da carne suína para todas as gerações. “Estamos cada vez mais dentro da era do “e”, deixando o conceito do “ou” para trás. Lidamos constantemente com as mudanças e os conflitos de interesse geracionais e dentro deste contexto, temos o desafio de promover a carne suína de forma interessante e que cative a atenção das pessoas. A SNCS de 2024 está em consonância com tudo isso”.

O compromisso da ABCS é garantir que a carne suína não apenas satisfaça paladares diversos, mas também contribua para um mundo melhor. Isso inclui uma comunicação mais personalizada, sem perder o senso de comunidade. Varejo, produtores e consumidores unidos para celebrar tradições e criar novas memórias em torno da mesa, onde a carne suína é a grande anfitriã.

Fonte: Assessoria ABCS
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Suínos / Peixes

ABCS promove 1ª reunião do Departamento de Integração

A reunião marca uma nova etapa de ações da ABCS para promover a união entre os integrados

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Foto: Divulgação/Assessoria ABCS

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) realizou na quinta-feira (21), a 1ª reunião do Departamento de Integração, reunindo líderes das Comissões de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Cadeia Produtiva de Suínos (CADECs) atendidas pela associação.

Durante a abertura, o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, enfatizou a importância da troca de informações para impulsionar as demandas dos integrados e que, ao unirem esforços, é possível avançar os pleitos. “É evidente que a força da unicidade é fundamental para acelerarmos as pautas em questão. Quando nos unimos, os resultados são altamente positivos. Por isso, este deverá ser o primeiro encontro de muitos outros”, destacou Lopes.

O consultor do Departamento de Integração da ABCS, Iuri Pinheiro Machado, apresentou o andamento das CADECS do Rio Grande do Sul atendidas pela Associação, além do processo envolvido para evoluir nas negociações. “Existem desafios a serem superados. Alguns produtores ainda desconhecem a dinâmica de uma CADEC como um órgão paritário. Também estamos trabalhando para superar a falta de informação do custo real dos integrados, valor de investimento e outras questões diretamente ligadas ao dia a dia do suinocultor”, explicou Machado.

O produtor da Associação de Produtores Integrados de Suínos do Estado de Minas Gerais, Lucas Vasconcelos, compartilhou com os participantes a experiência da APROIMG na negociação com integradora para mudanças de contrato.

Vasconcelos afirmou que, durante o processo, ficou nítido que o preparo dos envolvidos é fundamental. “Compreender o negócio do suinocultor independente ao discutir um contrato de integração é essencial. É preciso ter conhecimento sobre preços de commodities como soja, milho e sorgo, além de insumos como ração, medicamentos e vacinas, pois esses aspectos impactam diretamente no dia a dia do suinocultor”, ressaltou o produtor.

A reunião marca uma nova etapa de ações da ABCS para promover a união entre os integrados, fortalecendo a cadeia produtiva de suínos e buscando soluções conjuntas para os desafios enfrentados pelo setor.

Fonte: Assessoria ABCS
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