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Fundo internacional anuncia novos projetos selecionados para fomento na América do Sul
Em pouco mais de dois anos de atuação, Land Innovation Fund constrói um portfólio com 36 projetos e 44 parceiros com investimentos de USD$ 11 milhões .
Três novos projetos coordenados por sete parceiros somam-se ao portfólio de soluções de inovação para uma agricultura sustentável, inteligente para o clima e livre de desmatamento do Land Innovation Fund. Alcançando um número estimado de 220 propriedades rurais em 266 mil hectares, as iniciativas selecionadas na terceira rodada de financiamento do Fundo propõem ações integradas com foco na fazenda, com potencial de gerar impacto escalável no curto prazo. Com investimentos de USD$ 4.6 milhões, as propostas em agricultura regenerativa, integração lavoura-pecuária-floresta e territórios sustentáveis cobrem algumas das principais pautas da agenda climática e ambiental da atualidade, contribuindo para a construção de uma paisagem de inovação pela sustentabilidade agrícola de alcance global. Com as propostas selecionadas, o Fundo alcança a marca de 36 projetos com 44 parceiros e investimento total de USD$ 11 milhões na América do Sul.
Chegam ao portfólio do Fundo a Associação Rede ILPF, o Instituto Ambiental de Pesquisas da Amazônia (IPAM), em parceria com a Produzindo Certo e com a ProForest; e a Fundação para a Conservação do Bosque Chiquitano (FCBC), com o apoio do Consórcio Regional de Agricultura Experimental (CREA) da Bolívia, e o Fundo de Estratégia de Conservação (CSF). Das três iniciativas selecionadas, duas têm como foco ações de inovação no Cerrado brasileiro e a terceira concentra-se na Chiquitanía boliviana, região entre os biomas Gran Chaco e Amazônia.
Em todas as propostas, destacam-se um arranjo amplo e integrado de ações conjugadas entre áreas diversas como governança, soluções baseadas na natureza, restauração e mercado de carbono associados a investimentos tecnológicos, com impacto no território. “As iniciativas selecionadas alinham-se aos objetivos do Fundo de fomentar soluções de inovação integradas com foco na fazenda, contribuindo diretamente para a busca de ações concretas em favor de uma agricultura sustentável, de baixo carbono e livre desmatamento em larga escala”, afirma o diretor do Fundo, Carlos Quintela.
No Brasil, a Associação Rede ILPF, instituição que contribui para o aumento da produtividade de forma sustentável no campo, implementará um programa de incentivo à adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta na cadeia da soja ajustado às necessidades do Cerrado. A proposta é monitorar a conformidade ambiental de mais de
30 propriedades rurais, em uma área de mais de 60 mil hectares. Desse total, 30 mil também participarão de processos de certificação e validação de critérios de sustentabilidade.
Já o Instituto Ambiental de Pesquisas da Amazônia (IPAM), em parceria com a Produzindo Certo e com a ProForest, pretende ampliar o alcance da abordagem territorial baseada na iniciativa Produzir, Conservar e Incluir (PCI), implementada pelo Estado de Mato Grosso, para incentivar a produção de soja sem desmatamento, com impactos socioeconômicos positivos a longo prazo. A proposta é aplicar a abordagem territorial nos municípios de Sapezal, Tangará da Serra, Campos de Júlio, Campo Novo do Parecis, Diamantino e Alto Paraguai, alguns dos maiores produtores de soja do país, todos localizados em área do bioma Cerrado com altas taxas de conversão de terra para agricultura. O projeto estima alcançar 160 fazendas em uma área de 125 mil hectares.
Na Bolívia, a Fundação para a Conservação do Bosque Chiquitano (FCBC), em parceria com o Consórcio Regional de Agricultura Experimental (CREA), e o Fundo de Estratégia de Conservação (CSF), colocará em prática um projeto de práticas regenerativas inovadoras (PRIAS) para uma agricultura sustentável nas planícies do leste do país. A estratégia do projeto é aumentar a produtividade das áreas agrícolas com a aplicação e a disseminação de conhecimento técnico sobre práticas sustentáveis, como recuperação de solos degradados e redução do uso de defensivos químicos, para evitar a conversão de novas áreas.
As propostas selecionadas contribuem para a construção de uma paisagem de inovação pela sustentabilidade, e ajudam a criar condições técnicas e financeiras para a adoção crescente de práticas agrícolas responsáveis, em com potencial de sinergia com outros projetos do portfólio do Fundo. “Os três projetos selecionados nesta rodada já chegam ao portfólio com um aporte financeiro agregado de US$ 2.77 milhões em contrapartida, quase 50% do valor do fomento oferecido pelo Fundo para a implementação das propostas, reforçando o alcance e potencial de impacto das iniciativas”, afirma Quintela. “Queremos atuar como catalizadores de uma transformação no campo e atrair investimentos e intercâmbio de conhecimento favoráveis a uma nova agricultura que responda aos desafios atuais”, completa.
Conheça os projetos selecionados:
Práticas regenerativas nas planícies do leste da Bolívia | FCBC, CREA Bolívia e CSF: as planícies do leste da Bolívia sofrem grande pressão de desmatamento em vários pontos da Chiquitania, ecossistema localizado entre o Gran Chaco e Amazônia. O objetivo do projeto liderado pela Fundação pela Conservação da Vegetação de Chiquitano (FCBC) em parceria com o Consórcio Regional de Agricultura Experimental (CREA) na Bolívia e do Fundo de Estratégia de Conservação (CSF) é promover práticas de agricultura regenerativa através de experiências-piloto com grupos de produtores em diferentes condições de solo e com possibilidade de escalar os resultados para outras propriedades rurais na região. Estão previstas as participações de 30 a 40 propriedades rurais no projeto, totalizando uma área de mais de 81 mil hectares –cerca de 53 mil hectares ocupados por produção agropecuária.
Lavoura-pecuária-floresta na cadeia da soja sustentável | Associação Rede ILPF: A proposta é monitorar a conformidade ambiental de mais de 30 propriedades rurais, em uma área de mais de 60 mil hectares. Desse total, 30 mil também participarão de processos de certificação e validação de critérios de sustentabilidade. O diferencial do projeto é incorporar uma abordagem integrada de avaliação e validação do sistema integrado lavoura-pecuária-floresta (ILPF) a partir de metodologias variadas em uma plataforma unificada, que permitirá o monitoramento eficiente e a quantificação precisa do carbono do solo. Ao final do projeto, será elaborado um protocolo que atenda às diretrizes estabelecidas por especialistas da Embrapa e de instituições do mercado voluntário de carbono, com foco na validação do serviço por uma certificadora internacional e na chancela do sistema de verificação de GEE em propriedades ILPF.
Paisagens sustentáveis e inteligentes para o clima no oeste de Mato Grosso | IPAM, Produzindo Certo e ProForest: sob a coordenação do IPAM, em parceria com a Produzindo Certo e ProForest, a iniciativa reunirá um conjunto de soluções de inovação conjugadas em favor de uma agricultura sustentável e inteligente para o clima: governança territorial, com o desenvolvimento de mecanismos de créditos de carbono alinhados com o sistema jurisdicional do Estado; aumentar a produtividade da agricultura, a renda sustentável e o estoque de carbono por meio da implementação de soluções inteligentes para o clima, com a oferta de assistência técnica para o cumprimento do código florestal e das leis trabalhistas; e uma agenda de restauração com potencial para ganhar escala em seis municípios com altas taxas de conversão de terra para agricultura no Cerrado brasileiro.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.