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Frimesa tem números aprovados em Assembleia
Em mais um ano de adaptações com a pandemia, a Frimesa cresceu 17%, investindo nas suas atividades e na cadeia produtiva. A apresentação dos resultados ocorreu em evento no dia 18 de fevereiro.
2021 foi um ano desafiador para a Frimesa Cooperativa Central. Com determinação, foi possível manter a cadeia produtiva junto às filiadas – Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato e ampliar a marca. A Frimesa apresentou os dados do exercício de 2021 no dia 18 de fevereiro em Assembleia Geral Ordinária, realizada no centro de eventos da Associação Esportiva e Recreativa Frimesa (Assercoop), em Medianeira. O evento foi presencial e a diretoria apresentou os números que foram aprovados: um faturamento de 5,039 bilhões, sendo um crescimento de 17% comparado com 2020, e 115 milhões em sobras, menos que o esperado de 150 milhões. Com desafios atribuídos pela pandemia de Covid-19, a Frimesa continuou a investir nos seus projetos e no novo frigorífico de Assis Chateaubriand.
Presidida pelo diretor-presidente da Frimesa, Valter Vanzella, o evento contou com a presença do diretor-executivo da Frimesa, Elias José Zydek, o prefeito de Medianeira Antônio França, o presidente da câmara de vereadores de Medianeira, Marcos Berta, Auditoria Externa, Conselho Fiscal e delegados das cooperativas filiadas. Ao todo, foram mais de 76 pessoas que acompanharam o evento. Na oportunidade, o conselho fiscal para o ano de 2022, também foi eleito.
Os resultados alcançados pela Frimesa são fruto do sistema cooperativista. “Num período complicado que foi 2021, com a pandemia, problemas climáticos, e mercado internacional, nós conseguimos nos superar no faturamento. Nas sobras não chegamos naquilo que gostaríamos, mas isso tem um lado bom, por causa do nosso compromisso de viabilizar a cadeia. A gente se preocupa com nosso produtor, e por isso, repassamos valores acima do que seria o normal do mercado”, explica Vanzella.
“O importante é que toda a cadeia produtiva ganhou com os nossos números, ganhou o produtor, ganhou a filiada e ganhou a Frimesa”, esclarece Zydek. “Nosso desafio é crescer em torno de 20% e passar o faturamento para 6 bilhões, o que é um desafio bastante grande. Teremos investimentos próximos a 500 milhões, estamos investindo em torno de 350 milhões no novo Frigorífico de Assis Chateaubriand”.
Carne e leite
Foram produzidas 442 mil toneladas de alimento, sendo 283 mil toneladas em carnes, e 159 mil toneladas em produtos lácteos. Esses resultados começam nas propriedades rurais: com o trabalho de 918 produtores de suínos e 1726 produtores de leite. A matéria-prima entregue por eles permitiu que as indústrias trabalhassem em 95% da capacidade. A área de carnes representa, 71,8% nos negócios da Frimesa com um mix de 306 produtos nas linhas de cortes, linguiças frescais e defumadas, presuntos, defumados, curados, hambúrgueres, salsichas, entre outros. Quanto ao volume de produção, foram 2.244.836 cabeças abatidas para industrialização nos seus dois frigoríficos, um localizado em Medianeira e outro em Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, uma média de 8300 suínos/dia. As exportações representaram 25,9% do faturamento no segmento de carne suína, totalizando R$ 913 milhões.
O segmento de leite enfrentou mais dificuldades com o baixo consumo da população por conta da renda reduzida, e por isso, o volume médio de operação ficou em 822 mil litros/dia representando uma variação de -2,75% no leite recebido se comparado a 2020. Entre os produtos lácteos estão leite longa vida, iogurtes, leite condensado, natas e manteigas, queijos e doce de leite. Com este cenário, o maior desafio da Frimesa foi manter toda a cadeia de suprimento do leite, foi remunerado a matéria prima ao produtor com um preço médio ano de R$2,0852 por litro.
Em 2021, o corpo funcional contou com 9.396 colaboradores, 12,4% a mais do que o ano anterior. A Frimesa também conquistou o selo de melhor empresa para trabalhar através da Great Place to Work (GPTW), consultoria que apoia organizações a obter melhores resultados.
CONSELHO FISCAL
Foram eleitos para o conselho Fiscal para exercício de 2022:
Adriano José Finger – conselho fiscal efetivo – Lar
Vilson Fulber – conselho fiscal efetivo – Copagril
João Teles Morilha – conselho fiscal efetivo – C.Vale
Cezar Célio Cerneck – conselho fiscal suplente – Copacol
Jakson Demetrio Lamin – conselho fiscal suplente – Lar
Alisson Petermann – conselho fiscal suplente – Primato
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.