Notícias Em Assis Chateaubriand
Frimesa se prepara para inaugurar frigorífico em dezembro
Ainda resta concluir trabalhos de jardinagem, acabamentos e colocação das máquinas. Início das atividades do novo frigorífico está previsto para janeiro de 2023, com abate diário de quatro mil suínos.
Uma indústria moderna, construída dentro das exigências atuais de controle sanitário, com equipamentos de última geração; assim será o novo Frigorífico de suínos da Frimesa, que está sendo construído em Assis Chateaubriand, no Oeste do Paraná. Este será um dos mais modernos frigoríficos de abate de suínos instalado na América Latina.
A Frimesa Cooperativa Central é formada por cinco cooperativas agrícolas que atuam na região: Copagril, C-Vale, Copacol, Lar e Primato. Este é um projeto industrial arrojado, na industrialização de produtos, alcançando o mercado global com os produtos feitos na região.
De acordo com o diretor-presidente da Frimesa e associado da Copagril Cooperativa Agroindustrial, Valter Vanzella, nos últimos anos a central tem apresentado crescimento constante. “Fizemos recentemente vários investimentos na planta industrial da cidade de Medianeira, alcançando o abate diário de 6,9 mil cabeças por dia e mais 1,4 mil são abatidos na indústria localizada em Marechal Cândido Rondon. Quando o mercado de suínos estava em alta, o produtor sentia-se estimulado a ampliar a produção, fazendo com que a Frimesa buscasse alternativas a longo prazo para atendimento da demanda. Foi aí que surgiu a ideia de construir uma nova unidade frigorífica. Após consideráveis estudos e análises técnicas foi escolhida uma área no município de Assis Chateaubriand para a construção desta unidade”, informou.
Para que o novo projeto virasse realidade, a Frimesa tirou lições do seu frigorífico de Medianeira. “Toda vez que precisamos ampliar em Medianeira era necessário demolir espaços construídos, destruir o que já havia sido feito. Era um grande transtorno, tudo tinha que acontecer por etapas para não prejudicar a produção existente. E as reformas ali eram constantes, especialmente para aumento da capacidade de abate, pois demos liberdade para as cooperativas filiadas aumentarem a produção junto aos seus associados. Buscamos uma alternativa em Marechal Cândido Rondon, onde alugamos (depois compramos) um frigorífico que hoje trabalha também na sua capacidade plena. As duas plantas industriais começaram a ficar pequenas para a quantidade de suínos que passou a ser produzida entre as cooperativas filiadas, exigindo mais ampliações ou a construção de um novo frigorífico, o que acabou efetivamente acontecendo”, disse.
Região estratégica
A escolha da área em Assis Chateaubriand seguiu um planejamento amplamente estudado feito pela Frimesa. “Uma das coisas que um frigorífico fundamentalmente precisa é água. Pelo porte que iríamos construir procuramos áreas em toda a região, fizemos dezenas de inspeções de lugares, ouvimos muitos pedidos. E a água necessária não pode ter qualquer tipo de contaminação e precisa oferecer os menores custos possíveis de sua utilização. Encontramos em Assis Chateaubriand realmente a melhor área, que também nos privilegia pela sua localização. Vimos ali a possibilidade efetiva de crescimento da Frimesa. Iniciamos as obras civis em 2020 e pelo cronograma já deveria ter sido inaugurado. Entretanto, devido a alguns trâmites burocráticos tivemos que estender o prazo da obra, mas agora resta somente os trabalhos de jardinagem, acabamentos e colocação das máquinas. E já marcamos para 13 de dezembro a inauguração desta nova unidade”, destacou.
Início das atividades
Ainda que a inauguração ocorra em dezembro próximo, o início de atividades do novo frigorífico acontecerá em janeiro de 2023. E irá começar a abatendo pelo menos quatro mil suínos por dia, quantidade esta que será abastecida pelas cooperativas filiadas. “Nosso planejamento diz que é necessário o abate de 7,5 mil suínos por dia para alcançar o ponto de equilíbrio. Acredito que com os esforços dos associados das cooperativas filiadas logo chegaremos ao necessário. Todavia, a capacidade deste novo frigorífico é 15 mil suínos por dia, quantidade que alcançaremos ao longo de alguns anos”, pontua.
Tecnologia de última geração
A tecnologia embarcada da nova indústria da Frimesa segue os parâmetros mundiais. “Tem equipamentos que compramos e que serão utilizados de forma inédita em nossa indústria. O frigorífico de Assis Chateaubriand possui alto índice tecnológico, nos dará uma considerável vantagem em termos de custos de produção e de qualidade dos produtos. Tais benefícios aliados a nossa presença de mercado já existente, nos dá a certeza de que todo o investimento será um sucesso”, enfatiza.
A decisão em ampliar as atividades frigoríficas de suíno, segundo Vanzella, se deu pela demanda de alimentos no mundo. “Hoje um dos grandes provedores de alimentos é o Brasil. E nosso país tem espaço ainda para produzir e crescer. Somos grandes exportadores de grãos, mas podemos agregar valor aos nossos produtos primários. A população mundial continua crescendo e por consequência a demanda de alimentos também”, afirmou Vanzella.
Ainda que vender sempre é um desafio, Vanzella diz que acredita no projeto da Frimesa.”O que percebo é que as pequenas indústrias vão perdendo espaços, que vai sobreviver aquelas que estiveram tecnicamente mais atualizadas. No nosso novo frigorífico isto foi levando em total consideração, fizemos uma indústria grande e com equipamentos de última geração”, disse.
Valter diz que confia integralmente no potencial da Frimesa e, principalmente, no abastecimento por parte dos suinocultores. “Temos uma considerável cadeia de produção, integrada por centenas de suinocultores associados às nossas filiadas. Temos indústrias modernas e um conceituado sistema de vendas, além de uma marca consolidada e que é considerada a quarta maior do Brasil. Aliado ao expertise de vendas temos nossos produtos da linha de lácteos, que igualmente são de grande penetração. Nossos mix de produtos sempre preservarão o preço justo, qualidade, padronização e a marca forte”, destacou.
Unidade de Marechal Cândido Rondon terá mudanças
Em decorrência da nova planta industrial de Assis Chateaubriand, a Frimesa deverá promover alterações na sua unidade industrial de suínos em Marechal Cândido Rondon. “Hoje estamos abatendo em solo rondonense suínos, tanto machos quanto fêmeas, mas a ideia é preparar esta unidade para o abate somente de fêmeas matrizes. Temos a necessidade de fazer esta alteração para atender a demanda existente dos cooperados”, finaliza Valter Vanzella.
Por ser filiada a Frimesa Cooperativa Central a Copagril Cooperativa Agroindustrial tem um planejamento estabelecido para fornecimento de suínos para as indústrias já existentes e, bem como, para a unidade a ser inaugurada em Assis Chateaubriand. E de acordo com o diretor-presidente da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla, os propósitos estão sendo cumpridos.
Ricardo destaca que a Copagril é uma das proprietárias da Frimesa e que, inclusive, é a cooperativa que possui a maior participação societária na central. “Temos compromissos com a central e estamos trabalhando no sentido de poder utilizar a cota de produção estabelecida para os nossos associados”, afirmou.
Ainda que o momento da suinocultura não seja dos melhores, Ricardo entende que todos os esforços precisam ser feitos para que a cadeia não sofra mais perdas. “Estamos um pouco retraídos devido o momento não ser o melhor para os produtores, mas não estamos diminuindo o ímpeto de trabalhar. Tanto é que estamos revendo nosso projeto de suínos para poder avançar e aumentar a produção. E sei que há a necessidade dos produtores também melhorar desempenhos e produtividade”, alerta.
Temos que avançar no modelo de produção, o que começou a ser feito há 30 anos precisa reavivar. Uma coisa é certa em qualquer cadeia produtiva, que os ajustes são necessários constantemente para permitir a plena competitividade, atendendo as exigências mundiais necessárias. Sabemos que alguns dos nossos associados já fizeram os investimentos, mas outros ainda não. O que posso dizer é que quem não se ajustar pode ficar fora do sistema. Nossa área técnica está trabalhando arduamente com os suinocultores para alcançar o modelo desejado”, afirmou.
Ricardo reitera que haverá crescimento na produção de suínos junto aos associados da Copagril. “Temos uma grande demanda pela frente, granjas mais modernas estão sendo construídas, mas a cadeia como um todo requer ajustes. Sabemos que existem produtores que ainda estão trabalhando no modelo antigo, o que entendemos ser inviável para todas as partes. Quem quiser permanecer na suinocultura precisa ajustar sua propriedade para que tenha produtividade, variedade, controle sanitário e qualidade genética. Deve respeitar a cartilha das boas práticas da suinocultura que foi feita a quatro mãos, pela Frimesa e as cooperativas filiadas. A competitividade é dos tempos modernos que estamos vivendo”, evidencia Ricardo Silvio Chapla.
Associados conhecem complexo industrial
Alguns associados da Copagril estiveram visitando o grande complexo industrial da Frimesa e tiveram uma excelente oportunidade de compreender o que ocorrerá dentro da cadeia da suinocultura a partir do funcionamento em janeiro próximo.
Claudiomar Gauttner vê o novo frigorífico da Frimesa como o futuro da suinocultura e a valorização da região oeste, além de ver nesse novo empreendimento o futuro das próximas gerações que darão continuidade ao legado de suas famílias.
Olivio José Hermann mencionou a magnitude da obra, e vê uma boa perspectiva para a região e para o quadro social. A visita foi algo surpreendente para ele, e o deixou maravilhado.
Roseli Inês Pasdiora destaca a importância do novo empreendimento da Frimesa para a Copagril, visto que a cooperativa tem a maior participação na empresa, e beneficiará os associados de ambas as empresas.
O diretor vice-presidente da Copagril, Eloi Podkowa, comentou sobre a perspectiva com o novo frigorífico e a importância para as lideranças. Ele ressalta a importância para os produtores rurais em conhecer o novo empreendimento e entender como o funciona o processo de abate com a implementação da tecnologia, no que será o maior frigorífico da América Latina. Os associados que participaram da visita ao frigorífico se mostraram muito satisfeitos e maravilhados com a grandiosidade da obra, e com o retorno que ela proporcionará aos associados e a toda a região, em questão de rentabilidade e reconhecimento.
As obras estão a todo vapor para que as datas sejam cumpridas.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.