Suínos Do campo à logística para o supermercado
Frimesa pretende encerrar 2024 com mais de 10% de toda carne suína produzida no Brasil
Em uma entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, o presidente da Frimesa, Elias Zydek, compartilhou os planos ambiciosos da empresa para o ano de 2024, revelando estratégias que visam um crescimento expressivo em sua produção e presença de mercado.

Em uma entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural, o presidente da Frimesa, Elias Zydek, compartilhou os planos ambiciosos da empresa para o ano de 2024, revelando estratégias que visam um crescimento expressivo em sua produção e presença de mercado. O destaque do ano anterior foi a inauguração de um novo frigorífico em Assis Chateaubriand, PR, que impulsionou a produção da Frimesa a um aumento de 23% no volume de abate em comparação a 2022.

Em 2024, Frimesa pretende atingir sete mil cabeças por dia no frigorífico de Assis Chateaubriand (PR), um salto significativo comparado às quatro mil atuais, fechando a primeira etapa da nova planta industrial
A cooperativa chegou no fim do ano passado com abate de cerca de 11 mil cabeças por dia (10.990). A Frimesa busca agora ocupar completamente o potencial desse novo empreendimento. “Em 2024, nossa meta é atingir sete mil cabeças por dia no frigorífico de Assis, um salto significativo comparado às quatro mil atuais, fechando a primeira etapa do novo frigorífico”, afirmou Zydek.
Para alcançar esse objetivo, a Frimesa planeja intensificar sua presença no mercado interno, expandindo suas operações para todos os estados de forma capilarizada.
Além disso, a estratégia inclui um aumento no volume a ser exportado, mantendo a proporção de 75% das vendas no mercado interno e destinando 25% para a exportação. “As estratégias de produção no campo já estão estabelecidas, com um planejamento que se estende até 2030. Agora, nos concentramos em cumprir as metas de 2024 através dos produtores e cooperativas filiadas”, ressaltou o presidente.
A Frimesa, que integra suinocultores em sua cadeia produtiva, planeja expandir seu número de produtores em 10%, totalizando 1.150 produtores em 2024, ante aos atuais 1.050 integrados. No entanto, o foco não está apenas em aumentar o número de produtores, mas principalmente em ampliar a escala de produção em cada propriedade. “O número de produtores que vamos aumentar não é assim tão significativo, mas vai aumentar em torno de 10%. O que mais vai aumentar é o número de matrizes por produtor, aumentando assim o tamanho da produção em cada propriedade. A estratégia maior é aumentar a escala de produção em cada produtor”, sustenta Zydek.

Presidente da Frimesa Cooperativa Central, Elias Zydek: “Quem está na área produtiva precisa ser otimista. Nós temos esse otimismo, essa vontade de trabalhar e fazer acontecer”
A empresa também tem planos para expandir sua presença geográfica, especialmente no Nordeste, mirando cidades do interior de toda a região. O objetivo é aumentar o número de clientes ativos de aproximadamente 49 mil para 61 mil até o fim deste ano. Para facilitar a distribuição, a Frimesa planeja abrir quatro novos Centros de Distribuição em Goiânia, Salvador, Belém do Pará e Recife ainda em 2024. Esses pontos estratégicos permitirão uma logística eficiente, atendendo à demanda crescente e facilitando a entrega aos clientes.
Crescimento sustentável
O presidente da Frimesa reitera o compromisso da cooperativa com um crescimento sustentável, destacando a responsabilidade assumida em fazer acontecer passo a passo o planejamento estratégico de longo prazo. A cooperativa, orgulhosa de sua iniciativa no cooperativismo, está dedicada a realizar a sustentabilidade no país, envolvendo desde os produtores até chegar à mesa do consumidor final. Zydek ressalta que, embora a responsabilidade aumente com essa abordagem integral, o orgulho e a satisfação de contribuir para a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva compensam o desafio.
Em relação aos abates nos frigoríficos, a Frimesa estabeleceu ambiciosas metas para 2024. O planejamento estratégico prevê atingir uma média de 14.130 cabeças de suínos por dia até o fim do ano, somadas as três plantas industriais de Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand. Esse aumento significativo, de 5 mil para 7 mil abates diários (Assis) no decorrer do ano impulsionará a participação da Frimesa no abate nacional de 6,5% para 10,5%. “Nós queremos sair de 6,5% na participação nacional e chegar a 10,5%”, cravou.
Zydek ressalta que a presença da Frimesa já se destaca em lugares como Belém do Pará, onde a empresa é a líder em vendas de carne suína e derivados nos supermercados locais. No entanto, o desafio para este ano é expandir ainda mais, alcançando todas as redes de supermercados nas capitais dos estados do Nordeste. “Hoje, se você for, por exemplo, em Belém do Pará, nós somos a empresa que mais vende carne suína e derivados na rede de supermercados. O desafio deste ano é entrar em todas as redes das capitais dos estados do Nordeste”, afirma.

Foto: Jonathan Campos
O presidente enfatiza com isso que a Frimesa almeja não apenas um crescimento quantitativo, mas também busca uma presença consolidada em todas as redes de supermercados, reforçando sua posição como referência no mercado nacional. “Esse ambicioso plano de crescimento reflete a visão da cooperativa em ser um agente de transformação positiva na indústria suinícola brasileira, promovendo a sustentabilidade e a qualidade em toda a cadeia produtiva”, enaltece Zydek.
Desafios e oportunidades
O executivo detalhou os principais desafios e oportunidades que a cooperativa enxerga em 2024, revelando estratégias para garantir o crescimento sustentável da cooperativa. Zydek dividiu os desafios em dois grandes mundos: o interno, no qual a Frimesa possui maior controle, e o externo, que apresenta ameaças mais desafiadoras. No mundo interno, ele destacou a vulnerabilidade do custo de produção, especialmente em relação ao mercado de grãos, cujas oscilações podem impactar diretamente os custos de produção de suínos.
No que diz respeito ao mercado interno, o presidente enfatizou a importância de expandir a rede de distribuição e representantes para atingir a meta ambiciosa de crescimento de 33% nas vendas em 2024. Além disso, o desafio está em manter a proporção planejada de 75% das vendas no mercado interno e 25% no mercado externo. Para isso, a Frimesa busca a abertura de novos mercados, especialmente na Ásia. Países como Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Malásia e Indonésia representam oportunidades promissoras, mas a entrada nessas regiões depende não apenas de esforços comerciais, lembra Zydek, mas também de negociações diplomáticas para superar barreiras comerciais. “A parte que cabe a nós, que temos domínio, é buscar novos países, novos clientes, novos mercados, coisas que a gente já está fazendo. Estamos viajando pela Ásia, que vai ser talvez a região que mais vai aumentar o consumo. Precisamos entrar em países como a Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Malásia, Indonésia. Chile, México são outros grandes compradores. Isso também não depende só do ato comercial, depende do ato diplomático entre países para a abertura dos mercados, aquela abertura oficial. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) está fazendo um trabalho excelente junto às embaixadas, junto ao Ministério da Agricultura, para acelerar a abertura desses novos mercados”, aponta Zydek.
Além disso, o presidente expressou preocupações sobre questões nacionais, como a iminente reforma tributária, a insegurança jurídica e

Foto: Jonathan Campos
as mudanças frequentes nas normativas, que geram incertezas para a produção, industrialização e trabalho.
O poder aquisitivo do consumidor também emerge como uma preocupação crucial para a Frimesa. Elias Zydek salientou que, embora a cadeia de produção da cooperativa possua a competência para responder ao aumento na produção, o crescimento dependerá substancialmente do ambiente macroeconômico, refletido no poder de compra dos consumidores.
Escala de produção
Elias Zydek frisa que a importância estratégica da escala de produção tanto para os produtores quanto para a indústria como parte essencial do crescimento. Zydek enfatiza a necessidade de os produtores aumentarem a produtividade e a escala de lotes de matrizes em produção nas granjas. Essa estratégia não apenas visa a eficiência operacional, mas também busca diluir os custos fixos nas instalações, otimizando recursos e promovendo uma produção mais sustentável. “O produtor vai ter que aumentar a escala de produção na granja. Isso para diluir o custo fixo das suas instalações é muito importante”, salienta.
No setor de frigoríficos, o presidente apontou que a escala de abate deve crescer para se manter viável economicamente. Ele sugeriu que, a médio prazo, abater menos de cinco mil cabeças de suínos em uma planta pode se tornar inviável devido às exigências rigorosas relacionadas ao tratamento de resíduos, emissões e produtividade nas linhas de produção.
Investimentos em controle ambiental e a presença de profissionais especializados em diversas áreas são essenciais, e a escala é um fator determinante para justificar tais investimentos dentro de uma planta. “Você tem que ter profissionais responsáveis, seja na área de segurança, na de cuidar das pessoas, na área de engenharia, entre outras. E para você ter todos esses profissionais, você tem que ter uma escala que compense. É uma tendência também ter escala nas indústrias, porque, se não, não viabiliza”, frisa.

Presidente da Frimesa Cooperativa Central, Elias Zydek: “Vamos expandir a rede de distribuição e representantes para atingir a meta ambiciosa de crescimento de 33% nas vendas em 2024”
O presidente também compartilhou insights provenientes de um estudo realizado pela Frimesa em 2015, projetando tendências até 2030. Esse estudo abrangeu aspectos globais e nacionais, incluindo escala, produtividade, sanidade, sustentabilidade e questões ambientais. Ao enfatizar que a Frimesa é uma das plantas mais limpas em termos de sustentabilidade, Zydek reforçou o compromisso da cooperativa com práticas responsáveis desde o planejamento inicial. “A Frimesa integrou preocupações com o meio ambiente e a sustentabilidade em suas estratégias, o que se alinha aos crescentes demandas do mercado por práticas responsáveis e transparentes”, evidencia.
A Frimesa está claramente posicionada para enfrentar os desafios futuros, combinando uma visão estratégica de escala com um compromisso sustentável, reforçando seu papel como uma das líderes no setor de produção de suínos no cenário brasileiro. A entrevista continua explorando medidas específicas adotadas pela Frimesa para garantir segurança alimentar e enfrentar desafios contemporâneos, revelando uma abordagem proativa e adaptativa da cooperativa diante das dinâmicas do mercado.
Suíno Certificado
O presidente da Frimesa compartilhou detalhes sobre o programa “Suíno Certificado” até 2025, refletindo o compromisso da cooperativa com a produção sustentável e de alta qualidade. O programa tem como meta audaciosa certificar 100% da produção das propriedades ligadas à Frimesa nos próximos dois anos. Para atingir esse objetivo, Zydek destaca a importância de diversos pilares fundamentais. O primeiro deles é a preocupação ambiental, com as propriedades sendo exigidas a cumprir rigorosamente todas as normativas legais relacionadas à sustentabilidade.
A sanidade é outro ponto-chave, com a necessidade de procedimentos sanitários rigorosos nas propriedades, garantindo a qualidade do produto final. Além disso, o programa prioriza o bem-estar dos trabalhadores, assegurando que estejam formalmente registrados e trabalhando em condições adequadas.
A rastreabilidade, sustenta Zydek, é um elemento crucial do programa, exigindo que os produtores registrem todos os eventos na

Foto: Ari Dias
propriedade. “O produtor tem que registrar todos os eventos na propriedade, desde alimentação, nascimento, engorda, tudo para quando o consumidor comprar lá na ponta, ele saiba a origem, por onde passou, o que o suíno comeu, o que aconteceu na vida desses suínos”, menciona, destacando que essa transparência visa oferecer ao consumidor final informações detalhadas sobre a origem e as condições de vida dos suínos, fortalecendo a confiança e a conscientização.
No âmbito tecnológico, a Frimesa está implementando software avançado para garantir a rastreabilidade, acompanhando aspectos da produção e distribuição. O uso de satélites para rastrear caminhões, garantindo o bem-estar animal durante o transporte, é outra inovação. “Estamos implantando esses softwares que permitem a rastreabilidade em todo o trajeto, desde a programação no carregamento do suíno e o acompanhamento do caminhão via satélite, a fim de garantir o controle do bem-estar dos animais”, exemplifica.
Zydek destaca ainda a presença de tecnologia nas plantas de processamento, com robôs atuando na linha de abate e automação em vários setores. A empresa também está comprometida com práticas sustentáveis, investindo em tecnologias para embalagens não poluentes.
O presidente enfatiza a importância de uma abordagem cuidadosa na implementação de tecnologias, garantindo que todos os envolvidos na cadeia produtiva se beneficiem. A gestão eficiente do processo é vista como crucial para assegurar que a tecnologia contribua para a rentabilidade e sustentabilidade de toda a cadeia produtiva da Frimesa.
Expectativas para 2024
Em uma visão otimista para o ano de 2024, o presidente da Frimesa, compartilhou suas expectativas e desejos para o cenário da indústria de carne suína. Com um tom confiante, Zydek destacou a importância do otimismo na área produtiva e a determinação da cooperativa em fazer acontecer. “Quem está na área produtiva precisa ser otimista. Nós temos esse otimismo, essa vontade de trabalhar e fazer acontecer”, afirma.
Um dos pontos cruciais abordados pelo presidente é a necessidade de abrir novos mercados, um passo vital para o crescimento contínuo da Frimesa. Ele ressaltou a preferência por acordos bilaterais em detrimento de negociações realizadas por grupos ou blocos, indicando que esses acordos individuais podem ser mais ágeis e eficazes. “Entendemos que o governo tem que fazer mais acordos bilaterais e menos através de grupos ou blocos, porque acordos bilaterais têm avançado mais rapidamente, é o que a gente está sempre cobrando e auxiliando até o Ministério da Agricultura para que isso aconteça. Esperamos que os acordos bilaterais avancem mais rapidamente”, aponta.
Além disso, o presidente expressou a esperança de uma safra de grãos plena, sem aumento significativo nos custos de produção, ressaltando a importância desse fator para a estabilidade e competitividade da indústria suinícola. Zydek também destacou a necessidade de ampliar o mercado externo da carne de boi, visando reduzir a competição com a carne suína no mercado interno.
No contexto doméstico, as expectativas de Zydek convergem para um desejo por uma postura governamental menos ameaçadora e mais oportunista para a indústria de carne suína. Ele destacou a importância de um ambiente regulatório, que promova o crescimento e a prosperidade do setor.
As expectativas do presidente da Frimesa para 2024 refletem um olhar positivo para o futuro, destacando a importância de fatores como abertura de mercados, acordos bilaterais, estabilidade nos custos de produção e um ambiente regulatório favorável ao crescimento da indústria suinícola neste ano.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



