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Fretes marítimos em 2024: o que esperar para o final do ano?
Demanda crescente, aumento de custos e desafios logísticos pressionam o transporte marítimo entre Brasil e seus principais parceiros comerciais.
A alta demanda por importações no final do ano eleva naturalmente os preços dos fretes marítimos entre novembro e dezembro, e neste final de ano não será diferente. Segundo a Drewry, o custo médio de transporte para um contêiner de 40 pés na rota China-Brasil era de US$ 1.342 em outubro de 2023. Um ano depois, a Cheap2Ship estimou o custo médio para este mesmo tipo de contêiner e rota em aproximadamente US$ 10.000. Para fretes programados para novembro e dezembro de 2024, essa média deve subir ainda mais, atingindo cerca de US$ 11.500.
Segundo levantamento da Logcomex, o frete de um contêiner de 40 pés registrou aumento de 214% entre fevereiro (US$ 3.771) e novembro (US$ 11.843). Já para um contêiner de 20 pés, o salto foi ainda maior, de 249%.
Outras rotas importantes para as importações brasileiras, como as que ligam o país aos Estados Unidos e à Alemanha, também registraram aumentos significativos. O frete de um contêiner de 20 pés dos EUA subiu 67,5% entre fevereiro (US$ 988) e novembro (US$ 1.655). Nas rotas para a Alemanha, o custo médio cresceu 88,6%, passando de US$ 1.410 para US$ 2.659 no mesmo intervalo. “Esses elevações impactam não apenas o comércio entre os países, mas também a estrutura de custos das empresas que dependem das operações internacionais. Após um ano marcado pela alta nos preços, esperamos algum alívio com a chegada da low season em 2025. No entanto, enquanto estivermos no pico sazonal, as projeções indicam um cenário desafiador no final do ano para os importadores e exportadores.”, explica o CEO da Logcomex, Helmuth Hofstatter.
Em relação às exportações, a média do custo dos fretes para contêineres de 20 pés com destino aos EUA saltou 235% entre fevereiro (US$ 2.341) e novembro (US$ 7.854). Já para a China, a alta foi de 28,6% no mesmo período, passando de US$ 1.944 para US$ 2.500.
Causas da volatilidade nos preços de fretes
Ainda segundo dados da Logcomex, 1,2 milhão de embarques marítimos foram realizados de janeiro a setembro de 2024 — número 36% superior aos 882 mil registrados no mesmo período de 2023. Em relação ao volume de TEUs, foram movimentados 2,6 milhões de janeiro a setembro, representando um aumento de 27,5% em comparação aos 2,04 milhões movimentados no mesmo período do ano passado.
Além da alta demanda, outros fatores globais explicam o aumento acentuado dos preços de fretes marítimos em 2024, como secas, conflitos globais e greves nos portos. Além da alta demanda, fatores globais contribuíram para o aumento dos preços de fretes marítimos em 2024, com destaque para secas, conflitos e greves nos portos. Desde o ano passado, a seca no Canal do Panamá, intensificada pela falta de chuvas e pelo fenômeno El Niño, vem limitando o tráfego em uma das principais rotas comerciais do mundo, o que elevou significativamente os custos.
Em julho, os primeiros sinais da crise ambiental no Amazonas também começaram a aparecer, com medições já alertando para o risco de ser a maior seca já registrada no estado. Ainda ao longo de 2024, congestionamentos em importantes portos do México, EUA e Brasil trouxeram novos desafios, causando cancelamentos de escalas e viagens. Portos como Itapoá (SC) e Vitória (ES) registraram filas devido ao aumento na importação de veículos elétricos, elevando os custos e dificultando o fluxo de mercadorias.
Em outubro, novos desafios surgiram: ataques no Mar Vermelho obrigaram navios a redirecionarem suas rotas pelo Cabo da Boa Esperança, aumentando as viagens em até 14 dias, enquanto greves portuárias nos EUA interromperam as atividades de 30 portos, de Maine a Texas, impactando 25% do comércio internacional do país.
Por fim, a elevação dos custos de combustível, agravado pelas tensões no Oriente Médio, trouxe ainda mais volatilidade. O preço do petróleo disparou 5% no mercado internacional após o ataque do Irã a Israel. “Esses conflitos podem rapidamente impactar o custo de transporte e, juntamente com as paralisações portuárias, comprometem o fluxo logístico em portos estratégicos”, afirma o Managing Director da SOLVE Shipping, Leandro Barret.
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Contagem regressiva: inscreva-se na 6ª Corrida do Trigo até 8 de novembro
Evento será realizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP), no dia 10 de novembro.
A 6ª edição da Corrida do Trigo, programada para o dia 10 de novembro, no Obelisco do Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP) está na reta final das inscrições. Reconhecido como um dos principais eventos do calendário esportivo, a corrida reúne atletas amadores e profissionais, e os corredores podem se inscrever até 08 de novembro.
Os participantes poderão escolher entre percursos de cinco ou 10 quilômetros, com a opção de correr ou caminhar. A estrutura do evento será montada ao redor do Obelisco, proporcionando uma experiência única para os participantes.
Uma novidade para esta edição é a inclusão de uma corrida para crianças, que terão a oportunidade de participar de uma prova de um quilômetro, agendada para ocorrer após a corrida principal.
Desde sua primeira edição, a Corrida do Trigo já contou com a participação de quase 20 mil atletas e tem como principal objetivo promover o consumo dos produtos derivados do cereal, tais como a farinha, pão, biscoito, mistura pronta para bolo e macarrão, além de apresentar ao consumidor final que os alimentos à base de trigo garantem mais disposição, fornecem vitaminas e minerais essenciais para o funcionamento do organismo, além de auxiliar na prevenção de diversas doenças.
A Corrida do Trigo é organizada por três importantes entidades do setor: a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o SAMPAPÃO — que reúne a Associação e o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria — e o Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo).
Os interessados em participar da 6ª edição da Corrida do Trigo podem se inscrever, clicando aqui.
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Benefícios do ovo para atletas
Descubra como esse superalimento pode otimizar a performance e a recuperação dos atletas, com insights do Instituto Ovos Brasil e uma receita especial de Tiago Camilo
Em outubro, celebramos o Mês do Ovo, destacando a importância desse alimento na dieta de atletas em todas as modalidades esportivas. Reconhecido por seu perfil nutricional excepcional, o ovo é um verdadeiro superalimento que desempenha um papel fundamental na otimização da performance esportiva e na recuperação muscular. O Instituto Ovos Brasil (IOB) ressalta como o ovo é crucial para a saúde e o desempenho dos atletas, oferecendo uma combinação única de nutrientes essenciais.
De acordo com Lúcia Endriukaite, nutricionista do IOB, “O ovo é uma excelente fonte de proteínas de alta qualidade, essenciais para a construção e reparação muscular. Além disso, é rico em vitaminas como a B12, que ajuda no metabolismo energético, e a D, crucial para a saúde óssea.” Esses nutrientes são indispensáveis para atletas que necessitam de energia e resistência para suportar treinos intensos e competições.
A versatilidade do ovo na dieta dos atletas é impressionante. Exemplos incluem:
Corredores e Ciclistas: Para aqueles que precisam de resistência e recuperação rápida, o ovo fornece proteínas de alta qualidade e aminoácidos essenciais que ajudam na reparação muscular e na manutenção da massa magra.
Atletas de Força e Musculação: Para quem busca o aumento de massa muscular, a combinação de proteínas e aminoácidos encontrados no ovo é ideal para promover o crescimento muscular e a recuperação pós-treino.
Atletas de Esportes Coletivos: A rápida absorção de nutrientes e a versatilidade culinária do ovo facilitam sua inclusão nas refeições, contribuindo para energia e desempenho durante as partidas.
Além dos benefícios nutricionais, os ovos são fáceis de preparar e podem ser incorporados em uma variedade de pratos, desde omeletes e saladas até receitas mais elaboradas. Embora muitos optem apenas pela clara, a gema também é rica em vitaminas e antioxidantes como luteína e zeaxantina, que ajudam na saúde ocular e podem melhorar a performance visual dos atletas.
O Instituto Ovos Brasil (IOB) enfatiza o valor do ovo como um alimento acessível e eficiente para a dieta dos atletas. “O ovo é uma opção nutricionalmente densa que pode ser incluída em qualquer plano alimentar esportivo para ajudar a alcançar os melhores resultados”, afirma Endriukaite.
Receita Especial para Atletas
Para quem procura uma receita prática e nutritiva, Tiago Camilo, judoca e medalhista olímpico, compartilha uma receita que sua avó costumava preparar:
Ingredientes:
- Massa pronta de milho
- 200 ml de leite integral
- 3 ovos
Preparo:
Em uma tigela, misture bem a massa de milho com o leite integral e os ovos.
Bata a mistura na batedeira por 1 minuto até ficar homogênea.
Despeje a mistura em uma forma untada e leve ao forno preaquecido a 180°C por cerca de 50 minutos, ou até que o topo esteja dourado e firme ao toque.
Neste Mês do Ovo, aproveite os benefícios desse alimento essencial para aprimorar sua dieta e alcançar seus objetivos esportivos com mais eficiência!
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Intercâmbio internacional alavanca melhoramento genético de pastagens
Discussões há mais de uma década têm impulsionado pesquisas internacionais para o desenvolvimento de novas cultivares.
Pesquisas de dez países foram apresentadas na II Conferência Internacional de Melhoramento de Forrageiras e Gramados, realizada pela Embrapa. Cientistas de universidades e instituições públicas e privadas do Brasil e do mundo se reuniram pela primeira vez após a pandemia do Covid-19 para se atualizarem sobre genética, desenvolvimento de novos materiais e inovações.
O universo de especialistas e de empresas que atuam diretamente com os temas é pequeno, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), Marcelo Ayres, e por isso um contato mais frequente permite ganhos aos diferentes países. “A conferência, além de ser um espaço para a divulgação de nossos trabalhos, ao longo desses anos, possibilitou a ampliação da articulação entre diferentes instituições nacionais e internacionais, resultando na proposição de projetos de pesquisa colaborativos, no treinamento de estudantes de pós-graduação no exterior e em maior conhecimento das empresas internacionais que atuam no setor”, comentou.
O evento ocorre desde 2007, inicialmente focado apenas em melhoramento genético. Foram três edições no Brasil, seguidas de uma edição na Austrália, a partir do qual o tema de discussão foi ampliado – estudos moleculares passaram a compor o escopo das discussões. A partir daí, foi realizada a primeira conferência internacional nos Estados Unidos, em 2019, e a segunda aconteceu neste mês no Brasil.
A última edição, na sede da Embrapa, em Brasília (DF), em outubro, reuniu cerca de 60 pessoas, representando pesquisas de dez países: Quênia, Etiópia, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Noruega, Nova Zelândia, China e Brasil. Foram apresentados os casos do banco genético de forrageiras tropicais da África, a coleção genética de azevém do Uruguai, a nova cultivar de Estilosantes guianensis para regiões subtropicais, marcadores moleculares para resistência da podridão radicular causada por fungos, ferramentas genômicas para uso em espécies forrageiras subutilizadas na África, entre outros.
Os participantes também estiveram na Embrapa Cerrados, em um Dia de Campo, quando foram discutidos os seguintes temas: programa de melhoramento genético de Andropogon gayanus, que resultou na nova cultivar BRS Sarandi; programa de melhoramento genético de braquiária; ensaio de pastejo de andropogon e braquiária; sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
Diversidade e compartilhamento
A diversidade do público e o espaço para compartilhamento de conhecimentos foram os pontos altos do evento para o presidente do comitê de organização, o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), Marco Pessoa Filho. “Tivemos em Brasília um público muito diverso, com pessoas de vários países que trabalham diferentes espécies de forrageiras. Foi importante retomar esse evento, depois de cinco anos, para voltar as discussões, para nos atualizarmos sobre os progressos dos projetos de pesquisa e dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos em diferentes temas”, explicou.
Esteban Rios, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, concordou com a importância desses momentos: “Eventos como esse permitem o intercâmbio de conhecimentos e de experiências com parceiros de muitos países e também são espaços para divulgar as novas cultivares que estão no mercado. Para os estudantes, é uma oportunidade para eles saberem como funcionam os programas de melhoramento nos diferentes países”.
O pesquisador ainda ressaltou a importância da formação dos recursos humanos para essas áreas, quando questionado sobre o porquê de a equipe de forragens da Universidade da Florida ser dominada por pesquisadores latino-americanos, incluindo os dois coordenadores, um da Argentina e outro do Brasil. “A formação do profissional de Agronomia nos países da América Latina, como Brasil e Argentina, é muito forte. Quando fazemos uma pós-graduação nos Estados Unidos, eles veem o potencial dos recursos humanos da América Latina”.
Rios falou especificamente dos cientistas brasileiros: “Brasil tem recursos humanos impressionantes, historicamente com Cacilda [do Valle] e Liana [Jank], e os novos melhoristas que estão liderando os programas atualmente têm uma capacidade igual ou melhor e estão incorporando tecnologias e recursos para melhorar as cultivares para o Brasil”.
Liana Jank, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (MS), que participou da organização de todas as edições, contou que o evento foi criado e mantém sua relevância pela necessidade de a comunidade científica que trabalha com o desenvolvimento de cultivares de forrageiras ter um espaço para troca de ideias e de integração: “Neste ano, tivemos discussões muito melhores, com uma integração maior entre as pessoas. Tivemos uma representatividade grande, com pessoas vindo de outros países e de várias instituições do Brasil”.
Para Carlos Acuña, pesquisador da Universidad Nacional del Nordeste, na Argentina, esse intercâmbio é fundamental para o avanço das tecnologias: “Diferentes países estão trabalhando com espécies afins e outros com sistemas reprodutivos parecidos ou esquemas de avaliação similares. Esses momentos nos ajudam a pensar e discutir sobre estratégias mais eficientes para gerar cultivares de forragem que tenham maior produtividade e valor nutricional para os animais”.
No entanto, o pesquisador alertou para a necessidade de se dar mais foco à biodiversidade da América do Sul. “Há muitas espécies que não foram exploradas e que têm um alto valor. Como a biodiversidade tem sido reduzida de forma dramática, é necessário olhar para isso. Temos que dar mais valor às gramíneas e às leguminosas nativas. Temos no Brasil, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia e na Venezuela uma enorme biodiversidade. Temos que aumentar a discussão sobre esse tema”, ressalta.
Para além de discussões
O pesquisador do International Livestock Research Institute (ILRI), com sedes no Quênia e na Etiópia, Alemayehu Negawo, reforçou a importância de se construir bancos genéticos com forrageiras tropicais para conservação da biodiversidade e uso pelos programas de melhoramento. Ele contou que a Etiópia mantém uma coleção com espécies de braquiária coletadas em diversos países da África, conservadas como sementes e plantas vivas. A partir das informações apresentadas na Conferência, Negawo se interessou por saber mais sobre como são feitas as avaliações nutricional e de desempenho animal realizadas no Brasil. “Acredito que esses são pontos importantes para partilharmos”, ressaltou.
Cacilda Borges do Valle, pesquisadora aposentada da Embrapa que esteve à frente da organização do primeiro evento, lembrou da importância das trocas presenciais: “Apesar de sermos bem poucos os que atuamos com melhoramento de forrageiras, mais especificamente com forrageiras tropicais, eu vi neste ano umas pessoas novas, o que é muito bom. Esse evento, quando criado, foi importante para despertar na comunidade científica internacional o interesse pela biologia molecular aplicada às forrageiras.
E, para além disso, a partir desses contatos, surgiram outras oportunidades”, complementou. Uma delas foi o projeto realizado pela Embrapa Gado de Corte em parceria com o pesquisador German Spangenberg, da La Trobe University, na Austrália. “Foram quatro anos de pesquisa em conjunto. Quando há essa troca, conseguimos maiores avanços nas pesquisas porque temos mais pessoas envolvidas”, informou.
Atualmente, a Embrapa mantém parceria com os Estados Unidos, mais especificamente com a Universidade da Flórida. “Essa aproximação também ocorreu a partir desses eventos. O vínculo com a Flórida pode trazer muitos ganhos para o trabalho com leguminosas tropicais, liderado pela Embrapa Cerrados”, concluiu.