Notícias Agronegócio
Frequente liberação de defensivos agrícolas é positiva à agricultura
Somente neste ano já foram liberadas 150 novas substâncias para produtos fitossanitários

Os defensivos agrícolas, como o nome sugere, são produtos químicos, físicos ou biológicos que agem na proteção da lavoura contra seres vivos prejudiciais à cultura. Popularmente, essas substâncias também são conhecidas como pesticidas, praguicidas, produtos fitossanitários ou, os mais pejorativos, agrotóxicos e “veneno”. Desde sua nomenclatura, vê-se um pouco da ideia que a população tem dessas substâncias.
Desde o início de 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou 150 novos defensivos agrícolas no Brasil. As novas autorizações só perdem para 2019, quando até o primeiro semestre tinham sido autorizadas 165 novas substâncias; em todo o ano foram mais de 400 liberações.
De acordo com o governo, o objetivo é aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos defensivos, o que faz cair o custo de produção. Também, aprovar novas moléculas, menos tóxicas e ambientalmente mais corretas para substituir produtos antigos, uma vez que as empresas que desenvolvem agrotóxicos só podem registrar itens de ação parecida se eles tiverem um risco à saúde menor ou igual do que os que já estão no mercado.
Para falar sobre a maior velocidade na liberação de agrotóxicos vista nos últimos anos e suas consequências no campo, a reportagem de O Presente Rural entrevistou lideranças de entidades, representantes de instituições estaduais e municipais, além de engenheiros agrônomos. Confira.
Opções positivas
O inspetor do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea/PR) e presidente da Associação de Engenheiros Agrônomos do Oeste do Paraná (Asseapar), engenheiro agrônomo Jullian Luís Stülp, vê a liberação como algo positivo. “Certamente, se há maior oferta de produtos, com maior diversidade de tecnologia, o mercado tem mais opções e variados preços, o que possibilita ao produtor maior poder de escolha, seja pela qualidade, necessidade ou custo”, opina.
Stülp sugere uma relação entre a saúde vegetal e humana para entender a importância em ter novos defensivos agrícolas à disposição. “O que acontece quando o indivíduo utiliza demais o mesmo medicamento? Com o passar do tempo, ele terá que consumir uma dose maior para obter o efeito desejado, pois seu organismo gradativamente apresentará maior resistência. O mesmo acontece com os defensivos agrícolas”, exemplifica.
Doses menores
Anteriormente, a aprovação de um produto fitossanitário, explica o agrônomo, levava cerca de oito anos, passando pelo crivo do Mapa, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Durante todo esse tempo, as culturas ficavam reféns de um mesmo princípio ativo, com sua eficácia sendo reduzida cultivo após cultivo. O fato se agrava, pois nosso país está na zona tropical, isto é, com clima e ambiente mais favoráveis ao desenvolvimento de pragas e doenças do que qualquer outro lugar do mundo”, enaltece Stülp, acrescentando que com uma maior variedade de produtos, doses elevadas não são necessárias, já que a resistência é menor.
“Demonização do agronegócio”
Para o presidente da Asseapar, a agricultura tem sido corriqueiramente tratada por um viés ideológico. Ele ressalta que não existem provas, por exemplo, para afirmar que o Oeste do Paraná é uma das regiões do país onde mais são utilizados defensivos agrícolas. “O Brasil se coloca como o 44º maior usuário global de defensivos químicos, segundo classificação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Estamos em uma zona tropical e mesmo assim estamos atrás de países europeus, como Bélgica, Itália, Irlanda, Portugal e Suíça”, pontua.
Segundo Stülp, a agricultura não pode ser tratada ideologicamente. “Durante anos, as pessoas estão ‘demonizando’ o agronegócio. A Cipermitrina, por exemplo, é usada para o controle de pragas na agricultura e para o controle de piolho em humanos. Nas farmácias, dizemos que vamos comprar ‘remédio’ para piolho e na agricultura, por sua vez, é ‘veneno’ ou ‘agrotóxico’, um exemplo claro da diferença de tratamento”, compara.
O agrônomo lembra que tanto medicamentos como defensivos agrícolas recebem orientações de uso. “Muitos princípios ativos são adquiridos em mercados e farmácias sem receita médica ou veterinária, ao passo que absolutamente todo princípio ativo utilizado na agricultura vem com o respectivo receituário agronômico, vinculado à nota fiscal do produto, proporcionando orientações sobre segurança na aplicação, dose recomendada e rastreabilidade”, salienta.
No entendimento do presidente da Asseapar, o trabalho do engenheiro agrônomo vai além das atividades nas lavouras; deve, também, derrubar mitos e divulgar a verdade sobre a agricultura. “Não podemos deixar que leigos propaguem falsas informações e disseminem inverdades na sociedade, apenas por ideologia ou interesses. O debate tem que ser técnico e científico. É isso que a Agronomia busca: uso racional dos recursos naturais, de forma sustentável e científica”, frisa.
Dependência de ativos
Um dos herbicidas mais utilizados na agricultura brasileira é o glifosato, empregado para controle de ervas daninhas na lavoura. “Vejo tendências de que esse cenário mude, por conta da maior oferta de princípios ativos distintos. A dependência de apenas um princípio ativo não é benéfica para ninguém e a Agronomia não foge dessa discussão”, garante Stülp.
Partindo da premissa de que defensivos agrícolas são necessários para que o mundo produza alimentos suficientes para todos, o presidente da Asseapar diz que, por ora, é preciso utilizar esses artifícios. “A agricultura é dinâmica e os avanços científicos também. Desta maneira, vejo uma mudança no modelo de produção a longo prazo. O recorrente aumento do uso de produtos biológicos na agricultura, com ação preventiva e até de controle, tem reduzido a dependência das culturas por químicos. Até 2030, o mundo espera que o nosso país forneça aproximadamente metade da oferta mundial de alimentos, porém, só conseguiremos atender essa demanda com uma interação de fatores: uso racional da irrigação, agricultura de precisão, rodovias adequadas para escoar a produção, maior capacidade de armazenamento e maior interação entre as universidades e instituições de pesquisas”, entende.
Contraditório
Na opinião do engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR, antiga Emater) e presidente do Conselho de Desenvolvimento Agropecuário de Marechal Rondon (CDMA), Urbano Mertz, a liberação das novas substâncias se mostra positiva em decorrência da queda nos preços e pela substituição de produtos considerados tóxicos por outros mais modernos. “Exemplo disso é o herbicida paraquat, cuja comercialização estará proibida a partir deste ano. A questão é: os órgãos de fiscalização terão capacidade para controlar as corretas formulações e indicações de toxidade destes produtos? Em Brasília, a ordem é liberar mais defensivos, considerados como serviço essencial, mesmo na pandemia. Por outro lado, o Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos (PARA), que avalia resíduos em alimentos, foi suspenso devido à pandemia”, expõe, observando que se trata de uma política contraditória no governo federal.
O agrônomo menciona que, além dessa disparidade, o Brasil tem andando na contramão de outros países produtores no que diz respeito à legislação. “Até ano passado, por exemplo, 34% dos produtos de registro brasileiro eram considerados altamente tóxicos. Mas, com uma revisão da Anvisa publicada em julho de 2019, este número passou para 2%. Além disso, já temos episódios de devolução de produtos exportados por apresentarem níveis de resíduos além do permitido pelos importadores”, exemplifica, sem menosprezar as dimensões do país: “Temos uma diversidade de culturas e climas que países europeus não têm, por isso nem sempre é fácil fazer comparações”.
Retaguarda técnica
O presidente da CMDA informa que, juntamente com o glifosato, o 2,4-D é um dos ingredientes mais utilizados nos produtos fitossanitários usados na região e serve para dessecar ervas daninhas em áreas de plantio direto e dessecar soja para antecipar a colheita. De acordo com ele, a liberação de novas substâncias não é necessariamente um incentivo ao uso. “Existe uma retaguarda técnica muito boa na nossa região, o que nem sempre é observado país afora. Temos preocupação com alguns produtos em específico, como é o caso do ingrediente fipronil usado para abelhas. Foram aprovados dez novos registros comerciais este ano. Este produto está sendo reavaliado nos Estados Unidos e é proibido em países europeus há mais de uma década devido aos impactos na apicultura”, comenta.
Produção de alimentos
Em relação à necessidade de novas variedades de defensivos agrícolas para alavancar a produção mundial de alimentos, Mertz acredita que esses produtos não serão os principais responsáveis. “Vimos na última década o surgimento de inúmeros problemas com doenças, pragas e ervas daninhas resistentes. A natureza procura sempre o equilíbrio e, de olho neste princípio, muitas multinacionais já estão registrando produtos biológicos ou sem efeitos tóxicos, buscando reduzir impactos ambientais sobre a água, o solo e os insetos benéficos. Com isso, também se anula qualquer risco sobre a saúde de trabalhadores rurais e consumidores”, enfatiza.
No que tange à presença de resíduos de produtos químicos nos alimentos, o agrônomo diz que as culturas com maior quantidade de agrotóxicos na região são soja e milho, as quais geralmente são transformadas em ração animal. “Produtos que vêm de fora da nossa região, como arroz e feijão, têm algum nível de controle. O arroz, por exemplo, no último Relatório do PARA da Anvisa, referente a 2017 e 2018, não apresentou resíduos nas amostras examinadas. Por outro lado, cerca de 23% das amostras de 14 produtos analisados neste relatório apresentaram resíduos. Embora a Anvisa afirme que nenhum destes produtos tem potencial de risco crônico ao consumidor, sugere-se aos consumidores que procurem alimentos orgânicos, certificados ou de origem conhecida, os quais já são ofertados localmente, principalmente hortaliças”, indica, como um alternativa às pessoas preocupadas com a questão.
Contrabando
A região Oeste do Paraná está em zona de fronteira, local onde frequentemente há apreensões de mercadorias contrabandeadas do Paraguai, inclusive de defensivos agrícolas. Conforme o supervisor regional de Toledo da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), engenheiro agrônomo Antonio Carlos Dezaneti, a prática é de amplo conhecimento das autoridades e considerada crime. “O produto contrabandeado não é legalmente agrotóxico no Brasil, porque não passou pelo crivo de registros dos órgãos competentes. Consequentemente, o uso implica em altos riscos para o produtor, além de que, se não funcionar ou causar danos à cultura, não tem a quem recorrer”, argumenta.
Uma das responsabilidades da Adapar, a fiscalização, de acordo com o supervisor, acontece diretamente nas propriedades rurais. “Fiscaliza-se documentação, receituário agronômico que autoriza a aquisição do defensivo e nota fiscal de compra. O uso correto é fiscalizado por meio da análise de resíduos de agrotóxicos no produto, que é coletado no momento da colheita e enviado para consumo. Através da análise são detectados produtos não autorizados para uso, acima do limite máximo de resíduos (LMR) estabelecido para a cultura ou ainda produtos que tiveram o registro cancelado e, portanto, têm seu uso proibido”, detalha.
Quem utiliza 
Jardel Rodrigo Zanelato, 31 anos, é produtor rural em Mercedes, no Oeste do Paraná. No ramo desde 2007, o agricultor acredita que não haverá uma diminuição nos valores dos defensivos agrícolas no mercado devido à frequente liberação de novos produtos químicos. “Apesar de o governo ter liberado novos produtos, a maioria das substâncias são as mesmas. Hoje temos muitos problemas referentes à resistência de pragas e plantas daninhas e as empresas, com algumas exceções, lançam produtos com novas nomenclaturas, mas com princípios ativos antigos”, observa.
Sobre a má fama que o uso de agrotóxicos, por vezes, rende à agricultura, Zanelato considera que tudo depende do bom senso das pessoas. “Na elaboração desses produtos, eles não são projetados para afetar seres humanos, fauna ou flora do local de aplicação, o que pode acontecer no meio dessa cadeia é a má utilização do aplicador”, pontua, emendando que uso correto, com todos os cuidados, é essencial. “Há uma necessidade absurda de alimentos e os defensivos são essenciais para suprir essa demanda; caso contrário, não produziríamos nem metade do que precisamos”, salienta.
O produtor mercedense lembra de relatos de agricultores sobre como era difícil o tempo em que não havia muitos defensivos. “Havia muito trabalho braçal e as produções eram muito baixas. Existiam poucos agrotóxicos. Um deles, o famoso BHC, segundo estudos, é um dos causadores do alto índice de câncer na nossa região”, menciona, enaltecendo a evolução que esses produtos tiveram.

Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
Notícias
Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
Notícias
Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



