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Frango recua 6,5% e suíno cresce 10,4% nas exportações em novembro
No acumulado do ano, embarques de frango recuam 0,7%, mas suínos avançam dois dígitos e somam US$ 3,29 bilhões em receita.

As exportações brasileiras de carne de frango, considerando todos os produtos, entre in natura e processados, totalizaram 434,9 mil toneladas em novembro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O volume foi 6,5% menor em relação ao mesmo período do ano anterior, com 465,1 mil toneladas.

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No mês, a receita dos embarques chegou a US$ 810,7 milhões, saldo 9,3% menor em relação ao décimo primeiro mês do ano passado, com US$ 893,4 milhões.
No ano (janeiro a novembro), as exportações de carne de frango alcançaram 4,813 milhões de toneladas, volume 0,7% menor em relação aos onze primeiros meses de 2024, com 4,845 milhões de toneladas. Em receita, o total do ano até novembro chegou a US$ 8,842 bilhões, número 2,5% menor em relação ao ano passado, com US$ 9,071 bilhões.
Emirados Árabes Unidos é o principal destino das exportações do setor em 2025, com 433,8 mil toneladas embarcadas entre janeiro e novembro (+2,1% em relação ao ano anterior). Em seguida estão Japão, com 367,4 mil toneladas (-10,8%), Arábia Saudita, com 362,6 mil toneladas (+6,3%), África do Sul, com 288,6 mil toneladas (-4,6%) e México, com 238,2 mil toneladas (+16,2%).
Principal estado exportador brasileiro, o Paraná embarcou 1,915 milhão de toneladas em 2025 (3,94% menor em relação ao mesmo período do ano anterior), seguido por Santa Catarina, com 1,086 milhão de toneladas (+1,76%), Rio Grande do Sul, com 615 mil toneladas (-3,25%), São Paulo, com 297 mil toneladas (+9,57%) e Goiás, com 246 mil toneladas (+10,69%).
Já as exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 106,5 mil

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toneladas em novembro, volume 12,5% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com 121,1 mil toneladas. A receita do período chegou a US$ 248,2 milhões, saldo 14,9% menor em relação ao ano anterior, com US$ 291,7 milhões.
No ano, os embarques de carne suína acumulam alta de 10,4%, com 1,372 milhão de toneladas nos onze primeiros meses de 2025, contra 1,243 milhão de toneladas no mesmo período do ano anterior. A receita registrada entre janeiro e novembro chegou a US$ 3,294 bilhões, número 18,7% maior em relação ao ano anterior, com US$ 2,774 bilhões.
Filipinas foi o principal destino das exportações, com 350,1 mil toneladas (+49,1%), seguido por China, com 149 mil toneladas (-32,6%), Chile, com 109,1 mil toneladas (+5,8%), Japão, com 101,2 mil toneladas (+18,9%) e Hong Kong, com 99,1 mil toneladas (+1,8%).
Santa Catarina, principal estado exportador, embarcou 688,4 mil toneladas entre janeiro e novembro (+50,73% em relação ao ano anterior). Foi seguido pelo Rio Grande do Sul, com 317,3 mil toneladas (+17%), Paraná, com 214,9 mil toneladas (+25,7%), Mato Grosso, com 34,5 mil toneladas (+0,71%) e Minas Gerais, com 33,7 mil toneladas (+29,6%). “Tanto no caso da carne de frango, como no de carne suína, verificamos os efeitos de atrasos nos embarques em determinados portos, o que gerou efeito nos dados das últimas semanas de novembro, o que gerou diminuição da expectativa dos dados para o mês”, analisa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

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Reforma na lei do trabalho rural simplifica contratação de temporários
Proposta atualiza a legislação para refletir a sazonalidade do agro e dar segurança jurídica a produtores e trabalhadores.

A modernização das regras de contratação temporária no período de safra avançou na quarta-feira (03) com a aprovação, pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR), do parecer do deputado Eli Borges (PL-TO) ao Projeto de Lei 676/2025. De autoria do deputado Afonso Hamm (PP-RS), a proposta altera a Lei nº 5.889/1973, que regula o trabalho rural, para adequar a legislação às dinâmicas sazonais da atividade agropecuária e facilitar a formalização da mão de obra temporária no campo.
O texto aprovado corrige lacunas da lei atual, que não considera plenamente a realidade das safras e colheitas. Segundo Hamm, o objetivo é simplificar procedimentos sem retirar direitos. “O produtor não pode ser penalizado por uma legislação que não entende a sazonalidade da safra. A proposta simplifica a contratação, mas garante os benefícios. É absolutamente legal e vai ser feito pelo e-Social. Essa proposta garante segurança jurídica e valoriza o emprego formal no meio rural”, afirmou.

Deputado Afonso Hamm: “O produtor não pode ser penalizado por uma legislação que não entende a sazonalidade da safra”
Entre as principais mudanças, o projeto estabelece que o contrato de trabalhador rural por pequeno prazo terá limite de até 120 dias, consecutivos ou intercalados, dentro de um período de 12 meses. A contratação deverá ser formalizada por escrito, com informações sobre o empregador, o imóvel rural e a remuneração, que não poderá ser inferior ao piso da categoria.
O texto também permite a adoção do trabalho intermitente, desde que essa modalidade esteja expressamente prevista no contrato. Em determinadas situações, o produtor poderá ser dispensado da realização de alguns exames admissionais e de obrigações relacionadas à segurança e saúde no trabalho, reduzindo custos e burocracias. A proposta restringe esse modelo de contratação a produtores que explorem diretamente atividade agropecuária, pessoas físicas ou jurídicas, incluindo agricultores familiares.
Presente à reunião, o deputado Pezenti (MDB-SC) destacou a importância da medida para aliviar dificuldades enfrentadas pelo setor. “Os produtores estão passando dificuldades para contratar mão de obra e precisam disso urgentemente. A mão de obra está disponível, mas a burocracia está impedindo de avançar”, afirmou.
A matéria segue agora para análise das Comissões de Trabalho e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
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Mostra de Comunicação do Agro ABMRA premia destaques do setor em Brasília
23ª edição da premiação reconheceu os trabalhos mais criativos e estratégicos da publicidade e marketing voltados ao agronegócio brasileiro, com cerimônia virtual transmitida pelo YouTube.

A 23ª edição da Mostra de Comunicação do Agro ABMRA premiou, na quinta-feira (04), os trabalhos mais inovadores da publicidade e do marketing voltados ao agronegócio brasileiro. Realizada de forma virtual e transmitida pelo canal da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) no YouTube, a cerimônia reuniu agências, anunciantes e profissionais do setor para celebrar campanhas que se destacaram pela criatividade, estratégia e capacidade de dialogar com o produtor rural e a sociedade.
Os destaques foram Make ID e a Orígeo, que venceram como Agência do Ano e Anunciante do Ano, respectivamente. As distinções especiais são concedidas às marcas que acumularam maior pontuação geral na premiação.
Para o diretor da Mostra, Alberto Meneghetti, o nível técnico e criativo dos cases apresentados sintetiza a maturidade da comunicação no agronegócio. “A qualidade dos trabalhos inscritos este ano impressiona não apenas pela criatividade, mas pela precisão estratégica, profundidade das narrativas e domínio das diferentes linguagens. São projetos que mostram um setor cada vez mais profissional, conectado e capaz de criar campanhas que emocionam, informam e entregam resultados reais”.
A Mostra manteve na edição deste ano a característica de seu processo rigoroso de avaliação, com um júri formado por 30 especialistas, divididos entre profissionais da comunicação e lideranças do agronegócio. Todas as etapas foram realizadas em plataforma digital, garantindo transparência e isenção na apuração.
“A Mostra de Comunicação do Agro ABMRA é reconhecida pela seriedade do seu processo. Contamos com um júri criterioso, plural e altamente qualificado, que analisa cada projeto com profundidade e isenção. Essa combinação de rigor técnico e compromisso com o setor faz da premiação uma referência nacional, valorizando campanhas que realmente contribuem para fortalecer a comunicação do agro”, avalia o presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos.
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Mapeamento inédito do solo brasileiro permite aperfeiçoar planejamento estratégico do uso da terra
Plataforma com acesso gratuito permitirá análise em maior profundidade. O acervo reúne informações detalhadas sobre as propriedades do solo o carbono orgânico do solo.

A rede MapBiomas, da qual o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) faz parte, lançou, nesta sexta-feira (05), a terceira coleção com um mapeamento inédito de propriedades do solo brasileiro, que permitirá, entre outros avanços, análises em profundidade de até 100 cm e o estoque de carbono orgânico do solo.
Além disso, foi inaugurada a plataforma SoilData, que reúne dados de solo provenientes de centenas de estudos, prontos para reuso e subsídio para tomada de decisão em torno de setores estratégicos, como agropecuária, agricultura e proteção territorial. “O fato de ter esses dados disponibilizados traz luz para um compartimento que tem um papel decisivo nas políticas ambientais: o solo. Ele é uma peça-chave no contexto da emergência climática, por exemplo, porque pode ser tanto uma fonte de emissão de carbono quanto uma fonte de sumidouro. É parte extremamente importante do sistema, mas nem sempre está na pauta”, explicou Bárbara Costa, analista de pesquisa do IPAM.
0-30 cm
30-60 cm

60-100 cm

Mapas com visualização espacial da granulometria dos solos brasileiro, produzidos pelos dados compilados no SoilData – Fonte: MapBiomas
Com as informações reunidas no SoilData foi possível gerar mapas de propriedades do solo para todo o território brasileiro, como granulometria, textura, pedregosidade e carbono orgânico do solo. Nesta coleção, foram utilizados para o mapeamento um total de 60.883 dados de granulometria e 28.065 dados de estoque de carbono orgânico, um aumento de cerca de 32% em relação à coleção anterior, lançada em 2024.
Os resultados mostram que mais da metade do Brasil (63,4%) possui textura média na camada superficial (0–30 cm). Solos argilosos aparecem em segundo lugar (29,6%), enquanto as texturas arenosa, siltosa e muito argilosa somam apenas 7% do território nacional. A distribuição das texturas varia entre os biomas: na Mata Atlântica, 52% dos solos superficiais são muito argilosos, uma proporção bem diferente de biomas como Caatinga, Cerrado e Pampa, onde predomina a textura média. Já entre 60 e 100 cm de profundidade, o país torna-se majoritariamente argiloso (63,6%).

Mapeamento das classes texturais no território brasileiro até 100 cm de profundidade. Fonte: MapBiomas
Historicamente solos muito argilosos são os mais utilizados para a agricultura e ocuparam 33% dessa textura em 2024. É a única classe textural de solo onde a agricultura supera a pastagem. Isso é reflexo das condições físicas favoráveis do solo argiloso para o desenvolvimento de raízes, maior capacidade de armazenamento de nutrientes e maior estabilidade estrutural, reduzindo a erosão e favorecendo o manejo.

Gráfico representa o uso da terra de acordo com as classes texturais do solo até 30 cm de profundidade. Fonte: MapBiomas
“De modo geral, a maior parte das informações que tínhamos sobre o solo cobriam a camada superficial, mas em profundidade a gente consegue um entendimento melhor de como o solo funciona além da superfície. O solo mais argiloso em profundidade significa que há um aumento do teor de argila no perfil. No Brasil, sai de 2,8% do solo como muito argiloso na camada de 0-30 cm e vai para 6,7% do solo como muito argiloso na camada de 60-100 cm. Saber dessa informação pode auxiliar desde o planejamento da construção civil, por exemplo, pensando em fundações, até o manejo agrícola, desenvolvimento de raízes e disponibilidade de nutrientes”, acrescenta Costa.
Estoque de carbono orgânico do solo
Outro conjunto de mapas apresentado mostra o estoque de carbono orgânico do solo (COS), que indica a quantidade de carbono armazenada até 30 cm de profundidade. A série histórica revela como a camada do solo mais afetada por atividades humanas vem armazenando carbono ao longo dos anos.
“Com esses dados buscamos entender quanto carbono está estocado no solo entre 1985 e 2024. Os mapas funcionam como um retrato de cada ano, principalmente se considerarmos as mudanças de uso da terra. Monitorar o estoque de carbono do solo oferece informações valiosas para a gestão do território. Esses dados ajudam, por exemplo, a avaliar a qualidade do pasto, identificar se o solo está conseguindo acumular carbono e localizar áreas com maior ou menor estoque para orientar ações de manejo e conservação”, especificou a analista.
Atualmente, 35,9% dos solos brasileiros armazenam entre 40 e 50 toneladas de carbono por hectare (t/ha). Esse estoque resulta da decomposição de matéria orgânica que chega ao solo e é incorporada por organismos vivos, como formigas, cupins e outros microrganismos. A matéria orgânica permanece no solo até que algum distúrbio, natural ou causado por atividade humana, provoque sua liberação na forma de gás, contribuindo para emissões de gases de efeito estufa.
Dos 37,5 gigatoneladas (Gt) de carbono orgânico estocadas no solo do país, 3 Gt estão em áreas agrícolas e 16 Gt em áreas florestais. Em 2024, a Amazônia concentrou 52% de todo o COS estocado no Brasil. A Caatinga e o Pantanal são os biomas que apresentam o menor estoque por hectare (32,7 e 35,3 t/ha, respectivamente).

Mapeamento dos estoques do carbono orgânico no solo para o Brasil e os biomas em massa total (Gt) e em toneladas por hectare (t/ha). Fonte: MapBiomas
“A agropecuária brasileira apresenta diferentes cenários quando falamos de carbono orgânico do solo. Grande parte da agricultura adota hoje o sistema de plantio direto, que ajuda a proteger e manter o carbono no solo. Por outro lado, pastagens degradadas podem liberar o carbono armazenado, enquanto pastagens bem manejadas podem capturar carbono da atmosfera e estocá-lo no solo. O equilíbrio entre ação humana e processos naturais é fundamental “, afirmou Bárbara Costa.
Dados históricos
A Coleção 3 do MapBiomas Solo apresenta uma plataforma que reúne dados padronizados de solo provenientes de centenas de estudos em todos os biomas do país, realizados ao longo de 66 anos. Todos os dados passam por um processo rigoroso de curadoria e harmonização antes de serem disponibilizados ao público. Foram catalogadas mais de 45 mil coletas de diferentes fontes, distribuídas em mais de 15 mil pontos pelo país.
Esse acervo é estratégico não apenas para setores econômicos, mas também para pesquisas ambientais, avaliações de impacto e estudos sobre como mudanças no território e no uso da terra afetam o solo brasileiro. “Estamos falando de dados produzidos muito antes de nós nascermos. Foram feitas a curadoria, organização e devolução para a sociedade de um conjunto de informações que até então não existia de forma integrada no Brasil. O ganho não é somente para a comunidade científica, mas também para setores que podem usar esses dados para produzir suas próprias análises e mapas. A agropecuária é a primeira a ter aplicação direta, mas a academia pode desenvolver inúmeras pesquisas a partir desse acervo. Outro exemplo é o monitoramento da água, para o qual entender as características do solo é fundamental. O mesmo vale para estudos de biodiversidade e de vegetação nativa. São muitos os benefícios dessa curadoria, indo muito além da dimensão econômica”, relembra a pesquisadora do IPAM.
A maior parte das amostras estão na Amazônia (42,7%), seguidas da Mata Atlântica (25%) e do Cerrado (aproximadamente 15%). A plataforma oferece visualização espacial intuitiva, filtros temáticos e acesso direto às informações, sempre com o devido reconhecimento dos autores. O objetivo é fornecer dados prontos para uso imediato em análises, cruzamento de informações, mapeamentos e modelagens espaciais para apoiar a tomada de decisões estratégicas em diferentes setores.
A plataforma SoilData está disponível no site: Mapbiomas Brasil, em solo



