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Frango orgânico conquista mais espaço na mesa dos brasileiros
Com crescimento de 12% na produção de orgânicos, a proteína aumenta interesse e curiosidade dos consumidores.

A aderência por alimentos mais naturais e com rastreabilidade desde a origem, que garante mais transparência no processo produtivo, tem se superado no Brasil. De acordo com a Organis (Associação Brasileira de Orgânicos e Biodinâmicos), a produção de alimentos orgânicos no País cresceu 12% em 2025 em relação ao ano anterior, refletindo uma tendência de maior conscientização sobre a alimentação e os impactos das escolhas à mesa.
Com esse incremento, também se intensifica o interesse por entender melhor os benefícios e características dos produtos orgânicos. No caso do frango, por exemplo, tem sido cada vez mais comum ver consumidores buscando informações sobre o tema: o que diferencia o frango orgânico do convencional, como é sua produção, como identificar um produto certificado e qual valor agregado ele oferece. Além de serem temas frequentes também nas redes sociais, em grupos de alimentação saudável e perfis de nutricionistas, somando milhares de interações por mês.

Foto: Divulgação Mantiqueira Brasil
Esses assuntos revelam consumidores ativos e curiosos, reforçando a necessidade de um conteúdo que responda a questionamentos com base em certificação, práticas de produção e dados reais. “Percebemos que muitas das dúvidas sobre frango orgânico vêm de um interesse genuíno por parte do consumidor, que está cada vez mais informado e exigente com a origem dos alimentos. Nosso papel como marca é contribuir com dados claros e acessíveis, desmistificando equívocos comuns e reforçando a importância da produção certificada e responsável”, afirma Daniela Zucchini, Executiva de Marketing e Trade Marketing In Natura na Seara.
Pensando nisso, a marca, que é referência em qualidade e inovação no setor de alimentos e líder na categoria de frangos orgânicos no Brasil, convidou a Executiva para responder algumas dúvidas que estão em alta nas redes sociais
1. Como confiar que o produto seja realmente orgânico?
No Brasil existe uma legislação para produtos orgânicos (Lei nº 10.831/2003 e regulamentada pelo Decreto nº 6.323/2007), e todo produto que seguir os critérios exigidos recebem um selo de Produto Orgânico do Brasil. Apenas este selo, que é concedido por órgãos reconhecidos oficialmente, garante que o produto seja verdadeiramente orgânico. Na Seara trabalhamos com o QIMA/IBD, que audita todas as etapas do processo produtivo, desde a criação das aves até o processamento final, garantindo que as normas orgânicas e de bem-estar animal sejam cumpridas. Além disso, as embalagens dos frangos orgânicos Seara têm QR Code que mostra ao consumidor a origem daquele produto – desde a granja até o processo de produção. Como uma forma de reforçar a confiança e o compromisso com a transparência.
2. O sabor do frango orgânico é diferente do convencional?
O frango orgânico é tão saboroso quanto o frango convencional. O diferencial está no sistema de produção, que prioriza ainda mais o bem-estar animal, exige uma alimentação orgânica e práticas sustentáveis ainda mais rígidas, fatores que não alteram o sabor da carne. O frango orgânico Seara mantém o mesmo padrão de qualidade e sabor que os consumidores já conhecem, com todos os benefícios adicionais de um produto orgânico certificado e com rastreabilidade.
3. O frango orgânico é mais indicado para quem tem restrições alimentares ou segue dieta?
O Frango orgânico é uma escolha de qualidade para qualquer tipo de alimentação. Ele pode fazer parte da rotina alimentar de qualquer pessoa que valorize saudabilidade e procedência. Não é exclusivo de quem segue dietas específicas.
4. O frango orgânico tem o mesmo tempo de validade que o convencional?
O prazo de validade segue os mesmos padrões de uma ave convencional. O frango orgânico da Seara passa pelos mesmos processos de conservação e controle de qualidade do convencional. Quando armazenado corretamente, seu tempo de validade é equivalente. A diferença está na criação e nos processos, não na durabilidade.
5. O frango cresce rápido naturalmente, sem uso de hormônios?
O uso de hormônios é proibido por lei no Brasil desde 1998. Esse é um dos mitos mais antigos e equivocados. O frango cresce rápido porque foi melhorado geneticamente ao longo de décadas para ter um desenvolvimento eficiente, com alimentação balanceada e acompanhamento veterinário. Não existe hormônio na produção legalizada de frangos no país.
6. Frango Orgânico e Frango Caipira são a mesma coisa?
Essa é uma dúvida muito comum entre consumidores, justamente porque ambos os frangos possuem uma criação parecida em alguns aspectos, como o acesso livre ao campo e as certificações adicionais. Porém, o Frango Caipira é uma raça diferente de frango, conhecida como raça de crescimento lento. Ele fica mais tempo no campo e a carne desse tipo de frango possui um sabor mais acentuado, uma coloração amarelada e uma textura característica da raça. É um frango muito utilizado na culinária mineira e nos interiores do Brasil, no preparo de caldos, galinhadas e pratos típicos que pedem uma carne ainda mais saborosa.

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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.
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Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio
Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.
Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.
Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.
Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”
Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.
Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.
Marco jurídico recente
Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.
Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.
Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.
Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu
A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.
Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.
Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.



