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FPA se reúne com Davi Alcolumbre e apresenta prioridades para 2025
Durante a reunião, a bancada também demonstrou apoio à candidatura do senador à presidência do Senado Federal.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) recebeu, na última terça-feira (10), o senador Davi Alcolumbre (União-AP), candidato à presidência do Senado Federal. Durante o encontro, a bancada apresentou as principais pautas para 2025. Entre as demandas destacadas estão o projeto de lei dos Safristas (PL 715/2023), a Reciprocidade Ambiental (PL 2088/2023), o Marco Temporal (PEC 48), o Programa de Apoio à Tecnologia no Agronegócio Nacional (Paten – PL 327/2021), dentre outros. Todas as propostas são vistas como estratégicas para o fortalecimento do setor agropecuário no país.
O presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), destacou a importância de se firmar compromissos para garantir o avanço das pautas prioritárias no Congresso. “Estamos aqui para firmar compromissos. Temos preocupações em temas que tramitam no Senado, como o licenciamento ambiental, a reforma tributária, a reciprocidade ambiental, as leis dos incêndios e também a participação efetiva na COP 30. Pautas que nós apresentamos e elencamos como prioridades para o setor. Da mesma forma as questões indígenas, as invasões de terra, a regularização fundiária, questões de política agrícola”, falou o deputado Pedro Lupion, com a chegada do senador Davi Alcolumbre.

Senadora Tereza Cristina: ” Vamos fortalecer a FPA do Senado para que tenhamos mais senadores pelas pautas do agro”
A senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, reforçou a importância de fortalecer a atuação da bancada no Senado. “A FPA do Senado sempre teve menos peso, menos senadores do que na Câmara. Agora temos uma frente robusta com 50 assinaturas, mas precisamos transformá-la no colegiado que é na Câmara dos Deputados. Vamos fortalecer a FPA do Senado para que tenhamos mais senadores pelas pautas do agro. A boa relação entre a Câmara e o Senado é fundamental, essa interlocução é essencial”, afirmou a senadora.
O senador Davi Alcolumbre se comprometeu a dialogar sobre as demandas apresentadas e destacou a importância de construir consensos que atendam aos interesses do setor e da sociedade. “A ponte de entendimento é fundamental para a construção e essa é uma característica minha. Precisamos ter um Poder Legislativo altivo, respeitável e independente”, afirmou.
Alcolumbre também ressaltou os desafios enfrentados pelo Legislativo nos últimos anos. “Nós vivenciamos na eleição para a presidência do Senado, há dois anos, um terceiro turno da eleição presidencial. Saímos de um processo eleitoral com o país dividido, o que gerou distanciamento entre Câmara e Senado e fragilizou o Poder Legislativo. Estou muito confiante”, completou o senador.
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) destacou o dinamismo do senador Alcolumbre. “Confiamos nele para fazer o agro e o Brasil mais fortes.” Já o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) ressaltou que a chegada do senador à presidência dá esperança. “Esperança pela restauração da democracia, onde o Senado tem papel importante nessa cura. Precisamos conversar com a suprema corte e organizar seus limites.”
Reforma Tributária
Outro tema de grande relevância abordado na reunião foi a Reforma Tributária, que atualmente tramita no Senado. O parecer sobre o tema foi lido e aguarda votação, prevista para esta quarta-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Uma das conquistas celebradas pela bancada foi a inclusão das carnes na cesta básica, fruto de articulações realizadas ainda na Câmara dos Deputados.

Senador Jaime Bagattoli: ““Conversei com os líderes, com o governo e vamos avançar com essa proposta para que a sanção ocorra ainda este ano”
A senadora Tereza Cristina disse que muitos pontos da pauta da FPA foram acatados no relatório apresentado. “O senador acatou muitas das nossas pautas que vieram da Câmara, algumas que nós aqui da Frente colocamos para ele através de emendas. Agora nós estamos fazendo uma leitura, um pente fino, para ver aquilo que é prioritário para o setor e que ainda pode ser incluído no relatório”, disse.
O deputado Pedro Lupion destacou que praticamente 90% das pautas negociadas na Câmara foram mantidas no texto. “Essas pautas são essenciais para garantir a competitividade do agro, gerar a lucratividade dos produtores, mas muito mais do que isso, manter o alimento barato na mesa dos brasileiros, acho que esse é o ponto essencial.”
Lupion ressaltou que agora tem outros temas que estão sendo discutidos, como a questão dos óleos. “Nós temos óleos vegetais que, na Câmara, incluímos na cesta básica e o senador agora retirou alguns deles, deixou só óleo de soja, sendo que a gente tem ainda óleo de milho, óleo de algodão, que também são importantes,” finalizou.
Safristas
O senador Jaime Bagattoli (PL-RO), relator do Projeto de Lei 715/2023 que permite que trabalhadores rurais mantenham o acesso a benefícios sociais ao assinarem contratos de safra, afirmou que a proposta vai entrar na pauta do Plenário da Casa nesta semana. “Conversei com os líderes, com o governo e vamos avançar com essa proposta para que a sanção ocorra ainda este ano.”

Deputado Pezenti: “O principal problema é a falta de registro na carteira, mas muitos trabalhadores não querem o registro para não perderem os benefícios do governo. Aprovando, esse projeto vai salvar a vida de várias famílias e produtores”
O deputado Pezenti (MDB-SC) ressaltou que o projeto é muito importante e que produtores são prejudicados pela falta de mão de obra ou pela falta de registros. “Moro em Ituporanga, lá temos produtores de cebola e para eles não existe lei mais importante do que esta que estamos tratando aqui. O principal problema é a falta de registro na carteira, mas muitos trabalhadores não querem o registro para não perderem os benefícios do governo. Aprovando, esse projeto vai salvar a vida de várias famílias e produtores,” disse.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



