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FPA começa pelo Paraná projeto-piloto de sessão itinerante
Sistema Faep/Senar-PR deu suporte à iniciativa, realizada na quinta-feira (11) dentro da ExpoLondrina. Ideia é promover novos encontros pelo país para aproximar a discussão parlamentar dos produtores rurais.

Com a presença de mais de 500 pessoas, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) deu a largada no Paraná em um projeto que vai promover sessões itinerantes da entidade por todo o Brasil. O encontro ocorreu em 11 de abril, dentro da ExpoLondrina, evento organizado pela Sociedade Rural do Paraná (SRP). O Sistema Faep/Senar-PR deu todo o suporte para a organização da iniciativa, na qual a FPA reuniu 13 parlamentares (12 deputados e um senador), além de dezenas de autoridades estaduais e municipais.
O principal objetivo da “FPA itinerante” é apresentar soluções ao desenvolvimento da agropecuária. A frente, atualmente, é a maior bancada do Congresso Nacional, reunindo 324 deputados e 50 senadores sensíveis às temáticas relacionadas ao agronegócio nacional.

Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados: “O agro passa por dificuldades e a nossa luta envolve fazer de tudo para que nunca falte o que é mais importante ao produtor rural: segurança jurídica”
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, disse que a cadeia produtiva do agronegócio tem uma frente parlamentar forte, da qual sente orgulho de fazer parte. “O agro passa por dificuldades e a nossa luta, com a Câmara, envolve fazer de tudo para que nunca falte o que é mais importante ao produtor rural: segurança jurídica para plantar, colher, produzir e receber”, cravou Lira.

Presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion: “É um orgulho para mim, pé vermelho, do Norte Pioneiro, começar aqui por Londrina, onde eu cresci”
O presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion, salientou que aproximar a base dos grandes debates é crucial para fortalecer o processo democrático e garantir conquistas ao setor. “Nós estamos aqui para responder sobre Proagro, Plano Safra, a crise no setor, a insegurança jurídica, o direito de propriedade e tudo o que nós estamos fazendo na FPA. É um orgulho para mim, pé vermelho, do Norte Pioneiro, começar aqui por Londrina, onde eu cresci. Mas esse é apenas o primeiro passo, daqui nós vamos levar essa oportunidade de debate e conhecimento aos agropecuaristas de todos os cantos do país”, projetou Lupion.

Vice-presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Eduardo Meneguette: “Esse espaço é um palco para debater os percalços, os gargalos e, claro, as soluções que levam à criação de projetos e leis que realmente contribuam para a segurança jurídica do produtor rural”
O vice-presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Eduardo Meneguette, agradeceu o esforço da FPA em colocar em prática o evento itinerante e elogiou a aproximação dos parlamentares dos agricultores. “Esse espaço é um palco para debater os percalços, os gargalos e, claro, as soluções que levam à criação de projetos e leis que realmente contribuam para a segurança jurídica do produtor rural. A quantidade de pessoas presentes, principalmente produtores rurais, é prova de que o projeto ‘FPA Itinerante’ nasce sendo um sucesso”, avaliou o vice-presidente.

Presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo Janene El-Kadre: “É uma ação muito importante que a FPA está promovendo, de trazer as informações e ouvir as nossas necessidades”
“É uma ação muito importante que a FPA está promovendo, de trazer as informações e ouvir as nossas necessidades”, analisou Marcelo Janene El-Kadre, presidente da Sociedade Rural do Paraná. “Tenho certeza absoluta de que esse gesto, que, para nós, foi muito importante, será repetido no Paraná e no Brasil todo”, antecipou.
Parlamentares do Congresso Nacional que marcaram presença
– Dep. Arthur Lira – Presidente da Câmara dos Deputados
– Dep. Pedro Lupion – Presidente da FPA
– Dep. Sérgio Souza
– Dep. Luísa Canziani
– Dep. Daniela Reinehr
– Dep. Marussa Boldrin
– Dep. Marco Brasil
– Dep. Tião Medeiros
– Dep. Evair de Melo
– Dep. Elmar Nascimento
– Dep. Luiz Tibé
– Dep. Beto Richa
– Sen. Jaime Bagattoli
A FPA
A história da frente começou ainda na Assembleia Nacional Constituinte, quando um grupo de parlamentares ligado ao agronegócio criou a chamada Frente Ampla Ruralista. O resultado desse trabalho assegurou conquistas importantes em relação a temas sensíveis, como o direito à propriedade rural em terras produtivas. O nome mudou para Frente Parlamentar da Agricultura em 1994 e, em 2002, passou a ser conhecida como Frente Parlamentar de Apoio à Agricultura. O nome atual, Frente Parlamentar da Agropecuária, foi adotado a partir de 2008.
Em sua história, a FPA foi a voz dos produtores rurais em inúmeras conquistas ao setor. Entre seus principais objetivos estão acompanhar a política oficial de desenvolvimento da agropecuária nacional; promover debates, simpósios, seminários e outros eventos pertinentes; promover o intercâmbio com instituições semelhantes e parlamentos de outros países; e procurar, de modo contínuo, o aperfeiçoamento da legislação referente à agropecuária nacional.
Também integram as linhas de ação da FPA conhecer e auxiliar na divulgação de novos métodos e processos que fomentem a agropecuária; apoiar as instituições interessadas no desenvolvimento da agropecuária, junto a todos os Poderes, inclusive em questões orçamentárias nos casos das entidades públicas; organizar a Agenda Legislativa da Agropecuária Brasileira; manter um canal de informações atualizadas com as entidades da cadeia produtiva do agronegócio e os parlamentares; e consolidar o posicionamento da cadeia produtiva do agronegócio quanto aos assuntos em tramitação no Congresso Nacional.
ExpoLondrina
A ExpoLondrina é uma das principais feiras agropecuárias do calendário nacional e sua edição de 2024 acontece de 5 a 14 de abril, com organização da Sociedade Rural do Paraná. Além de eventos e palestras técnicas sobre assuntos relacionados ao agronegócio, o evento conta com uma vasta programação para o público geral. Venda de animais, venda de alimentos e shows com grandes artistas nacionais também integram as atrações disponíveis ao público.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



