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Fóruns e simpósio relacionados ao tema “Conta do Boi” marcam programação da Feicorte
Evento que ocorre em Presidente Prudente também terá leilões e Beef Hour, entre outras atrações.
A Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, que será realizada de 19 a 23 de novembro, em Presidente Prudente (SP), terá uma extensa programação de palestras, painéis e debates baseados em seu tema central: a “conta do boi”, além de leilões, Beef Hour, entre outras atrações. A feira volta a ser realizada após um hiato de dez anos com a proposta de se tornar um dos mais importantes eventos pecuários do Brasil e da América Latina.
A programação tem início no dia 19/11 às 9h, com o Fórum Feicorte de abertura, com participações do engenheiro agrônomo, selecionador de Nelore PO da Fazenda Araponga e fundador da Associação Confraria da Carcaça Nelore (ACCN), Shiro Nishimura, com o tema “Sucessão, Legado e Pecuária”; o zootecnista e diretor técnico da Pecuarizze, Marco Gambale que fala sobre “O boi que paga a conta”; e o pecuarista e presidente da Associação Nacional da Pecuária de Corte (Assocon), Mauricio Velloso que aborda as tendências do setor. A mediação fica a cargo da zootecnista e pesquisadora do Instituto de Zootecnia (IZ) do Estado de São Paulo, Renata Branco.
Fórum Irrigação
Às 11h30 tem início o Fórum Irrigação, com as presenças do presidente da Rede ILPF e do Conselho de Administração da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), Francisco Matturro e do professor de Irrigação e Drenagem na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira, Fernando Braz Tangerino Hernandes.
Uma nova marca do agro de São Paulo e Fórum Febre Aftosa
Após o almoço, a programação retoma às 14h com o painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, com a participação da pecuarista Carmen Perez que fala sobre as vantagens de substituir a marca a fogo e do coordenador da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Luiz Henrique Barrocelo que aborda “A identificação por bottom como maneira alternativa à marcação a fogo”.
Na sequência, o Fórum Febre Aftosa terá uma mesa-redonda, mediada pela diretora do Departamento de Trânsito e Análise de Risco da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Erika Ramos Mello, reúne o diretor do Departamento de Sanidade Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), Rafael Gonçalves Dias para compartilhar experiências e conquistas do estado após o reconhecimento como área livre de febre aftosa sem vacinação; o diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), Daniel de Barbosa Ingold para abordar os investimentos e as inovações implementadas em Mato Grosso do Sul para aprimorar a vigilância contra a doença; e o gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa no estado de São Paulo, Breno Moscheta Welter, com o tema “Pleito do Brasil para reconhecimento internacional de livre sem vacinação”. O painel terá ainda a contribuição do gerente de Monitoramento Latam da Allflex, Luciano Lobo, que apresenta os sistemas de rastreabilidade já adotados em outros países, apontando os benefícios que essas tecnologias podem trazer para o Brasil e do Diretor Técnico de Departamento da Defesa Sanitária e Inspeção Animal da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, Affonso dos Santos Marco, que discorre sobre o FUNDASA-PEC: Fundo Indenizatório para Pecuária Paulista.
Às 18h ocorre a abertura oficial da Feicorte no Espaço Beef Hour, seguido do Leilão Pecuária Solidária às 20h.
Fórum Feicorte – A “conta do boi”
No dia 20/11, o Fórum Feicorte “A conta do boi” inicia às 9h com o zootecnista e consultor Rodrigo Albuquerque, que fala sobre “O mercado em 2023 e 2024 e o que virá em 2025”; o consultor técnico e de gestão estratégica em empresas do agronegócio e doutor em Produção Animal com foco em eficiência reprodutiva de gado de corte, Rogério Fonseca com o tema “Produzindo com lucro no sistema de cria”; e o médico-veterinário e proprietário da Firmasa Tecnologia para Pecuária, Luciano Penteado que aborda “Fechando a conta da cria”. O debate será mediado pelo curador de conteúdo técnico da Feicorte, Diede Loureiro.
No período da tarde, o Fórum Feicorte traz o segundo painel do dia com o gerente de Serviços Técnicos de Bovinos da Zoetis, Elio Moro, que aborda “Desmame e seus desafios sanitários para performance”, o professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo e coordenador da Área de Bovinos do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), Rodrigo Goulart, que fala sobre “Construindo a carcaça na recria”; e o zootecnista especializado em produção de ruminantes e diretor de operações da Agropecuária Maragogipe, Lucas Marques com o tema “Fechando a conta da cria”. A mediação do debate será novamente feita por Diede Loureiro.
Beef Hour
No espaço Beef Hour by Feicorte, em que a estrela é a carne bovina, serão realizadas discussões sobre qualidade de carne enquanto assadores preparam diferentes cortes, que serão degustados pelos participantes.
Às 16h30, haverá no espaço degustação de carne da Confraria da Carcaça Nelore, oferecida pela Semex e Tairana, com participação especial do proprietário da marca de carne bovina BBQ Secrets, Roberto Barcellos e do vice-presidente da Confraria e titular do Grupo Celeiro, Marco Tulio. Enquanto isso, o público confere um bate-papo sobre “A evolução da carne brasileira em 20 anos” com o pesquisador de Bovinos de Corte na APTA e professor na Unesp de Jaboticabal, Gustavo Rezende; a médica-veterinária, gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada da Associação Brasileira de Angus e presidente da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável, Ana Doralina; e o responsável pela curadoria de conteúdo de carne da Feicorte, Roberto Grecellé.
Ainda no dia 20/11, no Espaço Tatersal, às 12h45, será realizado o leilão CV Nelore Mocho, com a oferta de 200 touros.
Programação de 21/11
No dia 21/11, ocorre a partir das 9h o terceiro painel do Fórum Feicorte – “A conta do boi”, iniciando com o gerente global de Tecnologia Bovinos de Corte da Cargill Animal Nutrition, Pedro Veiga com a temática “Brasil X mundo e seus sistemas de produção na terminação”; o zootecnista e pesquisador científico da APTA, Flávio Dutra aborda “Planejamento para a terminação da carcaça”; o zootecnista e sócio-proprietário na Costa & Costa Gestão Agropecuária, Thiago Costa que traz o questionamento “A conta do boi fecha?”. O debate será mediado por Diede Loureiro.
Após o almoço, o quarto painel traz uma palestra sobre perspectivas do mercado de exportação para 2025; o consultor Rodrigo Albuquerque com o tema “Operando meu negócio da porteira para fora”; e o pecuarista e sócio da Agropecuária 2A e da 4x Farms, João Teles que aborda “Oportunidades e desafios na produção da carne de qualidade”
No Espaço Beef Hour, das 11h30 às 12h30 ocorre a degustação da carne Carapreta, oferecida pela Semex e Tairana com a participação de Roberto Barcellos e do diretor industrial na Carapreta, Marcelo Pereira Carvalho. No período da tarde, a partir das 17h, haverá degustação de carne Minerva, oferecida pela Cargill e às 17h30 a zootecnista e diretora técnica da DGT Brasil, Liliane Suguisawa e Roberto Grecellé falam sobre “Como aumentar a qualidade média da carne brasileira”. A programação do dia será finalizada às 20h, com o Leilão Confraria da Carcaça Nelore.
Simpósio debate saúde reprodutiva do rebanho
Na sexta-feira, dia 22/11, a Arena Feicorte sedia o Simpósio ReprOeste, promovido pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), que aborda das 9h às 16h os diversos aspectos que impactam a saúde reprodutiva do rebanho. Serão abordados temas como “Biotécnicas como ferramenta para aumentar a eficiência reprodutiva em gado de corte” com a docente do curso de medicina veterinária e zootecnia e do programa de mestrado e doutorado em ciência animal da UNOESTE, Caliê Castilho Silvestre; “Uso da PIVE em gado de corte comercial”, com a sócia-proprietária das empresas Progest Biotecnologia Animal, Equinvitro Laboratório de Reprodução Animal e Blastocell, Raquel Zanetti Puelker; e “Programação fetal: importância da nutrição de fêmeas gestantes”, com a pesquisadora do IZ, Renata Branco. A mediação do debate fica a cargo da Gerente Geral e Responsável Técnica da Tairana, Tatiana Issa Uherara Berton.
No período da tarde, a programação do simpósio conta com a palestra “Grupo GP50: A Importância da Coleta de Informações para a Produção dos Índices Zootécnicos” proferida pelo gestor do programa e equipe Progressive Corte-Semex Brasil, Fernando Aono; e “Impacto da Ultrassonografia de Carcaça sobre a Precocidade de Fêmeas de Corte”, por Liliane Suguisawa. O debate será mediado por Alex Arikawa Miyasaki, que faz parte da equipe de curadoria da Feicorte.
No Beef Hour by Feicorte, às 13h30, haverá degustação de carne oferecida pela Tairana e Semex, com participação de Roberto Barcellos. Às 17h, será abordado o tema “Os próximos dias do mercado de qualidade” por Roberto Grecellé e pelo diretor de Relacionamento com Pecuarista da JBS, Eduardo Pedroso. A preparação da carne a ser degistada será feita pela costeleira e especialista em fogo de chão, Helô Palácio.
Às 20h será realizado um leilão de animais da raça Brangus.
A programação da Feicorte se encerra no sábado, dia 23, com a realização às 12h do leilão Quarto de Milha e Paint Horse, e Grupo Maziero e Convidados. Das 12h às 22h, o público pode participar da Beef Hour by Cacá, que terá atrações musicais e cortes de carne bovina.
“A Feicorte tem como missão integrar toda a cadeia produtiva da carne bovina e a programação reflete esse olhar ao abordar os diversos aspectos que contribuem para que tenhamos um setor cada vez mais forte e uma carne sempre mais de qualidade reconhecida”, destaca a CEO da Verum, que promove a Feicorte, Carla Tuccilio.
Notícias
Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná
Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.
De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.
A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!
A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.
Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.
Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!
Colunistas
Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical
Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.
O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.
É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.
Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.
Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.
Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.
A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.
A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.
Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.
Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.
Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:
- Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
- Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
- Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
- Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
- Recuperação de pastagens degradadas;
- Integração lavoura-pecuária-floresta;
- Gestão integrada da paisagem.
A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.
Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.
Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.
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Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo
Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.
A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.
“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.
O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.
O que está em jogo?
Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.