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Fórum discute sustentabilidade em todas as pontas da cadeia produtiva da carne

Evento do Instituto Desenvolve Pecuária realizado durante o Universo Pecuária também apresentou caso de sucesso no Pantanal.

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Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

Realizado no último sábado (05), durante o Universo Pecuária, em Lavras do Sul (RS), o Fórum da Sustentabilidade da Carne Bovina, organizado pelo Instituto Desenvolve Pecuária, reuniu todas as pontas da cadeia produtiva. O público presente conferiu a visão dos produtores, da indústria e do consumidor, além de conhecer o caso feito na produção pecuária do Pantanal.

Gestora da Fazenda Pulquéria de São Sepé (RS), a jovem Fernanda Costabeber falou sobre a origem da família, ligada ao comércio e como isso interferiu no negócio e no relacionamento com os clientes. “A gente vê que muitos produtores não têm contato com o consumidor final e a gente tem. Para a gente, o negócio é muito natural. Eu sempre digo que minha família veio do comércio, a gente veio da cidade, então tratamos a pecuária como um comércio realmente” conta a produtora. Segundo ela, a medida em que foram estreitando as relações com os clientes, foram percebendo o que eles necessitavam. “A gente foi aprimorando os nossos processos dentro da nossa propriedade. Acabamos virando uma vitrine para isso e acho que é nosso dever também sempre mostrar o melhor da pecuária gaúcha”, falou Fernanda.

Em sua fala, Fernanda Costabeber apresentou o que os clientes consumidores da Pulquéria estão exigindo, falou um pouco dos diferenciais da carne gaúcha e como agregar isso em relação à sustentabilidade. “A gente tem uma baita oportunidade na mão e precisa saber como comunicar isso para o público para agregar valor ao nosso produto”, garantiu, acrescentando ainda que muitas vezes o produtor que produz com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente no Bioma Pampa “paga a conta” de irresponsabilidades realizadas na Amazônia.

O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Ladislau Böes, destacou que, assim como produtores, a indústria precisa saber o que fazer para sobreviver diante da baixa demanda de consumo de carne e da perda de poder aquisitivo da população, que afeta diretamente o consumo da proteína. “Eu, que estou no setor há mais de 30 anos, nos últimos dois, tudo que posso fazer é falar do passado, pois não sabemos o que irá acontecer no futuro. Tem sido muito desafiador”, desabafou. O dirigente ressaltou a importância de provocar essa reflexão sobre o que será de toda a cadeia da carne bovina.

Sobre sustentabilidade, Böes disse que o tema é uma preocupação notória desde o campo até a indústria. “Hoje a indústria tem uma grande preocupação com a parte da sustentabilidade principalmente voltada na parte ambiental, afinal, quem não estiver adequado, à legislação,  à Fepam  e aos órgão de regulamentação  como o Ibama, não trabalha”, afirmou. Segundo ele, o consumo  de água, reutilização,  tratamento da água,  e dos efluentes são temas de grande preocupação da indústria. Não fica de fora o uso de energias renováveis. “Hoje, todas as empresas estão no mercado livre comprando energias renováveis, produzindo  muitas vezes sua própria energia através de fotovoltaica.  Então, a indústria  acordou e tem procurado se adequar”, garantiu. Ladislau Böes também citou a sustentabilidade social e econômica. “A indústria  frigorífica gera muitos empregos diretos e indiretos. É grande nossa responsabilidade quanto a isso”, complementou.

O gerente executivo da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), Silvio Balduíno, apresentou a experiência da coordenação da cadeia produtiva ligada ao Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal. “O pecuarista, vive hoje, cada dia mais, a pressão da modernidade, com relação à pegada de carbono, a conservação da biodiversidade, a produção em harmonia com tudo isso”, disse o gestor. Segundo ele, o sucesso atingido pelo programa foi em obter o domínio de dentro da porteira, fazer parcerias com a indústria e também com o varejo. “São marcas que acreditaram no nosso modelo de produção e que hoje colocam nossos produtos à disposição do produtor final. Então, o trabalho que a associação tem feito é de manter essa cadeia alinhada, o que não é fácil, são interesses muitas vezes conflituosos, divergentes, mas a gente tem tido sucesso nessa manutenção do alinhamento da cadeia”, frisou.

Já Roberto Grecellé, da Prado Consultoria, levou ao Universo Pecuária a essência de suas recentes viagens pelo Uruguai, França e São Paulo. Ao aliar com seu conhecimento sobre mercados de luxo, da classe média e também sobre a distribuição de carne de baixo valor agregado, o especialista apresentou um cenário que culmina no que deve ser o mercado da carne, daqui para frente. “A forma, a intensidade, a frequência com que nós nos alimentamos e consumimos carne bovina está mudando, e eu não estou dizendo que está aumentando ou que está diminuindo, porque existem vários mercados, mas o fato é que está mudando,” garantiu. Grecellé fez apontamentos e alguns direcionamentos para que produtores rurais e  varejistas  tenham oportunidade de enxergar o seu negócio dentro desta migração de rota. “Acredito que muito do que está sendo ditado pelo que está acontecendo no consumo de carne no nível global, tem a ver com os hábitos alimentares da população,  chamo isso de uma, talvez, mudança de rota alimentar”, concluiu.

Fonte: Ascom

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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro

Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

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Foto: Shutterstock

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.

No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.

Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.

A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil

Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.

Planilha de Custos

Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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