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Fórum define proposta para calendário de semeadura da soja no Paraná
Datas serão encaminhadas para o Ministério da Agricultura e Pecuária. Medidas visam o combate da ferrugem asiática.

Produtores rurais e técnicos definiram, na manhã de quarta-feira (27), uma proposta de calendário de para a safra 2025/26 no Paraná. A exemplo dos últimos dois ciclos, a solicitação é de que permaneça a divisão do Estado em três regiões, com datas específicas para cada uma delas. As definições ocorreram ao longo de um fórum técnico realizado na sede do Sistema Faep, em Curitiba. O evento é uma iniciativa conjunta da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), do Sistema Ocepar e do Sistema Faep.
A calendarização da semeadura da soja é uma das medidas que prevista no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS) – doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. “Este fórum é o momento de a gente construir consenso em torno deste tema, que é tão importante. Quando nós tomamos a decisão juntos, todos nos comprometemos com os resultados”, disse José Antonio Borghi, presidente da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP. “Precisamos de um ambiente que contemple a pesquisa, a ciência e que leve em consideração, também, as condições dos produtores rurais, do setor produtivo”, acrescentou.
A proposta definida no fórum será encaminhada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que até 31 de janeiro recebe contribuições dos Estados. A solicitação do Paraná propõe que a Região 1 (que abrange a faixa central e leste do Paraná) comece em 21 de setembro de 2025 e se estenda até 20 de janeiro de 2026. Para a Região 2 (que corresponde à faixa que vai do Oeste ao Norte Pioneiro), a janela iria de 1º de setembro a 31 de dezembro. Na Região 3 (que se concentra no Sudoeste), a semeadura poderia ser feita de 11 de setembro a 10 de janeiro. O vazio sanitário compreenderá ao período de 90 dias antes da data de início de semeadura de cada região.

O fórum contou com uma palestra informativa do coordenador geral de proteção de plantas do Mapa, Ricardo Hilman, que apresentou o PNCFS. A ferrugem asiática foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2001, o que fez com que as autoridades sanitárias desenvolvessem o programa. Hoje, as ações do programa nacional se concentram em dois eixos principais.
O primeiro deles é o vazio sanitário, que é um período – de mínimo 90 dias – em que os produtores rurais ficam proibidos de cultivar, manter ou permitir em qualquer estágio vegetativos plantas emergidas de soja. O objetivo dessa estratégia é reduzir o inóculo (ou seja, o volume de esporos) da ferrugem asiática no território. A outra ação é o calendário de semeadura, que pode ser entendido como uma medida fitossanitária complementar que visa a racionalização do uso de fungicidas e a redução da resistência ao fungo da ferrugem asiática.
“O combate à ferrugem asiática é prioritário para o Mapa. Em relação ao calendário, temos que ter consciência de que ele é concebido pensando no bem comum dos produtores, em que a imensa maioria é atendida, para combater essa praga”, disse Hilman.
Pesquisadora da Embrapa, Claudia Godoy apresentou resultados de pesquisas científicas que demonstram que o fungo Phakopsora pachyrhizi está, ano a ano, se tornando mais resistente a fungicidas. A resistência pode ocorrer a partir de mutação do fungo ou de um processo de seleção natural. “Entre determinada população de fungos, tem sempre indivíduos com características que fazem com que eles não morram com a aplicação de fungicidas. Eles indivíduos se reproduzem, aumentando a população de fungos resistentes”, explica a pesquisadora.
Por causa disso, muitas variedades de fungicidas vem perdendo eficácia no combate à ferrugem asiática. Assim, as medidas definidas pelo Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja são imprescindíveis para o controle da doença.
O engenheiro agrônomo Marcílio Martins Araújo, da Divisão de Sanidade de Cultivos Agrícolas e Florestais da Adapar, acrescentou que o volume de aplicações de fungicidas disparou ao longo da última década. Na safra 2012/13, a média era de 0,48 litros aplicados por hectare. Na safra 2023/24, os produtores paranaenses utilizaram 2,3 litros por hectare.
Confira os municípios por região
Região 1
Adrianópolis; Agudos do Sul; Almirante Tamandaré; Antonina; Antônio Olinto; Arapoti; Araucária; Balsa Nova; Bituruna; Bocaiúva do Sul; Campina do Simão; Campina Grande do Sul; Campo do Tenente; Campo Largo; Campo Magro; Candói; Cantagalo; Carambeí; Castro; Cerro Azul; Colombo; Contenda; Coronel Domingos Soares; Cruz Machado; Curitiba; Doutor Ulysses; Fazenda Rio Grande; Fernandes Pinheiro; Foz do Jordão; General Carneiro; Goioxim; Guamiranga; Guarapuava; Guaraqueçaba; Guaratuba; Imbaú; Imbituva; Inácio Martins; Ipiranga; Irati; Itaperuçu; Ivaí; Jaguariaíva; Lapa; Mallet; Mandirituba; Matinhos; Morretes; Palmas; Palmeira; Paranaguá; Paula Freitas; Paulo Frontin; Piên; Pinhais; Pinhão; Piraí do Sul; Piraquara; Ponta Grossa; Pontal do Paraná; Porto Amazonas; Porto Vitória; Prudentópolis; Quatro Barras; Quitandinha; Rebouças; Reserva; Reserva do Iguaçu; Rio Azul; Rio Branco do Sul; Rio Negro; São João do Triunfo; São José dos Pinhais; São Mateus do Sul; Sengés; Teixeira Soares; Telêmaco Borba; Tibagi; Tijucas do Sul; Tunas do Paraná; Turvo; União da Vitória e Ventania.
Região 2
Abatiá; Altamira do Paraná; Alto Paraíso; Alto Paraná; Alto Piquiri; Altônia; Alvorada do Sul; Amaporã; Anahy; Andirá; Ângulo; Apucarana; Arapongas; Arapuã; Araruna; Ariranha do Ivaí; Assaí; Assis Chateaubriand; Astorga; Atalaia; Bandeirantes; Barbosa Ferraz; Barra do Jacaré; Bela Vista do Paraíso; Boa Esperança; Boa Ventura de São Roque; Boa Vista da Aparecida; Bom Sucesso; Borrazópolis; Braganey; Brasilândia do Sul; Cafeara; Cafelândia; Cafezal do Sul; Califórnia; Cambará; Cambé; Cambira; Campina da Lagoa; Campo Bonito; Campo Mourão; Cândido de Abreu; Capitão Leônidas Marques; Carlópolis; Cascavel; Catanduvas; Centenário do Sul; Céu Azul; Cianorte; Cidade Gaúcha; Colorado; Congonhinhas; Conselheiro Mairinck; Corbélia; Cornélio Procópio; Corumbataí do Sul; Cruzeiro do Oeste; Cruzeiro do Sul; Cruzmaltina; Curiúva; Diamante do Norte; Diamante do Sul; Diamante D’Oeste; Douradina; Doutor Camargo; Engenheiro Beltrão; Entre Rios do Oeste; Esperança Nova; Farol; Faxinal; Fênix; Figueira; Floraí; Floresta; Florestópolis; Flórida; Formosa do Oeste; Foz do Iguaçu; Francisco Alves; Godoy Moreira; Goioerê; Grandes Rios; Guaíra; Guairaçá; Guapirama; Guaporema; Guaraci; Guaraniaçu; Ibaiti; Ibema; Ibiporã; Icaraíma; Iguaraçu; Iguatu; Inajá; Indianópolis; Iporã; Iracema do Oeste; Iretama; Itaguajé; Itaipulândia; Itambaracá; Itambé; Itaúna do Sul; Ivaiporã; Ivaté; Ivatuba; Jaboti; Jacarezinho; Jaguapitã; Jandaia do Sul; Janiópolis; Japira; Japurá; Jardim Alegre; Jardim Olinda; Jataizinho; Jesuítas; Joaquim Távora; Jundiaí do Sul; Juranda; Jussara; Kaloré; Laranjal; Leópolis; Lidianópolis; Lindoeste; Loanda; Lobato; Londrina; Luiziana; Lunardelli; Lupionópolis; Mamborê; Mandaguaçu; Mandaguari; Manoel Ribas; Marechal Cândido Rondon; Maria Helena; Marialva; Marilândia do Sul; Marilena; Mariluz; Maringá; Maripá; Marumbi; Matelândia; Mato Rico; Mauá da Serra; Medianeira; Mercedes; Mirador; Miraselva; Missal; Moreira Sales; Munhoz de Melo; Nossa Senhora das Graças; Nova Aliança do Ivaí; Nova América da Colina; Nova Aurora; Nova Cantu; Nova Esperança; Nova Fátima; Nova Londrina; Nova Olímpia; Nova Santa Bárbara; Nova Santa Rosa; Nova Tebas; Novo Itacolomi; Ortigueira; Ourizona; Ouro Verde do Oeste; Paiçandu; Palmital; Palotina; Paraíso do Norte; Paranacity; Paranapoema; Paranavaí; Pato Bragado; Peabiru; Perobal; Pérola; Pinhalão; Pitanga; Pitangueiras; Planaltina do Paraná; Porecatu; Porto Rico; Prado Ferreira; Presidente Castelo Branco; Primeiro de Maio; Quarto Centenário; Quatiguá; Quatro Pontes; Querência do Norte; Quinta do Sol; Ramilândia; Rancho Alegre; Rancho Alegre D’Oeste; Ribeirão Claro; Ribeirão do Pinhal; Rio Bom; Rio Branco do Ivaí; Rolândia; Roncador; Rondon; Rosário do Ivaí; Sabáudia; Salto do Itararé; Santa Amélia; Santa Cecília do Pavão; Santa Cruz de Monte Castelo; Santa Fé; Santa Helena; Santa Inês; Santa Isabel do Ivaí; Santa Lúcia; Santa Maria do Oeste; Santa Mariana; Santa Mônica; Santa Tereza do Oeste; Santa Terezinha de Itaipu; Santana do Itararé; Santo Antônio da Platina; Santo Antônio do Caiuá; Santo Antônio do Paraíso; Santo Inácio; São Carlos do Ivaí; São Jerônimo da Serra; São João do Caiuá; São João do Ivaí; São Jorge do Ivaí; São Jorge do Patrocínio; São José da Boa Vista; São José das Palmeiras; São Manoel do Paraná; São Miguel do Iguaçu; São Pedro do Iguaçu; São Pedro do Ivaí; São Pedro do Paraná; São Sebastião da Amoreira; São Tomé; Sapopema; Sarandi; Serranópolis do Iguaçu; Sertaneja; Sertanópolis; Siqueira Campos; Tamarana; Tamboara; Tapejara; Tapira; Terra Boa; Terra Rica; Terra Roxa; Toledo; Tomazina; Três Barras do Paraná; Tuneiras do Oeste; Tupãssi; Ubiratã; Umuarama; Uniflor; Uraí; Vera Cruz do Oeste; Wenceslau Braz e Xambrê.
Região 3
Ampére; Barracão; Bela Vista da Caroba; Boa Esperança do Iguaçu; Bom Jesus do Sul; Bom Sucesso do Sul; Capanema; Chopinzinho; Clevelândia; Coronel Vivida; Cruzeiro do Iguaçu; Dois Vizinhos; Enéas Marques; Espigão Alto do Iguaçu; Flor da Serra do Sul; Francisco Beltrão; Honório Serpa; Itapejara D’Oeste; Laranjeiras do Sul; Manfrinópolis; Mangueirinha; Mariópolis; Marmeleiro; Marquinho; Nova Esperança do Sudoeste; Nova Laranjeiras; Nova Prata do Iguaçu; Pato Branco; Pérola D’Oeste; Pinhal de São Bento; Planalto; Porto Barreiro; Pranchita; Quedas do Iguaçu; Realeza; Renascença; Rio Bonito do Iguaçu; Salgado Filho; Salto do Lontra; Santa Izabel do Oeste; Santo Antônio do Sudoeste; São João; São Jorge D’Oeste; Saudade do Iguaçu; Sulina; Verê; Virmond e Vitorino.

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Milho catarinense tenta romper ciclo de preços baixos
Mercado segue travado e produtor aguarda definição do cenário global para retomar confiança.

O milho ainda busca um caminho de recuperação em Santa Catarina após meses de preços deprimidos. Segundo o Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa, o valor pago ao produtor atingiu o maior patamar do ano em março, mas recuou de forma intensa até julho, pressionado pelo excedente global. Desde setembro, há um movimento tímido de melhora – insuficiente, porém, para mudar o quadro de instabilidade.

De acordo com o engenheiro agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, o cenário internacional segue como principal fator de influência. “A safra recorde no Brasil e nos Estados Unidos, somada às boas produções da Argentina e da China, pressionou as cotações no mercado internacional, que impactam diretamente os preços no Brasil”, ressalta.

Foto: Gilson Abreu
Ele destaca que, no início de novembro, houve um indicativo de alta, mas com pouca sustentação. “O preço ainda se mantém com pouca variação até o dia 10”, explica o técnico.
Mercado à espera do USDA
A ausência dos relatórios do USDA desde setembro, consequência do government shutdown nos Estados Unidos, intensifica a incerteza no mercado. Segundo Haroldo, essa lacuna impede que compradores e vendedores ajustem expectativas. “O mercado aguarda o quadro de oferta e demanda global”, diz.
A estimativa é de que o próximo relatório traga revisão negativa na produtividade norte-americana. “Essa correção pode impulsionar as cotações em Chicago até o fim do ano, com reflexo no mercado interno”, afirma o agrônomo.
Variação de preços negativa
Entre setembro e outubro, a variação foi de -0,18%. No acumulado dos últimos 12 meses (outubro de 2024 a setembro de 2025), a queda chega a -2,0%. No mesmo período do ano passado, os preços haviam subido. Em 2025, estão estabilizados, mas em patamar baixo.

Foto: Gilson Abreu
Mercado interno opera travado
O boletim aponta retração de oferta por parte dos produtores, que priorizam a safra de verão, enquanto compradores operam com estoques elevados. A lentidão nos negócios reduz liquidez e segura qualquer reação.
Segundo Haroldo, alguns fatores domésticos ajudam a equilibrar o quadro. “O aumento das exportações e a demanda interna, especialmente para etanol e frango, podem levar à recuperação dos preços”, pontua.
Dólar e CBOT limitam ganhos
O Brasil acumula 24,9 milhões de toneladas exportadas na temporada. A forte queda da oferta da Ucrânia (-58%) abre espaço adicional ao milho brasileiro. Mas o dólar em queda de 1,5% na semana e a pressão da Bolsa de Chicago reduzem o potencial de alta.
Nos Estados Unidos, a demanda de exportação está menor, com impacto das isenções regulatórias do EPA para o biodiesel.
Oferta global pesa no mercado
A semeadura da safra de verão no Brasil avança 42,8%, enquanto a safrinha está 61,3% comercializada. O país deve colher 143 milhões de

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
toneladas. Argentina segue com 36% da área plantada, e os Estados Unidos têm clima favorável, com secas apenas localizadas.
Eventos climáticos pontuais, como perdas no Paraná, não alteram o balanço global.
Apesar de aberturas positivas pontuais na B3 e na Bolsa de Chicago, indicadores técnicos apontam continuidade da pressão: estocástico baixo, momentum negativo e rompimento de suportes.
Perspectivas
Para Haroldo, o comportamento dos preços nos próximos meses dependerá principalmente do cenário externo. “O mercado só deve sentir uma mudança mais clara quando houver nova leitura da oferta global”, salienta.
Até lá, a combinação de estoques elevados, liquidez reduzida e excesso de milho no mundo mantém o produtor catarinense em compasso de espera.

Foto: Gilson Abreu
Safra de milho 2025/26
Os primeiros levantamentos da Epagri/Cepa apontam que a safra 2025/26 começa com um cenário de recuperação da área plantada de milho no estado. O bom desempenho registrado em 2024/25, especialmente em termos de produtividade, animou os produtores a ampliar novamente o cultivo após vários anos de retração.
O plantio teve início ainda em agosto, seguindo o zoneamento agroclimático. Para o milho-grão, a estimativa preliminar indica elevação de 1,55% na área cultivada, chegando a 259,7 mil hectares, ante 255,7 mil hectares da temporada anterior. Já o milho destinado à silagem também apresenta crescimento, estimado em 1,3%.
Embora haja expansão, parte da área de milho no Sul do estado deu lugar ao avanço do tabaco, movimento que pode influenciar ajustes nos próximos boletins mensais.
Desempenho comparativo da safra 2024/25 (já consolidada)
Segundo dados oficiais da Epagri/Cepa, o balanço da última safra revela movimentos contrastantes no cultivo de milho em Santa Catarina. A área plantada registrou leve expansão, passando de 255,7 mil hectares em 2024/25 para 259,7 mil hectares em 2025/26, um aumento de 1,55%.
Em sentido oposto, a produtividade sofreu redução importante: caiu de 9.852 kg/ha para 8.742 kg/ha, queda de 11,26%. Com menor

Foto: Divulgação/Freepik
rendimento por hectare, a produção total também recuou, saindo de 2,52 milhões de toneladas para 2,27 milhões de toneladas, o que representa 9,89% a menos.
Mesmo com o desempenho mais fraco no campo, o comportamento do mercado e os resultados positivos observados em anos anteriores motivaram os produtores a recuperar parte da área de cultivo perdida ao longo das últimas safras, sinalizando confiança na retomada do setor.
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Preço do trigo cai ao menor nível do ano em Santa Catarina e safra encolhe quase 15%
Oferta elevada, dólar firme e safra mundial recorde derrubam cotações e levam produtor a cortar área plantada em 2025/26.

O trigo voltou a perder força em Santa Catarina em outubro. O preço pago ao produtor caiu 12,1% no mês e fechou em R$ 63,71 por saca de 60 quilos, segundo o Boletim Agropecuário de Santa Catarina. Na comparação com outubro de 2024, a queda também é de 12%. A desvalorização acompanha o movimento nacional e reflete um mercado pressionado pela oferta elevada, chegada de trigo importado, estoques de passagem altos, câmbio na casa dos R$ 5,33 e expectativa de safra mundial recorde.

A conjuntura tem levado produtores a contabilizar perdas. O boletim aponta que, mesmo corrigidos pelo IGP-DI, os preços seguem em trajetória de baixa nos primeiros dias de novembro, sem sinais de recuperação no curto prazo.

A estimativa é que apenas no segundo semestre de 2026, com a redução dos estoques globais e nacionais, as cotações possam reagir.
Área encolhe
De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri/Cepa, João Rogério Alves, a pressão sobre o mercado já se reflete nas decisões de plantio. Para a safra 2025/26, Santa Catarina deve reduzir em 14,8% a área cultivada, para 104,9 mil hectares. “A produção prevista é de 374,7 mil toneladas, queda de 13,3% em relação à safra anterior, apesar de um leve aumento de 1,7% na produtividade média, estimada em 3.573 kg/ha”, aponta.

Mesmo diante da retração no plantio, Alves destaca que o desempenho das lavouras é considerado positivo: 87% estão em boas condições e 12% em situação média. Metade da área está em maturação, 25% em floração e 25% em fase vegetativa. “Com o início da colheita em outubro, novas avaliações de campo indicaram melhora nos indicadores de rendimento e qualidade”, afirma.

Foto: Airton Pasinatto
De acordo com o engenheiro agrônomo, as condições climáticas, porém, variam entre as microrregiões. No Sul do estado, a combinação de chuvas intensas e posterior chegada de uma frente fria alterou o ritmo das lavouras, mas sem danos relevantes. No Planalto Sul, o desenvolvimento é considerado bom. Já em Curitibanos, a alternância entre calor, umidade e noites frias ampliou a incidência de doenças como giberela, elevando os custos com defensivos.
No Planalto Norte, a preocupação também é com doenças fúngicas, favorecidas pela umidade constante. No Oeste, especialmente nas regiões de Chapecó, Xanxerê e São Miguel do Oeste, o excesso de chuvas atrasa a colheita e compromete a qualidade dos grãos. Produtividades relatadas variam de 57 a 82 sacas por hectare, com PH entre 75 e 80.
Queda é nacional e deve continuar
Contudo, Alves explica que o movimento de baixa não é exclusivo de Santa Catarina. “Em outubro, o Rio Grande do Sul registrou queda de 9,8% e o Paraná, de 9,5% no mercado balcão. No país, as estimativas da Conab apontam redução de 19,9% na área plantada em 2025/26, somando 2,45 milhões de hectares. A produtividade, entretanto, deve subir 21,8% com apoio do clima, alcançando 3.142 kg/ha. Apesar disso, a produção nacional deve recuar 2,4%, para 7,7 milhões de toneladas”, ressalta.
A colheita avança com ritmos distintos: no Paraná, as chuvas de fim de outubro atrasaram a finalização dos trabalhos, que estão perto de

Foto: Gilson Abreu
85%. No Rio Grande do Sul, o atraso é consequência do plantio mais tardio e de temperaturas baixas ao longo do ciclo.
Com disponibilidade elevada de trigo no mercado justamente no pico da colheita nacional, a pressão sobre os preços tende a continuar. E, mesmo com lavouras em bom estado em Santa Catarina, o cenário de rentabilidade fraca desafia o produtor, que colhe uma safra tecnicamente bem estruturada, mas economicamente desfavorável.
Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.



