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Forbes destaca 15 pesquisadoras da Embrapa que fazem a diferença para o agro brasileiro
Revista prestou homenagem às cientistas brasileiras que se destacam no desenvolvimento do campo, por intermédio de seu trabalho nos institutos de pesquisas.

A revista Forbes prestou homenagem às cientistas brasileiras que se destacam no desenvolvimento do campo, por intermédio de seu trabalho nos institutos de pesquisas neste ano. Veiculada no dia 15 de outubro e produzida pela jornalista Vera Ondei na “Lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro” estão 15 pesquisadoras da Embrapa, entre elas, a presidente da Empresa, Silvia Massruhá.
Segundo a revista, o número de mulheres com doutorado tem crescido no Brasil. Os dados mais recentes, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mostram que em seis anos, entre 2013 e 2019, houve um crescimento anual de 61% no número de doutoras no país. No total, as mulheres passaram de 8.315 para 13.419, superando os homens, que foram de 7.336 para 11.013, no mesmo período.
Conheça as pesquisadoras
Ana Elisa Alvim Dias Montagner, Embrapa Amapá: doutora em zootecnia desde 2004, tornou-se pesquisadora da instituição em 2008. Uma de suas principais teses e estudos são em sistemas agrossilvipastoris e manejo bubalino em áreas inundáveis, onde está o principal manejo da espécie no estado.
Ana Karina Dias Salman, da Embrapa Rondônia: é doutora em zootecnia desde 2003. Sua tese foi sobre expressão gênica em bovinos super precoces. Salman está na Embrapa desde 2005 e hoje é a responsável pelo Núcleo de Produção Animal da unidade de Rondônia, em Porto Velho, atua em diversos projetos de ILPF (integração lavoura-pecuária- floresta) na Amazônia, além de professora na pós-graduação da UNIR (Universidade Federal de Rondônia).
Ana Paula Contador Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente desde 2022, Ana Paula Packer tornou-se doutora em 2000, em química analítica, além de possuir mais cinco pós-doutorados, dos quais um no Canadá. Na Embrapa desde 2010, Ana Paula Packer acaba de se tornar membro da Academia Brasileira de Ciências Agronômicas.
Jamile da Costa Araújo, Embrapa Amapá: é médica veterinária e doutora em Zootecnia desde 2013, com ênfase em organismos aquáticos e animais silvestres. Naquele mesmo ano, foi admitida na Embrapa. Atualmente, é pesquisadora do Núcleo Temático de Aquicultura e Pesca da unidade no Amapá, além de integrante do grupo de pesquisa Bio-Fauna da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA ).
Liliane Marcia Mertz-Henning, Embrapa Soja: é engenheira-agrônoma e está na Embrapa desde 2013. É doutora em ciência e tecnologia de sementes desde 2010, com ênfase em soja. Na instituição, ela é a atual presidente da Comissão Interna de Biossegurança da Embrapa Soja (CIBio), além de compor a equipe de ecofisiologia e também integrar o Núcleo de Biotecnologia Vegetal.
Laurimar Gonçalves Vendrusculo: chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril é engenheira-eletricista, tem doutorado em Engenharia Agrícola e de Biossistemas, realizado na Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos. A cientista faz parte da equipe da Embrapa desde 1994.
Lucinda Carneiro Garcia, Embrapa Amazônia Ocidental: engenheira-agrônoma, doutora em tecnologia de sementes florestais desde 2003. Atualmente integra a Rede de Sementes da Amazônia e a Comissão de Sementes e Mudas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o estado, destinada elaborar normas de produção e comércio desse material.
Mariangela Hungria da Cunha, Embrapa Soja: é das pesquisadoras mais reconhecidas do agro do Brasil. É engenheira-agrônoma, doutora em ciência do solo desde 1985. Defendeu tese sobre a fisiologia da fixação biológica de nitrogênio. Concluiu três pós-doutorados, dos quais dois nos EUA: em 1989, na Cornell University, em Nova York, e em 1991 na Universidade da Califórnia, em Davis. O terceiro ocorreu em 1998 na Universidade de Sevilha, na Espanha.
Maria Marta Pastina, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo. Engenheira-agrônoma e desde 2010 é doutora em genética e melhoramento de plantas. Ela faz parte da equipe da Embrapa desde 2012. Pastina é também orientadora na pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e na Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ).
Patrícia Silva Ritschel, Embrapa Uva e Vinho: é engenheira-agrônoma, doutora em ciências biológicas desde 2004, com ênfase em biologia molecular. Parte da equipe da Embrapa desde 1990, ela coordena o Programa de Melhoramento Genético Uvas do Brasil, respondendo pelo desenvolvimento das novas cultivares de videira para mesa, sucos e vinhos.
Patrícia Menezes Santos, Embrapa Pecuária Sudeste: engenheira-agrônoma, está na Embrapa desde 2001. Ela é doutora em ciência animal e pastagens desde 2002. Patrícia Santos fez graduação, mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo. Na Embrapa, preside o Comitê Gestor do Portfólio de Pastagens da Embrapa.
Priscila Zaczuk Bassinello, Embrapa Alimentos e Territórios: doutora em ciência e tecnologia de alimentos desde 2002, mesmo ano em que passou a fazer parte da equipe da Embrapa. Desde 2021 ela está na unidade de Alagoas. É especialista em biofortificação e qualidade sensorial de grãos, especialmente feijão, arroz e seus subprodutos. O foco de seu trabalho são os produtos regionais. Ela integra o Comitê Gestor do Portfólio de projetos da Embrapa em Alimentos: Segurança, Nutrição e Saúde.
Sara de Almeida Rios, chefe-adjunta de transferência de tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo. É mestre e doutora em Genética e Melhoramento de Plantas, pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Entrou na Embrapa em 2010.
Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá: presidente da Embrapa é doutora em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 2003, com uma tese sobre inteligência artificial no diagnóstico de doenças de plantas. A primeira mulher a ocupar a presidência da Empresa desde a sua criação está na Embrapa há 34 anos.
Suzana Maria de Salis, chefe-geral da Embrapa Pantanal. Formada em biologia, está na instituição desde 1987 e tem larga experiência em ecologia vegetal. O doutorado veio em 2004, com o estudo da distribuição das espécies arbóreas e estimativa da biomassa do chamado Pantanal da Nhecolândia, com trabalho de levantamento de indicadores ambientais para avaliar a sustentabilidade das fazendas pantaneiras.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



