Suínos Nutrição
Fibras na dieta de matrizes melhora desempenho da leitegada
Fibras podem ser utilizadas em todas as fases de produção, auxiliando no funcionamento do trato intestinal dos animais

Uma boa opção para a nutrição animal, as fibras são ingredientes a base de madeira fresca especialmente selecionadas para a nutrição que passam por processo de moagem ultrafina. Elas dão suporte ao funcionamento fisiológico de todo o sistema gastrointestinal, contribuindo para uma melhor eficiência zootécnica dos suínos. Mesmo sendo já bastante utilizada, ainda são muitas as dúvidas que surgem em produtores e profissionais sobre como utilizá-las e quais são os seus reais benefícios para a produção animal.
Segundo o médico veterinário e CEO da Biosen, Fernando Toledano, são diversas as contribuições que a utilização das fibras proporciona, especialmente na dieta de suínos. “Dietas destinadas à nutrição de animais de produção, tais como aves e suínos, possuem um baixo percentual de fibras, limitando o funcionamento do trato gastrointestinal. O principal benefício das fibras funcionais é permitir um reequilíbrio das funções fisiológicas dos animais utilizando-se baixas inclusões nas dietas”, explica.
Toledano informa que em fêmeas suínas em fase reprodutiva, as fibras funcionais permitem um melhor gerenciamento do nível glicêmico, levando uma melhor estabilidade reprodutiva, leitões mais pesados ao nascimento e melhor produção de leite nas porcas. Já o uso de fibras funcionais em dietas de leitões no período pós desmame previne o desenvolvimento das chamadas diarreias pós-desmame por estimularem o funcionamento adequado dos intestinos. “Elas podem ser utilizadas em todas as fases da criação, especialmente em matrizes”, salienta.
O médico veterinário esclarece que a análise de custo benefício sobre o uso de fibras funcionais deve considerar a situação do plantel. “Quanto maiores forem os transtornos causados pela deficiência de fibras nas dietas dos animais, maior será a contribuição das fibras funcionais e um maior retorno financeiro será observado”, conta. O especialista comenta que, de modo geral, o uso de fibras funcionais na atividade de suinocultura pode ser considerado um dos melhores investimentos na área nutricional a ser feito pelo produtor, tamanha é a deficiência de fibra, “tanto em quantidade, quanto em qualidade”, afirma.
Estudos comprovam
Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre os benefícios da utilização das fibras, Toledano diz que atualmente está disponível ao público uma série de pesquisas feitas com animais, especialmente suínos, mostrando os benefícios de uso de fibras funcionais na performance reprodutiva e zootécnica do plantel. “As linhas de pesquisas mais promissoras mostram que as fibras melhoram a produtividade reprodutiva do plantel e a saúde intestinal dos suínos”, conta.
Além disso, as fibras funcionais são ainda uma excelente opção para a redução da utilização dos antibióticos, algo muito cobrado tanto pelo consumidor quanto dos mercados externos. “As fibras funcionais contribuem para redução do uso de antibióticos porque dão suporte às funções gastrointestinais dos animais. Funções estas que são prejudicas no sistema de criação intensiva dos animais”, esclarece o médico veterinário.
O profissional afirma que como consequência disso, há um melhor estímulo a função peristáltica, maior produção de ácidos graxos voláteis e um melhor equilíbrio da microbiota intestinal. “Mas é importante salientar que o alimento sozinho não é a única solução, boas práticas de manejo, bem como bem-estar animal, compõem os pilares para animais melhores e sadios, consequentemente, retorno positivo zootécnico e econômico”, sustenta.
Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019 ou online.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



