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Suínos / Peixes Suinocultura

Fibras funcionais na nutrição de suínos: o que sabemos de novo?

A melhora no conhecimento do perfil nutricional dos ingredientes tem permitido aos nutricionistas a formulação de dietas para suínos mais próximas às exigências nutricionais dos animais.

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Arquivo/OP Rural
Por Silvano Bünzen, zootecnista e gerente técnico da Feedis.

A melhora no conhecimento do perfil nutricional dos ingredientes tem permitido aos nutricionistas a formulação de dietas para suínos mais próximas às exigências nutricionais dos animais. Além da proteína (aminoácidos) e energia serem os principais nutrientes considerados nos ingredientes vegetais, o nutriente fibra tem ganho mais atenção a cada dia na formulação de dietas para aves e suínos, não por serem fontes expressivas dos nutrientes mais caros das dietas, mas pelo efeito “fisiológico” que possuem sobre a saúde dos animais.

É importante considerar que o termo “fibra bruta” nos alimentos fornece apenas uma visão parcial das frações fibrosas do alimento, normalmente apenas a lignina e celulose, o que sugere apenas uma “vaga ideia” da quantidade de fibra presente no alimento, mas não sua qualidade. O conteúdo de FDA e FDN, por sua vez, traz informações um pouco mais precisas aos nutricionistas, mas ainda não descrevem o efeito que estas frações promovem no trato digestivo dos animais.

De maneira mais simples, precisamos classificar as diferentes frações de fibra em solúvel e insolúvel, pois estas frações, sim, têm efeito qualitativo importante no processo digestivo.

As frações solúveis, ricas em PNA’s (Polissacarídeos Não Amiláceos), aumentam a viscosidade da digesta, reduzindo a velocidade do trânsito intestinal, o que prejudica a digestibilidade dos demais nutrientes. Além disso, servem de substrato para crescimento microbiano indesejável, composta principalmente por bactérias patogênicas como a Escherichia coli, e que utilizam estes resíduos em uma fermentação rápida e indesejável. Por isso, o uso de fontes de fibras ricas em frações solúveis promove letargia dos movimentos peristálticos e aumenta problemas com constipação e prolapso.

Ingredientes ricos em fibras insolúveis, por sua vez, contendo altos níveis de lignocelulose, possuem uma ação de estimular o trânsito intestinal, principalmente os contendo maior teor de lignina.

Alguns aditivos a base de fibra insolúvel possuem ainda porções que favorecem a fermentação na parte posterior do trato intestinal (cólon e ceco), que junto com os PNA’s naturalmente presentes em outros ingredientes da dieta que são carreados ao longo do trato, servem de substrato para o crescimento de bactérias benéficas, tendo como resultado desta fermentação lenta e de baixo incremento calórico a produção dos AGV’s, principalmente o ácido butírico. Estes são conhecidos por estimular o desenvolvimento dos enterócitos e reconhecidamente promovem a saúde intestinal.

Além disso, os AGV’s são fonte importante de energia de mantença destes animais, principalmente suínos adultos, o que pode contribuir significativamente para melhorar a disponibilidade de energia (glicose) ao longo do dia, já que esta fermentação ocorre de maneira lenta e gradual.

Onde o suinocultor pode ganhar aplicando os conceitos corretos?

Hoje temos animais de alta produtividade melhorados geneticamente para serem mais eficientes na conversão dos nutrientes em produto, seja carne, para animais em crescimento ou leitões, no caso das matrizes. A restrição alimentar é uma prática de manejo que busca aumentar ainda mais esta eficiência e, se tratando de animais adultos, o que acontece é que em muitos períodos do dia, os animais estão sob balanço glicêmico negativo. Com isso, há prejuízo fisiológico na produção de hormônios produtivos e reprodutivos, o que gera problemas com torções, morta súbita, prolapsos, mortalidade ou desuniformidade, quando falamos de leitões ao nascimento.

O uso de aditivos a base de fibras funcionais como a lignocelulose é uma ferramenta importante para ajudar a melhorar as condições fisiológicas dos animais, principalmente nas fases de gestação e lactação, promovendo o melhor trânsito intestinal. Quando usadas as fontes de lignocelulose de 2ª geração, estimulam a fermentação na porção final do sistema digestivo e promovem a produção de AGV’s, que serão utilizadas como fonte “extra” de energia pelos animais e, portanto, influenciam positivamente na produtividade dos animais.

Portanto, a escolha da fonte de fibra na nutrição de suínos é muito mais que buscar opções ao farelo de trigo ou casca de soja. Investir em fontes seguras e com perfil conhecido das diferentes frações fibrosas, com a relação correta fração solúvel:insolúvel, é aplicar conhecimento e tecnologia para resultar em ganhos consideráveis na saúde e produtividades dos animais, como aumento no número de leitões nascidos vivos, melhora no peso e na uniformidade ao nascimento e melhor formação do aparelho mamário, além de reduzir o descarte de fêmeas por prolapsos e mortalidade.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato via: mailto:arthur@giracom.com.br

 

Fonte: OP Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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