Conectado com

Avicultura

Ferramentas de formulação de dietas prometem reduzir pegada ambiental da avicultura

Segundo a Embrapa Suínos e Aves representa o 3º lugar mundial de produção, com 14.329 milhões de toneladas produzidas e o 1º lugar de exportação, com 4.610 milhões de toneladas exportadas, em 2022.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Uma avicultura cada vez mais eficiente e sustentável, que busca evitar desperdícios, reduzir o consumo e compensar possíveis efeitos negativos ao meio-ambiente. Esse é o objetivo de avicultores, médicos-veterinários, indústrias, consumidores e todos que fazem parte desta importante cadeia de produção de proteína animal, que segundo a Embrapa Suínos e Aves representa o 3º lugar mundial de produção, com 14.329 milhões de toneladas produzidas e o 1º lugar de exportação, com 4.610 milhões de toneladas exportadas, em 2022.

Uma das possibilidades para melhorar os quesitos de sustentabilidade são as novas ferramentas de formulação de baixo impacto ambiental. Esse tema foi apresentado pelo médico-veterinário, Fernando Moreira e pela engenheira-agrícola, Nathalie Saliez, do grupo ADM, durante a 34ª Reunião Anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), realizado em meados de março, em Campinas, SP.

É necessário introduzir os principais impactos ambientais na produção de frangos de corte e aves poedeiras. De acordo com Fernando Moreira, diretor global de Marketing e Desenvolvimento para a Avicultura do grupo ADM, é importante trabalhar com o pilar do desenvolvimento sustentável, sendo que um dos maiores efeitos está relacionado com o carbono. “O alimento que fornecemos aos animais é o principal contribuinte desse impacto”, informa.

Médico-veterinário Fernando Moreira – Foto: Arquivo Pessoal

O médico-veterinário explica também que atualmente existe uma metodologia que é utilizada para colaborar positivamente com estas consequências. “O LCA (Life Cycle Assessment) é atualmente a metodologia utilizada para assessorar este impacto. Ele é formado por 14 indicadores e uma única pontuação permite combiná-los. Existem ferramentas no mercado que podemos calcular a contribuição de cada indicador na alimentação de aves se necessário e ajudar os produtores a minimizar a pegada de carbono no seu alimento”, explica.

Engenheira agrícola, Nathalie Saliez – Foto: Arquivo Pessoal

Nathalie Saliez, gerente de Formulação e Sustentabilidade em Nutrição Animal do grupo ADM, destaca que durante a palestra apresentada na Reunião do CBNA eles expuseram uma ferramenta que é bastante simples. “Nós pensamos que o valor não está na ferramenta propriamente dita, mas nos dados e informações que utilizamos, na análise holística que fazemos, adaptada a cada cliente e na solução que podemos fornecer, reduzindo a pegada de carbono na sua produção”, expõe.

Vantagens

Entre as vantagens que estas tecnologias possibilitam, os profissionais ressaltam a importância de trabalhar e buscar a conservação dos recursos natuarais. “Nosso objetivo é identificar estratégias que vão permitir aos produtores reduzir o impacto ambiental da produção. É isso que o consumidor atual está a solicitar nos mercados modernizados e acreditamos que este é o caminho para produzir, cada vez mais, de forma mais produtiviva, mas também sustentável”, declaram.

Os profissionais também afirmam que o uso destas ferramentas trazem, de forma prática, impactos positivos ao meio-ambiente. “Isso é bastante simples e é possível verificar resultados práticos, pois as ferramentas possibilitam reduzir a pressão no meio ambiente porque as nossas estratégias levam a uma redução das emissões e menor consumo de recursos naturais para um mesmo nível de produção”, mencionam.

Desempenho zootécnico

Importante destacar também que o uso dessas ferramentas não compromete o desempenho zootécnico das aves. “Quando analisamos uma determinada produção, com um determinado objetivo, fornecemos diferentes estratégias com diferentes resultados. Sabemos que é possível manter as performances de produção, é possível comparar diferentes cenários e é possível diferenciar o produto final reduzindo o impacto ambiental resultante”, afirma.

É necessário ponderar ainda que o uso destas ferramentas não compromete a saúde e o bem-estar das aves. “Quando as ferramentas são utilizadas de forma correta elas são muito eficientes e não alteram as questões de saúde e bem-estar das aves. Pelo contrário, elas possibilitam uma ação mais eficaz e produtiva com o plantel”, evidenciam.

Investimento financeiro

Outro aspecto que é considerável são os custos financeiros, pois combinar formulações especiais é um desafio para não aumentar ainda mais o custo da alimentação. “Existem diferentes soluções, umas são melhores para o meio ambiente sem alterar os preços do alimento, melhorando as performances, mas depende muito da situação e da análise de mercado que fazemos em cada situação. Há locais onde a diferenciação do produto compensa e outros onde as matérias-primas disponíveis ajudam na estratégia. É por isso que recomendamos que cada produtor busque profissionais especializados e que consigam fazer um diagnóstico individualizado, para propor os melhores procedimentos”, advertem.

Desafios e futuro

É oportuno evidenciar também os desafios futuros que estão sendo previstos à cadeia produtiva de carne de frango e ovos. “Sem dúvida vamos assistir e participar de uma valorização do melhoramento na parte agrícola da produção. Os métodos vão alterar, é preciso caminhar no sentido da sustentabilidade, pois temos a certeza que o alimento é ‘coração’ do problema, mas existem muitas empresas e profissionais que estão aptos e são parceiros para ajudar os avicultores nesta nobre missão que eles exercem, que é a produção de um alimento sustentável”, avaliam.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

Publicado em

em

Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
Continue Lendo

Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
Continue Lendo

Avicultura

Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

Publicado em

em

Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.