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Ferramentas apoiam uso economicamente eficiente de adsorventes

Há um modelo de ferramenta de avaliação desenvolvido para identificar fatores de risco e calcular a probabilidade de encontrar altos níveis de micotoxinas na dieta

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Artigo escrito por Elise Nacer Khodja, Departamento técnico da Olmix

As micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por vários tipos de fungos frequentemente encontrados em alimentos ou insumos. Os efeitos tóxicos das micotoxinas variam, podendo ser hepatotóxicas (aflatoxinas), estrogênicas (zearalenona), imunotóxicas (patulina, tricotecenos, fumonisinas), nefrotóxicas (ocratoxina A), neurotóxicas (toxinas termorgênicas, alcaloides do ergot) e até mesmo carcinogênicas. No campo, um dos efeitos mais importantes das micotoxinas (principalmente dos tricotecenos) é o impacto sobre a conversão alimentar, em grande parte devido à diminuição da absorção intestinal dos nutrientes. Estes fatores promovem a redução do desempenho, bem como o aumento da ocorrência de doenças e das desordens nas funções reprodutivas, ocasionando perdas econômicas relevantes.

Para facilitar a detecção das contaminações por micotoxinas, existem várias metodologias de diagnóstico. Entre elas, recomenda-se fazer uma avaliação do perfil de contaminação com as ferramentas indicadas a seguir. Há um modelo de ferramenta de avaliação disponível gratuitamente online desenvolvido para identificar os fatores de risco e calcular a probabilidade de encontrar altos níveis de micotoxinas na dieta com base na literatura científica. Esse diagnóstico classifica o risco em duas categorias – 1 para condições de produção e de armazenagem dos alimentos e 2 para efeitos observados nos animais.

Se os resultados desta avaliação indicarem uma probabilidade alta de contaminação, é recomendável realizar uma análise laboratorial de micotoxinas seguindo as devidas recomendações prévias de amostragem. Desta forma, pode-se confirmar os níveis reais de contaminação de maneira qualitativa e quantitativa, dependendo do tipo de análise que será realizada.

Mediante a confirmação e quantificação da contaminação, é fundamental introduzir ou aprimorar as estratégias de adsorção de micotoxinas. Soma-se a isto o cumprimento de boas práticas na propriedade, que associadas reduzem o impacto das micotoxinas no desempenho dos animais. O uso de adsorventes de micotoxinas de amplo espectro é um elemento chave para reduzir os efeitos das micotoxinas de maneira segura e eficiente. Neste contexto, há uma tecnologia de última geração presente em mais de 70 países e também disponível no mercado brasileiro. Trata-se uma combinação sinérgica entre argilas e algas marinhas, que permite aumentar o espaço interlaminar de uma argila utilizando polissacarídeos marinhos sulfatados. Esta nova tecnologia permite a adsorção de micotoxinas com estruturas grandes e complexas, como por exemplo as fumonisinas e o deoxinivalenol. A multiplicação dos pontos de adsorção oferecidos pelos polissacarídeos marinhos sulfatados minimizam o fenômeno de dessorção das micotoxinas. A eficácia dessa nova tecnologia foi avaliada e comprovada no modelo in vitro dinâmico TIM-1 do instituto TNO, que simula as condições gástricas e permite medir a absorção intestinal. Foi comprovado neste modelo que o adsorvente oferece uma adsorção de fumonisina e deoxinivalenol superior ao carvão ativado.

Um teste in vivo realizado no instituto Samitec (Santa Maria, RS), em maio de 2016 comprovou a eficácia do adsorvente de micotoxinas contendo tecnologia da argila interespaçada por algas marinhas na redução dos efeitos deletérios que causam as micotoxinas nas aves. O estudo foi realizado em frangos de 1 dia até 21 dias de idade. A inclusão do adsorvente na dieta altamente contaminada pelas toxinas T-2/HT-2, fumonisinas e aflatoxinas permitiu melhorar significativamente o consumo de alimento, o peso corporal e o peso relativo do fígado dos frangos quando comparado aos animais expostos à contaminação por micotoxinas sem a inclusão do adsorvente. Esta inclusão de adsorvente na ração contaminada permitiu melhorar significativamente o índice Lamic/Samitec dos frangos quando comparado aos frangos alimentados com a dieta contaminada por aflatoxinas sem a inclusão de adsorvente (P≤0.05). Reduziu também de maneira significativa a razão Sa/So (esfinganina/esfingosina), um biomarcador usado para avaliar exposição a fumonisinas dos frangos comparado aos frangos alimentados com a dieta contaminada por fumonisinas sem adsorvente (P≤0.05). De acordo com os parâmetros avaliados, o adsorvente diminuiu significativamente (P≤0.05) os danos hepáticos e a deterioração de performances causados pela exposição a alta concentração de três tipos de micotoxinas.

Um teste em condições de campo, com o mesmo adsorvente foi realizado em uma integração de frangos no estado de São Paulo. As dietas aplicadas estavam naturalmente contaminadas por fumonisinas e a inclusão do adsorvente mencionado permitiu um aumento médio de 3,6% do peso corporal, uma diminuição média de 2,9% no índice de conversão, um aumento médio da viabilidade de 1,6% e uma diminuição média de 1,6% no uso de produtos veterinários quando comparado aos animais expostos à mesma contaminação, porém utilizando-se como ferramenta de controle ao risco de micotoxinas um adsorvente convencional. De acordo com os parâmetros medidos neste estudo, a adsorção das fumonisinas permitiu melhorar o desempenho e a saúde dos animais, assegurando um expressivo retorno do investimento realizado.

É comprovado que o uso de um adsorvente de micotoxinas de amplo espectro é de fundamental importância para a avicultura. É importante realizar um acompanhamento técnico constante nas propriedades, por meio das análises de risco, a fim de propiciar um diagnóstico rápido e assertivo, que reduzirá as perdas produtivas e consequentemente econômicas. Portanto, a adoção de uma correta estratégia de adsorção associada ao monitoramento regular permite otimizar os resultados zootécnicos, bem como obter uma maior lucratividade na atividade.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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