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Bovinos / Grãos / Máquinas Compostos Bioativos

Ferramenta natural com ação antioxidante, antimicrobiana e zootécnica na nutrição de bovinos

O blend de compostos bioativos apresenta um completo potencial de ação, pois, abrange efeitos desde o desempenho animal através da modulação do microbioma ruminal até o produto final

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Divulgação/Embrapa

Artigo escrito por Mariana Ornaghi, MSc, PhD e analista de Departamento Técnico da Safeeds

A produção animal tem evoluído por vários anos com aumento dos índices zootécnicos através da genética, nutrição, ambiência e sanidade. Com esse crescimento, houve também um aumento nos desafios de produzir alimentos que garantem a qualidade e segurança alimentar.

Nos últimos tempos uma das estratégias utilizadas foi o uso de alguns antibióticos como promotores de crescimento. Porém, esse uso exacerbado foi alertado por pesquisadores como uma estratégia perigosa, por causar resistência e até a perca da sua função como auxiliar da cura. Com o uso irracional dos antibióticos hoje temos colhido uma baixa efetividade tanto como promotor quanto em causas clínicas. A saúde do animal é uma balança que sempre tenta encontrar o equilíbrio, e estratégias que garantem essa homeostasia diminuem a probabilidade do desenvolvimento de doenças.

Importância do uso de um produto que apresente ação antioxidante

A oxidação é um processo natural e inevitável, tanto em matérias primas quanto nos tecidos dos animais. Ela ocorre em três diferentes processos: iniciação, propagação e terminação. Os quais são mediados por moléculas que buscam o equilíbrio sequestrando ou doando elétrons, por exemplo, metais, radicais livres: espécies reativas ao oxigênio e nitrogênio. Quando o processo de iniciação é instaurado a rapidez do processo de propagação pode ser acelerada (devido à alta produção de radicais livres). O corpo animal consegue regular essa produção desequilibrada de radicais uma vez que produz enzimas capazes de catalisar reações e neutralizar radicais livres, além de retardar produção de hidroperóxidos. Entretanto, quando o organismo não consegue manter o equilíbrio (homeostase) entramos em um estado que chamamos de estresse oxidativo. Nesse estado diversos processos dentro do corpo são interligados, como, produção de toxinas por microrganismos tanto no rúmen como intestino que será diretamente relacionado ao alcance de radicais livres ao fígado. Isto é, a importância da produção de radicais livres se estende a todo o sistema, sendo mediador e desencadeador de diversas desordens metabólicas relacionados a processos inflamatórios, das mais simples as mais complexas (retenção de placenta, metrite, mastite, esteatose hepática, redução de consumo, entre outros), provoca danos intestinais e hepáticos atingindo até a regulação do sistema nervoso central. Por isso, o uso de antioxidantes eficazes de atuar na capacidade imune é um alicerce na produção animal.

A ação antioxidante dos compostos bioativos está ligada a capacidade de se ligar a radicais livres, aumentar a produção de enzimas antioxidantes dentro do organismo animal, inibir a fase de iniciação da oxidação pelos metais e com isso retardar processos de oxidação dos lipídeos e proteínas. Essa capacidade de reduzir efeitos deletérios da oxidação se estende desde a dieta até os tecidos do animal, que irá refletir em diversos processos metabólicos do organismo. No organismo animal, podem atuar como modulador do microbioma, possibilitando uma melhor saúde ruminal e aumento da imunidade através da redução de radicais livres produzidos no intestino, o qual atinge corrente sanguínea e tecidos.

Importância do uso de um produto que apresenta ação antimicrobiana

Os microrganismos presentes no rúmen dão ao animal a capacidade de transformar produtos de baixa qualidade em produtos nobres, como, carne e leite. Porém, existem processos necessários, mas por algumas vezes ineficientes que ocasionam em perdas energéticas e também prejudiciais ao meio ambiente, como no caso da produção de metano e nitrogênio amoniacal. As vantagens de utilizar produtos com capacidade de modular a fermentação ruminal, a partir da seleção da microbiota, são disponibilizar mais nutrientes para absorção melhorando o desempenho animal.

Os compostos bioativos são derivados de plantas, apresentam um amplo modo de ação, tanto em relação ao seu potencial antimicrobiano quanto antioxidante, que auxiliam na melhora do sistema imune, respostas produtivas e reprodutivas dos animais. Porém, a complexidade de trabalhar com esses produtos exige estudos das dosagens e combinações, de modo a conhecer de forma aprofundada os mecanismos de ação e interações entre estas substâncias.

Para chegar a uma composição de compostos bioativos estudamos os principais óleos essenciais e compostos isolados. A base de pesquisa é a vasta amplitude de estudos científicos na alimentação e medicina humana, cientificamente aprofundada para uso zootécnico. Dependendo dos objetivos a chave é a mistura sinérgica entre eles (dosagens, misturas e administração), e ainda, existem alguns compostos isolados que podem potencializar os efeitos antimicrobianos e antioxidantes. Além disso, a grande vantagem está no baixo risco de desenvolvimento de resistência microbiana, uma vez que apresentam amplo modo de ação e que ainda podem atuar sinergicamente com tratamentos convencionais, como antibióticos, no tratamento de causas clínicas somando a eficiência de ambos.

O estudo

Nosso objetivo foi avaliar a inclusão de um blend contendo compostos bioativos em diferentes dosagens, avaliando desempenho e eficiência animal, microbioma ruminal, impactos na qualidade da carne e aceitação sensorial e visual pelo consumidor.

O estudo foi realizado com 50 animais meio sangue (Angus x Nelore), recebendo dieta composta de 30% volumoso (silagem de milho) e 70% concentrado (milho grão, farelo de soja e premix com vitaminas e minerais) oferecida ad libitum. Os animais foram confinados por um período de 62 dias em baias individuais com intuito de mensurar a ingestão e desempenho de maneira precisa. Foi realizada também coleta do líquido ruminal com a finalidade de avaliar a fermentação e microbiota ruminal. Após o abate, a porção do músculo Longissimus thoracis foram coletadas e submetidas a análises de: pH, coloração, textura, potencial antioxidante, oxidação lipídica, teste de aceitabilidade sensorial e visual dos consumidores. A inclusão do blend, foi realizada em quatro diferentes doses (1,5; 3,0; 4,5; 6,0 g/animal/dia) contra uma dieta controle (sem adição de aditivos).

No geral a inclusão de um blend de compostos bioativos proporcionou um maior ganho médio diário e melhor eficiência alimentar dos animais, apresentando um aumento linear com a inclusão das doses (P < 0,05; gráfico 1), sem haver alterações sobre o consumo de matéria seca.

O blend de compostos bioativos apresenta um completo potencial de ação, pois, abrange efeitos desde o desempenho animal através da modulação do microbioma ruminal até o produto final. Esse aumento do potencial antioxidante e redução na oxidação observado pode ser relacionado com maior efeito antioxidante nos tecidos dos animais refletindo maior vida de prateleira da carne.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Chuva eleva pressão de parasitas e exige reforço sanitário na pecuária

Alta umidade favorece verminoses e doenças como clostridioses e tristeza parasitária, aumentando riscos produtivos e a necessidade de vacinação e controle estratégico.

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O período das chuvas, que normalmente se estende do fim da primavera ao início do outono, representa uma fase de alta umidade e temperaturas elevadas nas principais regiões pecuárias do Brasil. Essas condições, embora benéficas para o crescimento das pastagens, favorecem a multiplicação de parasitas gastrointestinais e vetores de doenças, tornando indispensável a intensificação dos cuidados com vacinação e vermifugação do gado.

De acordo com Rodrigo Costa, que atua na área nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, essa combinação de fatores pode gerar prejuízos significativos. “A umidade favorece a sobrevivência de ovos e larvas de vermes no pasto, além de criar condições ideais para a disseminação de agentes infecciosos, como bactérias e vírus. Estes fatores elevam o risco de contaminações e comprometem o desempenho produtivo dos animais. Se não houver um bom controle sanitário, o produtor pode enfrentar queda na produção de leite e carne e aumento dos custos com tratamentos corretivos”, alerta.

Entre as doenças com maior incidência nessa época do ano estão as clostridioses, como o carbúnculo sintomático (manqueira) e as enterotoxemias, que tendem a se agravar com a ingestão de pastagens muito ricas, favoráveis ao desenvolvimento das bactérias clostridiais e à produção de toxinas.

Também merecem atenção a leptospirose, que se espalha em áreas úmidas através da urina de roedores e afeta a reprodução do rebanho, e as hemoparasitoses, como a anaplasmose (tristeza parasitária bovina) e a babesiose, transmitidas por carrapatos. Além delas, há o risco de verminoses gastrointestinais (principalmente Haemonchus contortus e Trichostrongylus spp.), que causam anemia, diarreia e perda de peso, e o aumento de moscas como a mosca-dos-chifres.

Segundo Costa, o calendário de vacinação é uma das principais ferramentas para preservar a saúde do rebanho e evitar prejuízos econômicos. “Manter o protocolo vacinal em dia é essencial para prevenir surtos de doenças que podem comprometer a rentabilidade da fazenda. Em regiões onde a vacinação é obrigatória, como no caso da febre aftosa, o não cumprimento pode gerar penalidades legais e restrições comerciais”, menciona.

O profissional reforça ainda que o controle parasitário deve ser feito conforme o perfil do rebanho e o histórico da propriedade. Bezerros e animais jovens, por exemplo, são mais vulneráveis e devem ser vermifugados a cada 60 a 90 dias. Já os adultos podem ter intervalos maiores, desde que o nível de infestação esteja sob controle. “O ideal é realizar exames de fezes (OPG – ovos por grama) para identificar o grau de contaminação e definir o vermífugo mais indicado. Também é importante alternar os princípios ativos, evitando o desenvolvimento de resistência dos parasitas aos medicamentos”, orienta.

Entre os sinais de alerta para possíveis infestações estão diarreia crônica, emagrecimento, mucosas pálidas e pelos arrepiados. Em casos de falhas na imunização, podem surgir doenças em animais já vacinados, situação que pode indicar uso de vacinas malconservadas, vencidas ou aplicadas de forma incorreta. “Ao identificar qualquer anormalidade, o produtor deve buscar o suporte de um veterinário ou técnico para confirmar o diagnóstico por exame clínico e laboratorial, além de revisar os protocolos de vacinação e vermifugação”, ressalta Costa.

A escolha e aplicação corretas dos produtos também são determinantes para a eficácia dos tratamentos. É fundamental optar por vacinas e vermífugos registrados no Ministério da Agricultura, observar o armazenamento adequado (geralmente entre 2 e 8°C) e garantir que a aplicação seja feita com equipamentos limpos e calibrados. “Esses cuidados simples fazem toda a diferença. Aplicações malfeitas ou produtos malconservados podem comprometer a imunidade do rebanho e gerar desperdícios”, salienta.

Costa ainda destaca o papel da assistência técnica no planejamento sanitário das propriedades. “O apoio de profissionais capacitados ajuda o produtor a montar um cronograma eficiente de vacinação e controle parasitário, de acordo com a realidade de cada fazenda. Além disso, o acompanhamento especializado permite avaliar continuamente os resultados, ajustar as estratégias e auxiliar na seleção de produtos de melhor custo-efetividade para garantir a saúde e a produtividade do rebanho”, evidencia.

Fonte: Assessoria Axia Agro
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Exportações recordes de carne bovina reforçam preços no mercado interno

Com 96% do volume anual já embarcado até outubro, o ritmo forte das exportações e o avanço nas vendas de animais vivos reduzem a oferta doméstica e sustentam as cotações, apesar da resistência recente de compradores a novos ajustes.

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As exportações brasileiras de carne bovina continuam avançando em ritmo expressivo e já impulsionam diretamente o mercado interno. De acordo com a análise quinzenal do Cepea, os embarques acumulados até outubro alcançaram 96% do total exportado em 2024, configurando um novo recorde para o setor.

Além da carne bovina, as vendas de animais vivos também registram alta. No acumulado do ano, o volume enviado ao exterior chegou a 842 mil toneladas, crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse fluxo intenso para o mercado externo reduz a oferta doméstica e, somado à baixa disponibilidade de animais terminados, mantém as cotações firmes no mercado interno. A demanda por carne bovina e por boi gordo permanece consistente, com estoques enxutos e vendas estáveis.

Por outro lado, compradores começam a demonstrar resistência a novas elevações, indicando uma possível acomodação dos preços no curto prazo.

Fonte: O Presente Rural com informações Deral
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Retirada da sobretaxa pelos EUA devolve competitividade à carne brasileira

Decisão tem efeito retroativo, pode gerar restituição de valores e reorganiza o fluxo comercial após meses de retração no agronegócio.

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A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) manifestou  grande satisfação com a decisão dos Governo dos Estados Unidos de revogar a sobretaxa de 40% imposta sobre a carne bovina brasileira. Para a entidade, a medida representa um reforço da estabilidade do comércio internacional e a manutenção de condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para o Brasil.

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A sobretaxa de 40% havia sido imposta em agosto como parte de um conjunto de barreiras comerciais aos produtos brasileiros, afetando fortemente o agronegócio, carne bovina, café, frutas e outros itens. A revogação da tarifa foi anunciada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva, com vigência retroativa a 13 de novembro. A medida também contempla potencial restituição de tarifas já pagas.

De acordo com veículos internacionais, a retirada da sobretaxa faz parte de um esforço para aliviar a pressão sobre os preços de alimentos nos EUA, que haviam subido em função da escassez de oferta e dos custos elevados, e reduzir tensões diplomáticas.

Reação da ABIEC 
Na nota divulgada à imprensa na última semana, a ABIEC destacou que a revogação das tarifas demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, resultando num desfecho construtivo e positivo.

A entidade também afirmou que seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença da carne bovina brasileira nos principais mercados globais.

Comércio exterior 
A retirada da sobretaxa tem impacto direto sobre exportadores brasileiros e o agronegócio como um todo. Segundo dados anteriores à

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aplicação do tarifaço, os EUA representavam o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.

O recente bloqueio causava retração nas exportações para os EUA e aumentava a pressão para que produtores e frigoríficos redirecionassem vendas para outros mercados internacionais. Com a revogação da sobretaxa, abre uma nova perspectiva de retomada de volume exportado, o que pode fortalecer as receitas do setor e ajudar a recompor a fatia brasileira no mercado americano.

Próximos desafios
Apesar da revogação das tarifaço, a ABIEC e operadores do setor devem seguir atentos a outros desafios do comércio internacional: flutuações de demanda, concorrência com outros países exportadores, exigências sanitárias, regime de cotas dos EUA e eventual volatilidade cambial.

Para a ABIEC, o caso também reforça a importância do protagonismo diplomático e da cooperação institucional, tanto para garantir o acesso a mercados como para garantir previsibilidade para os exportadores brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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