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Ferramenta digital é aplicada para medir sustentabilidade de propriedades rurais
BrasilGAP lançou em 2017, em parceria com a Embrapa, a metodologia Agrodimensões, um sistema inovador que busca mensurar, de forma numérica, os impactos socioambientais das atividades rurais.

A BrasilGAP, empresa referência em consultoria para o agronegócio, lançou em 2017, em parceria com a Embrapa, a metodologia Agrodimensões, um sistema inovador que busca mensurar, de forma numérica, os impactos socioambientais das atividades rurais. Diferente de outras ferramentas que não apresentam dados concretos, o Agrodimensões integra indicadores de desempenho socioambiental, aplicáveis em diversas escalas, desde pequenas propriedades até grandes corporações do agronegócio. Seu principal diferencial é oferecer uma visão quantificada e estruturada sobre o progresso ambiental, tornando-se uma ferramenta essencial na gestão de sustentabilidade para o setor agrícola.
Luis Henrique Witzler, representante da BrasilGAP, explica que o Agrodimensões tem sido utilizado em projetos de agricultura regenerativa, um modelo produtivo em ascensão global que visa melhorar a qualidade do solo, das plantas e do ar. “Essa ferramenta se diferencia por validar de maneira numérica o processo de regeneração, algo que outros protocolos não conseguem fazer”, afirma Witzler. Ele destacou que fundos internacionais têm financiado essa transição, reforçando o papel da metodologia na transformação sustentável do setor.
Um dos projetos em que o Agrodimensões está sendo aplicado é o Yggdrasil, inspirado na árvore da vida da mitologia nórdica, que simboliza a interconexão entre solo, ar, água e seres humanos. O projeto reflete a fase de transformação do agronegócio, e a utilização do Agrodimensões tem se mostrado crucial para mensurar a sustentabilidade de sistemas produtivos alinhados com a agricultura regenerativa. A metodologia permite não só acompanhar o progresso ambiental como também gerar valor econômico, ao reduzir o uso de insumos e aumentar a produtividade líquida.
Entre os dias 10 e 11 de outubro de 2024, a equipe da BRGap participou de uma oficina em Pardinho, São Paulo, onde foi capacitada para aplicar a metodologia em campo. O evento, realizado em uma propriedade rural, possibilitou a realização de exercícios práticos que simularam a coleta e interpretação de dados sustentáveis por meio do Agrodimensões. A oficina contou com a condução de Geraldo Stachetti, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, que ressaltou a importância de aprimorar os procedimentos de coleta de evidências em campo para projetos de agricultura regenerativa. “A metodologia tem como base o sistema de indicadores Ambitec-Agro, criado pela Embrapa, que agora sustenta o desenvolvimento do Agrodimensões”, explicou Stachetti.
O Ambitec-Agro é uma ferramenta amplamente utilizada pela Embrapa para avaliar os impactos socioambientais das inovações tecnológicas no campo. Seu uso institucional inclui a elaboração do Balanço Social da Embrapa, um relatório que quantifica os benefícios das tecnologias desenvolvidas pela empresa. Adaptado pela BrasilGAP, o sistema serviu de alicerce para o Agrodimensões, que agora combina a flexibilidade do Ambitec-Agro com a capacidade analítica do APOIA-NovoRural, outra ferramenta da Embrapa voltada para a mitigação de impactos ambientais.
Durante a oficina, Stachetti detalhou a lógica por trás dos indicadores do Ambitec-Agro, mostrando como esses indicadores permitem uma análise criteriosa sobre as práticas de manejo adotadas nas propriedades rurais. O sistema oferece uma análise detalhada dos impactos gerados pela adoção de novas tecnologias e inovações no campo, especialmente em relação à sustentabilidade socioambiental. Na propriedade onde o evento foi realizado, o proprietário relatou que as práticas modernas, como o plantio direto e a adoção de variedades transgênicas, transformaram a fazenda ao longo dos anos, consolidando parcerias com empresas de biotecnologia e universidades para o desenvolvimento de novas técnicas agronômicas.
A fazenda, que conta atualmente com 3.000 hectares dedicados ao cultivo de grãos, café de alta qualidade e pecuária, também mantém uma biofábrica de controle biológico. Este tipo de inovação foi um dos pontos-chave discutidos durante a oficina, onde os coeficientes dos indicadores foram analisados detalhadamente para avaliar os impactos das práticas sustentáveis adotadas. Witzler explicou que o Agrodimensões permitiu uma leitura clara sobre os desafios enfrentados pelos produtores, como a necessidade de grandes investimentos em maquinário moderno e os efeitos da variabilidade climática.
A parceria entre a BrasilGAP e a Embrapa resultou em um avanço significativo no desenvolvimento de ferramentas que possibilitam a mensuração de sustentabilidade no agronegócio. A integração entre o Ambitec-Agro e o APOIA-NovoRural fortaleceu a metodologia do Agrodimensões, que, além de ser um referencial em boas práticas agropecuárias e certificações, proporciona uma abordagem de gestão ambiental robusta, capaz de atender às demandas dos mercados internacionais por sustentabilidade.
O Agrodimensões é um marco no setor, oferecendo uma solução abrangente que possibilita não apenas a certificação de propriedades, mas também a inserção dessas no mercado com um diferencial socioambiental significativo. Essa inovação coloca o Brasil na vanguarda das práticas agrícolas sustentáveis, ao mesmo tempo em que responde às demandas globais por uma produção mais responsável e alinhada com os desafios ambientais do século XXI.
A metodologia Agrodimensões e sua base no Ambitec-Agro continuam a evoluir, com a expectativa de que se tornem cada vez mais presentes no cotidiano do agronegócio brasileiro. Seu potencial para mensurar e comunicar o impacto das atividades agrícolas de forma transparente e precisa abre novas oportunidades para que produtores rurais e grandes empresas adotem práticas regenerativas com responsabilidade e eficácia, garantindo, assim, um futuro mais sustentável para o setor.
Parceria BrasilGAP e Embrapa
O desenvolvimento do Agrodimensões foi possível graças à integração das tecnologias Ambitec-Agro e APOIA-NovoRural, ambas criadas pela Embrapa. A metodologia do Agrodimensões foi concebida para ser aplicada de forma sequencial, combinando a simplicidade e flexibilidade do Ambitec-Agro com o detalhamento quantitativo e o monitoramento analítico proporcionados pelo APOIA-NovoRural, que é voltado para a mitigação de impactos nos empreendimentos rurais.
Essa integração permitiu que a BrasilGAP agregasse sua experiência em boas práticas agropecuárias, rastreabilidade, consultoria e certificações ao escopo metodológico e funcional do Agrodimensões, fortalecendo a capacidade da ferramenta em promover sustentabilidade no agronegócio.
Sistema Ambitec-Agro
Desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente, o sistema Ambitec-Agro é uma ferramenta composta por planilhas eletrônicas que integram critérios e indicadores ambientais e sociais, utilizando uma abordagem multicritério. Ele vem sendo amplamente utilizado para avaliar a adoção de inovações tecnológicas agropecuárias e contribuir para o desenvolvimento rural sustentável.
O Ambitec-Agro se destaca por sua versatilidade, podendo ser adaptado a diferentes tecnologias e públicos, dependendo das necessidades de cada projeto. A ferramenta inclui mais de 140 indicadores que abrangem aspectos ambientais, sociais e econômicos, permitindo uma análise abrangente dos impactos gerados pelas inovações adotadas no campo.
Todos os anos, as unidades da Embrapa realizam a avaliação de impacto de suas tecnologias utilizando o sistema Ambitec-Agro. Essa avaliação permite medir o retorno das inovações para a sociedade, além de oferecer subsídios para a implementação de ações que mitiguem impactos negativos no meio ambiente e nas comunidades rurais. A metodologia é fundamental para garantir que o desenvolvimento tecnológico ocorra de forma sustentável, beneficiando tanto os produtores quanto o meio ambiente.

Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
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Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
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Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



