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Feira de tecnologias e negócios é vitrine para a produção sustentável de peixes amazônicos
IFC Amazônia será realizado nos dias 3, 4 e 5 de dezembro de 2023, em Belém do Pará, com a visão de abrir novas fronteiras para pescado da região amazônica no cenário global. O credenciamento é gratuito mediante inscrição no site. As vagas são limitadas e as inscrições poder ser feitas aqui.

“A proteína vinda da água pode posicionar o Brasil e demais países da região amazônica para o mercado mundial. O Brasil, por exemplo, já lidera na bovinocultura de corte, na produção e exportação de frango e também é o 4º maior produtor mundial de suínos”, pontua a empresária Eliana Panty, CEO da Fish Expo no IFC Amazônia, que será realizado nos dias 03, 04 e 05 de dezembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém do Pará (PA).

CEO da Fish Expo no IFC Amazônia, Eliana Panty: “Queremos ser a vitrine de um produto que tenha selo de qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade” – Fotos: Divulgação/IFC
Conforme Eliana Panty, para alcançar novos mercados com o pescado amazônico será necessária uma transformação na forma de produzir, na gestão, comercialização e consumo. “Queremos ser a vitrine de um produto que tenha selo de qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade. Essas são questões fundamentais para o futuro da produção de proteína animal e da segurança alimentar”, afirma.
A CEO pontua que o IFC Amazônia será uma oportunidade para “ter esse aporte de conhecimento e novas tecnologias para aumentar a produtividade da aquicultura brasileira, tornando-a competitiva globalmente”, reflete.
A Fish Expo no IFC Amazônia reunirá todos os elos da cadeia do pescado – desde a produção ao beneficiamento – com participação de empresas de nutrição, aditivos, genética, sanidade, automação na produção, equipamentos para embarcações pesqueiras, máquinas de beneficiamento, fornecedores da indústria de processamento, logística, entre outras. “É preciso um pacote de soluções apropriado para a região, com ração específica para peixes amazônicos, genética avançada para peixes nativos e toda a tecnologia que existe hoje de produção, como tanques rede e aeradores”. A Fish Expo, pontua Panty, ” é a grande oportunidade para o produtor da região, o empresário, o pequeno produtor e possíveis investidores de divulgar o que existe de mais moderno no mercado nacional e internacional para a produção de peixes”, assegura.
A expectativa para o IFC Amazônia é a de reunir empresários, pescadores, aquicultores, fornecedores de tecnologias, prestadores de serviços, armadores de pesca, estudantes, terceiro setor, gestores públicos e academia. Com esses atores juntos, discutir a produção aquícola e pesqueira como alternativa econômica viável e estratégica para a geração de emprego, renda e sustentabilidade da região.
Pará é sede do IFC Amazônia
Um dos grandes expoentes do setor pesqueiro e aquícola do país, o estado do Pará, sede do IFC Amazônia, tem o maior volume de água doce do mundo, além de importante litoral marítimo. A região é geograficamente estratégica, próxima ao canal do Panamá, o que facilita a exportação para a Ásia, e também para a América do Norte. “O Pará tem um potencial extraordinário de produzir toneladas de peixes, nos tornando, inclusive, um dos maiores do país. Temos água doce, salgada e salobra em abundância”, afirma o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (SEDAP), Giovanni Queiroz. “A Amazônia e o Pará vão receber de braços abertos todos os interessados em compor conosco a produção de pescado e alavancar ainda mais a atividade no Brasil”, destaca Queiroz.
O Governo do Estado do Pará é o principal apoiador do evento e articulador da participação dos estados e países da bacia amazônica, ao lado de entidades do setor, como a Infopesca, SEDAP (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca), MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura), FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), Sistema FAEPA/Senar; FEPA (Federação dos Pescadores do Pará), SINPESCA (Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá) e FEPA (Federação dos Pescados do Pará).
Oferta de grãos e abundantes águas para a produção de pescado fazem do bioma amazônico o cenário ideal. “Nós temos algumas espécies que já estão sendo produzidas em maior escala, como é o caso do tambaqui, que foi recentemente premiado na Seafood Expo North America, realizada em Boston, com a costelinha como melhor produto para food service”, afirma o presidente do IFC Brasil, ex. Ministro da Pesca e médico veterinário Altemir Gregolin. Gregolin cita ainda o pirarucu, que é o gigante amazônico e chega a ganhar 15 Kg em um ano. “Não existe outro peixe que cresce tão rapidamente”, pontua Gregolin. “A região Norte tem uma biodiversidade enorme, mas a gente precisa focar nas espécies que têm mais potencial”, destaca.
A produção de pescado pode agregar valor dentro do próprio Estado, porque o Pará, por exemplo, já produz grãos e tem as áreas de usina hidroelétrica, com pelo menos três grandes reservatórios. “É possível transformar uma commodity numa proteína de alto valor e oferecer para o mercado não um produto inacabado, mas um produto final com valor agregado, com selo de Amazônia, com selo de sustentabilidade”, completa Panty.
Maturação da cadeia
A cadeia da proteína do pescado está em processo de maturação no Brasil- evolução que os setores de frango, suínos e bovinos já experienciaram nas últimas décadas. “O pescado congrega uma cadeia robusta, capilarizada e de grande impacto econômico e social, que pode evoluir de uma forma muito rápida, através de cooperativas, com políticas públicas e atenção por parte de empreendedores e governos, e o trabalho do produtor em todo o Brasil”, cita Panty.
Congressos e feiras também têm papel estratégico nesta evolução. “O evento pode contribuir decisivamente para o processo de maturidade e também para a união das entidades”. Na próxima edição do IFC Amazônia, destaca Panty, “vamos subir um degrau e tratar de outros temas, com outros especialistas. É nesse subir da régua que a gente percebe como a cadeia avança e as entidades passam a caminhar juntas e ter pautas comuns mais definidas”, avalia.
Realização e apoio
O IFC Amazônia é realizado pelo International Fish Congress & Fish Expo Brasil´(IFC Brasil). A Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graguação) é coorealizadora do evento. Tem o apoio do Governo do Estado do Pará; Seda (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca); MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura); Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados); Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura); FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura); Sistema Faepa/Senar; Fepa (Federação dos Pescadores do Pará); e Sinpesca (Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá).

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



