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Suínos Carbono positivo

Fazenda de suínos mineira neutraliza e ainda captura gases do efeito estufa

Propriedade de 81 hectares redefiniu os padrões de produção suína ao integrar a verticalização da atividade e implementar estratégias inovadoras por meio da adoção de tecnologias de ponta, práticas de economia circular e uma gestão consciente.

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Fotos: Divulgação

Ao incorporar práticas sustentáveis que aliam eficiência produtiva com respeito ao meio ambiente, a suinocultura brasileira dá  exemplo ao mundo de que é possível ter rentabilidade com sustentabilidade. Entre as iniciativas que se destacam está a da Fazenda Memória, localizada em Raul Soares, na Zona da Mata Mineira, um dos principais polos de produção da suinocultura independente do Brasil.

Sob a gestão do casal de arquitetos Rodrigo Torres e Andrea Zerbotto, a propriedade de 81 hectares redefiniu os padrões de produção suína ao integrar a verticalização da atividade e implementar estratégias inovadoras por meio da adoção de tecnologias de ponta, práticas de economia circular e uma gestão consciente.

A Fazenda Memória apresenta uma pegada de carbono positiva. Atualmente, para a produção de 22.680 suínos emite 1.049,03 toneladas de CO2 equivalente, o que resulta em uma taxa de emissão de 0,046 tCO2 por suíno. Com o sistema de produção implementado, que inclui a manutenção das atividades suinícolas e o perfil de emissões, além do plantio de 130 hectares de eucalipto e a recuperação de 20 hectares de mata nativa, a previsão é de que, em 14 anos, a produção de suínos possa aumentar para 79.970 cabeças que a fazenda poderá continuar operando como uma propriedade de carbono neutro.

Casal de arquitetos Rodrigo Torres e Andrea Zerbotto ingressaram na suinocultura há sete anos: verticalização da atividade possibilita agregação de valor ao suíno produzido na Fazenda Memória

A trajetória do casal na suinocultura começou há sete anos, quando Torres decidiu comprar a granja da família, que já atuava há mais de quatro décadas na criação de suínos. A propriedade, porém, enfrentava desafios devido à falta de modernização e ao envelhecimento dos gestores. “Após acumular prejuízos por mais de cinco anos, minha família decidiu colocar a granja à venda em 2017, quando me envolvi para encontrar um comprador. Passei a estudar o negócio mais a fundo e me surpreendi com o potencial da suinocultura, enxergando na atividade uma oportunidade de diversificar meus negócios, que se concentravam em construção civil, projetos arquitetônicos e na preservação do patrimônio cultural”, relembra Torres em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural.

Após a aquisição, sem experiência e conhecimento técnico de como estruturar a produção de suínos, o casal se dedicou a conhecer melhor a cadeia produtiva a fim de identificar oportunidades para reverter o cenário de baixa produtividade e prejuízos que a granja vinha acumulando. “Ingenuamente acreditamos que a modernização e a gestão trariam resultados imediatos. Contudo, após alguns meses, percebemos que faltavam as ferramentas necessárias para transformar um negócio de baixa produtividade em um empreendimento lucrativo. Assim, decidimos buscar conhecimento técnico para a evolução da granja. No início, procuramos apoio da Embrapa Suínos e Aves para implantar um sistema de Procedimento Operacional Padrão (POP) para cada atividade, como a fábrica de ração, maternidade, creche e terminação. No entanto, não encontramos no mercado informações disponíveis, e a própria Embrapa não tinha modelos prontos. Diante disso, eu e minha esposa nos dedicamos para desenvolver nossos próprios POPs, o que resultou em um grande crescimento. Aliado a isso, buscamos suinocultores para trocar experiências, mas, na região de Ponte Nova, MG, a troca de informações era escassa. Contudo, recebemos ajuda de alguns produtores, da Embrapa e de empresas do setor, o que nos permitiu melhorar os índices zootécnicos, implementar boas práticas de manejo, tecnologia e inovação na granja”, recorda Torres, que atualmente preside a Cooperativa de Suinocultores de Ponte Nova e Região (Coosuiponte) e é diretor da Associação de Suinocultores do Vale do Piranga (Assuvap).

Verticalização da suinocultura

Com uma visão de futuro e foco na sustentabilidade, o casal projetou a verticalização da suinocultura para garantir autossuficiência e eficiência em toda a cadeia produtiva. A ideia central do projeto foi comprar novas áreas de terra para plantar seus próprios grãos, extrusar a soja para produzir farelo e óleo de soja, e, a partir disso, produzir biodiesel para uso próprio. Além de reduzir a dependência externa por insumos, o projeto também conta com a construção de um frigorífico para processar a carne suína, que deve entrar em operação em maio de 2025, fechando o ciclo de produção dentro da própria granja.

A alimentação dos animais é outro pilar fundamental do modelo de verticalização adotado pelos produtores. Na propriedade, os grãos utilizados na ração, como sorgo, milho e soja, são processados na fábrica de ração própria. A soja em grão é ainda um dos principais insumos adquiridos de fornecedores externos e o seu transporte é feito em frota própria.

Sistema de produção

Produtor de suínos, presidente da Coosuiponte e diretor da Assuvap, Rodrigo Torres: “Na nossa propriedade temos uma cultura de investimento em sustentabilidade, mas isso só é viável porque acreditamos que podemos agregar valor ao nosso produto”

A produção da fazenda é feita no sistema de ciclo completo. A granja possui 700 matrizes, com produtividade média de 33,5 cevados desmamados/fêmea/ano, o que resulta em uma produção anual estimada de 22 mil suínos, destinada atualmente para cinco frigoríficos da região de Ponta Nova, MG. “Dessa produção são vendidos em média 31 cevados/fêmea/ano, o restante é destinado à reposição, que, apesar do controle rigoroso, há uma taxa de mortalidade no rebanho”, explica o produtor mineiro.

Construção de um frigorífico próprio

A construção de um frigorífico próprio avança com financiamento aprovado como projeto de inovação. A obra já está em andamento e tem previsão para início das operações em maio do próximo ano. O empreendimento se destaca pelo posicionamento estratégico, representado por  três pilares distintos. O primeiro está na seleção dos cortes: a produção será focada em cortes americanos, ibéricos e alguns cortes com osso, como Prime Rib, Short Rib e T-Bone, todas provenientes da raça Duroc, reconhecida pelo marmoreio, ou seja, pela gordura entremeada, característica que confere um produto de altíssima qualidade.

Outro ponto é a diversificação da linha de produtos. Parte da produção será temperada e uma parcela já será entregue cozida e enlatada. “Esses cortes especiais de uma raça nobre, apesar de produção em escala industrial, serão temperados artesanalmente e cuidadosamente embalados para presente, garantindo uma experiência única para o consumidor”, enfatiza.

O segundo diferencial é que a produção será toda certificada.  “Estamos falando de uma produção de carne consorciada com floresta, que, além de mitigar emissões, traz maior produtividade com o uso de grãos de origem local, biodigestores e energia limpa”, destaca Torres.

Ele acrescenta que o projeto prevê o plantio de 150 mil árvores, que irá sequestrar todo o carbono gerado ao longo da cadeia de produção e distribuição, incluindo o transporte de contêineres refrigerados para mercados internacionais, como Europa e Estados Unidos.

Torres também ressalta que o compromisso vai além da neutralização das emissões. “Estamos plantando mais árvores do que o necessário para neutralizar nossa pegada de carbono. Queremos ter um equilíbrio positivo de carbono, ou seja, vamos neutralizar uma quantidade de dióxido de carbono maior que a emitida pela nossa atividade, porque o nosso objetivo não é apenas neutralizar o aquecimento global, mas contribuir para o arrefecimento global. Queremos ser parte da solução, não do problema”, afirma.

Além da certificação da pegada de carbono, Torres já realizou o inventário de emissões e está em busca de certificações de bem-estar animal e de rastreabilidade da raça Duroc. Isso inclui testes genéticos que comprovam a origem do animal, garantindo ao consumidor que a carne oferecida é de um animal 50% Duroc, resultado de um cruzamento em que o macho fornecedor é dessa raça.

E o terceiro pilar do Frigorífico O Cortes é a oferta de produtos em porções menores, com até 250 gramas. “A proposta é reduzir o desperdício doméstico, oferecendo porções menores e de maior qualidade. Nosso frigorífico aposta em um consumo mais consciente e qualificado, oferecendo um produto de maior valor agregado, sustentável, certificado e com qualidade superior”, sinaliza.

Geração de empregos

A granja de suínos emprega 35 colaboradores nas áreas de administração, produção, manutenção e logística. E na planta frigorífica está prevista a contratação de até 200 funcionários quando estiver operando em sua capacidade máxima, em dois turnos. “O início do abate está previsto para maio de 2025, com um período de seis meses para treinamento de funcionários. O processamento será de forma gradual, com o abate de 10 suínos por dia e deve aumentar para 90 suínos diários em seis meses. A meta é atingir o abate máximo de 180 suínos por dia, com uma segunda linha de produção”, explica Torres.

Embora o volume inicial seja pequeno em comparação aos frigoríficos da região de Ponta Nova, MG, que abatem cerca de nove mil suínos por dia, Torres enfatiza que a produção será focada em carne suína de alto valor agregado. “Vamos abater 90 suínos por dia, o que parece pouco, mas isso se traduz em mais de 30 mil itens de 250 gramas por dia”, ressalta.

O produto, voltado principalmente para as classes A e B, será oferecido em porções que custam entre R$ 28 e R$ 32 nas prateleiras, ideal para o consumo de até duas pessoas.

Torre afirma a estratégia de venda vai estar focada no mercado nacional no primeiro ano e, a partir do segundo, será iniciado as exportações para a Europa e os Estados Unidos.

Ampliação da produção

Segundo Torres, caso o mercado responda bem e a demanda exija aumento na produção além dos 180 suínos diários, o plano é terceirizar essa produção para frigoríficos regionais.

O modelo de negócios da família Torres não inclui aumentar a produção de suínos ou construir mais galpões, tampouco pressionar o mercado com mais oferta. A proposta é agregar valor à produção existente, pagando um prêmio maior pelo suíno da região de Ponte Nova, melhorando a qualidade genética e o manejo dos animais.

Torres enfatiza que o objetivo é fazer uma transição na cadeia produtiva, tornando a suinocultura mais sustentável e o processamento de carne suína menos dependente da venda de commodities.

Exemplos práticos de sustentabilidade

O produtor ressalta que a busca por práticas sustentáveis se tornou essencial, não apenas para a preservação do meio ambiente, mas também para garantir a viabilidade econômica da granja a longo prazo. Torres conta, orgulhoso, que investe em diversas frentes, como o uso consciente d’água, a gestão de dejetos, a produção de energia renovável e a promoção do bem-estar animal.

Para fazer o uso sustentável d’água foi construído um lago para o reaproveitamento d’água da chuva, contudo, para combater o desperdício falta instalar hidrômetros e fazer a revegetação de nascentes e cursos d’água.

Na área de grãos, Torres diz que a fazenda ainda precisa aumentar a aquisição local de insumos, a fim de reduzir as distâncias de transporte e, consequentemente, minimizar a pegada de carbono. Em relação aos dejetos suínos, a propriedade já implementou um sistema de tratamento com biodigestores, utilizando o digestato para fertirrigação. Além disso, iniciou a destinação do digestato sólido para a cadeia de plantio de grãos na região de Ponte Nova, MG.

No campo da energia, a fazenda já conta com uma usina de biogás e planeja expandir suas operações para atender à demanda energética do frigorífico. Para garantir a autossuficiência energética, está sendo construído uma usina fotovoltaica, visando alcançar 100% de autonomia quando iniciar as operações da planta industrial.

Em relação aos resíduos sólidos, Torres conta que é realizado a separação do lixo para coleta pelo consórcio de municípios, no entanto, ele salienta que é necessário que o produtor se envolva mais ativamente nesse processo. “Atualmente, confiamos ao consórcio a responsabilidade de recolher nossos resíduos e destinar corretamente, além de realizar a reciclagem. Contudo, não temos monitorado esse trabalho”, evidencia o produtor, acrescentando que ainda não está implementado um sistema de compostagem para os resíduos domésticos na fazenda.

Torres ressalta que a implantação do frigorífico está acompanhada de 130 hectares para plantação de eucalipto e outros 20 hectares à recuperação de espécies nativas, com objetivo de recuperar a área de reserva legal nos próximos anos.

Atualmente, a fazenda utiliza biogás como fonte de geração de energia elétrica e está em processo de ampliação desta usina. Torres adianta que no frigorífico será implementado uma caldeira movida a biogás, o que vai gerar economia ao processo produtivo, além de reduzir a incidência de gases que vão para a atmosfera. “Em um horizonte de médio a longo prazo, planejamos desenvolver nosso próprio reator para transformar o óleo de soja, resultante da extrusão do grão, em biodiesel. Nossa expectativa é que, no futuro, parte da frota de caminhões e tratores possa operar com biogás ou motores elétricos”, salienta.

Na construção do frigorífico, a escolha dos gases para  refrigeração prioriza opções naturais em vez de sintéticos, que, em caso de vazamento, são extremamente prejudiciais à camada de ozônio. “Na nossa propriedade temos uma cultura de investimento em sustentabilidade, mas isso só é viável porque acreditamos que podemos agregar valor ao nosso produto”, ressalta o produtor.

No âmbito da sustentabilidade, há também uma forte preocupação com o aspecto social, estando em processo de implantação um plano de cargos e salários que inclui metas e bonificações, além de uma ação social com feijoada comunitária a partir do início das atividades da unidade de processamento própria.

Entre as medidas de biosseguridade do sistema de produção está a instalação de arcos de desinfecção e o cercamento da granja e do frigorífico. No que diz respeito ao bem-estar animal, a granja tem se modernizado nos últimos sete anos com a instalação de ventiladores e aquecedores nos galpões, além de linhas automáticas de arraçoamento. Essas melhorias visam assegurar que os animais não passem por situações adversas, como frio, calor ou fome. A propriedade também tem investido na melhoria da densidade de alojamento dos suínos em diversas fases de desenvolvimento e na implantação de um sistema de música para reduzir o estresse durante as mudanças de local, além de enriquecer o ambiente com brinquedos. “A área destinada as matrizes ainda são em gaiola  de gestação, mas  está prevista a adequação para gestação coletiva nos próximos três a quatro anos, respeitando os prazos legais da normativa vigente”, pontua, acrescentando que a granja também já iniciou mudanças nos manejos com foco na redução do uso de antimicrobianos.

Outra iniciativa de sustentabilidade que está sendo adotada na granja é o plantio de árvores entre os galpões para melhorar o microclima local. “Reduzindo a variação climática melhoramos o desempenho dos animais, e, consequentemente, aumentamos a produtividade e a rentabilidade da  produção”, salienta Torres.

Inventário de carbono

Além disso, a granja possui um inventário de carbono, elaborado com base em métricas europeias, que detalha as emissões da Fazenda Memória e de toda a cadeia suinícola, incluindo desde a pegada de carbono associada ao cultivo e transporte de grãos até a produção de suínos, a fabricação de carne e sua distribuição. “    Como essas análises são baseadas em parâmetros europeus, é provável que, se fossem adaptadas ao sistema tropical, especialmente ao modelo brasileiro, o resultado apresentaria uma pegada de carbono significativamente menor”, enfatiza Torres.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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