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Fávaro se reúne com ministros da Bolívia para discutir investimentos no setor de fertilizantes
A audiência serviu para dar mais um passo na preparação para a celebração de um acordo bilateral Brasil-Bolívia.

Na terça-feira (3), o ministro Carlos Fávaro recebeu na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília, os ministros de Hidrocarbonetos e Energia, Franklin Molina Ortiz e do Desenvolvimento Rural e Terras, Remy Gonzalez, da Bolívia, para discutir os investimentos em novas plantas industriais para produção de ureia, localizada entre Corumbá (BR) e Puerto Quijarro (BO), e cloreto de potássio, em Coipasa (BO).
A audiência serviu para dar mais um passo na preparação para a celebração de um acordo bilateral Brasil-Bolívia, que marcará a retomada das relações comerciais, tecnológicas e institucionais.
“São pautas importantes para nossa relação comercial e de nossos interesses brasileiros e bolivianos para o desenvolvimento econômico”, destacou o ministro Fávaro, que reforçou aos presentes que uma das prioridades no governo do presidente Lula é a reconstrução da boa diplomacia e o fortalecimento das relações bilaterais.
Durante a reunião, foram apresentados tópicos estratégicos para a segurança alimentar da América do Sul e também dos dois países, principalmente, com acordos para a troca tecnológica, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, salientou que a instituição está à disposição para a troca de conhecimentos e informações entre os dois países. “A Embrapa está pronta para essa parceria Brasil-Bolívia, onde temos experiências nessa área de fertilizantes e que podemos fazer essas transferências de tecnologias e inovações”, relatou Massruhá.
Segundo o secretário-executivo do Mapa, Irajá Lacerda, a Bolívia é uma aliada para que o Brasil se torne independente na produção de fertilizantes. “Nós vamos avançar muito com a parceria com a Bolívia, pois ela tem matéria-prima para a produção de fertilizantes. Com essa cooperação, vamos implementar indústrias de fertilizantes tanto no país andino quanto no Brasil para diminuir a dependência externa do nosso país fertilizante, que hoje é quase 90%”, destacou.
O uso de fertilizantes é fundamental ao agronegócio brasileiro, sendo que o principal nutriente aplicado no Brasil é potássio, seguido por fósforo e nitrogênio.
O cloreto de potássio, também conhecido como KCl, é muito utilizado no manejo agrícola brasileiro para aumentar a produtividade no campo. De janeiro a agosto deste ano, o Brasil importou 8,7 milhões de toneladas de cloreto de potássio para uso como fertilizante.
Já a ureia é o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial como fonte de nitrogênio. No Brasil, a substância é bastante utilizada nas plantações de culturas como arroz, milho, trigo e cana-de-açúcar, entre outras, para adubar o solo e propiciar maior eficiência no plantio. Só este ano, 3,9 milhões de toneladas foram importados.
Participaram da reunião o encarregado de Negócios da Bolívia no Brasil, Horacio Villegas, o vice-presidente Nacional de Operações da Bolívia, Luiciano Montellano, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a diretora de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa, Selma Beltrão, o diretor de Promoção Comercial e Investimentos do Mapa, Marcel Moreira, e o assessor da Secretaria-Executiva do Mapa, José Carlos Polidoro.

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Plantio da soja desacelera e safra 2025/26 acende alerta
Irregularidade das chuvas mantém o ritmo abaixo do ano passado e aumenta as incertezas sobre o potencial produtivo, com apenas 78% da área semeada até 22 de novembro.

O ritmo de semeadura da soja da safra 2025/26 segue abaixo do registrado na temporada passada. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é reflexo da distribuição irregular das chuvas em grande parte do território nacional nos últimos três meses.
No Sul do País, o excesso de umidade ainda tem limitado o acesso às lavouras. Já no Centro-Oeste e no Matopiba, a distribuição desigual das precipitações resultou em umidade abaixo do necessário para avançar nos trabalhos de campo.
Apesar do aumento recente dos acumulados pluviométricos no Centro-Oeste e no Matopiba e da redução dos volumes de chuvas no Sul especialmente no Paraná, colaboradores do Cepea relatam que o cenário é de incertezas quanto ao potencial produtivo da safra 2025/26.
De acordo com a Conab, 78% da área nacional havia sido semeada até 22 de novembro, abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período do ano passado.
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Chuvas irregulares marcam novembro e desafiam início da safra
Semeadura avançou mesmo com precipitações mal distribuídas, enquanto regiões como Matopiba e Centro-Oeste tiveram recuperação gradual da umidade do solo.

No período de 01 a 21 de novembro deste ano, as chuvas registradas em importantes áreas agrícolas foram irregulares e mal distribuídas. Essa condição trouxe impactos na semeadura e no início do desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em algumas regiões produtoras do país. Ainda assim, de maneira geral, a umidade no solo e as temperaturas máximas não tão elevadas favoreceram o avanço da semeadura e o desenvolvimento das lavouras, inclusive em parte do Matopiba, com a intensificação das precipitações no final do período. A análise está no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o documento, no Centro-Oeste, principal região produtora de grãos do país, o período chuvoso foi instável, com chuvas irregulares e mal distribuídas em partes da região. A média diária do armazenamento hídrico no solo no período analisado ainda indicava áreas com baixa umidade no sudoeste de Mato Grosso, no Pantanal e no leste de Mato Grosso do Sul, bem como no sul e no norte de Goiás. No entanto, houve uma recuperação do armazenamento hídrico ao longo do mês, favorecendo a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, principalmente nas áreas com maior capacidade de retenção hídrica.

Foto: José Fernando Ogura
As precipitações também foram irregulares na região produtora que abrange áreas do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e Tocantins (Matopiba). Nessa área, as chuvas se intensificaram apenas na terceira semana do mês. Mesmo assim, houve uma recuperação do armazenamento hídrico no solo em toda a região, favorecendo o início da semeadura e o desenvolvimento das lavouras em áreas onde o plantio encontrava-se atrasado. Já em parte da Bahia, contemplando áreas até o sudeste do Piauí, os altos índices de precipitação registrados no final do período analisado não foram suficientes para elevar o armazenamento hídrico no solo a ponto de favorecer a semeadura dos cultivos de primeira safra.
Nas regiões produtoras de Rondônia, Pará e Tocantins, as chuvas não foram regulares, o que manteve a umidade no solo baixa em algumas áreas. Mas, com as chuvas registradas, é possível observar uma elevação do armazenamento hídrico no solo ao longo do período nesses três estados. Em contrapartida, no Amazonas, as chuvas foram frequentes e abundantes, contribuindo para a manutenção do nível dos rios.
No Sudeste, as chuvas foram melhor distribuídas, com maiores acumulados em São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais. Entretanto, ainda se notam áreas com baixa umidade no solo em partes do Triângulo, Noroeste e Norte de Minas. Por outro lado, as temperaturas mais baixas diminuíram a perda de umidade no solo e mantiveram as condições favoráveis para o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra na maioria das áreas.
Já na região Sul, o início do mês foi marcado por altos índices de precipitação, principalmente no oeste do Paraná. Essas chuvas vieram acompanhadas de rajadas de vento, formação de tornados e granizo, causando danos significativos a algumas lavouras. Nas demais áreas da região Sul, os acumulados de chuva, no período de 01 a 21 de novembro, foram menores e mantiveram o armazenamento hídrico no solo em níveis suficientes para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em praticamente todas as áreas. Considerando os cultivos de inverno, mesmo diante dos eventos de excesso de chuvas, o clima, no geral, foi favorável para o andamento e a conclusão da colheita.
O boletim completo, com informações sobre o clima e seus impactos na safra, está disponível no Portal da Conab.
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Novos destinos impulsionam exportações do agro brasileiro
Filipinas, Guatemala e Nicarágua abriram mercado para gordura bovina, arroz beneficiado e sementes, reforçando a diversificação e o avanço do comércio exterior do setor.

O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias com os governos das Filipinas, da Guatemala e da Nicarágua, que permitirão ao Brasil exportar diversos produtos agropecuários para esses países.
Nas Filipinas, as autoridades sanitárias aprovaram a exportação de gordura bovina do Brasil. Trata-se de insumo utilizado na indústria de alimentos e na produção de biocombustíveis, contribuindo neste último caso para a geração de energia de baixo carbono, em particular o diesel verde e o “Sustainable Aviation Fuel”. Com cerca de 115 milhões de habitantes, as Filipinas são um dos maiores mercados consumidores do Sudeste Asiático. Entre janeiro e outubro de 2025, o país importou quase US$ 1,5 bilhão em produtos agropecuários do Brasil.
Na Guatemala, o Brasil obteve autorização fitossanitária para exportar arroz beneficiado (sem casca). Com uma população de cerca de 18 milhões de habitantes, a Guatemala importou mais de USD 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros entre janeiro e outubro de 2025. Os cereais foram o principal produto exportado pelo Brasil neste ano.
Na Nicarágua, as autoridades fitossanitárias autorizaram o Brasil a exportar sementes de milheto, crotalária e nabo, insumos estratégicos para a agricultura tropical, que contribuem para o aumento da produtividade e a redução da dependência de fertilizantes minerais. Entre janeiro e outubro de 2025, a Nicarágua importou cerca de USD 55 milhões em produtos agropecuários do Brasil.
Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 496 aberturas de mercado desde o início de 2023.
Os resultados reforçam a estratégia de diversificação de destinos e de produtos, incluindo itens de maior valor agregado, e são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).



