Avicultura
Fatores que influem na produtividade do frango de corte moderno
Entre os principais fatores que impossibilitam que os lotes atinjam potencial estão: ambiência inadequada, nutrição inapropriada, manejo deficiente e problemas sanitários
Artigo escrito por M.V. Fabiano Fabri & M.V. MSc. PhD. Jorge Chacón; Serviços Veterinários – Ceva Saúde Animal
Os frangos de corte em sistemas intensivos são aves que foram geneticamente criadas para crescer rapidamente e para ganhar peso (mais de 50 gramas por dia). Nos EUA a idade média de abate é de 47 dias, com um peso de 2,6 quilos, em quanto que na UE a idade média de abate é de 42 dias com um peso de 2,5 kilos.
Ao longo dos últimos 80 anos, a idade média de abate de um frango de corte de alta performace diminuiu e o peso médio aumentou em comparação aos frangos tradicionais. Na década de 20 o frango atingia o peso médio ao abate as 12 semanas, atualmente o peso médio do frango de corte ao abate é atingido em apenas 6 semanas de vida.
Melhoramento Genético
O melhoramento genético das aves começou no início do século passado, focando principalmente na maior velocidade de ganho de peso corporal, melhor utilização do alimento e maior rendimento de carcaça. Depois, outras características foram valorizadas, como fertilidade e taxa de postura de ovos. Embora fatores econômicos direcionem os programas de melhoramento genético, outros aspectos precisam ser considerados. Por exemplo, a tendência irreversível por produzir proteína animal sem uso de antimicrobianos exigirá aves mais resistentes às infecções.
A resistência às infecções e doenças pode ser obtido de forma natural (resistência inata do indivíduo/população) ou de forma induzida mediante imunização previa.
O frango moderno tem potencial médio de atingir os 2,857 kg de peso em lotes mistos Cobb e 2,920 kg. de peso em lotes mistos Ross AP95 aos 42 dias, de acordo com os fornecedores de material genético. Sendo assim, porque nem sempre todos os lotes atingem este rendimento?
Entre os principais fatores que impossibilitam que os lotes atinjam este potencial estão: ambiência inadequada, alimentação/nutrição inapropriada, manejo deficiente e problemas sanitários.
Fatores não genéticos que influem na produtividade do frango de corte atual
Ambiência
Os frangos de corte sofrem influencias diretas da temperatura ambiental sobre o seu consumo de ração e consequentemente sobre o seu ganho de peso. Diante disso, os produtores disponibilizam de algumas ferramentas que amenizem os efeitos negativos das altas temperaturas do ambiente sobre os animais, como instalações e alimentação, minimizando a interferência do ambiente sobre os mesmos e elevando os índices produtivos. As diversas linhagens destinadas à indústria de frangos de corte surgiram devido a competitividade e a rápida evolução do setor avícola, exigindo linhagens com rápido ganho de peso em um período de tempo reduzido. Contudo, além da importância de avaliar as linhagens disponíveis no mercado, é essencial uma comparação entre os sexos, uma vez que estes apresentam particularidades que irão refletir no seu crescimento e produtividade. As diferenças entre os sexos são documentadas na literatura, porém a magnitude dessas diferenças deve diferir conforme a linhagem e o ambiente ao qual as aves estão inseridas.
Alimentação e nutrição
Com o avanço da genética, o frango de corte atual é abatido geralmente entre 42 e 47 dias. A primeira semana das aves tornou-se muito importante, pois representa entre 15 e 17% do ciclo de vida do frango. A taxa de crescimento neste período é bastante acentuada, sendo que o peso do pintinho dobra nos primeiros 5 dias.
Com isso, a fase inicial de criação se tornou um ponto de extrema importância no ciclo produtivo, e uma melhora no desempenho das aves nesse período irá refletir em melhor desempenho ao abate. Como é uma fase muito curta e o consumo não é tão grande, todo o investimento feito nesta fase reverter-se-á em aves mais uniformes e com maior peso ao abate.
A evolução genética que vem ocorrendo nos frangos de corte (40 gramas a mais de peso; 1% a menos no consumo de ração; redução de 0,4 dias na idade de abate; e melhoria do rendimento de carcaça de 0,2% a cada ano) traz como consequência, além da melhoria dos parâmetros zootécnicos, uma necessidade constante de ajustes nas exigências nutricionais afim de permitir a completa expressão do potencial genético da ave. O frango brasileiro ganha cerca de 2,5 gramas/hora, que o coloca entre os melhores do mundo. Ajustar a formulação no sentido de não só explorar o máximo potencial de produção da ave, mas também buscar a melhor relação custo e benefício é o desafio dos nutricionistas. Na avicultura, os gastos com alimentação representam 70% do custo total de produção. O preço da ração está em função dos preços de seus ingredientes e do nível de inclusão destes para atender as exigências das aves.
Manejo
Atualmente com a modernização cada vez mais constante das instalações em que são criados os frangos de corte, o fornecimento de uma temperatura adequada nos primeiros dias de vida tem sido uma preocupação constante dos criadores. Assim, com o intuito de otimizar o aquecimento para as aves, usa-se os círculos de proteção, o que permitirá à ave uma maior proximidade com as fontes de calor, água e alimento. Além dos círculos, podemos utilizar o aquecimento em todo o ambiente, denominado de pinteiro coberto.
A quantidade de círculos disponíveis deve ser proporcional ao volume de pintos recebidos, sendo importante destacar que quanto menor a quantidade de pintos por círculo, menores serão os problemas de uniformidade no lote.
A programação com a integradora permite saber o dia e o momento aproximado de chegada dos pintinhos, facilitando planejar e executar as tarefas. Deve-se lembrar que os pintinhos nascem com reservas (gema) no abdômen para alimentar-se por até 48 horas. Também, a temperatura corporal é de 39,8°C ao nascer e atingirá 41,8°C na segunda semana de vida. São sensíveis a baixas temperaturas, pois não tem cobertura de penas e centro termorregulador desenvolvido.
No recebimento das aves, examinar a qualidade dos pintos que chegaram à granja, observando as seguintes características:
- Peso médio do lote: entre 36 e 50 gramas (ideal 40 gramas);
- Penugem seca e fofa;
- Olhos arredondados e brilhantes;
- Umbigo bem cicatrizado e sem sinal de onfalite;
- Canelas brilhantes e enceradas, sem sinais de desidratação;
- Boa vitalidade;
O manejo de recebimento deve incluir:
- Ligar os aquecedores 12 horas antes do alojamento atingindo a temperatura de 30-32°C
- Colocar água nos bebedouros ou verificar nipple
- Distribuir as caixas de pintos em torno dos círculos.
- Soltar os pintos nos círculos cuidadosamente em torno dos bebedouros.
- Colocar sobre o papel a ração pré-inicial e nos comedouros.
Durante todo período de criação deve-se cuidar do manejo da ambiência (temperatura, unidade, oxigenação) e também do manejo da cama e equipamentos:
- Observar o comportamento dos pintos. Estes têm problemas críticos de termorregulação, podendo morrer em extremos de temperatura corporal de 16,6°C ou 47,0°C. A temperatura corporal normal é de 39,8°C, mas chegará a 41,8°C após a primeira semana.
- Regular a temperatura normalmente e verificar aquecedores constantemente.
- Manter comedouros e bebedouros em número suficiente. Ao final deste período, continuar a substituição por equipamentos definitivos de modo a iniciar a terceira semana com comedouros.
- Os bebedouros tipo nipple, com ou sem bandeja podem ser usados desde o primeiro dia, o importante é ajustar a altura e a proporção correta de aves por nipple conforme orientação da equipe técnica integradora ou do fabricante.
- Evitar umidade excessiva e fermentação da cama e desprendimento de amônia, revirando a cama 1 a 2 vezes por semana.
- Manejar a cortina para propiciar gradativamente a ventilação interna.
- Conforme o clima, pode ser necessário o uso de ventiladores no aviário convencional.
- Elevar gradativamente a altura de bebedouros e comedouros.
- Manter um nível adequado de ração nos comedouros. Já os bebedouros ou nipples devem ser regulados conforme orientação da equipe técnica da integração para evitar desperdícios.
Problemas sanitários
As infecções e doenças afetam a produtividade da ave e do lote de duas formas: causando mortalidade e morbidade. No caso o problema sanitário leve a mortalidade, a conversão alimentar será seriamente prejudicada. Quando mais tarde acontecer a mortalidade, o prejuízo será maior, pois quilos ou até toneladas de ração investidas não serão recuperadas na forma de carne de frango.
Porém, vários agentes etiológicos levam a elevados prejuízos financeiros sem causar elevadas taxas de mortalidade. Muitas doenças infecciosas impedem que as aves aproveitem os nutrientes de forma eficiente, ou simplesmente deixem de se alimentar, impossibilitando que o lote atinja o limite de produtividade.
Impacto das doenças infecciosas na produtividade do frango de corte moderno
Doenças gastroentéricas
A patogênese e etiologia das doenças gastroentéricas são complexas. Na maioria de vezes mais de um agente infeccioso ou não infeccioso está envolvido. Quando o trato gastroentérico (TGE) é lesionado, as células afetadas perderam sua função. A extensão e duração desta perda de função dependerá da severidade da lesão, tecido(s) envolvido(s), agentes envolvidos e idade do lote.
Vírus, bactérias, sustâncias toxicas e protozoários são os principais agentes que afetam o TGE, sendo o intestino e o fígado os órgãos mais comumente afetados. Em muitos destes casos, há má absorção de nutrientes e pode-se observar passagem e eliminação de alimento não digerido.
Os principais sinais clínicos das doenças entéricas incluem queda do consumo de ração, deglutição e disfagia comprometidas, diarreias (tipo secretórias, osmóticas e má absorção) e disenterias.
A coccidiose é a doença de tipo entérica mais comum que afeta a indústria de frango, pois prejudica diretamente o ganho de peso corporal e a conversão alimentar, além de sua distribuição cosmopolita e presença endêmica. As lesões e gravidade das perdas dependerá principalmente do tipo de Eimeria envolvida, idade do lote, estado da ave e qualidade da cama. Para o controle, produtos químicos/ionóforos e vacinas estão disponíveis, porem a eficácia do controle dependerá do manejo racional e adequado destes produtos.
Doenças respiratórias
As doenças infecciosas de tipo respiratório são as mais frequentes e as de maior impacto econômico da indústria avícola mundial. De acordo com um estudo publicado pelo Banco Mundial em 2011, quatro das cinco doenças mais custosas da indústria avícola são de origem respiratória. Frequentemente, a intensidade e severidade das infecções respiratórias são incrementadas pela alta densidade populacional de criação e problemas de ambiência.
Os agentes virais de tropismo respiratório (vírus da doença de Newcastle, Bronquite infecciosa, Influenza aviária…) agridem as barreiras e diversos tecidos do trato respiratório, permitindo a colonização de bactérias presentes no meio ambiente, levando a complicações como aerossaculite, pericardite e perihepatite.
O processo inflamatório local subsequente e septicemia levam a dor, estado febril com diminuição do consumo de ração que pode ser mesurado pelo ganho do peso diário.
As doenças de etiologia viral são prevenidas com vacinação. Quando o lote já está afetado, apenas podemos tratar as infecções secundarias bacterianas com antibióticos. Além da crescente resistência ao uso de antibióticos por parte das autoridades sanitárias e o consumidor final, os antibióticos também afetam a composição da flora intestinal. Mudanças na flora das aves levam a ineficácia na captação e processamento de nutrientes, desta forma, o ganho de peso e a conversão alimentar são afetados.
Quando um lote é afetado por um agente infeccioso de tipo respiratório, as perdas não apenas se restringem aos parâmetros produtivos da granja, mas também a outros visualizados no abatedouro. Um pesquisador sugere que lotes com aerossaculite perdem em média 84 gramas por carcaça e apresentam três vezes mais cortes e rupturas do trato digestivo devido a fragilidade intestinal.
Outro estudioso aponta que lotes com problemas respiratórios percebidos na granja apresentam aerossaculite em 20 a 25% das aves do lote. Nestes lotes com aerossaculite, as perdas no abatedouro somam até R$ 217 para cada mil aves abatidas.
Prevenção das doenças infecciosas
Foi comprovado que o tratamento é muito mais caro que a prevenção. Dependendo do tipo do sistema de produção, o programa preventivo (vacinas, desinfetantes, etc.) representa menos de 1% do custo total de produção do frango. Sendo assim, fica lógico não economizar na prevenção para não prejudicar todo o investimento.
A biosseguridade é o primeiro passo para a prevenção de doenças, mas sabemos de suas limitações, principalmente em regiões de alta densidade populacional e isolamento geográfico limitado.
A vacinação é um aliado importante na prevenção de doenças. As empresas farmacêuticas do setor hoje oferecem vacinas desenvolvidas com tecnologias modernas que suprem muitas das limitações dos produtos comercializados décadas atrás. Hoje podemos imunizar a ave contra vários agentes infecciosos numa aplicação só, a qual pode ser administrada no ovo embrionado. Assim, além do investimento baixo, o programa de imunização pode ser executado com mais facilidade e conveniência que no passado.
Hoje temos fácil aceso ao diagnóstico laboratorial, cada vez mais completo, que nos permite elaborar um programa preventivo eficiente. Isto, somado ao conhecimento epidemiológico de cada área ou região geográfica.
Na indústria avicultura economicamente sustentável, a medicina é de tipo preventiva e não terapêutica. Dados da UE e Brasil mostram que o custo por tratamento com antibióticos de um lote pode ser até quatro vezes maior que o custo da vacina usada para prevenir uma doença respiratória.
Mais informações você encontra na edição de Aves de janeiro/fevereiro de 2018 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
