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Suínos / Peixes Inverno

Fatores ambientais e de manejo que influenciam nos problemas respiratórios de suínos

São vários os fatores que influenciam a predisposição e/ou desencadeamento das doenças respiratórias em suínos

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Luis Gustavo Schütz, médico veterinário e consultor Técnico – Aves e Suínos para a Bayer

As doenças respiratórias são as principais causas de perdas econômicas relacionadas à sanidade na suinocultura atual. Perdas representadas pelo aumento no gasto de medicamento, perda de desempenho na conversão alimentar, no ganho de peso diário, na mortalidade e na condenação de carcaça no abatedouro. Os suínos possuem no pulmão a pleura visceral relativamente espessa e poucos bronquíolos respiratórios, assim reduz a efetividade da eliminação de partículas das vias aéreas distais, o que favorece ao desenvolvimento de pneumonias. E o segundo fator envolvido é a forma de criação, grandes grupos de suínos em espaços confinados, o que favorece a manutenção e proliferação dos agentes infecciosos.

A etiologia dos problemas respiratórios em suínos é complexa, por isso o termo “complexo de doenças respiratórias dos suínos” (CDRS) ou em inglês “Swine Respiratory disease” (SRD) tem sido muito utilizado para referencias os quadros clínicos respiratórios causados por infecções mistas com dois ou mais agentes infecciosos nas fases de crescimento e terminação.

São vários os fatores que influenciam a predisposição e/ou desencadeamento das doenças respiratórias em suínos, logo temos que observar quais os fatores ambientais e de manejo que mais estão influenciando e montar um plano estratégico para minimizar os fatores de risco.

Os quadros clínicos de problema respiratórios suínos têm ocorrido nas fases de creche, crescimento e terminação. A taxa de morbidade fica entre 15 e 40% e a Mortalidade entre 2% e 10%. Assim, analisando-se os resultados dos estudos no Brasil, os agentes primários mais importantes nos surtos de são o Mycoplasma hyopneumoniae e o vírus da Influenza, porém com maior frequência de infecção mista entre os dois. Entre os agentes oportunistas destacam-se a Pasteurella multocida, o Streptococcus suis e o Haemophilus parasuis.

Estudos americanos mostram que suínos positivos para Mycoplasma hyopnuemoniae, a uma redução de ganho de peso diário de 50 gramas comparando com animais negativos, uma piora na conversão alimentar de 80 gramas e o percentual de mortalidade foi de 2,3% pior em relação a rebanhos negativos.

Fatores

Tipo de rebanho e fluxo de animais é um fator comum na suinocultura, granjas com ciclo completo apresentam menos problemas respiratórios do que sistemas de múltiplos sítios. Comparando granjas com diferentes estruturas, pesquisadores apontam uma chance maior de 2,38 vezes para uma prevalência de 10% de doenças respiratórias em granjas de múltiplos sítios em comparação com granjas de sítio único. Logo quanto mais origens nas creches e/ou terminações maior o chance de problemas respiratórios.

O número de animais alojados nos prédios influenciará na ocorrência de doenças respiratórias, pesquisadores identificaram um efeito negativo para a ocorrência de doenças respiratórias quando o número de animais no mesmo espaço aéreo ultrapassa 100 animais. Logo é agravado se o prédio possuir um baixo volume de ar para todos os animais, o que impactará no número de partículas em suspensão. Segundo estudo, o volume de ar superior a 3,5 mᶟ por animal pareceu prevenir pleurisias. Assim a ventilação é um mecanismo importante para movimentar e eliminar partículas de aerossóis suspensos no ar, o que proporcionará também um conforto térmico aos animais ajudando na dissipação do calor. O ajuste geralmente é feito pelo manejo de cortina que assim controla a temperatura e a troca de ar do prédio, o uso de tecnologia como o controle automático de cortina ajuda a melhorar as condições de ambiência. Estudos demostram que o movimento de ar superior a 60 mᶟ por hora por suíno tem um efeito de proteção em relação à pneumonia.

A umidade do ar e a temperatura são condições relacionadas entre si, estudos mostram que o calor e alta umidade são favoráveis ao suíno, mas influenciam outras variáveis como a sobrevivência de microrganismos e a concentração de gases e partículas em aerossóis. No Brasil as pneumonias são mais frequentes e severas nos meses frios, porem as instalações são mantidas mais fechadas, assim ocorre uma piora do ambiente, com excesso de gases, pó, bactérias em suspensão e endotoxinas. A flutuação de temperatura, comum nas fases frias e de transição estacional agravam o problema. Uma boa relação de umidade relativa do ar é de 60-80% o que permite um deslocamento adequado do tapete mucoso sobre os cílios do trato respiratório.

Na criação de suínos confinados são gerados basicamente três gases, a amônia, o sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono, sendo tóxicos para macrófagos e células produtoras de muco. Fatores que influenciam a produção de gases como a má circulação de ar, a superlotação e falta de higiene das instalações.

Outro problema para as defesas do trato respiratório é o excesso de pó, que em excesso gera problemas com o mecanismo de defesa alveolar, pois sobrecarrega a ação fagocítica dos macrófagos.  Fatores que aumentam o pó como a deficiência em ventilação, uso de ração com granulometria fina, alimentação à vontade, excesso de lotação e a falha em retirar esterco do piso das baias.

Pressão de infecção

Outro fator importante para os problemas respiratórios é a pressão de infecção, estudos avaliando a ocorrência de doenças respiratórias, encontraram uma maior relação de problemas em prédios com mais de 500 animais, espaço aéreo por animal inferior a 3mᶟ e menos de 0,7 m² de área de piso por animal. O conceito de pressão de infecção leva em conta a transmissão de doenças entre animais, baias, prédios e granjas regionais. A partir de granjas infectadas, agentes podem ser transferidos pelo ar, insetos, roedores, pássaros, animais silvestres, caminhões, pessoal, água, fômites, sêmen, etc…

As associações de doenças como PCV2 tem forte associação com patógenos bacterianos como Haemophilus parasuis, Mycoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida. O aumento das rações contaminadas com micotoxinas imunodepressoras, afetar a resposta às infecções bacterianas e virais e assim reduz a eficácia do programa vacinal, predispondo a doenças respiratórias.

A higienização das baias é de importância fundamental para manter uma baixa pressão de infecção e proporcionar aos animais um ambiente com pequeno nível daqueles poluentes capazes de lesar os mecanismos de defesa do trato respiratório. Assim recomenda-se limpeza seca diária das baias, com a retirada das fezes acumuladas do piso usando raspadores ou vassouras. Bem como o sistema de alojamento “todos dentro – todos fora” indicam os melhores resultados para doenças respiratórias.

A aspersão de desinfetante tem um bom resultado para os problemas respiratórios como elementos integrantes da poeira em granjas de suínos são água (13,1%) e matéria seca (86,9%), cinzas (14,6%), proteína bruta (23,9%), gorduras (4,3%) e fibras (4,3%). Em um estudo medindo o nível de poeira depositado nas instalações, foram encontrados níveis diários médios de 2,61 g/m². Avaliando o efeito da aspersão de desinfetante em terminações em relação à ocorrência de sinais clínicos de doenças respiratórias (tosse e espirros), a uma eficiência utilizando diluição de 1:500 a cada 24 ou 48 horas para controle de espiro e de  diluições de 1:500 a cada 24 ou 1:250 a cada 48 horas para tosse. Estudo realizado com bomba costal e desinfetante a base de digluconato de clorhexidina minimizando níveis de poeira e, eventuais patógenos no ar, não tendo efeito a níveis de bronquíolos pelo sistema de aspersão fazer uma gota maior que 10 micras.

Nos últimos anos tivemos um aumento na prevalência e maior dificuldade no controle dos problemas respiratórios em suínos no Brasil, este fato com a evolução nas tecnologias de produção de vacinas, com instalações mais modernas e maiores cuidados de biossegurança. Porém, neste mesmo período com o uso restrito de alguns antibióticos via ração fica indispensável à importância de conhecer e corrigir os fatores ambientais e de manejo que favorecem as doenças respiratórias.  Um ponto importante que precisamos considerado é que o Brasil ainda é livre do vírus da síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos (PRRS), doença que causa ainda mais perdas relacionadas ao complexo de doenças respiratórias dos suínos.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Otimização da absorção de Cálcio e Fósforo em Suínos

Farinha de carne e ossos é uma opção, por seu baixo custo, e por agregar proteína e aminoácidos essenciais à formulação, além de ser um ingrediente sustentável

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Foto: Marina Beatriz

Cálcio (Ca) e fósforo (P) são dois macroelementos minerais fundamentais para a produção de suínos, sendo ambos de suplementação obrigatória. A farinha de carne e ossos é uma opção, por seu baixo custo, e por agregar proteína e aminoácidos essenciais à formulação, além de ser um ingrediente sustentável. Entretanto, representa alto risco sanitário, sendo a principal fonte de patógenos como salmonela e clostridium. Além disso, a farinha de carne e ossos é muito utilizada em petfood e aquacultura, o que tende a fazer subir seu custo. Assim sendo, observa-se crescente uso de fosfato bicálcico como a principal fonte de P para produção animal. O fosfato bicálcico é um ingrediente finito, não sustentável, e de alta demanda para agricultura, com custos em elevação e risco crescente de escassez. A redução do uso de fontes de P é um tema central dentro do moderno conceito de gestão ESG, com respeito às questões de ambientais, sociais e de governança.

Para a redução do uso de fontes de Ca e P, dois pontos devem ser considerados. Um diz respeito aos requerimentos nutricionais de cada categoria animal, para cada um dos elementos. O outro ponto diz respeito à digestibilidade das fontes de cada um, sejam os grãos, farinhas de origem animal, ou ingredientes de origem mineral. Vale observar que o estudo de um aspecto sempre estará intimamente associado ao outro, nos experimentos com animais.

Quanto aos requerimentos de P e Ca, o constante melhoramento genético dos suínos cria um desafio recorrente aos nutricionistas, que precisam acompanhar a evolução da capacidade produtiva de cada linhagem e cada cruzamento. Particularmente, no que diz respeito a matrizes e leitões, convive-se com a constante probabilidade de que a quantidade de fósforo efetivamente absorvida seja limitante à produção. A seleção para aumento de prolificidade e habilidade materna gera um incremento proporcional dos requerimentos. Durante a gestação, a demanda nutricional é relativamente baixa, mas a lactação representa uma demanda muito superior à manutenção. Limitações na quantidade de P disponível nesses períodos terão um reflexo direto na qualidade e desenvolvimento dos leitões, não só no período de aleitamento/maternidade, como também no período pós-desmame.

Figura 1. Desempenho zootécnico no período de aleitamento (T1, Controle, sem inclusão da molécula; T2, Inclusão de 100g da molécula por ton de ração; T3, 200g da molécula por ton de ração)

Observa-se então que essas categorias animais respondem positivamente ao aumento da disponibilidade de nutrientes, com melhor performance reprodutiva das matrizes e melhor desempenho zootécnico dos leitões. É importante lembrar que o P participa da transferência de energia em praticamente todas as vias metabólicas do organismo, na forma de ATP, GTP, etc.

Recentemente, algumas linhagens de matrizes têm apresentado alta incidência de prolapsos retais ou vaginais/uterinos, ao ponto de a mortalidade de matrizes impactar significativamente a economia da produção. A causa desses prolapsos ainda não é totalmente conhecida. Estudos têm sido feitos sobre o papel da fibra e do teor de energia das dietas na incidência de prolapsos, porém são inconclusivos. Outra causa provável é a hipocalcemia que acomete as parturientes, assim como acontece em vacas leiteiras. A falta de cálcio compromete a manutenção do tônus muscular visceral, favorecendo o deslocamento e perda da relação anatômica. Garantir a correta disponibilidade de cálcio e fósforo nesse período pode auxiliar na prevenção dessa ocorrência.

O estudo da digestibilidade desses minerais pelos suínos tem sido uma preocupação recente. Apesar de sua importância, a realidade é que é bastante difícil avaliar com precisão a digestibilidade de cada um desses minerais. Há vários fatores em ação simultaneamente, como pH de cada parte do trato digestivo, presença de outros íons, relação entre Ca e P, vitamina D, grau de hidratação, granulometria, etc. Se cada um deles não for cuidadosamente abordado nos experimentos, resultados discrepantes serão obtidos, inclusive com digestibilidade negativa. Essa ocorrência se deve ao fato de que tanto Ca como P endógenos são também excretados ao longo do trato digestivo, dificultando a mensuração de quanto de cada mineral de fonte exógena foi retido no organismo.

A eficácia das fitases microbianas na liberação do P fítico das matérias-primas de origem vegetal, como os grãos e farelos é amplamente conhecida. O valor exato de quanto P e quanto Ca serão efetivamente utilizados pelos animais, por outro lado, ainda deixa espaço para discussão, justamente pela interferência de vários outros fatores. Este fato, aliado à digestibilidade variável dos ingredientes, nos permite concluir que há espaço para melhoria na absorção e retenção de Ca e P pelos suínos, permitindo a melhoria da produção, além da redução do impacto ambiental pela excreção dos mesmos.

MOLÉCULA SENDO ESTUDADA

Com este objetivo, uma molécula inovadora vem sendo estudada. Trata-se de um ácido graxo de cadeia longa, com hidroxilas em substituição a hidrogênio. A mesma tem alta ação emulsificante, mas, além disso, age também como carreadora de Ca e P. Uma vez ionizados pelo baixo pH do estômago, e liberados do inositol pelas fitases, os íons fosfato e Ca formam complexos com essa molécula, seja por ligação iônica entre o fosfato e a hidroxila, seja por reação de saponificação com a carboxila terminal. Nessa forma de sabões de Ca e fosfolipídeos, os íons são absorvidos pela via de absorção de lipídeos, em micelas contendo sais biliares, esteróides, mono e diglicerídeos, e vitaminas lipossolúveis. Sua ação emulsificante inclusive melhora a formação dessas micelas, aumentando a absorção de lipídeos da dieta, e a consequente energia metabolizável da mesma.

Com a finalidade de avaliar o efeito dessa molécula no desempenho de matrizes e leitões, um experimento foi realizado na Unidade Experimental Bom Sucesso do Sul (UEBSS) conveniada com a Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina. Um total de 52 matrizes foram distribuídas em três tratamentos: T1 (Controle), T2 (100g da molécula por ton de ração lactação) e T3 (200g/Ton de ração lactação). Para tanto, foram considerados a ordem de parto e o escore corporal pré-parto (Caliper). Após o desmame, os leitões foram classificados por peso, sexo e tratamento da mãe.  No total 540 leitões receberam uma de duas rações, sem produto ou com 200g da molécula por tonelada de ração, nas fases Pré-Inicial 1(1kg), Pré-Inicial 2 (3kg), Inicial 1 (5kg) e Inicial 2 (14kg). Dessa forma, os leitões foram distribuídos em seis tratamentos, em função dos 3 tratamentos das mães versus os dois tratamentos dos leitões.

Durante o período de aleitamento, ainda que as diferenças não tenham sido significativas, há uma clara tendência de melhor desempenho das matrizes e leitões tratados com a molécula, com resultados melhores para consumo de ração pela matriz, consumo de ração pelos leitões, conversão alimentar das matrizes, conversão alimentar dos leitões, ganho médio diário dos leitões e peso final da leitegada. Já nos períodos posteriores à desmama, diferenças estatísticas foram obtidas. Os leitões tratados apresentaram melhor ganho de peso diário e melhor conversão alimentar do que os leitões não tratados. Entre os leitões não tratados, aqueles cujas mães receberam a molécula tiveram melhor desempenho do que os filhos das mães controle. Em geral, o melhor desempenho foi do tratamento em que tanto mães como leitões receberam rações contendo 200g da molécula por tonelada de ração. Com esse protocolo, obtivemos o melhor arranque dos leitões, com maior ganho médio diário e melhor conversão, tanto das mães como dos leitões, com um enorme potencial de retorno econômico. Conclui-se que o uso da molécula é efetivo em suínos, assim como já observado em aves, e que apresenta excelente potencial para otimizar a produção, com alta relação custo:benefício, especialmente no cenário desafiador da hiperprolificidade.

Figura 2. Desempenho dos leitões pós desmame. Colunas em laranja se referem á ração Pré-inicial 2, colunas em cinza se referem á ração Inicial 1. Tratamentos ímpares não receberam a molécula, tratamentos pares receberam 200g por ton de ração. T1 e T2 são os leitões cujas mães não receberam a molécula. T3 e T4 são os leitões cujas mães receberam 100g por ton de ração. T5 e T6 são os leitões cujas mães receberam 200g por ton de ração.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: fernando.blini@gfs.group.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Médicos veterinários José Luciano Andriguetto, Luiz Romulo Alberton, Geraldo Camilo Alberton e Daiane Güllich Donin
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Suínos / Peixes

Maior núcleo genético de suínos da América, granja de Paranavaí inicia comercialização em abril

O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do País. Em 2023, o Estado abateu 12 milhões de cabeças, representando 21,2% do mercado nacional. Investimentos privados qualificados potencializam produção e exportação.

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Maior núcleo genético de suínos da América Latina e um dos maiores do mundo, a Granja Gênesis, da Agroceres PIC, em Paranavaí, Noroeste do Paraná, vai lançar em abril seus primeiros animais no mercado. Serão mais de mil suínos reprodutores de elite que, inicialmente, serão comercializados para o mercado interno e países da América do Sul. A expectativa da empresa é comercializar, no mínimo, 10 mil suínos só em 2024.

A entrada desses animais no mercado trata-se de um marco para a suinucultura paranaense e brasileira. Isso porque a Granja Gênesis é a primeira unidade para produção de reprodutores elite no Brasil, o que eleva o nível da criação paranaense. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do País. Em 2023, o Estado abateu 12 milhões de cabeças, representando 21,2% do mercado nacional. “A Granja Genêsis posiciona-se como uma estrutura de excelência para atender o mercado internacional e transforma o Paraná em um polo mundial de exportação de material genético”, destaca o gerente de produção da Agroceres PIC, Nevton Hector Brun.

Fotos: Divulgação/Agroceres Pic

Inaugurada há um ano com representantes do Governo do Estado, com investimento de R$ 332 milhões, a granja é formada por 22 galpões, distribuídos por 70 mil metros quadrados, cuja capacidade é de alojar 3,6 mil fêmeas de altíssimo valor genético.

Com tal rebanho, a granja tem capacidade de produzir 15 mil reprodutores de elite por ano, entre bisavôs, bisavós, avôs e avós. A referência familiar traz o histórico da linhagem de cruzamento dos animais selecionados para o melhoramento genético. Para efeito de exemplo e parametrização, uma bisavó influencia a produção de 6 mil suínos e um bisavô a produção de 400 mil suínos.

O foco principal da Agroceres PIC é fazer com que a Granja Gênesis atenda o mercado sul-americano. Além da Argentina, país onde mantém operação e é líder de mercado, a empresa mantém exportações regulares para o Paraguai e Uruguai. Ela também está habilitada para exportar reprodutores e matrizes para o Chile, Bolívia e Colômbia e mantém tratativas para abertura de mercado no Equador e Peru. “Países como Estados Unidos, Canadá, México, Rússia e a China também são potenciais compradores do material genético produzido pela empresa”, aponta Brun.

Logística

Para formar o rebanho da Granja Gênesis, a Agroceres PIC importou mais de 4 mil animais de elite em cinco importações. Essa foi a maior importação da história do segmento brasileiro de genética de suínos. O Paraná foi o estado que mais investiu em 2023 na importação de suínos de alto valor genético, que ajudam no aprimoramento do rebanho. Foram empregados cerca de US$ 4,1 milhões. O montante representou 74% dos US$ 5,5 milhões investidos nesse setor em todo o País.

A logística para trazer esses animais e formar o rebanho da granja em Paranavaí foi uma verdadeira “operação de guerra”, como a própria empresa define. Os reprodudores vieram diretamente de uma uma granja elite de Ohio, nos Estados Unidos. Um Boing 747 foi fretado exclusivamente para o transporte dos suínos.

A importação e o alojamento dos animais exigiram um planejamento meticuloso e uma série coordenada de ações e estratégias em diferentes áreas. O serviço mobilizou a equipe de múltiplas áreas – da genética à produção, passando pelos serviços veterinários, boas práticas de produção e bem-estar animal, além de gestão de informação e logística. No total, 50 profissionais se envolveram na operação.

Fonte: AEN-PR
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Suínos / Peixes

Suinocultores destacam ano positivo e investem para aumentar plantel

Família Herrmann tem uma pequena propriedade rural no interior de Marechal Cândido Rondon, PR, em que diversifica suas atividades, além da suinocultura, com pecuária leiteira e produção de milho. Diante das perspectivas positivas para a cadeia suinícola, está em construção um novo galpão para alojar mais mil suínos, que deve receber os primeiros animais ainda no primeiro semestre de 2024.

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Fotos: Arquivo pessoal

Há oito anos atuando na suinocultura, o casal de produtores Olivio e Silvana Herrmann se destacam pela eficiência em sua produção de suínos na região Oeste do Paraná. No fim de 2023, eles receberam o prêmio de 1º lugar por ter alcançado nota máxima no Programa Suíno Certificado Frimesa, iniciativa que promove a produção sustentável e certifica, por meio de diretrizes e procedimentos, os pilares fundamentais da segurança alimentar, rastreabilidade, proteção ambiental e bem-estar animal. “Faz dois anos que somos certificados. Em 2023 atingimos 100% dos pontos e fomos premiados em primeiro lugar, o que muito nos orgulha”, enaltece Silvana, que faz a gestão da propriedade junto com o marido.

Casal de produtores Olivio e Silvana Herrmann, junto com a filha Samara: “Foi um ano bom para nós, não temos do que nos queixar” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

A família Herrmann tem uma pequena propriedade rural de 19 hectares na Linha Palmital, Distrito de Margarida, em Marechal Cândido Rondon, PR, em que diversifica suas atividades, além da suinocultura, com pecuária leiteira e produção de milho. “Destinados oito hectares para a lavoura de milho, produção que usamos para fazer silagem da planta inteira para alimentar os animais, e outros cinco hectares planto pastagem e grama para fazer feno e pré-secado. O restante da área tem mata ciliar, nossa casa e a infraestrutura para a criação de suínos. Tenho 30 vacas no sistema semiconfinado e na terminação possuo atualmente 612 suínos”, conta o casal.

Olivio destaca que o último ano foi positivo para as suas atividades, especialmente no segmento de suínos. “Foi um ano bom para nós, principalmente em suínos. Não temos do que nos queixar. Obtivemos bons resultados, com lotes bem uniformes, entregando os suínos para a Copagril com média superior a 130 quilos”, salienta, ampliando: “Nos últimos lotes tiramos em média acima de R$ 40 de bonificação, valor pago com base no desempenho de cada lote”.

Projeto de expansão

O produtor adianta que está em construção um novo galpão para alojar mais mil suínos, que deve receber os primeiros animais ainda no primeiro semestre de 2024. O investimento foi de R$ 850 mil. “Essa ampliação estamos fazendo para atender a demanda do Frigorífico da Frimesa, central que a Copagril faz parte junto com outras quatro cooperativas”, explica.

Suinocultor e agricultor em Marechal Cândido Rondon, PR, Olivio Herrmann: “Os desafios são grandes, mas eu sou feliz no que eu faço”

O produtor relembra dos tempos em que a propriedade era de seus pais e como a mecanização transformou a forma como a agricultura e a pecuária são conduzidas nos dias atuais. Seu filho Alexandre, aos 22 anos, voltou ao campo para ajudar a família há pouco mais de um ano, fortalecendo a continuidade da atividade. “É o sonho de todo pai que seus filhos deem sequência nas atividades da família. Eu já estou beirando os meus 50 anos, amanhã ou depois serão meus filhos que estarão à frente da propriedade. Até em virtude disso que estamos investindo em um barracão novo para aumentar a produção de suínos. No fim do ano passado também melhoramos a estrutura da pecuária leiteira na extração da ordenha, investimentos esses que vão nos dando condições de aumentar a nossa produção”, enfatiza.

Estratégias para redução de custos

Olivio destaca a importância da autonomia na produção de alimentos para o rebanho, o que contribuiu para a redução de custos. “O produtor, que assim como nós, produz o próprio alimento para o plantel, consegue baixar seus custos de produção e com isso sobra mais dinheiro, que pode ser usado para outras melhorias”, pontua.

No cenário energético, a família Herrmann adotou a energia solar há quatro anos, reduzindo de forma significativa os custos com eletricidade. “Antes de ter o sistema de energia solar pagávamos em média entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil mensais, depois da instalação passamos a pagar até R$ 40; agora, de um tempo para cá esse valor subiu para R$ 200. Como nós também aumentamos nossa demanda por energia, o sistema atual não consegue mais abastecer toda a propriedade, teríamos que ampliar o número de placas para gerar mais energia para a propriedade, contudo ainda assim nosso custo é baixo com energia elétrica da rede convencional”, avalia, e acrescenta: “Para não depender da energia elétrica da rede convencional precisamos ampliar o sistema, mas para isso temos que trocar o padrão também, e neste momento não sei se conseguimos investir em mais painéis para a atual estrutura implantada”.

Olivio ressalta ainda que a mão de obra, por ser familiar, constitui um custo intrínseco à operação.  “Trabalham junto comigo minha esposa Silvana e meu filho Alexandre, mas a Samara, minha filha mais nova, também já nos ajuda. É muito bom perceber que conseguimos em família gerenciar o trabalho na granja de maneira eficiente”, diz, orgulhoso.

Está em construção um novo galpão para alojar mais mil suínos na Granja Herrmann, que deve receber os primeiros animais ainda no primeiro semestre de 2024, investimento de R$ 850 mil

Com o objetivo de assegurar a sustentabilidade do negócio a longo prazo, a família Herrmann adota práticas ambientalmente responsáveis. São empregados os resíduos dos suínos para realizar fertirrigação na lavoura, assegurando um aproveitamento eficiente desses materiais. Além disso, implementa uma gestão apropriada dos resíduos de medicação, garantindo uma destinação adequada. Em relação às carcaças de suínos mortos, adotam o método de compostagem, contribuindo assim para uma abordagem holística e sustentável na gestão dos subprodutos.

Ano bom para o produtor, mas difícil para integradora  

No Paraná, as exportações de carne suína registraram em 2023 um aumento de 7% em volume e de 12,6% em valores. Com um total de 168 mil toneladas exportadas, o setor alcançou um faturamento de US$ 375,6 milhões.

Embora muitos produtores tenham vivenciado um ano positivo, as cooperativas enfrentaram desafios significativos, operando com prejuízos ao longo do período devido aos custos dos insumos.

Agricultura

O produtor paranaense indica que, apesar das adversidades causadas pela seca, ainda teve uma boa produção de milho. Se optasse por colher para o mercado em grãos, estima que poderia ter alcançado na safra 2023 em média 1,5 mil sacos. “Não colho em grão, faço a silagem de planta inteira, mas esta é a estimativa de produção que eu teria se fosse colher o grão”, pondera. Comparando com o ano anterior, quando a estiagem foi mais severa, Olivio acredita que a produção não teria ultrapassado 800 sacos. “Os desafios são grandes, mas eu sou feliz no que eu faço”, enfatiza Herrmann.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Imeve Suínos março

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