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FAO expõe impactos das mudanças climáticas na agricultura e na alimentação

Representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, destaca a importância de reduzir emissões e garantir segurança alimentar, incentivando práticas sustentáveis e agricultura local como resposta às mudanças climáticas.

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Foto: Antonio Carlos Mafalda

O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Jorge Meza, ressaltou a importância de se investir na produção local de alimentos para garantir a segurança alimentar e nutricional e evitar o transporte dos alimentos por longas distâncias, gerando emissões de carbono durante sua participação no Seminário Jornada pelo Clima no Semiárido Show, em Petrolina (PE). Se não tomarmos medidas para a adaptação e mitigação da mudança climática, os cenários previstos pela FAO mostram que o número de pessoas com fome no 2050, será 15% superior que no caso em que ditas medidas sejam tomadas”, alertou.

Como exemplo, o representante da FAO disse que as mudanças climáticas podem impossibilitar o cultivo de algumas espécies de grãos na América Central, e com isto, até 2100, a redução na produção de grãos básicos poderia ser de cerca de 25% da produção no início do século XX.

Jorge Meza, representante da FAO no Brasil: “Precisamos mudar o nosso sistema alimentar pois, atualmente, ao mesmo tempo em que nos alimentamos, contaminamos o mundo”   – Foto: Max Valencia/FAO

Meza afirmou ainda que, caso o aquecimento médio global chegue a mais de 1,5 graus Célsius, os investimentos tecnológicos para adaptar os meios de vida à mudança climática, poderiam ser ineficientes. “Precisamos mudar o nosso sistema alimentar pois, atualmente, ao mesmo tempo em que nos alimentamos, contaminamos o mundo. Temos de separar a produção dos alimentos da emissão de gases de efeito estufa”, disse.

A mudança climática está minando os meios de subsistência e a segurança alimentar dos pobres do planeta, 80% dos quais vivem em áreas rurais e dependem da agricultura, silvicultura e pesca.

Como medidas de contenção do aumento do carbono no setor agrícola, Meza citou a necessidade de reduzir incêndios, sobrepastoreio e erosão do solo; reciclar os resíduos de culturas e estrume; cultivar com cobertura; estabelecer sistemas agroflorestais; usar variedades melhoradas tolerantes ao calor e à seca; desenvolver a agricultura de precisão; fazer uma gestão integrada da fertilidade do solo; entre outras medidas.

Soluções locais

A palestra do representante da FAO foi precedida por uma série de palestras que apresentaram medidas que vêm sendo tomadas pelas organizações da sociedade civil, pela Embrapa e pelo governo federal para melhorar a produção em diversos biomas do país. A Embrapa pesquisa novas culturas, plantas e sementes alternativas às tradicionais que são mais resilientes às características da Caatinga, como o sorgo, o feijão-caupi, o milheto. “Já avaliamos mais de 300 sistemas, e 34 culturas”, disse Francislene Angelotti, da Embrapa.

Segundo ela, a instituição tem realizado pesquisas para aplicação de medidas de adaptação com vistas à conservação ambiental. “Em relação à conservação da água, por exemplo, a gente não tem de irrigar 100%, mas irrigar no momento adequado, armazenar água da chuva para consumo animal. A Caatinga é um laboratório a céu aberto: podemos extrair microorganismos para ajudar as plantas a crescerem, pois por exemplo, o milho produz muito mais, quando está junto a certos microorganismos. Estamos pesquisando microorganismos que podem ser extraídos no ambiente quente e seco”, relatou.

O diretor da Fundação Araripe, Francisco Campelo, ressaltou a importância do REDESER, projeto que a instituição tem em parceria com a FAO e o MMA, na qualificação da produção usando a ciência, e levando em consideração os saberes locais e a realidade socioambiental. Citou como desafio a compreensão de que, se fizermos agricultura de forma equivocada, degradamos o pouco espaço que temos para a cultura alimentar.

Além disso, Campelo alertou para a necessidade de ter uma estratégia de segurança para conservação das sementes de modo que não se dependa da sazonalidade da safra. “É preciso ter um olhar administrativo sob os processos de restauração. Quando se planta sem planejamento, perde-se a capacidade de plantio”, alertou.

Fonte: Assessoria FAO

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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30

Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

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Foto; Beatriz Batalha/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.

Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.

Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.

A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.

Fonte: Assessoria Mapa
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro

Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

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Foto: Jaelson Lucas

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.

Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock

Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.

Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.

Fonte: Assessoria Cepea
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

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Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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