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Família Bocato: valores, união e amor em torno da soja

Tradição em produzir soja, é da oleaginosa que a família Bocato tira o sustento de toda a família

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Francine Trento/OP Rural

Se tem algo que dá muito certo no Sítio Nossa Senhora Aparecida é o trabalho em conjunto feito pela família Bocato. A propriedade fica no município de Boa Esperança, há 60 quilômetros de Campo Mourão, região Centro-Oeste do Paraná. Apaixonados pela atividade no campo, os irmãos Edvaldo, Cleber e Luiz Henrique e o pai José comandam juntos uma área de 134 alqueires. A expedição do jornal O Presente Rural pelo Paraná foi conferir essa história cheia de valores, união familiar e amor em torno da soja.

O carro-chefe da propriedade, segundo os próprios donos, é a soja. É dela que a família Bocato tira a maior parte dos lucros da fazenda. Apesar de cultivar outras culturas, é a oleaginosa a menina dos olhos dos quatro agricultores. “A soja é o nosso principal produto. É ela que dá o sustento para nossa família e mantém tudo funcionando. Para ela, sempre tem um adubo foliar a mais, uma variedade melhor, uma semente bem tratada e um carinho mais do que especial”, conta o irmão mais velho, Edvaldo.

Não somente para a família Bocato a soja tem um significado tão grande. O município de Boa Esperança também depende bastante da oleaginosa. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, a soja foi responsável por 67% do Valor Bruto da Produção Rural do município em 2018.

Segundo o Deral, o Valor Bruto da Produção de soja no ano de 2018 em todo o Paraná foi de R$ 22,3 bilhões. Esse valor representou 25% do total do Estado. Em comparação com o ano de 2017, houve um crescimento de aproximadamente 2%. Informações do Deral mostram ainda que a soja permanece como principal produto agrícola do Estado, e sua participação média no VBP dos últimos 10 anos foi de 21%.

O Núcleo Regional de Campo Mourão, do qual o município de Boa Esperança faz parte, foi o que teve a maior participação no total estadual, gerando cerca de R$ 2,6 bilhões, ou 11,9% do Paraná. Na sequência aparece o Núcleo Regional de Ponta Grossa com R$ 2,5 bilhões (11,1%), de Cascavel com R$ 2,2 bilhões (10,1%), de Toledo com R$ 1,9 bilhão (8,8%) e de Pato Branco, com R$ 1,4 bilhão (6,3%).

De Floresta para Boa Esperança

Mas nem sempre a família Bocato esteve em Boa Esperança. “Nós éramos do município de Floresta (Norte do Paraná), tínhamos um sítio lá. Mas meu pai e meus tios tinham uma sociedade em algumas terras em Mamborê. Então, em 1993 vendemos aquela propriedade em Floresta e compramos esta que temos hoje. No começo foram somente 48 alqueires que compramos. Viemos para cá, principalmente, para ficar mais perto do pai”, conta Edvaldo. “Apareceu a oportunidade de comprar este lote em Boa Esperança. E deu certo para vendermos o que tínhamos em Floresta e nos mudarmos para cá”, explica. Edvaldo lembra que o município ainda era um pouco longe de Mamborê, mas na época, este foi uma possibilidade que encontraram.

Segundo ele, em 1996 a sociedade entre o pai e os tios foi desfeita e seo José se mudou para Boa Esperança para ficar com os filhos. E em 1998 a família fez, o que para eles, foi essencial para o sucesso que tem hoje: se associaram à Coamo Cooperativa Agroindustrial. “O pai é associado desde 1992 e nós nos associamos pouco depois, logo que fizemos 18 anos”, comenta Cleber. Segundo ele, a cooperativa é de grande ajuda para os bons resultados que a família vem tendo ao longo dos anos. “Toda a parte técnica que precisamos, ajuda com produtos, tecnologia, não tem dia ou hora o engenheiro agrônomo está à disposição para nos ajudar, e isso tem feito toda a diferença”, assegura.

Coisa de família

Produzir soja é tradição na Família Bocato. O pai sempre produziu e repassou a habilidade para os filhos. Não somente as técnicas e formas, mas também o amor e carinho pela oleaginosa. “Em Floresta mexíamos com soja. Nós crescemos vendo as lavouras”, diz Edvaldo. E o que foi repassado para os três irmãos, hoje é repassado para os futuros herdeiros da propriedade. “Tentamos repassar para os nossos filhos o máximo que aprendemos. Igual nós praticamos com o nosso pai, nós temos que passar para eles”, conta. Edvaldo atualmente tem uma menina de 19 anos e um menino de 15; Cleber tem duas meninas, uma de 11 e outra de 8 anos; e Luiz Henrique tem uma menina de dois anos e a esposa está grávida do segundo filho.

Até pouco tempo, era somente a família que trabalhava na propriedade. “Agora que temos um rapaz que nos ajuda, principalmente em cuidar o maquinário e na época de safra, que fica um pouco mais corrido. Hoje temos essa pessoa de confiança para nos auxiliar”, comenta.

Edvaldo lembra que logo que o pai e os tios desfizeram a sociedade, os três irmãos estavam terminando os estudos. “Mas, em nenhum momento pensamos em estudar alguma outra coisa e sair da lavoura. A nossa vontade sempre foi de ficar. Todos ficaram na lavoura, com o pai no comando”, conta. Este detalhe do patriarca da família estar sempre no comando foi o que também manteve a família unida na propriedade. “O nosso relacionamento familiar é bastante estreito, somos muito unidos. Nós resolvemos tudo. Se der algo errado, é prejuízo para todo mundo, mas se ganha, todos ganham juntos”, afirma.

Para Cleber, o segredo para este negócio familiar dar certo é o respeito e a obediência que existe de filhos para o pai. “Mas tem também o detalhe de que o pai confia muito em nós. Ele nos deixa tomar as decisões, confia no nosso trabalho, do que fazemos na lavoura”, acrescenta. Segundo ele, o respeito mútuo é imprescindível para os negócios darem certo.

Com este trabalho em família, ao longo dos anos os Bocato, como são conhecidos na cidade, foram comprando mais terras e maquinários. “Compramos mais tratores para fazer o plantio na hora certa, temos plantadeiras novas. Aos poucos vamos conquistando nossas coisas. Todos os 134 alqueires que produzimos é nosso, nada é arrendado”, orgulha-se Cleber. Segundo ele, a vontade da família é aumentar. “Compramos um sítio há dois anos, e conforme vai nos sobrando, vamos investindo”, esclarece.

Tecnologias foram essenciais

A boa produção da família Bocato vem pelo bom trabalho, mas também por sempre utilizarem as tecnologias disponíveis no mercado. Uma delas, que fez toda a diferença no aumento da produtividade, é a agricultura de precisão. “Nossas terras, no começo, estavam manchadas, colocávamos calcário, mas nem sempre conseguíamos acertar. E desde 2016, quando começamos a implantar a agricultura de precisão e fazemos as aplicações corretamente, estamos melhorando muito a nossa produtividade”, afirma Edvaldo.

Ele explica que a partir do momento em que começaram a investir no solo e nas tecnologias, a produtividade melhorou significativamente. “Antes, tirávamos a média de 130 a 140 sacas (por alqueire). Quando começamos a investir e melhorar o solo, nos anos ruins, como foi ano passado, continuamos com uma produção boa. Mas houve anos em que conseguimos tirar entre 170 a 190 sacas”, conta. “Conseguimos manter a produção em um bom padrão”, diz.

Edvaldo afirma que a família sempre foi atrás das tecnologias disponíveis para aplicar na propriedade e assim melhorar a produtividade e ganhos. “Hoje em dia é desse jeito. Temos que evoluir junto com a tecnologia. Ela está aí para ser usada”, menciona. Ele comenta que a cooperativa traz até eles o que há no mercado de melhor para alcançar os bons ganhos. “Os custos aumentaram um pouco por conta do investimento nas tecnologias, mas vale muito a pena. Com certeza ela se paga e ainda sobra”, diz.

Outras notícias você encontra na 6ª edição do Anuário do Agronegócio Paranaense.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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