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Falta conectividade, mas também há resistência na adesão de tecnologias

Em um país de dimensões continentais e com grande desigualdade de infraestrutura, conseguir levar internet até as propriedades rurais se torna um enorme desafio, uma vez que a falta de conexão com a internet no campo pode gerar impactos expressivos na eficiência, produtividade e oportunidades para os agricultores e pecuaristas brasileiros.

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Foto: Shutterstock

Softwares de gestão, sistemas de rastreamento via satélite, drones, máquinas agrícolas de precisão, sensores terrestres, sistemas de irrigação controlados de forma remota, ferramentas que melhoram a eficiência e a produtividade da lavoura e da produção animal são algumas das soluções tecnológicas voltadas ao campo, que permitem ao produtor rural tomar decisões embasadas por informações precisas e em tempo real. No entanto a adoção destas inovações esbarra em um grande gargalo: falta de conectividade na zona rural.

Em um país de dimensões continentais e com grande desigualdade de infraestrutura, conseguir levar internet até as propriedades rurais se torna um enorme desafio, uma vez que a falta de conexão com a internet no campo pode gerar impactos expressivos na eficiência, produtividade e oportunidades para os agricultores e pecuaristas brasileiros.

Sem conectividade, o produtor tem dificuldade para acessar tecnologias avançadas, na comunicação eficaz e rápida dentro e fora da porteira, o que pode levar a problemas de coordenação e atrasos na tomada de decisões importantes, na obtenção de informações sobre preços de mercado, condições climáticas, técnicas de manejo etc., podendo induzi-lo a tomar decisões erradas; atrasos na manutenção de equipamentos agrícolas e outras infraestruturas importantes; além da perda de eficiência e de oportunidades de mercado.

Zootecnista e diretor de Marketing e Vendas da Rúmina, Gabriel Toledo – Foto: Arquivo Pessoal

“Uma das grandes barreiras que nós temos para evolução de tecnologias digitais no campo é a conectividade. Sempre esbarramos neste ponto. Existem alternativas, mas ainda são pouco difundidas, até porque muitos pecuaristas de leite e de corte desconhecem que podem colocar um acesso de internet na fazenda, adesão que está se tornando maior, mais fácil e prática”, avalia o zootecnista e diretor de Marketing e Vendas da Rúmina, Gabriel Toledo.

De acordo com o profissional, o produtor reconhece a importância de adotar tecnologias que vão facilitar seu dia a dia na fazenda, além de trazer maior rentabilidade ao seu negócio, mas ainda é reticente ao seu uso. “Apesar do produtor entender a sua importância, ainda fica na defensiva dizendo que tecnologia é cara, que não serve pra ele, no entanto entende que para melhorar a produtividade e a gestão do seu negócio precisa adotar ferramentas que vão acelerar esse processo e contribuir para a tomada de decisões mais assertivas e rápidas. Então procuramos sempre auxiliar o produtor, mostrando a ele alternativas para que possa dispor de internet, mas ainda encontramos grandes desafios, principalmente em lugares que são distantes dos centros urbanos”, pontua Toledo.

Entre as alternativas para implementação de conectividade no campo elencadas pelo profissional estão internet via satélite e 4G, que oferecem melhor cobertura e maior velocidade, modem 4G em formato de pendrive, que permite que o produtor tenha internet para uso de soluções que demandam baixa transmissão de dados, além da internet via rádio – atualmente o sistema mais adotado na zona rural. “A internet via rádio acredito que seja a grande realidade do dia a dia das fazendas brasileiras, o que traz desafios e lentidão, porque alguns sistemas não funcionam tão bem via rádio”, expõe.

Toledo ressalta ainda a necessidade de desmistificar o conceito sobre uso das tecnologias que os produtores rurais têm, uma vez que as soluções digitais aceleram a rentabilidade do rebanho, mensuram em tempo real os dados da atividade, monitoram manejo do pasto, entre outras vantagens. “É preciso entender que implementar tecnologias exige o uso de internet e que esse é um investimento que vai melhorar e acelerar os resultados da fazenda. E mais que isso, é preciso levar a conectividade para toda a propriedade, para que a comunicação entre diferentes ferramentas aconteça sem interferências e, principalmente, que o funcionário no campo consiga se comunicar de forma ágil com a sede da fazenda, acredito que com a popularização dos smartphones e de aplicativos de mensagens isso já teve um grande salto, no entanto ainda é preciso quebrar essa barreira do medo de como que vou usar, de como vou ter internet na fazenda”, salienta Toledo.

Conforme o gerente de Marketing e Vendas, nas regiões Sudeste e Sul as fazendas estão melhor estruturadas com internet e tecnologias adotadas, enquanto que problemas com deficiência de conectividade em zonas rurais estão concentrados mais nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, porque as fazendas são distantes dos centros urbanos e são propriedades de grande extensão. “O que torna a dificuldade de conexão ainda maior, porque a internet 3G ou 4G é escassa em alguns lugares do país, com baixa cobertura inclusive na área urbana”, relata.

Quando o produtor entende a importância de estar conectado e começa a entender melhor as ferramentas que estão a sua disposição dá um salto na eficiência da gestão da fazenda, ganhando em produtividade e rentabilidade do rebanho. “As ferramentas digitais crescem cada vez mais porque estamos trilhando esse caminho a uma velocidade de 220 quilômetros por hora. O produtor já entendeu que precisa estar conectado, que precisa mensurar por meio de um software de gestão para entender qual é o lado do custo, porque sempre vimos o lado da receita, do preço do leite ou da arroba, mas tem o outro lado da moeda que é o custo, e sem essa gestão e mensuração não consegue ter esses dados de forma simples e ágil para tomada de decisão. No entanto, é preciso descomplicar os softwares para que os produtores possam mexer e entender os dados gerados de forma simples e fácil”, afirma.

Dado a urgência de tornar o agronegócio cada vez mais digital e tecnológico, Toledo salienta que o setor público-privado já se une em busca de diminuir a deficiência de falta de conexão à internet em áreas rurais no Brasil. “Através destas iniciativas estamos avançando e as soluções digitais estão cada vez mais ao alcance dos produtores”, pontua.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor pecuário acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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