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Faep leva 150 mulheres para o maior congresso dedicado às mulheres do agronegócio
Com participação no Congresso desde 2020, a Comissão tem estimulado a representatividade feminina em sindicatos, eventos e na gestão de propriedades.

A história da Comissão Estadual de Mulheres da Faep (CEMF) teve início no final de 2020, quando o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, convidou Lisiane Rocha Czech para coordenar um movimento feminino dentro do Sistema Faep/Senar, que, pouco tempo depois, em janeiro de 2021, se tornaria a CEMF, que, desde então, tem incentivado a formação de comissões locais nos municípios do Paraná, visando estreitar a comunicação entre as mulheres da agropecuária estadual.

Coordenadora da CEMF, Lisiane Rocha Czech: “nosso principal objetivo é aumentar a representatividade da classe produtora rural com a inserção das mulheres no sistema, na diretoria do sindicato, na presença nos eventos, nos dias de campo, eventos políticos, entre outros” – Fotos: Divulgação/Faep
“A princípio fiquei um pouco apreensiva por ser uma responsabilidade muito grande. Mas acredito que ele me convidou por eu ser presidente do Sindicato e, por aproximadamente há 20 anos, participar das assembleias da Federação”, conta Lisiane.
Buscando ser sempre participante e ativa, a coordenadora compartilha que, na ocasião, pediu a Ágide Meneguette para convidar algumas mulheres de diferentes locais do Paraná para representarem a comissão nas regiões distantes. “Por isso, outra coisa que pedi na época foi uma consultoria para a gente ter uma pessoa, uma empresa que nos desse apoio técnico de planejamento, analisando os pontos fortes e fracos e nos ajudando nos desafios, porque tudo era novo e não imaginávamos como seria essa dinâmica da comissão”, declarou.
Hoje, já somam 16 coordenadoras espalhadas por todo o estado. “O nosso principal objetivo é aumentar a representatividade da classe produtora rural com a inserção das mulheres no sistema, na diretoria do sindicato, na presença nos eventos, nos dias de campo, eventos políticos, entre outros”, explica, acrescentando: “Espero que isso mude agora no decorrer dos próximos anos, esse vai ser um dos termômetros para a gente medir a ação da comissão no estado do Paraná”, diz. Atualmente, de 160 sindicatos do Paraná, 59 são de mulheres e, de acordo com Lisiane, a Comissão está com quase duas mil mulheres cadastradas.
Como funciona
A Faep disponibiliza, para cada comissão local, uma consultoria para construírem em conjunto um plano de trabalho a ser seguido posteriormente. Esse plano é formado por eventos, treinamentos de liderança, de desenvolvimento pessoal e operacionais – um exemplo é o curso de trator e colheitadeira para as mulheres. “O que a gente tem notado é que as participantes têm um enorme interesse nas áreas de gestão da propriedade e custos de produção. O que é uma coisa bem importante porque está despertando e reforçando essa capacidade que elas têm e, em muitos casos, não é utilizada”, observa.
Além das reuniões mensais para dar andamento aos projetos, as coordenadoras regionais investem em capacitações, desde desenvolvimento pessoal até comunicação, marketing e mídias sociais a fim de se prepararem para representar as mulheres do campo.
As mudanças estão acontecendo
A coordenadora compartilha que as mulheres, aos poucos, estão mais inseridas em diretorias, seja para ocupar a posição ou para participar das reuniões de decisão. “Elas estão tendo voz dentro dos sindicatos e também têm se inspirando em outras mulheres que tocam seus negócios, tanto sozinhas, como com seus pares. E assim, devagar, a gente tem aumentado o nosso time feminino aqui no Paraná”, pontuou.
Outro ponto importante que ela ressalta é a colaboração que a Federação recebe do doutor Ágide Meneguetti, por meio de apoio financeiro e psicológico. “Em todos os eventos que participa, ele cita o nosso trabalho como a grande chave para a manutenção dos nossos sindicatos rurais, além de ajudar no movimento do sindicato”.
Uma chama que não se apaga
Lisiane reforça que todas essas ações não são somente uma chama que se apaga depois. “Temos o cuidado de manter esses grupos motivados, com ações e eventos importantes, para que possamos manter essa chama acesa. E posso afirmar que é um prazer imenso trabalhar e ver que as mulheres estão se sentindo acolhidas, com o sentimento de pertencimento”, enfatizou.
Pensando nisso, para este ano, decidiram subsidiar 150 inscrições para o Congresso, com o objetivo de incentivar as mulheres. “O Congresso, na minha experiência participando desde 2020, tem uma troca incrível de conhecimento, palestras de alto nível e um networking imenso. Tanto que já tem tido vários resultados nesses últimos três anos e também conheci pessoalmente várias amigas até então ‘virtuais”, ressaltou.
Para finalizar, Lisiane destaca que as mulheres do agro brasileiro não estão aqui para competir. “Sempre que tenho a oportunidade, falo que não estamos aqui para ser uma melhor que a outra, mas sim para caminharmos juntas, formando uma corrente cada vez maior e mais fortalecida, puxando todas as questões de produção, política, economia e representatividade”, salientou.
As inscrições para o CNMA 2023 podem ser feitas clicando aqui. O evento ocorre nos dias 25 e 26 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP).

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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.
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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos
Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.
O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.
Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.



